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Pedro I do Brasil

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  Nota: "Dom Pedro" e "Dom Pedro I" redirecionam para este artigo. Para outros significados, veja Pedro ou Pedro I .
Pedro I & IV
Pedro I do Brasil
Imperador do Brasil
Reinado 12 de outubro de 1822
a 7 de abril de 1831
Coroacao 1 de dezembro de 1822
Sucessor(a) Pedro II
Rei de Portugal e Algarves
Reinado 10 de marco de 1826
a 2 de maio de 1826
Predecessor(a) Joao VI
Sucessora Maria II
Regente Isabel Maria
 
Nascimento 12 de outubro de 1798
Palacio Real de Queluz , Portugal
Morte 24 de setembro de 1834  (35 anos)
Palacio Real de Queluz , Portugal
Sepultado em Cripta Imperial , Monumento a Independencia , Sao Paulo , Brasil
Nome completo  
Pedro de Alcantara Francisco Antonio Joao Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim Jose Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Braganca e Bourbon. [ 1 ] [ 2 ]
Esposas Maria Leopoldina da Austria (1817?1826)
Amelia de Leuchtenberg (1829?1834)
Descendencia Maria II de Portugal
Miguel de Portugal
Joao Carlos, Principe da Beira
Januaria do Brasil
Paula Mariana do Brasil
Francisca do Brasil
Pedro II do Brasil
Maria Amelia do Brasil
Casa Braganca
Pai Joao VI de Portugal
Mae Carlota Joaquina da Espanha
Religiao Catolicismo
Assinatura Assinatura de Pedro I & IV
Brasao

Pedro I & IV ( Queluz , 12 de outubro de 1798 ? Queluz, 24 de setembro de 1834 ), cognominado "o Libertador" e "o Rei Soldado", [ nota 1 ] foi o primeiro Imperador do Brasil como Pedro I de 1822 ate sua abdicacao em 1831, e tambem Rei de Portugal e Algarves como Pedro IV entre marco e maio de 1826. Foi o quarto filho do rei Joao VI e de sua esposa, a rainha Carlota Joaquina da Espanha , e portanto, membro da Casa de Braganca . Pedro viveu seus primeiros anos de vida em Portugal ate que as tropas francesas invadiram o pais em 1807 , forcando a transferencia da familia real para o Brasil .

A eclosao da Revolucao liberal do Porto em 1820, forcou a volta de Joao VI para Portugal em abril do ano seguinte, ficando Pedro no Brasil como seu regente. Ele precisou lidar com ameacas de tropas portuguesas revolucionarias e insubordinadas, com todas no final sendo subjugadas. Desde a chegada da familia real portuguesa em 1808, o Brasil tinha gozado de grande autonomia politica, porem a ameaca do governo portugues de revogar essas liberdades criou grande descontentamento na colonia. Pedro ficou do lado dos brasileiros e declarou a Independencia do Brasil em 7 de setembro de 1822. Foi aclamado como seu imperador no dia 12 de outubro e derrotou todas as forcas fieis a Portugal ate marco de 1824. Alguns meses depois, esmagou a Confederacao do Equador , uma revolta separatista que havia eclodido na provincia de Pernambuco e se alastrado para outras provincias do nordeste brasileiro.

Uma nova rebeliao se iniciou na provincia Cisplatina no comeco de 1825, com a subsequente tentativa por parte das Provincias Unidas do Rio da Prata de anexa-la levando o Brasil a entrar na Guerra da Cisplatina . Nesse meio tempo Pedro tambem se proclamou como rei de Portugal , rapidamente abdicando do trono em favor de sua filha mais velha Maria II . A situacao piorou em 1828 quando a guerra no sul fez o Brasil perder a Cisplatina , que se tornou um pais independente, denominado Uruguai . No mesmo ano D. Miguel , irmao mais novo de Pedro, era aclamado como Rei de Portugal pelas cortes. Seus casos sexuais extraconjugais criaram grandes escandalos e tambem mancharam sua reputacao. Mais dificuldades surgiram no parlamento brasileiro, onde os debates politicos passaram a ser dominados a partir de 1826 com a discussao sobre se o governo deveria ser escolhido pelo imperador ou pela legislatura. Pedro foi incapaz de lidar com os problemas simultaneos do Brasil e Portugal, por fim abdicando do trono brasileiro em 7 de abril de 1831 em favor de seu filho mais novo Pedro II e partindo para a Europa .

Pedro invadiu Portugal em julho de 1832 no comando de um exercito maioritariamente composto por mercenarios estrangeiros. Inicialmente seu envolvimento parecia ser em uma guerra civil portuguesa, porem logo o conflito ficou maior e englobou toda a Peninsula Iberica em uma disputa entre defensores do liberalismo e aqueles que queriam a volta do absolutismo . Pedro acabou morrendo de tuberculose em 24 de setembro de 1834, poucos meses depois de ele e os liberais terem saido vitoriosos. Ele foi considerado por contemporaneos e pela posteridade como uma figura importante que auxiliou na propagacao dos ideais liberais que haviam permitido que o Brasil e Portugal deixassem os regimes absolutistas para formas mais representativas de governo.

Inicio de vida [ editar | editar codigo-fonte ]

Nascimento [ editar | editar codigo-fonte ]

Quarto Dom Quixote , no Palacio Nacional de Queluz , quarto onde D. Pedro nasceu e faleceu, com seus objetos originais em exposicao. [ 5 ]
Pedro em 1800, por Agustin Esteve

Pedro nasceu na manha de 12 de outubro de 1798 no Palacio Real de Queluz , Portugal . [ 6 ] [ 7 ] [ 8 ] [ 9 ] Ele foi nomeado em homenagem a Sao Pedro de Alcantara e seu nome completo era Pedro de Alcantara Francisco Antonio Joao Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim Jose Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim. [ 1 ] [ 2 ] Desde seu nascimento recebeu o prefixo honorifico de " Dom ". [ 10 ]

Seu pai era o entao D. Joao, Principe do Brasil , com Pedro sendo assim membro da Casa de Braganca . Seus avos eram a rainha D. Maria I e o rei D. Pedro III de Portugal , que eram sobrinha e tio alem de marido e mulher. [ 11 ] [ 12 ] Sua mae era a infanta Carlota Joaquina , filha do rei Carlos IV de Espanha e sua esposa Maria Luisa de Parma . [ 13 ] Os pais de Pedro tiveram um casamento infeliz; Carlota Joaquina era uma mulher ambiciosa que sempre procurava defender os interesses espanhois, mesmo em detrimento de Portugal. Havia relatos de que ela era infiel com o marido, chegando ao ponto de conspirar contra ele junto com nobres portugueses insatisfeitos. [ 14 ] [ 15 ]

Pedro era o segundo filho menino mais velho de Joao e Carlota Joaquina, o quarto filho no geral, tornando-se o herdeiro aparente de seu pai com o titulo de Principe da Beira em 1801 apos a morte de seu irmao mais velho D. Francisco Antonio . [ 8 ] Joao desde 1792 atuava como regente em nome de sua mae Maria I, que havia sido declarada mentalmente insana e incapaz de governar. [ 16 ] [ 17 ] Os pais de Pedro se afastaram em 1802; Joao foi viver no Palacio Nacional de Mafra enquanto Carlota Joaquina ficou no Palacio do Ramalhao . Pedro e seus irmaos D. Maria Teresa , D. Maria Isabel , D. Maria Francisca , D. Isabel Maria e D. Miguel foram viver no Palacio de Queluz junto com sua avo a rainha, longe dos pais que viam apenas durante ocasioes de estado. [ 18 ] [ 19 ]

Educacao [ editar | editar codigo-fonte ]

Pedro c. 1809, por Francesco Bartolozzi

No final de novembro de 1807, quando Pedro tinha apenas nove anos de idade, o exercito frances do imperador Napoleao Bonaparte invadiu Portugal e toda a familia real portuguesa fugiu de Lisboa . A corte atravessou o oceano Atlantico ate chegar em marco do ano seguinte a cidade do Rio de Janeiro , entao capital do Brasil , a maior e mais rica colonia de Portugal. [ 20 ] [ 21 ] [ 22 ] Pedro leu Eneida de Virgilio durante a viagem e conversou com varios membros da tripulacao de seu navio, aprendendo nocoes de navegacao. [ 23 ] [ 24 ] No Brasil, apos uma breve estada no Paco Real , Pedro e seu irmao Miguel estabeleceram-se junto com seu pai no Paco de Sao Cristovao . [ 25 ] Pedro amava o pai, apesar de nunca ter sido intimo dele, ressentindo a constante humilhacao que Joao sofria nas maos de Carlota Joaquina por causa dos casos extraconjugais dela. [ 18 ] [ 26 ] Como resultado, quando adulto Pedro abertamente chamava sua mae de "vadia" e sentia por ela nada alem de desprezo. [ 27 ] As experiencias de traicao, frieza e negligencia que passou quando crianca tiveram grande impacto na formacao de sua personalidade e carater quando adulto. [ 18 ]

Uma pequena quantidade de estabilidade durante sua infancia vinha da presenca de sua aia Maria Genoveva do Rego e Matos, quem amou como uma mae, e seu aio e supervisor o frei Antonio de Arrabida , que tornou-se seu mentor. [ 28 ] [ 29 ] Ambos ficaram encarregados do crescimento do principe e tentaram lhe dar uma educacao adequada. Seus estudos englobavam uma grande gama de assuntos que incluiam matematica , economia politica , logica , historia e geografia e musica . [ 30 ] Pedro aprendeu a ler e escrever em portugues , alem de latim e frances . [ 31 ] [ 32 ] [ 33 ] Tambem conseguia traduzir textos do ingles e entender alemao . Mais tarde como imperador, Pedro dedicaria pelo menos duas horas de seu dia para ler e estudar. [ 34 ] [ 35 ]

Apesar da abrangencia da instrucao de Pedro, sua educacao mostrou-se deficiente. O historiador Otavio Tarquinio de Sousa afirmou que Pedro "era sem sombra de duvida inteligente, astuto [e] perspicaz". [ 36 ] Entretanto, o historiador Roderick J. Barman escreveu que tinha uma natureza "muito efervescente, muito erratica e muito emocional". Pedro permaneceu impulsivo, nunca aprendeu a exercer autocontrole, avaliar as consequencias de suas decisoes ou adaptar seu panorama para situacoes em mudanca. [ 37 ] Joao jamais permitiu que alguem disciplinasse o filho. Este as vezes contornava sua rotina de duas horas de estudos diarios ao dispensar seus instrutores para poder realizar atividades que considerava como mais interessantes. [ 30 ]

Primeiro casamento [ editar | editar codigo-fonte ]

Desembarque da princesa D. Leopoldina no cais do Rio de Janeiro em 1817, por Jean-Baptiste Debret

Pedro encontrava prazer em atividades que necessitavam de habilidades fisicas em vez de ficar na sala de aula. Ele treinou equitacao na Fazenda Santa Cruz de seu pai, tornando-se um bom cavaleiro e um excelente ferrador. [ 38 ] Pedro e seu irmao Miguel gostavam de sair cacando a cavalo atraves de terrenos desconhecidos e florestas, as vezes ate mesmo de noite e sob mau tempo. [ 39 ] O principe mostrava talento para desenho e artesanato, fazendo por conta propria mobilias e entalhando madeira. [ 40 ] Alem disso, Pedro tambem gostava bastante de musica, transformando-se em um habil compositor sob a tutela de Marcos Portugal . Tinha uma boa voz para o canto e era proficiente em diversos instrumentos (incluindo piano , flauta e violao ), conseguindo tocar cancoes e dancas populares. [ 41 ] Pedro era um homem simples tanto em habitos quanto ao lidar com outras pessoas. Exceto em ocasioes solenes quando era necessario usar vestuarios elegantes, suas roupas diarias consistiam em calcas brancas de algodao, uma jaqueta listrada tambem de algodao e um chapeu de palha com abas largas, ou ainda uma sobrecasaca e cartola para situacoes mais formais. [ 42 ] [ 43 ] [ 44 ] Ele frequentemente entrava em conversas com pessoas nas ruas querendo saber sobre seus problemas. [ 45 ]

A personalidade de Pedro era marcada por uma vontade energica que beirava a hiperatividade. Era impetuoso com uma tendencia para ser dominador e temperamental. Distraia-se ou ficava entediado facilmente, entretendo-se com namoricos em sua vida pessoal alem de suas atividades equestres e de caca. [ 46 ] Seu espirito inquieto fazia-o buscar aventuras e, certas vezes, disfarcado de viajante, frequentava tavernas nos distritos de pior reputacao do Rio de Janeiro. [ 47 ] [ 48 ] Pedro raramente bebia alcool, porem era um mulherengo incorrigivel. [ 49 ] [ 50 ] Seu primeiro caso duradouro conhecido foi com uma dancarina francesa chamada Noemi Thierry, que teve uma crianca natimorta dele. Seu pai, que em 1816 tornou-se rei Joao VI com a morte de Maria I, enviou Thierry para longe a fim que ela nao ameacasse o noivado de Pedro com a arquiduquesa Leopoldina da Austria , filha do imperador Francisco I da Austria e a princesa Maria Teresa da Sicilia . [ 51 ] [ 52 ]

Pedro e Leopoldina casaram-se por procuracao no dia 13 de maio de 1817, com ela assumindo o nome de Maria Leopoldina. [ 53 ] [ 54 ] Esta chegou ao Rio de Janeiro em 5 de novembro, imediatamente se apaixonando pelo marido, que era muito mais charmoso e atraente do que fora levada a esperar. Apos "anos sob o sol tropical, sua pele ainda era clara, suas bochechas rosadas". Pedro, entao com dezenove anos, era bonito e um pouco mais alto do que a media, possuindo olhos negros e um cabelo castanho escuro. "Sua boa aparencia", segundo o historiador Neill Macaulay, "devia-se muito ao seu porte, orgulhoso e ereto mesmo em tenra idade, e sua preparacao, que foi impecavel. Habitualmente arrumado e limpo, ele havia adotado o costume brasileiro de tomar banho frequentemente". [ 39 ] A missa nupcial ocorreu no dia seguinte, com a ratificacao dos votos feitos anteriormente por procuracao. [ 55 ] O casal teve sete filhos: D. Maria , D. Miguel, D. Joao Carlos, D. Januaria , D. Paula , D. Francisca e D. Pedro . [ 56 ]

Independencia do Brasil [ editar | editar codigo-fonte ]

Ver artigo principal: Independencia do Brasil

Revolucao Liberal do Porto [ editar | editar codigo-fonte ]

Ver artigo principal: Revolucao liberal do Porto
Pedro faz um juramento de lealdade a constituicao portuguesa em nome de seu pai no dia 26 de fevereiro de 1821. Ele pode ser visto na varanda do Teatro Sao Joao , levantando seu chapeu

Chegaram no Brasil em 17 de outubro de 1820 noticias de que guarnicoes militares em Portugal haviam se amotinado, levando a que posteriormente ficaria conhecida como a Revolucao Liberal do Porto de 1820 . Os militares formaram um governo provisorio e suplantaram a regencia que Joao havia nomeado, convocando as Cortes , o parlamento centenario portugues, desta vez democraticamente eleito e com o objetivo de criar uma constituicao nacional. [ 57 ] Pedro ficou surpreso quando seu pai nao apenas lhe pediu conselhos, mas tambem decidiu envia-lo de volta para Portugal para governar como regente em seu nome e tentar aplacar os revolucionarios. [ 58 ] O principe nunca havia sido educado para governar e anteriormente jamais recebeu permissao para participar dos assuntos de estado. O papel que seria seu direito de nascimento era na verdade exercido por sua irma mais velha, Maria Teresa; Joao confiava nela para conselhos e inclusive a fez membro do Conselho de Estado. [ 59 ]

Pedro era visto com suspeitas por Joao e pelos conselheiros mais proximos do rei, todos os quais apegavam-se aos principios de uma monarquia absolutista . Em contraste, o principe era bem conhecido como um grande defensor dos ideais do liberalismo e de uma monarquia constitucional representativa. Ele havia lido os trabalhos de Voltaire , Benjamin Constant , Gaetano Filangieri e Edmund Burke . [ 34 ] [ 32 ] [ 60 ] Ate mesmo sua esposa Maria Leopoldina comentou que "Meu esposo, Deus nos ajude, ama as novas ideias". [ 61 ] [ 62 ] Joao adiou o maximo possivel a partida de Pedro, temendo que o filho fosse aclamado rei pelos revolucionarios assim que chegasse a Portugal. [ 58 ]

Tropas portuguesas no Rio de Janeiro amotinaram-se em 26 de fevereiro de 1821. Joao e seu governo nao realizaram quaisquer acoes contra as unidades revoltosas. Pedro decidiu agir por conta propria e foi se encontrar com os rebeldes, negociando com eles e convencendo seu pai a aceitar as demandas, que incluiam a nomeacao de um novo gabinete e a realizacao de um juramento de obediencia para a futura constituicao portuguesa. [ 63 ] [ 64 ] [ 65 ] [ 66 ] Os eleitores da paroquia do Rio de Janeiro encontraram-se em 21 de abril para eleger seus representantes nas Cortes. Um pequeno grupo de agitadores invadiu o encontro e formou um governo revolucionario. Joao e seus ministros novamente permaneceram passivos, com o rei estando prestes a aceitar as exigencias dos revolucionarios quando Pedro tomou iniciativa e enviou tropas do exercito para restabelecer a ordem. [ 67 ] [ 68 ] [ 69 ] [ 70 ] Joao e sua familia finalmente cederam sob a pressao das Cortes e partiram de volta para Portugal em 26 de abril, deixando Pedro e Maria Leopoldina no Brasil. [ 67 ] Dois dias antes, o rei avisou o filho: "Pedro, se o Brasil for se separar de Portugal, antes seja para ti, que me has de respeitar, do que para algum desses aventureiros". [ 67 ] [ 71 ] [ 72 ] [ 73 ]

"Independencia ou morte" [ editar | editar codigo-fonte ]

Pedro em agosto de 1822, por Simplicio Rodrigues de Sa

Pedro foi nomeado regente do Brasil, desde o inicio promulgando decretos que garantiam os direitos pessoais e de propriedade. Ele tambem reduziu impostos e gastos governamentais. [ 62 ] [ 74 ] Ate mesmo os revolucionarios presos no incidente de abril acabaram sendo libertados. [ 75 ] Tropas portuguesas sob o comando do tenente-general Jorge de Avilez Zuzarte de Sousa Tavares amotinaram-se em 5 de junho de 1821, exigindo que Pedro fizesse um juramento para manter a constituicao portuguesa apos ela ser colocada em efeito. O principe foi intervir sozinho com os rebeldes. O regente negociou calma e engenhosamente, ganhando o respeito das tropas e sendo bem-sucedido em reduzir o impacto das exigencias mais inaceitaveis. [ 76 ] [ 77 ] O motim era um golpe de estado militar mal disfarcado que tentava transformar Pedro em uma mera figura decorativa e transferir o poder para Avilez. [ 76 ] [ 78 ] [ 79 ] O principe acabou aceitando um resultado desfavoravel, porem tambem avisou que seria a ultima vez que cederia sob pressao. [ 77 ] [ 80 ]

A crise alcancou um ponto sem volta quando as Cortes dissolveram o governo central no Rio de Janeiro e ordenaram o retorno de Pedro. [ 81 ] [ 82 ] Os brasileiros viram essa acao como uma tentativa de novamente subordinar seu pais ao dominio portugues, ja que o Brasil fora elevado a reino em 1815. [ 83 ] [ 84 ] O principe recebeu uma peticao em 9 de janeiro de 1822 contendo oito mil assinaturas que imploravam para que nao partisse. [ 85 ] [ 86 ] Pedro respondeu afirmando que "Se e para o bem de todos e felicidade geral da Nacao, estou pronto. Digam ao povo que fico!"; este evento ficou conhecido como o Dia do Fico . [ 87 ] [ 88 ] [ 86 ] Avilez se amotinou novamente para tentar forcar o retorno do regente para Portugal. Desta vez o principe contra-atacou, reunindo as tropas brasileiras (que nao haviam se juntado aos portugueses nos motins anteriores), [ 89 ] unidades milicianas e civis armados. [ 87 ] [ 90 ] Avilez ficou em inferioridade numerica e foi expulso do Brasil junto com suas tropas. [ 91 ] [ 92 ]

Pedro tentou manter pelos meses seguintes alguma aparencia de unidade com Portugal, porem a ruptura final era iminente. Procurou apoio fora do Rio de Janeiro com o auxilio de seu ministro Jose Bonifacio de Andrada e Silva . O principe viajou para a provincia de Minas Gerais em abril e depois para Sao Paulo em agosto. Foi bem recebido nas duas provincias e as visitas reforcaram sua autoridade. [ 93 ] [ 94 ] Enquanto voltava de Sao Paulo, Pedro recebeu no dia 7 de setembro as noticias de que as Cortes nao aceitariam a autorregulamentacao no Brasil e puniriam todos que desobedecessem a suas ordens. [ 95 ] "Nunca alguem que evitava a acao mais dramatica sobre o impulso imediato", como escreveu Berman sobre o principe, ele "nao precisou de mais tempo para decisao alem do que ler as cartas exigiam". [ 96 ] Pedro montou sua mula [ 97 ] e disse para os presentes: "Amigos, as Cortes Portuguesas querem escravizar-nos e perseguir-nos. A partir de hoje as nossas relacoes estao quebradas. Nenhum vinculo unir-nos mais [...] Para o meu sangue, minha honra, meu Deus, eu juro dar ao Brasil a liberdade. Brasileiros, que nossa palavra de ordem seja a partir de hoje 'Independencia ou morte!'". [ 96 ] [ 98 ] [ 99 ]

Imperador constitucional [ editar | editar codigo-fonte ]

Coroacao de D. Pedro I em 1 o de dezembro de 1822, na Capela Imperial do Rio de Janeiro , por Jean Baptiste Debret

O principe foi aclamado em 12 de outubro como Imperador D. Pedro I, o dia de seu aniversario de 24 anos e tambem a data oficial da fundacao do Imperio do Brasil . Ele foi coroado em 1 de dezembro. Sua ascensao nao se estendeu imediatamente por todos os territorios brasileiros e Pedro teve que forcar a submissao de varias provincias nas regioes sudoeste, nordeste e norte, com as ultimas unidades ainda leais a Portugal se rendendo apenas no comeco de 1824. [ 100 ] [ 101 ] Enquanto isso a relacao de Pedro e Jose Bonifacio se deteriorou. [ 102 ] [ 103 ] [ 104 ] A situacao chegou ao apice quando o imperador dispensou o ministro sob os motivos de conduta inapropriada. Jose Bonifacio tinha usado sua posicao para assediar, perseguir, prender e ate mesmo exilar seus inimigos politicos. [ 105 ] [ 106 ] [ 107 ] Por meses os inimigos do ministro tinham trabalhado para ganhar o favor do imperador. Esses haviam conferido a Pedro em 13 de maio de 1822 enquanto ainda era regente o titulo de "Defensor Perpetuo do Brasil". [ 108 ] Dom Pedro I foi oficialmente iniciado macom na Loja Comercio e Artes da Idade do Ouro nº1 em agosto de 1822 [ 109 ] adotando o “nome heroico” de “Guatimozim” [ 110 ] e posteriormente foi grao-mestre em 7 de outubro no lugar do proprio Jose Bonifacio. [ 111 ] [ 112 ] [ 113 ]

D. Pedro I em trajes majestaticos na Abertura do ano da Assembleia Geral do Imperio, por Pedro Americo

A crise entre monarca e seu antigo ministro afetou imediatamente a Assembleia Geral Nacional Constituinte , que havia sido eleita com o objetivo de criar uma constituicao para o pais recem-criado. [ 114 ] Jose Bonifacio, como membro da assembleia constituinte, havia recorrido a demagogia e alegou a existencia de uma grande conspiracao portuguesa contra os interesses brasileiros; ele chegou ate mesmo a insinuar que Pedro, nascido portugues, tambem estava implicado. [ 115 ] [ 116 ] O imperador ficou ultrajado com a invectiva direcionada aos leais cidadaos de nascimento portugues, bem como com as insinuacoes de que ele proprio estava em conflito quanto a sua lealdade ao Brasil. [ 117 ] Pedro ordenou em 12 de novembro de 1823 a dissolucao da assembleia constituinte e convocou novas eleicoes. [ 118 ] [ 119 ] [ 120 ] No dia seguinte encarregou o recem estabelecido Conselho de Estado de elaborar um rascunho constitucional. As copias do documento resultante foram enviadas para todos os concelhos municipais, com a enorme maioria votando a favor de sua adocao instantanea como a Constituicao do Imperio. [ 121 ] [ 122 ] [ 123 ] [ 124 ] [ 125 ]

A constituicao foi outorgada por Pedro em 25 de marco de 1824, criando um Estado altamente centralizado. Como resultado, elementos rebeldes da provincia de Pernambuco tentaram se separar do Brasil e uniram-se aos insurgentes das provincias da Paraiba e do Ceara no que ficou conhecida como a Confederacao do Equador . [ 126 ] O imperador tentou sem sucesso impedir o derramamento de sangue ao oferecer-se para aplacar os revoltosos. [ 127 ] Ele furioso falou que "O que estavam a exigir os insultos de Pernambuco? Certamente um castigo, e um castigo tal que se sirva de exemplo para o futuro". [ 128 ] Pedro pediu emprestimos ao Reino Unido para contratar mercenarios e as tropas seguiram para o Recife sob o comando de Thomas Cochrane . Os rebeldes, que nunca conseguiram assegurar seu controle das provincias, foram subjugados, e as rebelioes ja tinha acabado por volta do final de 1824. [ 126 ] Dezesseis revoltosos foram julgados e executados, enquanto os outros foram perdoados pelo imperador. [ 129 ] [ 130 ] [ 131 ] Alem disso, Pedro ordenou que Pernambuco perdesse parte de seu territorio , que inicialmente foi cedido para Minas Gerais e depois para a Bahia . [ 132 ]

Crises [ editar | editar codigo-fonte ]

Sucessao portuguesa [ editar | editar codigo-fonte ]

Pedro em marco de 1826, por Antonio Joaquim Franco Velasco

Portugal acabou assinando o Tratado do Rio de Janeiro em 29 de agosto de 1825 apos longas negociacoes, por fim reconhecendo a independencia do segundo. [ 133 ] [ 134 ] [ 135 ] Exceto pelo reconhecimento da independencia, as provisoes do tratado foram as custas do Brasil, incluindo a exigencia do pagamento de reparacoes financeiras a Portugal, com nenhum outro requerimento ficando por parte da antiga metropole. A compensacao deveria ser paga a todos os cidadaos portugueses residentes no Brasil pelas perdas que tinham passado, como por exemplo propriedades que foram confiscadas. D. Joao tambem recebeu o direito de se intitular Imperador do Brasil. [ 136 ] [ 137 ] [ 138 ] Mais humilhante foi que o tratado implicava que a independencia havia sido concedida como um ato beneficente do rei portugues, ao inves de ter sido compelida pelos brasileiros atraves da forca bruta. [ 139 ] [ 140 ] Pior ainda, o Reino Unido foi recompensado por seu papel no avanco das negociacoes ao assinar um tratado separado em que seus favoraveis direitos comerciais foram renovados, alem da assinatura de uma convencao em que o Brasil concordava em abolir o comercio de escravos com a Africa dentro de quatro anos. Ambos os acordos prejudicaram seriamente os interesses comerciais brasileiros. [ 141 ] [ 142 ]

Pedro recebeu alguns meses depois a noticia de que seu pai havia morrido em 10 de marco de 1826, e que sendo assim considerou ter sucedido a D. Joao VI no trono de Portugal como Rei D. Pedro IV. [ 143 ] O imperador rapidamente abdicou da coroa portuguesa em 2 de maio por saber que uma uniao pessoal entre o Brasil e Portugal seria inaceitavel para os povos de ambas as nacoes, passando o trono para sua filha mais velha, D. Maria da Gloria. [ 144 ] [ 145 ] [ nota 2 ] Sua abdicacao foi condicional: Portugal deveria aceitar uma constituicao elaborada por ele e D. Maria casar-se-ia com seu irmao D. Miguel. [ 143 ] Pedro continuou a agir como rei ausente mesmo com a abdicacao e intercedeu em assuntos diplomaticos e internos, como a realizacao de nomeacoes. Para o monarca foi no minimo dificil manter separadas sua posicao de imperador brasileiro e suas obrigacoes de proteger os interesses de sua filha em Portugal. [ 149 ]

D. Miguel pretendeu aceitar os planos do irmao. O infante anulou a constituicao com o apoio de Carlota Joaquina logo que foi nomeado regente da sobrinha no inicio de 1828, sendo aclamado como rei com o suporte dos portugueses que eram a favor do absolutismo. [ 150 ] Pedro tambem teve que suportar a desercao de suas irmas Maria Teresa, Maria Francisca, Isabel Maria e Maria da Assuncao todas para a faccao de Miguel. [ 151 ] Apenas sua irma cacula Ana de Jesus permaneceu fiel, posteriormente viajando para o Rio de Janeiro a fim de ficar perto de Pedro. [ 152 ] O imperador ficou consumido pelo odio e comecou a acreditar nos rumores que D. Miguel havia matado D. Joao, virando seu foco para Portugal e tentando em vao conseguir apoio internacional pelos direitos de Maria. [ 153 ] [ 154 ]

Guerra e viuvez [ editar | editar codigo-fonte ]

Celebracoes na Largo de Sao Francisco de Paula no Rio de Janeiro pela volta de Pedro da Bahia , 4 de abril de 1826

Um pequeno grupo de rebeldes com o apoio das Provincias Unidas do Rio da Prata declarou em abril de 1825 a independencia da Cisplatina , entao a provincia mais ao sul do Brasil. [ 155 ] O governo brasileiro inicialmente viu a tentativa de secessao como um levante menor. Demorou meses ate uma ameaca maior surgir do envolvimento das Provincias Unidas, que esperava anexar a Cisplatina, causando assim preocupacoes serias. O Brasil em retaliacao declarou guerra em dezembro, iniciando a Guerra da Cisplatina . [ 133 ] Pedro viajou em fevereiro de 1826 para a provincia da Bahia no nordeste do pais, levando consigo sua esposa e sua filha Maria. O imperador foi bem recebido pelos habitantes locais. [ 156 ] A viagem tinha a intencao de gerar apoio para o esforco de guerra. [ 157 ]

O sequito imperial incluia Domitila de Castro, Viscondessa de Santos (posterior Marquesa de Santos), que desde o primeiro encontro dos dois em 1822 havia sido a amante do imperador. Apesar de nunca ter sido fiel a Maria Leopoldina, Pedro anteriormente tinha tomado o cuidado de esconder suas escapadas sexuais com outras mulheres. [ 158 ] Porem, sua atracao por sua nova amante "tinha se tornando flagrante e sem limites", enquanto sua esposa precisava aguentar desfeitas e ser o assunto de fofocas. [ 159 ] O imperador cada vez mais passou a ser rude e vil com Maria Leopoldina, deixando-a com pouco dinheiro, proibindo-a de deixar o palacio e forcando-a a aturar a presenca de Domitila como sua dama de companhia . [ 160 ] [ 161 ] Enquanto isso, a amante aproveitou a oportunidade para avancar seus interesses e tambem os de sua familia e amigos. Aqueles que desejavam favores ou a promocao de projetos cada vez mais ignoravam os canais legais e normais, ao inves disso procurando Domitila por ajuda. [ 162 ]

Pedro partiu em 24 de novembro de 1826 do Rio de Janeiro para a cidade de Sao Jose na provincia de Santa Catarina . De la foi para Porto Alegre , capital da provincia de Sao Pedro do Rio Grande do Sul , onde o exercito principal estava esperando. [ 163 ] O imperador chegou em 7 de dezembro e descobriu que as condicoes militares eram muito piores do que os relatorios anteriores haviam lhe feito esperar. Ele "agiu com sua energia costumeira: passou uma afobacao de ordens, demitiu supostos enxertadores e incompetentes, fraternizou com as tropas e de forma geral sacudiu a administracao militar e civil". [ 164 ] Pedro ja estava voltando para o Rio de Janeiro quando soube que Maria Leopoldina tinha morrido apos um aborto. [ 165 ] [ 164 ] [ 166 ] Rumores sem fundamento logo se espalharam dizendo que a imperatriz havia sido fisicamente maltratada pelo marido. [ nota 3 ] Enquanto isso a guerra continuou sem conclusao e Pedro acabou cedendo a Cisplatina em agosto de 1828, com a provincia tornando-se um pais independente, denominado Uruguai . [ 176 ] [ 177 ]

Segundo casamento [ editar | editar codigo-fonte ]

O casamento de Pedro e Amelia . Ao lado do imperador estao seus filhos do primeiro casamento: Pedro, Maria da Gloria, Januaria e Francisca

Pedro, com sua relacao com Domitila comecando a ruir, percebeu, depois da morte da esposa, como a havia tratado miseravelmente. Diferentemente da amante, Maria Leopoldina era popular, honesta e amava o marido sem esperar nada em troca. O imperador passou a sentir muitas saudades dela, nem mesmo sua obsessao por Domitila conseguindo faze-lo superar seu sentimento de perda e arrependimento. [ 178 ] Um dia a amante o encontrou chorando no chao abracado a um retrato de Maria Leopoldina, cujo fantasma infeliz Pedro afirmou ter visto. [ 179 ] [ 180 ] [ 181 ] [ 182 ] Posteriormente o imperador deixou a cama que estava com Domitila e gritou: "Larga-me! Sei que levo vida indigna de um soberano. O pensamento da Imperatriz nao me deixa". [ 179 ] [ 183 ] Ele nao se esqueceu de seus filhos, os quais ficaram orfaos de mae, sendo observado em mais de uma ocasiao segurando seu filho Pedro em seus bracos e dizendo: "Pobre menino, es o principe mais infeliz do mundo". [ 180 ]

Domitila acabou deixando o Rio de Janeiro em 27 de junho de 1828 apos insistencias do imperador. [ 184 ] Pedro havia decidido casar-se novamente e tornar-se uma pessoa melhor. Ele tentou convencer seu sogro Francisco I de sua sinceridade, afirmando em uma carta "que toda minha perversidade acabou, que nao hei de novamente cair nos erros em que ja cai, que arrependo-me e pedi a Deus por perdao". [ 185 ] Francisco nao se convenceu, tendo ficado profundamente ofendido pela conduta que sua filha tinha passado, retirando seu apoio as preocupacoes brasileiras e frustrando os interesses portugueses de Pedro. [ 175 ] Princesas de varias nacoes recusaram propostas de casamento uma depois da outra devido a ma reputacao do imperador pela Europa. [ 150 ] Seu orgulho ficou muito ferido e ele acabou permitindo a volta de Domitila, que chegou na capital em 29 de abril de 1829 apos quase um ano longe. [ 185 ] [ 186 ]

Entretanto, Pedro encerrou definitivamente sua relacao com Domitila ao saber que um noivado tinha finalmente sido arranjado. Ela voltou em 27 de agosto a viver em sua provincia natal de Sao Paulo, onde permaneceu pelo resto da vida. [ 187 ] Dias antes, em 2 de agosto, Pedro havia se casado por procuracao com a princesa Amelia de Leuchtenberg , filha de Eugenio de Beauharnais, Duque de Leuchtenberg , e da princesa Augusta da Baviera . [ 188 ] [ 189 ] O imperador ficou impressionado por sua beleza ao conhece-la pessoalmente. [ 190 ] [ 191 ] Os votos realizados por procuracao foram ratificados em 17 de outubro em uma missa nupcial. [ 192 ] [ 193 ] Amelia era bondosa e amorosa com os filhos dele e providenciou um necessitado sentimento de normalidade tanto para a familia imperial quanto para o publico em geral. [ 194 ] A promessa de Pedro feita apos o banimento de Domitila para alterar seu comportamento acabou mostrando-se sincera. Ele nunca mais teve quaisquer casos e manteve-se fiel a nova esposa. [ 188 ] [ 195 ] [ 196 ] Pedro tambem fez as pazes com Jose Bonifacio, seu antigo ministro e mentor, em uma tentativa de mitigar e superar seus desentendimentos do passado. [ 197 ] [ 198 ]

Entre Brasil e Portugal [ editar | editar codigo-fonte ]

Instabilidades [ editar | editar codigo-fonte ]

Pedro em 1830 por Henri Grevedon
Busto em bronze de Pedro I do Brasil (executado em 1826), a mais conhecida obra de Marc Ferrez , patente nos Pacos do Concelho de Angra do Heroismo

Desde os dias da assembleia constituinte de 1823 e depois com vigor renovado a partir de 1826 com a abertura do parlamento brasileiro, houve uma disputa ideologica sobre o equilibrio dos poderes mantidos pelo imperador e pela legislatura no governo. De um lado estavam aqueles que compartilhavam as visoes de Pedro, politicos que acreditavam que o monarca deveria ser livre para escolher os ministros, politicas nacionais e a direcao governamental. Em oposicao estavam aqueles, entao conhecidos como o Partido Liberal , que defendiam que os gabinetes deveriam manter o poder para estabelecer o curso de governo e que seriam formados por deputados tirados do partido da maioria respondendo ao parlamento por suas acoes. [ 199 ] [ 200 ] Estritamente falando, ambos os lados defendiam o liberalismo e dessa forma uma monarquia constitucional . [ 201 ] [ 202 ]

Pedro respeitava a constituicao apesar de suas falhas como governante: ele nunca interferiu nas eleicoes ou participou de fraudes eleitorais, recusou-se a assinar atos ratificados pelo governo ou impor restricoes na liberdade de expressao. [ 203 ] [ 204 ] O imperador tambem nunca dissolveu a Camara dos Deputados ou convocou novas eleicoes quando esta discordava de seus objetivos ou adiava suas sessoes, mesmo isso estando dentro de suas prerrogativas. [ 205 ] Jornais e panfletos liberais usaram o nascimento portugues de Pedro no apoio a acusacoes validas (como por exemplo que boa parte de sua energia era dedicada a assuntos relacionados a Portugal) [ 202 ] e tambem falsas (que ele estava envolvido em conspiracoes para suprimir a constituicao e reunificar o Brasil e Portugal). [ 206 ] Os amigos portugueses do imperador que faziam parte da corte, incluindo Francisco Gomes da Silva que foi apelidado de "Chalaca", eram para os Liberais parte desses complos e formavam um "gabinete secreto". [ 207 ] [ 208 ] Nenhuma dessas figuras mostrava interesse em tais questoes e, seja quais foram os interesses que podem ter compartilhado, nao havia nenhuma conspiracao para anular a constituicao ou levar o Brasil de volta ao controle portugues. [ 209 ]

Outra fonte de criticas por parte dos Liberais eram as visoes abolicionistas de Pedro. [ 210 ] O imperador tinha concebido um processo gradual para eliminar a escravidao no pais. Entretanto, o poder constitucional para promulgar legislacoes estava nas maos do parlamento, que era dominado por donos de terras escravagistas e que assim poderiam frustrar quaisquer tentativas de abolicao. [ 211 ] [ 212 ] Pedro optou por tentar a persuasao atraves do exemplo moral, estabelecendo sua Fazenda Santa Cruz como um modelo ao conceder terras aos seus escravos libertos. [ 213 ] [ 214 ] O monarca tambem tinha outras ideias avancadas. Quando declarou sua intencao de permanecer no Brasil no Dia do Fico, a populacao tentou lhe conceder a honra de desatrelar os cavalos e eles mesmos puxarem sua carruagem, porem o entao principe recusou. Sua resposta foi ao mesmo tempo uma condenacao do direito divino dos reis , da suposta superioridade de sangue da nobreza e do racismo: "Ofende-me ver os meus semelhantes dando ao homem tributos apropriados a divindade. Eu sei que o meu sangue e da mesma cor que o dos negros". [ 215 ] [ 216 ]

Abdicacao [ editar | editar codigo-fonte ]

Ver artigo principal: Abdicacao de Pedro I do Brasil
Carta de abdicacao de Pedro

Os esforcos do imperador para apaziguar os Liberais resultaram em mudancas importantes. Pedro apoiou um 1827 uma lei estabelecendo responsabilidade ministerial. [ 217 ] Um gabinete nomeado em 19 de marco de 1831 era formado por politicos da oposicao, permitindo que o parlamento tivesse um papel maior no governo. [ 218 ] Por fim, ofereceu posicoes na Europa para Francisco Gomes e outro amigo portugues a fim de acabar com os rumores de um "gabinete secreto". [ 219 ] Para seu desalento, as medidas paliativas nao pararam os continuos ataques dos Liberais sobre seu governo e nascimento estrangeiro. Pedro ficou indisposto a lidar com a deteriorante situacao politica por estar frustrado com a intransigencia. [ 194 ]

Enquanto isso, exilados portugueses fizeram campanha para que ele abrisse mao do Brasil e dedicasse suas energias a luta pela coroa da filha. [ 220 ] De acordo com Barman, "[em] uma emergencia as habilidades do Imperador resplandeciam ? ficava com nervos calmos, engenhoso e firme na acao. A vida como monarca constitucional, cheia de tedio, cuidado e conciliacao, ia de encontro a essencia de sua personalidade". [ 221 ] Por outro lado, o historiador salientou que Pedro "encontrava no caso de sua filha tudo que mais apelava a sua personalidade. Ao ir para Portugal ele poderia defender os oprimidos, mostrar seu cavalheirismo e abnegacao, manter o governo constitucional e gozar da liberdade de acao que desejava". [ 220 ]

Imperador Pedro I entrega sua abdicacao ao Major Lima e Silva, a Imperatriz Amelia sentada ao fundo com o entao Principe Imperial , D. Pedro no colo

A ideia de abdicar do trono brasileiro e voltar para Portugal comecou a tomar sua mente e, a partir de 1829, Pedro falava a respeito frequentemente. [ 222 ] [ 223 ] [ 224 ] Uma oportunidade logo apareceu para agir sobre essa nocao: radicais dentro do Partido Liberal reuniram gangues de rua para assediar a comunidade portuguesa vivendo no Rio de Janeiro. Em 11 de marco de 1831, naquilo que ficou conhecido como a Noite das Garrafadas , os portugueses retaliaram e o tumulto tomou as ruas da capital nacional. [ 225 ] [ 226 ] Pedro dispensou o gabinete Liberal em 5 de abril, que estava no poder apenas desde 19 de marco, por motivos de incompetencia ao restaurar a ordem. [ 218 ] [ 227 ] Uma grande multidao incitada pelos radicais se reuniram no centro do Rio de Janeiro na tarde do dia 6 de abril, exigindo a imediata restauracao do antigo gabinete. [ 228 ] [ 229 ] [ 230 ] Pedro respondeu afirmando que "Tudo farei para o povo; nada, porem, pelo povo". [ 228 ] [ 229 ] [ 231 ] Tropas do exercito, incluindo sua guarda pessoal, desertaram apos o anoitecer e se juntaram aos protestos. Foi apenas nesse momento que Pedro percebeu o quanto tinha ficado isolado e separado dos assuntos brasileiros, surpreendendo todos ao abdicar do trono, cerca das 3h da madrugada de 7 de abril. [ 228 ] [ 232 ] [ 233 ] Ele entregou o documento da abdicacao a um mensageiro e afirmou: "Aqui esta a minha abdicacao; desejo que sejam felizes! Retiro-me para a Europa e deixo um pais que amei e que ainda amo". [ 233 ] [ 234 ]

Retorno a Europa [ editar | editar codigo-fonte ]

Guerra civil [ editar | editar codigo-fonte ]

Ver artigo principal: Guerra Civil Portuguesa
Esta pintura condiz com o período ao qual esta parte do arquivo se refere.
D. Pedro como Duque de Braganca

Pedro, Amelia e outros embarcaram na fragata britanica HMS Warspite na manha do dia 7 de abril. A embarcacao permaneceu ancorada no Rio de Janeiro e o antigo imperador foi transferido para o HMS Volage em 13 de abril, partindo no mesmo dia para a Europa. [ 235 ] [ 236 ] Ele chegou em Cherbourg-Octeville , Franca , em 10 de junho. [ 237 ] [ 238 ] Pelos meses seguintes ficou indo e voltando entre a Franca e Reino Unido. Pedro foi bem recebido, porem nao recebeu nenhum apoio de ambos os governos. [ 239 ] Encontrando-se em uma situacao embaracosa por nao ter nenhuma posicao oficial tanto na casa imperial brasileira quanto na casa real portuguesa, ele assumiu em 15 de junho o titulo de Duque de Braganca , que anteriormente ja tinha mantido como herdeiro de Portugal. Apesar de que titulo deveria pertencer ao herdeiro de Maria, algo que Pedro certamente nao era, sua reivindicacao foi reconhecida de forma geral. [ 240 ] [ 241 ] Sua unica filha com Amelia, a princesa D. Maria Amelia , nasceu em 1 de dezembro em Paris . [ 242 ]

S.M.I. o Senhor Dom Pedro, Regente em Nome da Rainha, 1834, enverga o uniforme de Coronel do Batalhao de cacadores nº 5, que comandou durante a Guerra Civil , em particular durante o cerco do Porto

Pedro nao esqueceu de seus outros filhos e escreveu cartas comoventes para cada um deles, expressando o quanto sentia saudades e pedindo repetidas vezes para que levassem a serio suas educacoes. Ele disse a seu filho e sucessor pouco depois de sua abdicacao: "Tenho a intencao que eu e o mano Miguel havemos de ser os ultimos malcriados da familia Braganca". [ 243 ] [ 244 ] Charles John Napier , um comandante naval britanico que lutou com Pedro na decada de 1830, comentou que "suas boas qualidades eram proprias; as ruins devido a falta de educacao; e nenhum homem era mais sensivel a isso do que o proprio". [ 245 ] [ 246 ] Suas cartas para Pedro II frequentemente continham linguajar muito alem do nivel de leitura do menino, com historiadores presumindo que tais passagens tinham a intencao de servirem como conselhos que o jovem monarca eventualmente pudesse consultar ao alcancar a idade adulta. [ 237 ]

Em Paris, Pedro acabou conhecendo e ficando amigo de Gilbert du Motier, Marques de La Fayette , um veterano da Guerra da Independencia dos Estados Unidos e da Revolucao Francesa que se tornou um de seus maiores apoiadores. [ 241 ] [ 247 ] O duque despediu-se em 25 de janeiro de 1832 de sua familia, La Fayette e mais de duzentas pessoas que haviam ido lhe desejar boa sorte. Ele ajoelhou-se diante de Maria e disse: "Minha senhora, aqui estas um general portugues que ira manter os seus direitos e restaurar sua coroa". Sua filha o abracou em seguida em lagrimas. [ 248 ] [ 249 ] [ 250 ] Pedro partiu para o arquipelago atlantico dos Acores , o unico territorio portugues que permanecera leal a Maria. Ele passou alguns meses realizando preparacoes finais e por fim partiu para Portugal continental, entrando na cidade do Porto sem oposicao no dia 9 de julho. [ 251 ] [ 252 ] [ 253 ] Pedro estava na lideranca de uma pequena forca portuguesa composta por liberais como Almeida Garrett e Alexandre Herculano , alem de muitos mercenarios estrangeiros e alguns voluntarios como o neto de La Fayette, Adrien Jules de Lasteyrie. [ 254 ] [ 255 ] [ 256 ]

Morte [ editar | editar codigo-fonte ]

Pedro em seu leito de morte em 1834, por Jose Joaquim Rodrigues Primavera

O exercito de Pedro estava em grande inferioridade numerica e foi cercado pelos miguelistas no Porto por mais de um ano. Foi nesta situacao que no comeco de 1833 que recebeu as noticias de que sua filha Paula estava para morrer. Meses depois em setembro Pedro se encontrou com Antonio Carlos de Andrada , um dos irmaos de Jose Bonifacio . Como um representante do chamado Partido Restaurador , Antonio Carlos pediu para o duque retornar ao Brasil e governar seu antigo imperio como regente durante a minoridade do filho. Pedro percebeu que os Restauracionistas queriam usa-lo como uma ferramenta a fim de facilitar sua chegada ao poder, frustrando Antonio Carlos ao fazer as exigencias mais impossiveis para ver se o povo brasileiro tambem queria sua volta, nao apenas uma faccao politica. Ele tambem insistiu que quaisquer pedidos de retorno como regente fossem constitucionalmente validos. A vontade do povo teria de ser transmitida atraves de seus representantes locais e sua nomeacao precisaria ser aprovada pelo parlamento. Apenas assim, e "sob a apresentacao de uma peticao a ele em Portugal por uma delegacao oficial do parlamento brasileiro", Pedro consideraria aceitar o pedido. [ 257 ] [ 258 ]

Dom Pedro IV de Portugal - Pedro I do Brasil

Durante a guerra contra Miguel, Pedro montou canhoes, cavou trincheiras, cuidou de feridos, comeu dentre os soldados mais baixos e lutou sob fogo pesado enquanto homens ao seu lado eram alvejados ou explodidos. [ 259 ] [ 260 ] [ 261 ] [ 262 ] Sua causa estava quase perdida ate ele tomar a arriscada atitude de dividir suas forcas e enviar uma parte para lancar um ataque anfibio no sul de Portugal. A regiao de Algarve caiu diante da expedicao, que entao marchou direto para Lisboa e capturou a capital em 24 de julho. [ 263 ] Pedro entao seguiu para subjugar o restante do pais, porem bem quando o conflito parecia estar direcionando-se para sua conclusao, interveio seu tio espanhol o infante Carlos, Conde de Molina e que estava tentando tomar a coroa de sua sobrinha a rainha Isabel II . Essa guerra maior englobou toda a Peninsula Iberica e o duque aliou-se com os exercitos espanhois liberais leais a rainha, derrotando tanto Miguel quanto Carlos. Um tratado de paz foi assinado em 26 de maio de 1834. [ 264 ] [ 265 ]

Pedro sempre gozou de saude forte durante toda sua vida, exceto por surtos de epilepsia a cada alguns anos. [ 40 ] [ 266 ] Porem sua saude se deteriorou durante a guerra e por volta de 1834 ele estava sofrendo de tuberculose . [ 267 ] Em 10 de setembro ainda em 1834, 14 dias antes de sua morte, Pedro ficou de cama no Palacio Real de Queluz [ 268 ] [ 269 ] e ditou uma carta aberta aos brasileiros em que implorava a adocao da gradual abolicao da escravidao: "Escravidao e um mal, e um ataque contra os direitos e dignidade da especie humana, porem suas consequencias sao menos prejudiciais para aqueles que sofrem no cativeiro do que para a Nacao cujas leis permitem a escravidao. Ela e um cancer que devora a moralidade". [ 270 ] Pedro morreu as 14h30min do dia 24 de setembro de 1834 apos uma longa e dolorosa doenca, poucos dias antes de completar 36 anos de idade. [ 271 ] [ 272 ] Conforme seu pedido, seu coracao foi colocado na Igreja da Lapa no Porto, enquanto seu corpo foi inicialmente enterrado no Panteao da Dinastia de Braganca na Igreja de Sao Vicente de Fora , Lisboa. [ 273 ] [ 274 ] As noticias de sua morte chegaram no Rio de Janeiro em 20 de novembro, porem seus filhos foram informados apenas em 2 de dezembro. [ 275 ] Jose Bonifacio, que havia sido removido de sua posicao de guardiao, escreveu a Pedro II e suas irmas: "Dom Pedro nao morreu. Apenas homens ordinarios morrem, herois nao". [ 276 ] [ 277 ]

Legado [ editar | editar codigo-fonte ]

Monumento a Independencia do Brasil , onde Pedro e suas duas esposas estao enterrados

O entao poderoso Partido Restaurador desapareceu instantaneamente com a morte de Pedro. [ 278 ] Um julgamento justo do antigo monarca tornou-se possivel assim que a ameaca de seu retorno ao poder sumiu. Evaristo da Veiga , um de seus piores criticos e tambem um dos lideres do Partido Liberal, deixou uma declaracao que, de acordo com o historiador Otavio Tarquinio de Sousa, acabou ficando como a visao prevalecente: [ 274 ] "o antigo imperador do Brasil nao era um principe ordinario [...] e a Providencia lhe fez um poderoso instrumento da libertacao, tanto no Brasil e em Portugal. Se nos [brasileiros] existimos como um corpo em uma Nacao livre, se nossa terra nao foi rasgada em pequenas republicas inimigas, onde apenas anarquia e espirito militar prevalecem, nos devemos muito a resolucao que ele tomou em ficar entre nos, em realizar o primeiro grito por nossa independencia. [...] Portugal, se fez-se livre da mais escura e degradante tirania [...] se goza dos beneficios trazidos por um governo representativo aos povos educados, ela deve a D. Pedro de Alcantara, cujas fatigas, sofrimentos e sacrificios pela causa portuguesa lhe deram em alto grau o tributo da gratitude nacional". [ 279 ] [ 280 ]

Traslado do corpo de Dom Pedro I para o Brasil, em 1972

John Armitage, que viveu no Brasil durante a segunda metade do reinado de Pedro, comentou que "ate mesmo os erros do Monarca foram atendidos com grande beneficio atraves de sua influencia nos assuntos da patria mae. Caso tivesse governado com mais sabedoria, teria sido bem para a terra de sua adocao, porem, talvez, infeliz para a humanidade". Armitage complementou que assim como "o falecido Imperador dos Franceses , [Pedro] tambem foi uma crianca do destino, ou ainda, um instrumento nas maos da beneficente Providencia para o adiantamento de fins grandes e inescrutaveis. Tanto no velho quanto no novo mundo ele doravante estava predestinado a tornar-se um instrumento de mais revolucoes, e antes do fim da sua carreira brilhante, mas efemera, na terra de seus pais, para reparar amplamente pelos erros e loucuras de sua vida anterior, por sua devocao cavalheiresca e heroica na causa da liberdade civil e religiosa". [ 281 ]

Em 1972, aniversario de 150 anos da independencia , o corpo de Pedro foi levado para o Brasil ? conforme havia pedido em seu testamento ? acompanhado de grande pompa e honras dignas de um chefe de estado. Seus restos foram reenterrados no Monumento a Independencia do Brasil na cidade de Sao Paulo , junto com os de Maria Leopoldina e Amelia. [ 273 ] [ 282 ] Os tres corpos foram brevemente exumados em 2012 para que exames e pesquisas arqueologicas e cientificas fossem realizados a fim de descobrir mais a respeito do imperador e das duas imperatrizes. [ 283 ] O historiador Neill Macaulay afirmou que "criticas a Dom Pedro eram livremente expressadas e muitas vezes veementes; isso o fez abdicar de dois tronos. Sua tolerancia as criticas publicas e disposicao a abrir mao do poder separaram Dom Pedro de seus predecessores absolutistas e dos governantes dos estados coercivos de hoje, cujos mandatos vitalicios sao tao seguros quanto dos reis de antigamente". Macaulay tambem afirmou que "lideres liberais bem-sucedidos como Dom Pedro sao homenageados ocasionalmente com um monumento de pedra ou bronze, porem seus retratos, de quatro andares de altura, nao moldam predios publicos; suas imagens nao sao levadas em passeatas de centenas de milhares de manifestantes uniformizados; nenhum "-ismo" e anexado aos seus nomes". [ 284 ]

Exumacao e reconstrucao facial [ editar | editar codigo-fonte ]

Reconstrucao facial forense 3D produzida em 2018 por Cicero Moraes

No ano de 2012, a historiadora Valdirene Ambiel deu inicio ao processo de exumacao da familia imperial. O trabalho era parte de seu projeto de mestrado intitulado “Estudos de Arqueologia Forense aplicados aos remanescentes humanos dos primeiros imperadores do Brasil depositados no monumento a Independencia”, o qual esteve sob a orientacao do Dr. Astolfo Gomes de Mello Araujo da Universidade de Sao Paulo (USP). [ 285 ]

Durante o processo, o fotografo Mauricio de Paiva da National Geographic fotografou o cranio de D. Pedro I sobre uma superficie reflexiva. A imagem ilustrou a materia intitulada “Cidade Oculta”, publicada em versao impressa e online pelo NatGeo , canal de televisao sobre ciencia, tecnologia, historia e meio ambiente. [ 286 ]

No ano de 2018, o hagiologo Jose Luis Lira coordenou um projeto de reconstrucao facial forense independente e adquiriu os direitos da imagem do fotografo Mauricio de Paiva. Esta captura serviu como base para o trabalho de aproximacao facial forense [ 287 ] executado pelo 3D designer Cicero Moraes .

A face reconstruida contou com a aprovacao de Bertrand de Orleans e Braganca (descendente de D. Pedro I) [ 288 ] e foi apresentada ao publico no dia 22 de abril de 2018. [ 289 ] Tal reconstituicao, que pretendeu mostrar o "verdadeiro rosto" de Pedro I, revelou tambem uma deformacao no nariz, fruto de uma suposta fratura mal ou nao tratada. [ 290 ]

Titulos e honras [ editar | editar codigo-fonte ]

Titulos e estilos [ editar | editar codigo-fonte ]

No Brasil, seu titulo e estilo completo era: "Sua Majestade Imperial, D. Pedro I, Imperador Constitucional e Defensor Perpetuo do Brasil". [ 293 ] Ja em Portugal, como rei era: "Sua Majestade Fidelissima, D. Pedro IV, Rei de Portugal e Algarves, d'Aquem e d'Alem-Mar em Africa, Senhor da Guine e da Conquista, Navegacao e Comercio da Etiopia, Arabia, Persia e India, etc.". [ 294 ]

Monograma imperial de Pedro

Honras [ editar | editar codigo-fonte ]

Estrangeiras: [ 296 ]

Descendencia [ editar | editar codigo-fonte ]

Nome Retrato Vida Notas
Com Maria Leopoldina da Austria
Maria II de Portugal 4 de abril de 1819 ?
15 de novembro de 1853
Rainha de Portugal de 1826 ate sua morte. Casou-se primeiro com o principe Augusto de Beauharnais, Duque de Leuchtenberg , porem ele morreu poucos meses apos a uniao. Seu segundo marido foi o principe Fernando de Saxe-Coburgo-Gota, que se tornou o rei D. Fernando II apos o nascimento do primeiro filho do casal. Os dois acabariam tendo onze filhos. Maria foi a herdeira de seu irmao Pedro II desde a ascensao deste ate sua exclusao da linha de sucessao brasileira em 30 de outubro de 1835 pela lei nº 91. [ 298 ]
Miguel de Portugal 26 de abril de 1820 [ 299 ] Por ter morrido a nascenca na situacao de varao do herdeiro da Coroa Portuguesa , ainda em 1820, o titulo de Infante de Portugal . [ 300 ] [ 301 ]
Joao Carlos, Principe da Beira [ 299 ] 6 de marco de 1821 ?
4 de fevereiro de 1822 [ 302 ]
Principe da Beira de seu nascimento ate sua morte. [ 302 ]
Januaria do Brasil 11 de marco de 1822 ?
13 de marco de 1901
Casou-se com o principe Luis Carlos, Conde de Aquila e filho do rei Francisco I das Duas Sicilias . Os dois tiveram quatro filhos. Foi oficialmente reconhecida como uma infanta de Portugal em 4 de junho de 1822, [ 303 ] porem foi posteriormente excluida da linha de sucessao portuguesa apos a independencia do Brasil. [ 304 ]
Paula do Brasil 17 de fevereiro de 1823
? 16 de janeiro de 1833
Morreu aos nove anos de idade, provavelmente de meningite . [ 305 ] Por ter nascido depois da independencia do Brasil, ela nunca fez parte da linha de sucessao portuguesa. [ 306 ]
Francisca do Brasil 2 de agosto de 1824 ?
27 de marco de 1898
Casou-se com o principe Francisco de Orleaes, Principe de Joinville , filho do rei Luis Filipe I da Franca . O casal teve tres filhos. Por ter nascido depois da independencia do Brasil, ela nunca fez parte da linha de sucessao portuguesa. [ 307 ]
Pedro II do Brasil 2 de dezembro de 1825
? 5 de dezembro de 1891
Imperador do Brasil de 1831 ate 1889. Casou-se com a princesa Teresa Cristina das Duas Sicilias , filha do rei Francisco I das Duas Sicilias. Os dois tiveram quatro filhos. Por ter nascido depois da independencia do Brasil, ele nunca fez parte da linha de sucessao portuguesa. [ 277 ]
Com Amelia de Leuchtenberg
Maria Amelia do Brasil 1 de dezembro de 1831
? 4 de fevereiro de 1853
Ela viveu sua vida inteira na Europa e nunca visitou o Brasil. Maria Amelia foi prometida ao arquiduque Maximiliano da Austria, depois imperador Maximiliano do Mexico , porem ela morreu antes do noivado tornar-se oficial. Por ter nascido anos depois da abdicacao de seu pai ao trono portugues, ela nunca fez parte da linha de sucessao. [ 308 ]
Com Maria Benedita de Castro
Rodrigo Delfim Pereira 4 de novembro de 1823
? 31 de janeiro de 1891
Pedro o reconheceu como seu filho em seu testamento e lhe deu uma parte de sua heranca. [ 309 ] Pereira acabou se tornando um diplomata brasileiro e viveu a maior parte de sua vida na Europa. [ 310 ]
Com Domitila de Castro
Isabel Maria, Duquesa de Goias 23 de maio de 1824 ?
3 de novembro de 1898
Ela foi a unica filha ilegitima de Pedro que foi oficialmente reconhecida. Isabel Maria recebeu em 24 de maio de 1826 o titulo de "Duquesa de Goias", o estilo de " Sua Alteza " e o direito de usar o prefixo honorifico "Dona". [ 311 ] Ela foi a primeira pessoa a receber um titulo de duque no Imperio do Brasil. [ 312 ] Essas honras nao lhe deram a condicao de princesa ou um lugar na linha de sucessao brasileira. Pedro lhe deu uma porcao de sua heranca em seu testamento. [ 309 ] Ela posteriormente perdeu seu titulo em 17 de abril de 1843 ao casar-se com o nobre alemao, Ernesto Fischler, 2.º Conde de Treuberg, Barao de Holzen . [ 313 ] [ 314 ]
Pedro de Alcantara Brasileiro 7 de dezembro de 1825 ?
13 de marco de 1826
O imperador aparentemente considerou lhe dar o titulo de "Duque de Sao Paulo", algo que nunca aconteceu pela morte prematura da crianca. [ 315 ]
Maria Isabel de Alcantara Brasileira 13 de agosto de 1827 ?
25 de outubro de 1827
O imperador considerou lhe dar o titulo de "Duquesa do Ceara", o estilo de "Sua Alteza" e o prefixo honorifico "Dona". Isso nunca chegou a acontecer pela morte prematura da crianca. Mesmo assim, e bem comum encontrar fontes a chamando de Duquesa do Ceara, mesmo nao existindo registro oficial de seu titulo, algo que tambem nao e mencionado na papelada relacionada ao seu funeral. [ 316 ]
Maria Isabel, Condessa de Iguacu 28 de fevereiro de 1830
? 5 de setembro de 1896
Condessa de Iguacu por casamento em 1848 com Pedro Caldeira Brant , filho de Felisberto Caldeira Brant, Marques de Barbacena . [ 315 ] Ela nunca recebeu titulos de seu pai devido ao seu casamento com Amelia. Entretanto, Pedro a reconheceu em seu testamento, porem nao lhe deixou heranca, apenas pedindo que sua viuva ajudasse em seu crescimento e educacao. [ 309 ]
Com Henriette Josephine Clemence Saisset
Pedro de Alcantara Brasileiro de Saisset 28 de agosto de 1829
? 16 de marco de 1902
O imperador o reconheceu como seu filho em seu testamento e lhe deu uma parte de sua heranca. [ 309 ] Casou-se com Maria Palomares, com quem teve quatro filhos. Ele trabalhou em diversos empreendimentos de negocios nos Estados Unidos , onde serviu como agente consular da Franca por mais de tres decadas. [ 317 ]

Ancestrais [ editar | editar codigo-fonte ]

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Notas e referencias

Notas

  1. Pedro ficou conhecido no Brasil como "o Libertador" devido ao seu papel na independencia do pais. [ 3 ] Ele tambem ficou conhecido em Portugal como "o Libertador", alem de "o Rei Soldado". Ambos os epitetos vieram de seu papel nas guerras contra seu irmao Miguel . [ 4 ]
  2. Pedro abriu mao nao apenas das coroas portuguesa e brasileira. Menos conhecido e o fato que ele recebeu em abril de 1822 a oferta da coroa da Grecia pelo governo local, que na epoca estava lutando pela independencia . Pedro recusou e os gregos eventualmente escolheram o principe Oto da Baviera como monarca. [ 146 ] O imperador tambem recusou ofertas pela coroa da Espanha feitas em 1826 e 1829 por liberais que haviam se rebelado contra o governo absolutista de seu tio Fernando VII . Os liberais tanto em Portugal quanto na Espanha concordaram em 1830 fazer de Pedro o "Imperador da Iberia". Ele aparentemente tambem recusou essa oferta ja que nada se deu dela. [ 147 ] Entretanto, o historiador brasileiro Sergio Correia da Costa e o portugues Antonio Sardinha argumentaram, baseados em pouquissimas evidencias, que um dos motivos que teria feito Pedro abdicar do trono brasileiro era destronar seu irmao e seu tio para poder reinar sobre toda a Peninsula Iberica como imperador. [ 148 ]
  3. Rumores circularam na epoca dizendo que Pedro supostamente chutou Maria Leopoldina no utero durante uma discussao acalorada. A briga fora assistida por Domitila e Wenzel Philipp Leopold, Barao von Mareschal. Este ultimo estava servindo como o ministro austriaco no Brasil e assim era inclinado a refletir os interesses da imperatriz, tendo sido a unica testemunha a deixar um relato sobre o que realmente aconteceu. De acordo com Mareschal, o casal teve uma briga em que trocaram insultos, porem nao ha nenhuma mencao de violencia fisica. [ 167 ] [ 168 ] [ 169 ] Os historiadores Alberto Rangel , [ 170 ] Pedro Calmon , [ 171 ] [ 172 ] Otavio Tarquinio de Sousa , [ 173 ] Sergio Correia da Costa [ 168 ] e Roderick J. Barman [ 37 ] rejeitaram a possibilidade de Pedro ter fisicamente atacado a esposa, com todos afirmando que o desentendimento limitou-se a palavras duras. A posterior exumacao do corpo de Maria Leopoldina confirmou que sua morte foi resultado de causas naturais. [ 174 ] Todavia, calunias sobre a conduta de Pedro na epoca da morte de sua primeira esposa ainda estavam circulando por volta de 1831, servindo como uma lembranca duradoura do que as pessoas realmente acreditavam, nao importando a natureza infundada das alegacoes. [ 173 ] Barman foi categorico ao afirmar que a morte de Maria Leopoldina tirou de Pedro "qualquer aura restante de santo, tanto em casa quanto no exterior". [ 175 ]

Referencias

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Pedro I do Brasil & IV de Portugal
Casa de Braganca
Ramo da Casa de Avis
12 de outubro de 1798 ? 24 de setembro de 1834
Titulo criado
Reino Unido de Portugal,
Brasil e Algarves

Imperador do Brasil
12 de outubro de 1822 ? 7 de abril de 1831
Sucedido por
Pedro II
Precedido por
Joao VI

Rei de Portugal e Algarves
10 de marco de 1826 ? 2 de maio de 1826
Sucedido por
Maria II

Principe Real de Portugal
9 de janeiro de 1817 ? 10 de marco de 1826
Sucedido por
Pedro V