Centro comercial

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Dubai Mall , em Dubai , Emirados Arabes , o maior centro comercial do mundo [ quando? ] [ carece de fontes ? ]

Um centro comercial ou centro de compras (em ingles : shopping mall ou shopping center , sendo esta ultima expressao tambem usada em portugues [ 1 ] [ 2 ] ) e uma edificacao que contem um conjunto de estabelecimentos de varejo de diferentes bens de consumo , alem de prestacao de servicos e lazer (lanchonetes, restaurantes, salas de cinema, teatro, parques infantis etc.), constituindo-se em uma grande area comercial fechada, praticamente independente e isolada do seu entorno imediato, dotada de climatizacao, escadas rolantes, estacionamento e, eventualmente, atracoes musicais e outras. Os centros comerciais de medio e grande porte funcionam como pequenas cidades, [ 3 ] possuindo uma estrutura governamental (a administracao) e seus servicos de policia e bombeiros (seguranca), de limpeza, de abastecimento de agua, de manutencao de infraestruturas etc. Trata-se de um espaco planejado para estimular e facilitar o consumo.

A administracao e centralizada, e as lojas sao alugadas, para a exploracao comercial e a prestacao de servicos , sendo sujeitas a normas contratuais padronizadas. Muitas vezes, um supermercado ou grande estabelecimento de varejo funciona como "ancora" do empreendimento. A administracao tende a procurar manter o equilibrio da oferta e uma certa diversificacao ou complementaridade entre os diferentes tipos de estabelecimentos e de produtos oferecidos. Os locatarios pagam um valor em conformidade com um percentual do faturamento (de 5 a 9%) ou um valor minimo basico estabelecido em contrato - o que for maior. No Brasil, os centros comerciais, na maior parte das vezes, cobram por muitos servicos, como o estacionamento.

Nos centros comerciais de maiores dimensoes, com varios andares, a circulacao se da, habitualmente, atraves de escadas rolantes , para facilitar o movimento de pessoas de um andar para outro. O maior shopping center do mundo e o Dubai Mall , em Dubai , nos Emirados Arabes , que conta com 1 200 lojas, 22 salas de cinema , um estacionamento com 14 000 vagas, alem de abrigar o maior aquario do mundo, com 33 000 animais marinhos expostos.

O titulo de melhor centro comercial do mundo e atribuido anualmente em Cannes , na Franca , e pertence atualmente ao Europa Passage , na Alemanha .

Historia [ editar | editar codigo-fonte ]

Grande Bazar em Istambul , Turquia
Westminster Arcade em Providence , Estados Unidos
Abasto Shopping em Buenos Aires , Argentina

Os centros comerciais nao sao uma inovacao recente. Grande Bazar de Isfahan , no Ira , e uma estrutura em sua maior parte coberta, data do seculo XVII e tem dez quilometros de estrutura coberta. O Oxford Covered Market (Mercado Coberto de Oxford) foi aberto oficialmente na Inglaterra em 1 de novembro de 1774 e se mantem ate os dias atuais.

Em 1828, foi criado o primeiro shopping center dos Estados Unidos , no estado de Rhode Island . A Galleria Vittorio Emanuele II , em Milao , cujo nome homenageou o entao rei da Italia , foi criada na decada de 1860.

A corrida para a construcao do maior centro comercial do mundo e, todavia, um fenomeno. O South China Mall , em Dongguan , a norte de Hong Kong , na China , e o maior do mundo atualmente. Foi fundado em 2005, superando o antigo recordista, o West Edmonton Mall , da cidade de Edmonton , na provincia de Alberta , no Canada . O West Edmonton Mall foi tambem superado pelo Golden Resources Mall , com mais de 600 mil metros quadrados e mil estabelecimentos comerciais, fundado em 2004, que e o segundo maior do mundo atualmente. O West Edmonton Mall , em Edmonton, e hoje o terceiro maior shopping center do mundo, possuindo mais de 800 estabelecimentos comerciais, ocupando uma area de 500 mil metros quadrados, e empregando mais de 23 mil pessoas.

Tais shopping centers deverao ser superados por outros atualmente em construcao na China e nos Emirados Arabes Unidos , entre eles o Mall da Arabia , inaugurado em 2006 e o maior shopping center do mundo, com 929 mil metros quadrados; e o Dubai Mall , que afirma que sera tambem o maior quando inaugurado. [ quando? ] [ carece de fontes ? ]

No Brasil , os shoppings pioneiros foram inaugurados na decada de 1960: Shopping do Meier , no Rio de Janeiro , e o Shopping Iguatemi , em Sao Paulo . Hoje, o maior centro de compras do pais e o Centro Comercial Leste Aricanduva , na capital paulista. Este posto ja foi ocupado pelo Shopping Center Norte , tambem na capital paulista, o Barra Shopping , do Rio de Janeiro, o Shopping Center Recife , de Pernambuco e o Parque Dom Pedro de Campinas .

Em Portugal , existem muitos centros comerciais, como o Centro Comercial Vasco da Gama e o Centro Comercial Colombo (antigamente o maior da Peninsula Iberica) em Lisboa o Dolce Vita Tejo (O maior da peninsula Iberica) em Lisboa, o NorteShopping (Senhora da Hora) no Porto, o GaiaShopping e o Arrabida Shopping em Vila Nova de Gaia e o AlgarveShopping em Faro, no Algarve. Portugal tem, ainda, o maior outlet da Europa: o Freeport Outlet Alcochete , tambem perto de Lisboa.

Organizacao [ editar | editar codigo-fonte ]

Interior do Toronto Eaton Centre , um shopping center em Toronto , no Canada
O Magazine Universal de Moscou foi o primeiro shopping center do mundo controlado pelo Estado
Interior do Penny Hill Centre, em Hunslet, em Leeds

Relacao entre proprietario e lojistas [ editar | editar codigo-fonte ]

Os centros comerciais modernos normalmente pertencem a um unico proprietario que celebra contratos de utilizacao das suas lojas, com cadeias ou outros tipos de utilizadores (lojistas). Os lojistas serao responsaveis pela conducao do seu negocio, com maior ou menor autonomia, de acordo com as condicoes do contrato de utilizacao de loja. Mesmo nos casos onde o lojista tem uma grande autonomia, o proprietario tem algum controle sobre o negocio atraves da realizacao de auditorias ao funcionamento da loja ou do estabelecimento da obrigacao de declaracao periodica das vendas realizadas.

Internacionalmente a International Council of Shopping Centers e a organizacao que congrega os administradores dos shoppings. No Brasil existem duas organizacoes.: a Associacao Brasileira de Shopping Centers (ABRASCE), que congrega os administradores; e o Conselho Nacional de Entidades do Comercio em Shopping Centers (CONECS), que congrega os locatarios das lojas nos shoppings atraves de sindicatos e associacoes de lojistas de shopping espalhados por todo o pais.

Administracao [ editar | editar codigo-fonte ]

Os proprietarios nomeiam uma administracao encarregada da gestao do centro comercial, podendo ser dividida em duas categorias principais: autogestao e gestao terceirizada .

Na autogestao, os proprietarios sao responsaveis diretos pela administracao quotidiana, enquanto na gestao terceirizada, essa administracao e realizada por uma empresa especializada no assunto e que apenas submete a avaliacao e deliberacao dos proprietarios os temas, considerados estrategicos para o futuro do empreendimento.

Conforme a organizacao e o tipo de gestao do shopping center, a administracao podera ter responsabilidades maiores ou menores. No minimo, a administracao e responsavel pela gestao do dia a dia do centro comercial, ou seja, dos chamados servicos comuns. Em certos casos, as funcoes vao mais alem e incluem a comercializacao das lojas, a realizacao de estudos de mercado, a promocao estrategica do centro comercial etc.

A administracao de um centro comercial e normalmente dirigida por um diretor-geral, superintendente ou gerente-geral, auxiliado por varios responsaveis de departamentos especializados. Os departamentos, normalmente, sao comercial, operacoes, financeiro e marketing .

Funcoes dos departamentos da administracao [ editar | editar codigo-fonte ]

O secretariado trata da administracao geral e do apoio direto ao director-geral. O departamento de operacoes encarrega-se da seguranca , higiene , servicos tecnicos e logistica geral. O financeiro tem como funcoes principais a cobranca de rendas aos lojistas, as auditorias as lojas e o controle orcamental da administracao. O marketing encarrega-se da promocao do centro comercial, incluindo ai as campanhas publicitarias e a realizacao de eventos. Alem destes departamentos basicos, os shopping centers maiores poderao ter outros, encarregados de certas areas tais como a comercializacao e analise de projetos de lojas.

Categorias de centros comerciais [ editar | editar codigo-fonte ]

Outlet em Merrimack , nos Estados Unidos
  • Shopping tradicional: estabelecimento construido especificamente para abrigar um centro de compras e que apresenta mercado diversificado, praca de alimentacao, area de lazer, estacionamento e elevado nivel de conforto: ar condicionado , escadas rolantes , elevadores , seguranca etc. O numero de lojas-ancora, a quantidade de lojas e o fato de haver lojas proprias junto com lojas alugadas tambem caracterizam essa categoria.
  • Shopping outlet : estabelecimento aberto que concentra lojas de fabricantes dos produtos, com alguns poucos ramos comerciais e de servicos considerados de apoio.
  • Shopping tematico: estabelecimento cujas lojas estao voltadas preferencialmente a um segmento basico do mercado.
  • Shopping rotativo: estabelecimento com indice de conforto menor que o dos shoppings tradicionais, geralmente com lojas de tamanho reduzido e onde nao se pratica a obrigatoriedade da permanencia do lojista no shopping . Nele, a locacao e feita por periodos diversos e mais curtos que nos shoppings tradicionais. O comercio habitualmente praticado no shopping rotativo esta voltado a produtos de baixo valor. Tambem podem ser considerados como shoppings de desconto.
  • Shopping de atacado: estabelecimento cujas lojas operam exclusivamente com vendas no atacado. Atualmente, basicamente, nos ramos de confeccao, acessorios e calcados.
  • Shopping virtual: sistema de lojas virtuais agrupadas como em um shopping de verdade.
  • Shopping de Servico: empreendimento onde agrega diversas empresas que prestam alguma modalidade de servico, diarios como, por exemplo, lavanderias e grafica, como tambem, restaurantes, enotecas e engenharias.

Problematica [ editar | editar codigo-fonte ]

O Water Tower Place em Chicago , Estados Unidos , um exemplo de centro comercial vertical com 8 andares

Os centros comerciais fazem parte dos espacos que o etnologo frances Marc Auge define como nao-lugares [ 4 ] , contrapondo-os aos classicos lugares antropologicos: os nao lugares sao aqueles espacos produtos da dita sociedade da supermodernidade que tem a prerrogativa de nao serem identitarios, relacionais e historicos, espacos nos quais multidoes de individuos se cruzam sem entrarem em relacao, movidos apenas pelo desejo de consumirem ou de acelerarem as operacoes quotidianas.

Outra forte critica em relacao aos centros comerciais e o facto de estes competirem com os centros urbanos de forma a aumentarem a quantidade de consumidores. Os centros urbanos nao conseguem competir com os centros comerciais por nao apresentarem frequentemente protecao contra mas condicoes climatericas, crime, ou pessoas indesejaveis, para alem de os centros urbanos serem muitas vezes pouco acessiveis a automoveis e possuirem fortes limitacoes de estacionamento. A consequente desertificacao de centros urbanos nao traz so consequencias diretas as lojas de rua, mas tambem a inumeras atividades que poderao sair prejudicadas, tais como a restauracao ou espacos de lazer (cinemas, teatros, etc.).

Devido a problematica de alienacao social e desertificacao dos centros urbanos, os centros comerciais, principalmente os de maiores dimensoes, sofrem grandes restricoes em alguns paises desenvolvidos, tais como a Holanda e a Dinamarca. Nestes paises prefere-se o modelo de galerias comerciais suficientemente dispersas e sem grande diversidade de servicos (ex: sem restaurantes, cinemas ou outros servicos que nao de loja).

Em Portugal, um numero razoavel de centros comerciais de maior envergadura tem associados a si alguns escandalos publicos, especialmente no que diz respeito ao licenciamento ilicito, conseguido a custa de poder economico completamente contrario as leis ou recomendacoes de planeamento urbano.

Decadencia do centro comercial como modelo de negocio [ editar | editar codigo-fonte ]

Recentemente, o fotografo Seph Lawless publicou um livro com imagens de shoppings centers abandonados nos Estados Unidos. A obra, denominada Black Friday , aponta para a decadencia desse modelo de negocio. Nos Estados Unidos, cerca de 15% dos shoppings vao falir ou serao transformados em outros tipos de espacos comerciais nos proximos dez anos, segundo pesquisa da Green Street Advisors . O processo de decadencia desses icones do consumo foi retratado por Lawless como uma representacao da falencia do estilo de vida americano . [ 5 ]

Nos paises lusofonos [ editar | editar codigo-fonte ]

No Brasil [ editar | editar codigo-fonte ]

Shopping Light , um centro comercial de Sao Paulo
O RioMar Shopping , no Recife , e o maior centro comercial ja construido em uma unica etapa no Brasil .
Ver artigo principal: Shopping centers no Brasil

Em Portugal [ editar | editar codigo-fonte ]

No total de concelhos de Portugal Continental apenas 50 (18%) nao possuem grandes superficies

A industria dos centros comerciais em Portugal e representada pela Associacao Portuguesa de Centros Comerciais - APCC . Esta organizacao, que congrega as principais entidades promotoras, proprietarias e gestoras de centros comerciais, contava, entre os seus membros, no final de 2008, 98 Centros Comerciais em operacao e 67 empresas associadas. A APCC e membro de pleno direito do International Council of Shopping Centres - ICSC , e tem, como principais areas de actuacao, a dormacao de quadros, as relacoes institucionais com entidades oficiais, as relacoes publicas com as comunidades e imprensa, a producao de publicacoes do sector, como sao os casos do Anuario dos Centros Comerciais e da Revista SHOPPING , e a investigacao.

Ver tambem [ editar | editar codigo-fonte ]

Referencias

  1. ≪shopping center≫ . Dicionario da Lingua Portuguesa da Porto Editora . Infopedia  
  2. Dicionario escolar da lingua portuguesa/Academia Brasileira de Letras . 2.ª edicao. Sao Paulo. Companhia Editora Nacional. 2008. p. 1179.
  3. Padilha V., 2006, ed. Boitempo
  4. Auge, Marc (1992). Non-Lieux, Introduction a une anthropologie de la surmodernite (em frances). Seuil: La Librairie du XX e siecle  
  5. "Morte" de shoppings nos EUA acende alerta no Brasil . Pesquisa mostra que 36 empreendimentos inaugurados no ano passado abriram em media com metade das lojas fechadas por falta de locatarios. Por Peter Fussy. Terra , 6 de maio de 2014.

Ligacoes externas [ editar | editar codigo-fonte ]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Centros comerciais
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