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Guerra do Golfo
- O Kuwait foi invadido por tropas iraquianas no dia 2 de agosto de 1990. Era o inicio de um longo conflito que levaria a Guerra do Golfo. No dia 6, a ONU (Organizacao das Nacoes Unidas) impos um boicote economico ao Iraque e, dois dias depois, o presidente norte-americano George Bush anunciou o envio de tropas a Arabia Saudita.
- Durante cinco meses, tentou-se chegar a uma solucao pacifica. Ate que os Estados Unidos estabeleceram o dia 15 de janeiro de 1991 como data-limite para a retirada dos iraquianos do Kuwait.
- A crise do Golfo foi acompanhada, passo a passo, pelos telejornais da Rede Globo. A cobertura foi uma das mais complexas operacoes ate entao montadas pela Central Globo de Jornalismo.
- Dois dias depois da invasao do Kuwait, o reporter Pedro Bial, a produtora Bel Bicalho e o cinegrafista Luiz Demetrio Furkin foram enviados para a regiao. Como nem o Kuwait nem o Iraque queriam recebe-los, eles foram para os Emirados Arabes. Depois de quase um mes, foram para Ama, na Jordania. De la, conseguiram entrar no Iraque, onde o clima era bastante tenso. Acreditava-se que os Estados Unidos iriam bombardear o local a qualquer momento. No dia 04 de setembro foi exibida no Jornal Nacional uma reportagem ? que o reporter Pedro Bial considera uma das mais emocionantes da Guerra ? sobre o acampamento dos operarios da Mendes Junior.
- Em setembro, o Iraque expulsou de Bagda todos os jornalistas estrangeiros ? entre eles o reporter da Globo ? e suspendeu a concessao de vistos. O Ministerio da Informacao tambem proibiu as transmissoes de imagens via satelite. As ultimas informacoes que Pedro Bial pode mandar da capital iraquiana foram por telefone.
- O reporter Silio Boccanera estava de ferias no Brasil quando o Kuwait foi invadido pelas tropas de Saddam Hussein. Mas no inicio de setembro, foi enviado para a Jordania ? o local mais proximo a regiao do conflito a que se conseguia chegar entao ? e registrou a realidade dos refugiados de guerra. Numa de suas reportagens, mostrou um acampamento proximo a fronteira do Iraque, onde 60 mil pessoas enfrentavam o calor do deserto em condicoes precarias.
- No final de setembro, Silio Boccanera conseguiu entrar em Bagda, junto com o cinegrafista Sergio Gilz e o assistente Edson Nascimbeni. Na ocasiao, houve uma crise diplomatica, pois muitos estrangeiros nao conseguiam visto de saida do Iraque, tornando-se refens de Saddam Hussein. O reporter acompanhou as negociacoes do embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima com o governo iraquiano para a liberacao dos brasileiros que trabalhavam no pais. No dia 4 de outubro, o JN mostrou a chegada dessas pessoas ao Brasil. Silio Boccanera acompanhou o “voo da liberdade” entre Bagda e Brasilia.
- A guerra propriamente dita ainda nao havia comecado: somente em 17 de janeiro de 1991 os Estados Unidos lancaram as primeiras bombas sobre Bagda. A noticia do bombardeio foi dada em primeira mao pela Rede Globo, que furou inclusive a imprensa internacional. A emissora divulgou a informacao alguns minutos antes da CNN.
- Naquele momento, os reporteres da TV Globo ja tinham sido deslocados para a regiao. Carlos Dorneles passou tres meses em Israel junto com Bel Bicalho e o cinegrafista Paulo Zero. Silio Boccanera foi novamente para a Jordania com Luiz Demetrio Furkin, na expectativa de conseguir entrar no Iraque. O reporter seguiria, depois, para a Arabia Saudita, onde estavam as tropas norte-americanas.
- A cobertura da Guerra do Golfo trouxe uma novidade para o jornalismo da Rede Globo. Pela primeira vez, os correspondentes apareceram conversando entre si. Numa epoca em que a transmissao ao vivo ainda era uma operacao arriscada, sujeita a inumeras falhas, tratava-se de uma ousadia.
- Para acompanhar a Guerra, a Globo praticamente criou uma editoria especial. O assunto ocupava um bloco inteiro do Jornal Nacional . Esse bloco era produzido a parte, com editores proprios, e apresentado de um estudio separado, tendo como ancora Ernesto Paglia. A equipe de arte do Jornalismo, coordenada por Roberto Simoes, criou um cenario com o mapa do Oriente Medio, no qual Paglia indicava os locais de combate. Toda vez que ele apontava um local no mapa, havia uma fusao para as imagens desse lugar; depois voltava para o apresentador, que entao chamava o reporter que estava la.  Para explicar melhor a guerra, o JN tambem contou com a analise de dois especialistas em estrategias militares: o professor Geraldo Cavagnari, da Unicamp, e o jornalista Roberto Godoy, da Agencia Estado.
- Apesar de toda a estrutura montada pela TV Globo, foram inumeras as dificuldades na cobertura do conflito. Em Israel, por exemplo, havia uma censura previa as materias das televisoes estrangeiras. Antes de serem geradas, eram analisadas por um censor. Por conta do fuso horario, a rotina de trabalho dos correspondentes tambem era desgastante. Carlos Dorneles conta que o dia da equipe em Jerusalem comecava as 7h da manha e so terminava de madrugada, depois que o Jornal Nacional ia ao ar no Brasil. 
- O reporter Pedro Bial tambem relata as dificuldades que enfrentou para conseguir entrar no Iraque depois do inicio dos bombardeios. A espera do visto, ele e o cinegrafista Sergio Gilz ficaram presos em Ama. So conseguiriam chegar a Bagda um dia depois do cessar-fogo. E, mesmo assim, com a interferencia do governo de Fidel Castro, com quem Alberico de Sousa Cruz, diretor da CGJ, conseguiu negociar. Mesmo ja tendo terminado a guerra, a equipe da TV Globo ainda realizou diversas reportagens. No dia 8 de marco, no entanto, Bial e Gilz foram obrigados a deixar o Iraque junto com os demais correspondentes estrangeiros. Eles seguiram de carro pela estrada que ligava Bagda a capital da Jordania.