Milton Santos

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Milton Santos
Milton Santos
Nome completo Milton Almeida dos Santos
Nascimento 3 de maio de 1926
Brotas de Macaubas , BA , Brasil
Morte 24 de junho de 2001  (75 anos)
Sao Paulo , SP , Brasil
Residencia Brasil
Nacionalidade brasileiro
Etnia negro
Alma mater Universidade Federal da Bahia
Universidade de Estrasburgo
Ocupacao geografo , escritor , cientista , jornalista , advogado e professor universitario
Premios Premio Vautrin Lud (1994)
Orientador(es)(as) Jean Tricart
Instituicoes Universidade Federal do Rio de Janeiro
Universidade de Sao Paulo
Universidade Catolica do Salvador
Campo(s) Geografia , Jornalismo , Advocacia
Tese O Centro da Cidade de Salvador (1958)

Milton Almeida dos Santos ComMC ( Brotas de Macaubas , 3 de maio de 1926 ? Sao Paulo , 24 de junho de 2001 ) foi um geografo , escritor , cientista , jornalista , advogado e professor universitario brasileiro .

Considerado um dos mais renomados intelectuais do Brasil no seculo XX, foi um dos grandes nomes da renovacao da geografia no Brasil ocorrida na decada de 1970 . Embora graduado em Direito , destacou-se por seus trabalhos em diversas areas da geografia , em especial nos estudos de urbanizacao do Terceiro Mundo e por seus trabalhos sobre a globalizacao nos anos 1990 . Sua obra caracterizou-se por apresentar um posicionamento critico ao sistema capitalista e seus pressupostos teoricos dominantes na geografia de seu tempo.

Foi professor da Universidade Federal da Bahia , da Universidade Paris 1 Pantheon-Sorbonne , da Universidade Columbia , Universidade de Toronto , da Universidade de Dar es Salaam e da Faculdade de Filosofia, Ciencias Humanas e Letras da USP , onde se tornou professor emerito. [ 1 ] Em alguns anos da sua trajetoria profissional, conciliou suas atividades academicas com consultorias a Organizacao Internacional do Trabalho , a Organizacao dos Estados Americanos e a Organizacao das Nacoes Unidas para a Educacao, a Ciencia e a Cultura , alem de ter participado da Comissao de Justica e Paz da Arquidiocese de Sao Paulo . Ele tambem escreveu mais de 40 livros, publicados nao apenas no Brasil, como tambem em paises como Franca, Reino Unido, Portugal, Japao e Espanha. [ 1 ]

Recebeu diversos titulos academicos e honrarias, entre os quais o premio Vautrin Lud , o de maior prestigio e uma especie de Nobel na area da geografia , [ 2 ] [ 3 ] e tambem foi agraciado postumamente em 2006 com o Premio Anisio Teixeira . [ 4 ]

Biografia [ editar | editar codigo-fonte ]

Primeiros anos [ editar | editar codigo-fonte ]

Milton Santos nasceu no municipio baiano de Brotas de Macaubas, [ 5 ] na regiao da Chapada Diamantina , em 3 de maio de 1926. [ 6 ] [ 7 ] Ainda crianca, migrou com sua familia para outras cidades do estado, como Ubaitaba , Alcobaca e, posteriormente, Salvador . Em Alcobaca, com os pais e os avos maternos (todos professores primarios), foi alfabetizado e aprendeu algebra e a falar frances . [ 5 ] Seus pais eram Adalgisa Umbelina de Almeida Santos e Francisco Irineu dos Santos, casados em 1924. [ 5 ] [ 8 ]

Aos 10 anos, ingressou no internato do Instituto Baiano de Ensino, onde morou por dez anos. [ 7 ] Foi no instituto que seu interesse por geografia comecou, especialmente pelas aulas do professor Oswaldo Imbassay. [ 5 ] Com apenas 13 anos, ja lecionava matematica no instituto e aos 15 comecou a lecionar geografia. [ 1 ] Ao terminar os estudos ginasiais, Milton fez o curso pre-juridico entre 1942 e 1943 e com 18 anos, prestou o vestibular para direito na Universidade Federal da Bahia, em Salvador, formando-se em 1948. Mas nao deixou o interesse pela geografia de lado, prestando concurso para professor catedratico no Colegio Municipal de Ilheus. Enquanto ainda era estudante, tanto no instituto quanto na universidade, foi membro ativo da militancia de esquerda . [ 5 ] [ 6 ]

Alem do magisterio, Milton tambem foi jornalista em Ilheus , onde conheceu sua futura esposa, Jandira Rocha, com quem teve um filho, Milton Filho. Ele trabalhava no jornal " A Tarde ", primeiro como correspondente, depois como editor [ 5 ] e nessa epoca fez amizade com varios politicos de esquerda. Nesta epoca, escreveu o livro Zona do Cacau , posteriormente incluido na Colecao Brasiliana , ja com influencia da escola francesa do pos-guerra , a qual, inicialmente, era voltada para a geomorfologia e os aspectos climaticos, com influencia de pensadores como ( Pierre Birot , Jean Dresch e Jean Tricart ). Gradualmente, passou a se interessar por uma apreensao global do meio fisico-natural, incorporando tambem aspectos demograficos e a dimensao economica nas relacoes cidade campo ( Pierre George ). [ 9 ]

Doutorado [ editar | editar codigo-fonte ]

Depois de seu casamento com Jandira, a familia se mudou de Ilheus para Salvador, onde Milton ingressou no servico publico e na carreira academica, tornando-se professor da Universidade Catolica do Salvador , em 1956. [ 5 ] No Congresso Internacional de Geografia, sediado no Rio de Janeiro , Milton foi convidado para fazer doutorado na Franca . Entre 1956 e 1958, Milton concluiu seu doutorado na Universidade de Estrasburgo , com a tese 'O Centro da Cidade de Salvador', sob orientacao do professor Jean Tricart. [ 1 ] [ 5 ] [ 8 ]

Ao regressar ao Brasil , criou o Laboratorio de Geomorfologia e Estudos Regionais, mantendo intercambio com os mestres franceses. Em 1960, tornou-se Livre Docente em Geografia Humana pela Universidade Federal da Bahia. [ 5 ] Nessa epoca, teve presenca marcante na vida academica, em atividades jornalisticas e politicas de Salvador. Em 1961, viajou a Cuba , como editor do jornal A Tarde , com a comitiva de Janio Quadros , entao eleito Presidente da Republica . Logo apos ser empossado, Janio o convidou para ser subchefe da casa civil na Bahia , cargo que exerceu durante o curto mandato do presidente. [ 10 ]

Em 1963, o entao governador da Bahia, Lomanto Junior , nomeou-o presidente da Comissao de Planejamento Economico (CPE), cargo que ele deixou em 1964. Enquanto exerceu esse cargo, Milton Santos tratou de temas de politica economica e planejamento regional , a partir de uma perspectiva cientifica, sem, no entanto, negligenciar seu trabalho no Laboratorio de Geomorfologia e Estudos Regionais. [ 10 ] Chegou a prestar concurso para lecionar na Universidade Federal da Bahia, mas o golpe militar de 1964 interrompeu seus planos. [ 5 ]

Exilio [ editar | editar codigo-fonte ]

Em 1964, logo apos o golpe militar que instituiu a ditadura no Brasil , Milton foi preso e enviado para o 19º BC , no Cabula , onde parte de sua equipe do laboratorio e seus amigos iam visita-lo diariamente. Em junho, na vespera do dia de Sao Joao , devido a um inicio de AVC , Milton foi levado ao hospital e depois foi solto. Nessa epoca, ja tinha recebido varios convites para trabalhar em universidades francesas, porem estava impedido de deixar o pais. [ 5 ] Importantes personalidades locais, sobretudo o consul da Franca na Bahia, Raymond Van der Haegen, intervieram junto as autoridades militares locais para negociar sua saida do pais, apos ter cumprido meio ano de prisao domiciliar . Assim, em dezembro, Milton deixou o Brasil, partindo para a Franca , ja separado da sua primeira esposa, a convite da Universidade de Toulouse-Le Mirail (atual Universidade Toulouse - Jean Jaures). Mais tarde, pela mesma universidade, receberia o titulo de Doutor Honoris Causa , o primeiro dos 20 que recebeu ao longo de sua vida. Inicialmente, Milton achou que ficaria fora do pais por seis meses, mas acabou ficando 13 anos. [ 5 ] [ 10 ] [ 11 ]

De Toulouse , onde morou por tres anos, Milton se mudou para Bordeaux . La, entre os seus alunos, encontra Marie Helene Tiercelin, tambem geografa, que mais tarde viria a ser sua mulher, nos ultimos quase 30 anos de sua vida e mae de seu segundo filho, Rafael, nascido em 1977. De Bordeaux, onde ficou durante um ano, foi para Paris , em 1968, onde lecionou na Sorbonne e trabalhou como diretor de pesquisas em planejamento urbano no Institut d'Etude du Developpement Economique et Social (IEDES). [ 5 ] [ 8 ] [ 11 ]

Milton permaneceu em Paris ate 1971, quando se mudou para o Canada , para lecionar na Universidade de Toronto . Foi pesquisador convidado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos , onde trabalhou com Noam Chomsky . E no MIT que Milton prepara sua grande obra, O Espaco Dividido (1979). Dos Estados Unidos viajou para a Venezuela , onde atuou como diretor de pesquisa sobre planejamento da urbanizacao do pais para um programa da ONU , onde manteve contato com tecnicos da Organizacao dos Estados Americanos , o que facilitou sua contratacao pela Faculdade de Engenharia de Lima , onde foi contratado pela Organizacao Internacional do Trabalho (OIT) para elaborar um trabalho sobre pobreza urbana na America Latina . [ 5 ] [ 10 ] [ 11 ]

E desta epoca que Milton comeca suas pesquisas sobre os processos de urbanizacao das cidades do entao chamado “terceiro mundo”. Foi convidado para lecionar no University College London , mas nao deu certo. De volta a Paris, foi chamado de volta a Venezuela, onde lecionou na Faculdade de Economia da Universidade Central. Esteve em seguida na Tanzania , onde organizou o curso de pos-graduacao em Geografia da Universidade de Dar es Salaam , e la morou por dois anos. Antes de seu retorno da Tanzania, recebeu o primeiro convite para voltar a lecionar no Brasil, da Universidade de Campinas . Antes, voltou a Venezuela e partiu para a Columbia University , em Nova Iorque . [ 5 ] [ 10 ] [ 11 ]

Retorno ao Brasil [ editar | editar codigo-fonte ]

No final de 1976, houve varios contatos para a contratacao de Milton por uma universidade brasileira, mas nao havia seguranca na area politica, e o contato fracassou. Em 1977, Milton tentou inscrever-se na Universidade da Bahia , mas problemas politico-administrativas fizeram sua inscricao ser cancelada. Ao regressar da Columbia University, Milton pretendia ir para a Nigeria , mas recusou o convite para aceitar um posto como consultor de planejamento do estado de Sao Paulo e na Emplasa . Essas idas e vindas lhe custaram muito, mas seu retorno representou um grande esforco de muitos geografos brasileiros, destacando-se Armen Mamigonian , Maria do Carmo Galvao , Bertha Becker e Maria Adelia Aparecida de Souza . Seu retorno ao Brasil marcou o comeco de uma grande mudanca estrutural no ensino e na pesquisa em Geografia no Brasil. [ 5 ] [ 10 ] [ 11 ]

Em 1977, seu segundo filho nasceu. Apos seu regresso ao Brasil, Milton lecionou na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) como professor visitante, ate 1983. Em 1984 foi contratado como professor titular pelo Departamento de Geografia da Universidade de Sao Paulo (USP), onde permaneceu mesmo apos sua aposentadoria. [ 12 ]

Em 1978, publicou o livro Por uma Geografia Nova , onde critica os parametros existentes e pede pela renovacao dessa ciencia. Produzindo muito, antes e depois do exilio, o impacto de suas obras no Brasil foi enorme. Alem de lecionar e orientar novos mestres e doutores, seus trabalhos permitiram novos estudos e caminhos para entender a organizacao e o impacto de uma nova geografia nos tempos atuais. [ 5 ] [ 10 ] [ 11 ] Em 1994, conquistou o Premio Internacional de Geografia Vautrin Lud , equivalente ao Nobel de Geografia. [ 5 ] [ 7 ] Foi o unico brasileiro e latino-americano a receber tal honraria. [ 5 ] [ 10 ]

Milton Santos continuou lecionando na USP ate sua aposentadoria, em 1997 e depois como professor convidado, na FFLCH . [ 13 ]

Morte [ editar | editar codigo-fonte ]

Em meados da decada de 1990, foi diagnosticado em Milton Santos um cancer de prostata . [ 14 ] Apesar disso, manteve um ritmo de trabalho intenso e seguiu lecionando na USP ate 2000, ano no qual lancou dois novos livros. Em junho de 2001, o quadro da doenca agravou-se e o geografo foi internado no Hospital do Servidor Publico Estadual . Na madrugada de 24 de junho de 2001, ele faleceu aos 75 anos, apresentando um quadro grave de insuficiencia respiratoria aguda. [ 1 ] [ 6 ] [ 15 ] [ 16 ] Ele foi sepultado no Cemiterio da Paz , tambem em Sao Paulo. [ 5 ]

Recepcao e influencia [ editar | editar codigo-fonte ]

A obra de Milton Santos e inovadora e grandiosa ao abordar o conceito de espaco. De territorio onde todos se encontram, o espaco, com as novas tecnologias, adquiriu novas caracteristicas para se tornar um "conjunto indissociavel de sistemas de objetos e sistemas de acoes". [ 17 ]

As velhas nocoes de centro e periferia ja nao se aplicam, pois o centro podera estar situado a milhares de quilometros de distancia e a periferia podera abranger o planeta inteiro. Dai a correlacao entre espaco e globalizacao , que sempre foi perseguida pelos detentores do poder politico e economico, mas so se tornou possivel com o progresso tecnologico. Para contrapor-se a realidade de um mundo movido por forcas poderosas e cegas, impoe-se, para Santos, a forca do lugar, que, por sua dimensao humana, anularia os efeitos perversos da globalizacao. [ 18 ] [ 19 ]

Estas ideias sao expostas principalmente em sua obra A natureza do espaco (Editora Hucitec,1996). [ 19 ]

No conceito de espaco, Milton Santos revela a nocao de paisagem, onde sua forma esta em objetos naturais correlacionados com objetos fabricados pelo homem. Santos aponta que espaco e paisagem nao sao conceitos dicotomicos, onde os processos de mudanca social, economico e politico da sociedade resultam na transformacao do espaco, que concatenado a paisagem se adaptam para as novas necessidades do homem naquele dado periodo. Milton Santos revela o conceito de paisagem como algo nao estanque no espaco, e sim que a cada periodo historico altera, renova e adapta para atender os novos paradigmas do modo de producao social. [ 20 ]

Mapa dos Quatro Brasis , a divisao regional do Brasil proposta por Milton Santos e Maria Laura Silveira [ 21 ] [ 22 ] [ 23 ] [ 24 ] tomando como criterio o "meio tecnico-cientifico-informacional ". [ 23 ] [ 25 ] [ 26 ]

Aqui apresentado de uma forma simplista, o geografo define os "Sistemas de acoes" e "Sistemas de objetos", ou seja, acoes humanas e objetos do espaco que interagem constantemente e se determinam constantemente, logo, sao indissociaveis durante uma analise geografica. Somado a isso, a evolucao do "meio tecnico" para o "meio tecnico-cientifico" e, por fim, para o "meio tecnico-cientifico-informacional" representa a evolucao (exclui-se, aqui, o sentido positivista da palavra) da tecnica humana e a forma como se interage com o espaco ao longo do tempo. Esses conceitos rompem claramente com uma visao determinista e/ou possibilita. [ 20 ]

Sao ideias apontadas na obra Pensando o espaco do homem (Sao Paulo: Hucitec, 1982). [ 20 ]

Em sua obra O Espaco dividido (1979), hoje considerada um classico mundial, ele desenvolve uma teoria sobre os dois circuitos da economia urbana dos paises subdesenvolvidos: um circuito superior ou moderno, capital -intensivo e de alta tecnologia e constituido por atividades ligadas ao setor terciario superior ; e um circuito inferior, nao moderno, constituido por servicos tradicionais, trabalho -intensivo e de baixa tecnologia. Embora sejam interligados, o circuito inferior e dependente do circuito superior. A cidade e um sistema que inclui tanto uma economia globalizada (seu circuito superior), quanto uma economia produzida a partir das necessidades do lugar (seu circuito inferior). [ 27 ]

Santos se refere a circuitos produtivos globalizados (constituidos por empresas nacionais e multinacionais hegemonicas de cada setor) subordinados a forcas politicas e economicas exogenas. Milton Santos ja reconhecera, em trabalho anterior, a existencia de verdadeiros espacos derivados nos paises do Terceiro Mundo . [ 28 ] Esses espacos seriam aqueles onde os processos de modernizacao e transformacao regionais estao diretamente relacionados a determinacoes externas, a "uma vontade longinqua". Segue-se que tanto a formacao quanto as transformacoes das estruturas territoriais para o trabalho, sobretudo aquelas que aparecem como as mais dinamicas no interior do territorio nacional de paises pobres, sao, geralmente, portadoras de razoes externas e nao se orientam, portanto, para o atendimento das necessidades internas ou para a solucao dos problemas internos. [ 29 ]

Suas ideias de globalizacao foram esbocadas antes que este conceito se generalizasse e ele ja advertia para a possibilidade do fim da cultura como producao original do conhecimento. Por uma Outra Globalizacao (do pensamento unico a consciencia universal) , livro escrito dois anos antes de sua morte, e referencia hoje em cursos de graduacao e pos-graduacao em universidades brasileiras e traz uma abordagem critica sobre o processo de globalizacao capitalista , ao qual corresponde, segundo o geografo, a producao de novos totalitarismos e o pensamento unico, que transforma o consumo em ideologia e os cidadaos em meros consumidores, massificando e padronizando a cultura e concentrando a riqueza nas maos de poucos. Porem, segundo Maria da Conceicao Tavares , o otimismo do grande geografo reaparece, quando ele se refere as cidades como espaco de liberdade para a cultura popular, em oposicao a cultura midiatica de massas , e como espaco de solidariedade na luta dos "de baixo" contra a escassez produzida pelos "de cima". [ 30 ]

Reconhecimento [ editar | editar codigo-fonte ]

Milton Santos alcancou reconhecimento dentro e fora do Brasil, tendo recebido em 1994, o Premio Vautrin Lud , conferido por universidades de cinquenta paises, a mais alta honraria da area da geografia, equivalente a um Premio Nobel. [ 5 ] Ele foi o primeiro e e o unico geografo da America Latina a ter ganhado o premio em questao.

Atividades, premios e distincoes [ editar | editar codigo-fonte ]

Por seus meritos, universidades e instituicoes ligadas a Geografia passam a outorgar-lhe titulos academicos e honrarias. Os mais importantes sao: [ 31 ]

Milton Santos recebeu o titulo de Doutor Honoris Causa das seguintes instituicoes:

Alem da vida academica, Milton Santos desempenhou outras atividades, entre as quaisː [ 31 ]

Homenagens postumas [ editar | editar codigo-fonte ]

Com o objetivo de reverenciar a memoria de Milton Santos, a Associacao Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) instituiu, em 2004, o Premio Milton Santos de Educacao Superior. A homenagem ao geografo provem da sua valiosa contribuicao para a educacao superior brasileira. A iniciativa reconhece o merito de personalidades que contribuem para o engrandecimento e o aprimoramento da educacao superior e ocorre a cada dois anos. Os candidatos ao Premio sao indicados pelas instituicoes associadas a ABMES e podem ser mantenedores, professores, pesquisadores, empresarios e politicos, entre outras personalidades com atuacao reconhecida na area educacional. Sao tres as categorias contempladas: Administracao de Instituicoes de Ensino Superior; Desempenho na Area Politica; e Gestao Empresarial. [ 34 ]

Em 1 de outubro de 2018, o Google homenageou Milton Santos com um Doodle em sua rede mundial. A data marca o dia da premiacao do geografo com o Premio Vautrin Lud, na Franca, em 1994. O destaque do Google e dado a contribuicoes relevantes de personalidades das mais variadas areas para a historia da humanidade. [ 2 ]

Livros publicados [ 35 ] [ editar | editar codigo-fonte ]

  • O povoamento da Bahia: suas causas economicas , Imprensa Oficial da Bahia, Salvador/BA, 1948.
  • Estudos sobre geografia , Tipografia Manu, Salvador/BA, 1953.
  • Os estudos regionais e o futuro da geografia , Imprensa Oficial da Bahia, Salvador/BA, 1953.
  • Zona do cacau . Introducao ao estudo geografico, 1ª edicao, Imprensa Oficial da Bahia, Artes Graficas, Salvador/BA, 1955. 2ª Edicao: Companhia Editora Nacional, Sao Paulo, Col. Brasiliana, vol. 296, Biblioteca Pedagogica Brasileira, 1957.
  • Estudos de Geografia da Bahia , (em colaboracao com J. Tricart e outros), Livraria Progresso Ed., Salvador/BA, fotos e mapas, 1958.
  • Localizacao Industrial , em colaboracao com D. Jacobina, Estudos e Problemas da Bahia, Ed. mimeografada da CPE nº 3, Salvador/BA, mapas e tabelas, 1958.
  • A cidade como centro de regiao . Universidade Federal da Bahia - Laboratorio de Geomorfologia e Estudos Regionais, Imprensa Oficial, Salvador/BA, mapas e fig., 1959.
  • A rede urbana do Reconcavo', Universidade Federal da Bahia - Laboratorio de Geomorfologia e Estudos Regionais, Imprensa Oficial, Salvador/BA, 19 mapas e fig., 1959.
  • O centro da cidade do Salvador , Universidade Federal da Bahia-Editora Progresso Editora, Salvador/BA, 17 mapas, 5 graficos e 27 fotos, 1959.
  • Marianne em Preto e Branco (viagens), Livraria Progresso Editora, Salvador/BA, 1960.
  • A cidade nos paises subdesenvolvidos , Ed. Civilizacao Brasileira, Rio de Janeiro, 1965.
  • Croissance demographique et consommation alimentaire dans les pays sous-developpes , I. Les donnees de base (320 p.); II. Milieux geographiques et alimentation (341 p.), Centre de Documentation Universitaire (CDU), Paris, Franca, 1967.
  • Aspects de la geographie et de l’economie urbaine des pays sous-developpes , 2 fasc (100 e 92 p.), Centre de Documentation Universitaire (CDU), Paris, Franca, 1969.
  • Dix essais sur les villes des pays-sous-developpes , Ed. Ophrys, Paris, Franca, 1970.
  • Le metier du geographe en pays sous-developpes , Ed. Ophrys, Paris, Franca, 1971.
  • Les villes du Tiers Monde , Ed. Genin, Librairies Techniques, Geographie Economique et Sociale, tome X, Paris, Franca, figs., mapas e fotos, 1971.
  • Geografia y economia urbanas en los paises subdesarrolados , Ed. Oikos-Tau, Barcelona, Espanha, Coleccion Ciencias Geograficas, fig., 1973.
  • Underdevelopment and poverty: a geographer’s view , The Latin American in Residence Lectures, University of Toronto, Canada, 1972-1973, 1975.
  • L’espace partage , Editions Librairies Techniques, M. Th. Genin, Paris, Franca, 1975.
  • Por uma geografia nova , HUCITEC-EDUSP, Sao Paulo, 1978 (5ª edicao: 1996).
  • O trabalho do geografo no Terceiro Mundo , HUCITEC, AGB, Sao Paulo, 1978 (4ª edicao: 1996).
  • A pobreza urbana , Colecao Estudos Urbanos, HUCITEC-UFPE, Sao Paulo, 1978 (2ª edicao: 1979).
  • O espaco dividido , Livraria Editora Francisco Alves, Rio de Janeiro, 1978.
  • Economia espacial: criticas e alternativas , HUCITEC, Sao Paulo, 1978.
  • The shared space: the two circuits of the urban economy and its spatial repercussions , Methuen, Londres, 1979.
  • Espaco e sociedade . Editora Vozes, Petropolis, 1979 (2ª edicao: 1982).
  • A urbanizacao desigual , Vozes, Petropolis, 1980 (2ª edicao: 1982).
  • Manual de geografia urbana , HUCITEC, Sao Paulo, 1981 (2ª edicao: 1989).
  • Pensando o espaco do homem , HUCITEC, Sao Paulo, 1982, (3ª edicao: 1991).
  • Ensaios sobre a urbanizacao latino-americana , HUCITEC, Sao Paulo, 1982 (2ª edicao : 1986).
  • Pour une geographie nouvelle . Editions Publisud, Paris, 1985, (2ª edicao, 1986).
  • Espaco e Metodo , Nobel, Sao Paulo, 1985, (3ª edicao: 1992).
  • Espacio y Metodo , Geocritica nº 65, Septiembre 1986, Universidad de Barcelona.
  • O Espaco do Cidadao , Nobel, Sao Paulo, 1987, (3ª edicao: 1996, 4ª edicao: 1997, 5ª edicao: 2000).
  • Metamorfoses do Espaco Habitado , HUCITEC, Sao Paulo, 1988, (5ª edicao: 1997).
  • Por una geografia nueva , Espasa-Calpe, Madrid, 1990.
  • Metropole corporativa fragmentada: o caso de Sao Paulo , Nobel, Sao Paulo, 1990.
  • Espace et Methode , Publisud, Paris, 1990.
  • A Urbanizacao Brasileira , Hucitec, Sao Paulo, 1993, (4ª edicao: 1998).
  • Tecnica, Espaco, Tempo: Globalizacao e meio tecnico-cientifico informacional , Hucitec, Sao Paulo, 1994. (4ª edicao: 1998)
  • De la Totalidad al Lugar , Oikos Tau, Barcelona, 1996.
  • Metamorfosis del Espacio Habitado , Oikos Tau, Barcelona, 1996.
  • A Natureza do Espaco . Tecnica e Tempo. Razao e Emocao. Hucitec, Sao Paulo, 1996. (3ª edicao: 1999)

Orelha

  • La Nature de l’Espace . Technique et Temp. Raison et Emotion. L’Harmattan, Paris, 1997.
  • La Naturaleza del Espacio . Tecnica y Tiempo. Razon y Emocion. Ariel, Barcelona, 2000.
  • Por uma outra globalizacao . Do pensamento unico a consciencia universal. Record, Rio de Janeiro, 2000. (4º edicao: 2000)
  • Territorio e Sociedade . Entrevista com Milton Santos. Entrevistado por Odette Seabra, Monica de Carvalho, Jose Correa Leite. Editora Fundacao Perseu Abramo, Sao Paulo, 2000 (2ª edicao: 2000).
  • O Ensino Superior Publico e Particular e o Territorio Brasileiro (em colaboracao com Maria Laura Silveira), ABMES, Brasilia, 2000.
  • O Brasil: territorio e sociedade no inicio do seculo XXI (em colaboracao com Maria Laura Silveira), Record, Rio de Janeiro, 2001.
  • O Pais distorcido: o Brasil, a globalizacao e a cidadania (organizacao, apresentacao e notas de Wagner Costa Ribeiro e ensaio de Carlos Walter Porto Goncalves), Publifolha, Sao Paulo, 2002.

Obras sobre Milton Santos [ editar | editar codigo-fonte ]

  • El ciudadano, la globalizacion y la geografia. Homenaje a Milton Santos : publicacao feita em 2002 na revista eletronica de Geografia e Ciencias Sociais da Universidade de Barcelona, Scripta Nova . [ 36 ]
  • Milton Santos, Pensador do Brasil : video da ultima entrevista concedida pelo geografo, em 4 de janeiro de 2001. Direcao: Silvio Tendler . [ 37 ]
  • Encontro com Milton Santos ou O Mundo Global Visto do Lado de Ca (2006): documentario do cineasta brasileiro Silvio Tendler , discute os problemas da globalizacao sob a perspectiva das periferias (ai incluidos tanto os paises perifericos quanto as areas perifericas das cidades). O filme e conduzido por uma entrevista com o geografo , gravada quatro meses antes de sua morte. [ 38 ] [ 39 ]
  • Thinking Outside the Bubble of the Global North: Introducing Milton Santos and “The Active Role of Geography”: Symposium: Introducing Milton Santos and “The Active Role of Geography” Organisers: Lucas Melgaco and Tim Clarke, In: Antipode . 49, 4, p. 946-951, 2017. [ 40 ]
  • Milton Santos: A Critical Geographer From the Global South . Melgaco, L. (ed.) & Prouse, C. (ed.), 2017, London: Springer. [ 41 ]

Ver tambem [ editar | editar codigo-fonte ]

Referencias

  1. a b c d e ≪Milton Santos foi um dos intelectuais mais importantes do pais≫ . Folha de S.Paulo. 24 de junho de 2001 . Consultado em 3 de fevereiro de 2021  
  2. a b c Wikimedia Foundation (ed.). ≪Geografo Milton Santos e homenageado por doodle do Google≫ . G1 . Consultado em 9 de dezembro de 2014  
  3. ≪Universidade reflete sobre legado do geografo Milton Santos≫ . IBE USP . Consultado em 3 de setembro de 2017 . Copia arquivada em 2 de outubro de 2015   .
  4. ≪Agraciados do Premio Anisio Teixeira≫ . Premio Anisio Teixeira . Consultado em 21 de novembro de 2014 . Copia arquivada em 27 de marco de 2019  
  5. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u ≪Milton Almeida dos Santos≫ . Museu Afro Brasil . Consultado em 21 de novembro de 2018  
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  9. Paul Claval (ed.). ≪Histoire de la Geographie Francaise de 1870 a nos jours≫ . La Cliotheque . Consultado em 21 de novembro de 2018  
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