Brasileiros brancos

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Brasileiros brancos
Populacao total

Brancos
88 252 121 brasileiros brancos (2022)
43,46% da populacao do Brasil [ 10 ]

Regioes com populacao significativa
  Sao Paulo 25 660 813
  Rio Grande do Sul 8 534 421
  Minas Gerais 8 437 305
  Parana 7 389 636
  Rio de Janeiro 6 739 689
  Santa Catarina 5 805 183
  Pernambuco 3 043 800
Bahia  Bahia 2 797 494
  Goias 2 557 273
  Ceara 2 456 431
Pará  Para 1 570 606
  Espirito Santo 1 479 046
  Paraiba 1 419 758
  Maranhao 1 361 936
  Rio Grande do Norte 1 304 247
  Mato Grosso 1 181 743
  Mato Grosso do Sul 1 168 422
  Distrito Federal 1 126 388
  Alagoas 915 472
  Piaui 740 272
  Amazonas 724 862
  Sergipe 556 808
  Rondonia 486 059
  Tocantins 350 658
  Acre 177 955
  Amapa 157 024
  Roraima 131 288
Linguas
Predominantemente portugues
Religioes
Catolicos romanos 74,66% · Protestantes 15,16% · Sem religiao 6,09% · Kardecismo 1,87% · Outros cristaos (inclui as Testemunhas de Jeova , Catolicos brasileiros , Mormons e Ortodoxos ) 1,19%. [ 11 ] Grupos minoritarios incluem caucasianos que professam o budismo , judaismo e islamismo .
Grupos etnicos relacionados
Descendentes principalmente de Portugueses , Italianos , Alemaes , Espanhois , e em menor grau Arabes (principalmente Sirios e Libaneses ), Eslavos (principalmente Polacos e Ucranianos ) e Judeus . Outros grupos etnicos relacionados: Estadunidenses brancos , Hispano-Americanos Brancos

Os brasileiros brancos , de acordo com o censo de 2022 do IBGE , formavam 43,46% da populacao do Brasil , com 88.252.121 pessoas, em um total de 203.080.756 habitantes. No mesmo censo, 92.083.286 se declararam pardos (45,34%) e 20.656.458 se declararam pretos (10.17%). Os brancos estao presentes em todo o territorio brasileiro e em 2015 deixaram de ser maioria no pais, sendo superados pela populacao parda. [ 12 ]

Na estimativa de 2012, os brancos ainda eram maioria, representando 46,6% da populacao, os pardos eram 45,3% e os pretos eram 7,4%. Em 2016, a populacao brasileira estimada pelo IBGE era de 205,5 milhoes de habitantes. A populacao que se declarou branca foi de 90,9 milhoes de pessoas (44,2%) e os que se declararam pardos foram 95,9 milhoes de pessoas (46,7%). Ja os que se declararam pretos foram 16,8 milhoes de pessoas (8,2%). [ 13 ]

Na estimativa populacional de 2017, a populacao que se declarou branca foi de 90,38 milhoes (43,6%), enquanto os que se declaram pardos foram 96,9 milhoes (46,8%). A mesma estimativa apontou tambem que nas regioes Sul e Sudeste , predominava a populacao branca (75,6% e 51,2%, respectivamente).Os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Parana e Sao Paulo sao os unicos estados do pais onde a populacao branca e maioria em todas as regioes superando os 50%.Os brancos tambem podem ser encontrados com uma porcentagem que supera os 50% em algumas areas do Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espirito Santo, Goias, Mato Grosso e Rio Grande do Norte. [ 14 ]

Os brasileiros brancos sao as pessoas que assim se declaram e se veem. [ nota 1 ] A principal ancestralidade dos brasileiros brancos atuais e portuguesa . [ nota 2 ] Historicamente, os portugueses foram os europeus que mais imigraram para o Brasil: estima-se que, entre 1500 e 1808, 500.000 deles foram morar no Brasil, [ 16 ] e foram praticamente o unico grupo europeu a se ter estabelecido definitivamente na colonia. E, mesmo apos a independencia, os portugueses estavam entre as nacionalidades que mais imigraram para o Brasil. [ 16 ] Nos seculos XIX e XX, outros europeus imigraram para o Brasil e, atualmente, milhoes de brasileiros tambem sao descendentes de italianos , [ nota 3 ] de espanhois , [ 18 ] de alemaes [ nota 4 ] e de outras nacionalidades minoritarias.

Os brasileiros brancos, em geral, nao sao descendentes somente de europeus, mas tambem de africanos e de indios, conforme comprovam os estudos historicos e antropologicos, [ 19 ] bem como analises de marcadores geneticos. [ 16 ] Isso porque, entre os colonos europeus no Brasil, sempre houve mais homens que mulheres, e os homens brancos frequentemente tinham que procurar companheiras de origem africana ou indigena. [ 20 ] Apos seculos de miscigenacao e continua imigracao europeia, formou-se no Brasil uma populacao "branca por definicao", cuja ancestralidade e complexa e heterogenea. Assim, no Brasil, normalmente e reconhecida como "branca" a pessoa que tem uma aparencia fisica mais proxima da europeia, e o fato de a pessoa ter sabida ancestralidade africana e indigena nao impede que ela seja vista e veja a si mesma como branca. [ 21 ]

O conceito de branco no Brasil [ editar | editar codigo-fonte ]

O conceito de "branco" no Brasil e diferente daquele que prevalece em outros paises. Nos Estados Unidos , historicamente sao consideradas como brancas as pessoas com ascendencia exclusivamente europeia. [ 21 ] No Brasil, isso nao existe. Segundo uma pesquisa do ano 2000 feita no Rio de Janeiro, 52% dos entrevistados que se classificaram como brancos admitiram que tinham antepassados africanos ou indigenas. Assim, no Brasil, e normal que as pessoas saibam que tem ancestralidade negra ou indigena, e mesmo assim se vejam como brancas. [ 21 ]

No Brasil, foi historicamente impossivel a formacao de uma populacao branca de ascendencia exclusivamente europeia. Nos primeiros seculos de colonizacao, praticamente somente homens portugueses imigraram para o Brasil, uma vez que as mulheres portuguesas eram muitas vezes impedidas de imigrar. Devido a esse desequilibrio entre os sexos, os colonos portugueses frequentemente tiveram de relacionar-se com mulheres indigenas ou com negras africanas, dando origem a uma populacao extremamente miscigenada. [ 21 ] Esse fenomeno foi seguido pelo denominado acasalamento preferencial : alguns filhos de um homem branco com uma mulher negra, por exemplo, nasciam com tracos fisicos mais europeus, ao passo que outros nasciam com tracos mais africanos. Os irmaos com tracos mais europeus tendiam a casar-se com outras pessoas igualmente claras e eram vistos como "brancos", enquanto que os irmaos com tracos mais africanos tendiam a casar-se com pessoas igualmente escuras e eram vistos como "negros". Assim, formou-se no Brasil uma populacao "clara", mas com significativa ancestralidade africana, assim como uma populacao "escura" com significativa ancestralidade europeia, sendo a aparencia fisica um fator fraco para determinar a origem genetica da populacao. [ 22 ]

No final do seculo XIX, quando as ideias de eugenia racial chegaram ao Brasil, uma segregacao racial extrema, nos moldes dos Estados Unidos ou da Africa do Sul , que separasse os "brancos" dos "nao brancos", foi considerada impraticavel, pois isso excluiria inclusive muitos membros da elite brasileira. [ 21 ]

Assim, no Brasil, as classificacoes raciais sao mais flexiveis e baseadas primordialmente nas caracteristicas fisicas da pessoa, como cor da pele, tipo de cabelo e outros tracos fisicos, tendendo a identificar como "branca" a pessoa que tem a pele mais clara. [ 21 ] No Brasil, e possivel que irmaos, filhos dos mesmos pais, sejam classificados como racialmente diferentes, se tiverem tons de pele contrastantes. Historicamente, ser branco no Brasil era visto como um elemento facilitador, que ajudaria na mobilidade social. No Brasil, um mulato de pele escura pode ate mesmo ser considerado branco, se ele for rico e bem educado (a relacao entre riqueza e brancura no pais, enfatizada por alguns autores). [ 23 ]

O conceito de quem e branco tambem varia geograficamente: nas regioes brasileiras onde os brancos sao minoria, os pardos de pele mais clara sao mais facilmente vistos como "brancos" do que nas regioes com maior proporcao de brancos. [ 21 ] Devido ao historico estigma e preconceito construidos no pais em relacao as populacoes negras e indigenas, o conceito de brancura no Brasil e ainda mais complexo, pois muitos brasileiros com tracos mesticos afirmam ser brancos, acreditando que isso lhes agrega maior valor. [ 20 ] [ 21 ] Em O Povo Brasileiro , o antropologo Darcy Ribeiro chegou mesmo a afirmar que a maioria dos brasileiros que dizem ser brancos seriam "mesticos" ou "pardos". [ nota 5 ]

Historia [ editar | editar codigo-fonte ]

Colonizacao portuguesa [ editar | editar codigo-fonte ]

Homem e mulher do Brasil colonial (obra de Carlos Juliao ).
Vestimentas das mulheres brancas do Rio de Janeiro colonial (obra de Carlos Juliao ).
Homem branco entregando carta de amor a uma mulher mulata (obra de Carlos Juliao).

O Brasil recebeu mais imigrantes europeus na sua epoca colonial do que os Estados Unidos da America . Entre 1500 e 1760 , 700.000 europeus se instalaram no Brasil, enquanto 530.000 europeus se instalaram nos Estados Unidos no mesmo periodo. [ 24 ]

Nos primeiros dois seculos de colonizacao ( XVI ? XVII ), estima-se que nao mais que cem mil portugueses foram para o Brasil. Eram imigrantes mais abastados, que se fixaram principalmente nas capitanias de Pernambuco e Bahia , para explorar a producao de acucar, que era a atividade mais lucrativa da colonia naquela epoca. [ 25 ] [ 26 ] Ao fim do seculo XVI, a populacao branca (portuguesa, na grande maioria) ja passava de trinta mil individuos, concentrando-se principalmente nas capitanias de Pernambuco, Bahia e Sao Vicente . O processo de colonizacao continuou ao longo do seculo XVII e ao final do seculo, a populacao branca ja era de cerca de cem mil pessoas. [ 27 ]

E notavel que a maior parte dos colonos portugueses chegou ao Brasil no seculo XVIII : seiscentos mil em um periodo de apenas sessenta anos. Inicialmente, pouco atrativo durante os dois primeiros seculos de colonizacao, por concentrar a producao acucareira, que exigia elevados investimentos, a partir do final do seculo XVII e inicio do XVIII, com o recuo do imperio portugues na Asia e as descobertas de ouro na regiao das Minas , atual estado de Minas Gerais , [ nota 6 ] criam-se condicoes favoraveis a vinda de imigrantes portugueses ao Brasil. Nao havia necessidade de grandes investimentos para a atividade mineradora. A mineracao nestas regioes foi um fator crucial para a chegada deste contingente de imigrantes. [ 28 ] [ 29 ]

Para quem quisesse se aventurar na extracao do ouro, era necessario apenas uma bateia e muita coragem. [ 28 ]

Uma caracteristica da colonizacao portuguesa e que ela era dominantemente masculina. A emigracao portuguesa para o Brasil nos seculos XVI e XVII foi composta praticamente somente por homens. O colono portugues tipico no Brasil era um jovem no fim da adolescencia ou com pouco mais de vinte anos, preveniente das provincias do Norte de Portugal , mais notadamente do Minho e de Tras-os-Montes e Alto Douro , ou das ilhas atlanticas. Mulheres brancas em idade de se casar eram raras em todo o imperio maritimo portugues. As poucas familias portuguesas que imigraram para o Brasil tendiam a ficar no litoral, nos portos maritimos, raramente penetrando o interior. A situacao se modificou um pouco no seculo XVIII, quando aumentou a migracao de familias e mulheres oriundas das ilhas dos Acores e da Madeira . [ 20 ]

Alem do fato de que eram raras as mulheres portuguesas que chegavam a colonia em idade de se casar, as poucas mulheres brancas que restavam frequentemente se mantinham celibatarias, pois era tradicao entre as familias brancas aristocraticas ou de maior poder aquisitivo enviar suas filhas para conventos , onde seguiam o caminho religioso. [ 20 ]

Dada essa ausencia de mulheres brancas disponiveis ao matrimonio, se mostrava inevitavel que o colono portugues tomasse como amante uma mulher de origem africana ou indigena. A preocupacao da Coroa Portuguesa com a escassez de casamentos entre brancos sacramentados pela igreja se mostrou evidente em 1732, quando dom Joao V proibiu a saida de mulheres do Brasil, salvo algumas excecoes. Visando coibir a miscigenacao, em decreto real de 1726, o rei exigia que todos os candidatos a cargos nas camaras municipais de Minas Gerais deveriam ser brancos e maridos ou viuvos de mulheres brancas. Medidas restritivas como esta, porem, nao conseguiriam restringir a tendencia natural a miscigenacao na colonia. [ 20 ]

Representacao de Estacio de Sa e outros portugueses chegando ao Brasil, em 1565.

Assim, a populacao "branca" do Brasil colonial nao se formou pela multiplicacao de familias europeias na colonia, como ocorreu, por exemplo, nos Estados Unidos, mas pela miscigenacao entre pais europeus e maes africanas ou indigenas, dando origem a uma populacao "branca por definicao", quase toda mesticada, em maior ou em menor grau. Esta populacao, falando portugues e completamente integrada a cultura neobrasileira, ajudaria o colonizador a impor sua marca dominante no Brasil. [ 19 ] O grau de "brancura" no Brasil colonial nao era medido apenas pela ascendencia ou pelo fenotipo (cor da pele, tipo de cabelo, tracos fisicos), mas tambem por qualidades como classe social, riqueza, posicao social. Havia uma flexibilidade nas classificacoes raciais, o que alguns autores chamam de "valvula de escape mulata", uma vez que na America Portuguesa, diferente de outros pontos das Americas, uma pessoa nao era irrevogavelmente negra ou branca, havendo maior permeacao. Em suma, havia tantas "excecoes" que a excecao se tornava a regra no Brasil colonial. [ 20 ]

Os brancos sempre foram minoria durante todo o periodo colonial, nunca ultrapassando os 30% do conjunto da populacao, enquanto caboclos , negros, mulatos e indios compunham os 70% restantes. [ 30 ] Apesar disso, a minoria branca sempre gozou de privilegios concedidos pela Coroa Portuguesa. [ 20 ] Os colonos brancos do Brasil eram conscientes de sua inferioridade numerica em comparacao a populacao de cor escrava ou livre e viviam temerosos de uma possivel "rebeliao negra", a semelhanca do que aconteceria no Haiti no final do seculo XIX. A posicao dos brancos como setor dominante da sociedade colonial era fortalecido por decretos reais e leis locais. A Coroa, os vice-reis, os governadores, as camaras municipais e os colonos brancos compartilhavam da ideia de que os portugueses eram os detentores da cultura, da ordem moral, da cristandade e da autoridade constituida. [ 20 ]

As restricoes impostas pelo governo portugues afetavam principalmente a populacao de origem africana, ja que indios e filhos de amerindios com brancos recebiam alguma protecao da lei portuguesa. Ao assumir o governo da Capitania de Sao Paulo e Minas de Ouro em 1710, uma das primeiras medidas adotadas por Antonio de Albuquerque Coelho de Carvalho foi proibir que negros, mulatos, indios carijos ou mesticos, livres ou libertos, pudessem portar espada ou arma de fogo, sob pena de acoitamento publico no pelourinho . Na relacao com a justica, havia um conjunto de leis e punicoes voltadas para os brancos e outras para os nao brancos. Na Sao Paulo do seculo XVIII, os acusados brancos por contrabando de ouro eram penalizados com o banimento para Angola e multa de 2.000 cruzados, enquanto negros, mulatos e indios, alem do banimento, recebiam quatrocentas chicotadas. Era comum que juizes condenassem um individuo de origem africana a revelia, sem a necessidade de provas. [ 20 ]

Para ocupar servicos publicos da Coroa, da municipalidade, do judiciario, nas igrejas e nas ordens religiosas era necessario comprovar a "pureza de sangue", ou seja, apenas se admitiam brancos, banindo negros e mulatos, "dentro dos quatro graus em que o mulatismo e impedimento". Era exigida a comprovacao da "brancura" dos candidatos a cargos. Este processo envolvia interrogatorio de testemunhas, sindicancias longas no Brasil e em Portugal para atestar a inquestionavel origem branca e crista-velha do individuo. [ 20 ] Caso o homem fosse casado, essa exigencia tambem se aplicava a esposa. Apesar da insistencia da Coroa Portuguesa na "pureza de sangue", as vezes essa regra tinha que ser flexibilizada, principalmente nas regioes onde era escassa a populacao branca. Por exemplo, no inicio do seculo XVIII, a falta de candidatos brancos para ocupar vagas de vereador em Minas Gerais levou a aceitacao de mulatos para os cargos. Porem essa tolerancia foi extinta em 1726 pelo rei Joao V, sob a alegacao de que ja havia familias de "nascimento limpo" na capitania para ocupar essas vagas, tornando-se "indecoroso que eles (os cargos) sejam ocupados por pessoas em que haja semelhante defeito". [ 20 ]

Arquitetura acoriana setecentista em Florianopolis . Estas sao casas na localidade de Santo Antonio de Lisboa.

O impacto demografico dos europeus no periodo colonial nao foi pequeno. [ 28 ] : "um 'rush' de proporcoes gigantescas, que relativamente as condicoes da colonia e ainda mais acentuado e violento que o famoso 'rush' californiano do seculo XIX". [ 31 ] Em razao desse movimento migratorio e que o economista Celso Furtado pode dizer que: "Como o grosso desses imigrantes eram lusitanos, cabe deduzir que Portugal contribuiu com um maior contingente de populacao para o Brasil do que a Espanha para todas as suas colonias da America". [ 32 ] Nas palavras do portugues Simao Ferreira Machado em Triunfo Eucaristico, livro publicado em Lisboa em 1734, ao se referir ao rush do Ouro [ 33 ] : "Viu-se em breve tempo transplantado meio Portugal a este emporio".

O impacto da imigracao acoriana para o sul do Brasil foi tao forte que em 1780 os acorianos respondiam por 55% de toda a populacao da capitania do Rio Grande do Sul . [ 34 ] A fecundidade dos casais acorianos era enorme. Raro era o casal que nao contava mais de seis filhos. Alguns, como a de um Lopes, atingiram a fabulosa cifra de vinte e um filhos; o de um Manuel Jacintho, a de trinta filhos, sendo quinze de cada uma das mulheres com quem foi casado. [ 35 ]

Antes do seculo XIX, os franceses invadiram o pais duas vezes, estabelecendo assentamentos pequenos e breves ( Rio de Janeiro , 1555-60; Maranhao , 1612-15); [ 36 ] Em 1630 , os holandeses fizeram o ataque mais significativo ao controle portugues sobre o Brasil. Na epoca, Portugal estava em uma uniao dinastica com a Espanha e a hostilidade holandesa contra a Espanha foi transferida para Portugal. Os holandeses chegaram a controlar a maior parte do Nordeste brasileiro - entao a parte mais dinamica do Brasil - por cerca de 25 anos, mas foram incapazes de alterar a composicao etnica da populacao colonizadora, que permaneceu majoritariamente de origem e cultura portuguesa. [ 37 ]

Estimativa da imigracao portuguesa para o Brasil-Colonia [ 38 ]
Periodo 1500-1700 1701-1760 1808-1817
Quantidade 100 000 600 000 24 000

No inicio, a maioria dos imigrantes eram etnicamente portugueses , mas alguns dos primeiros colonos eram, na verdade, portugueses judeus . [ 39 ] De acordo com Manolo Florentino e Cacilda Machado, 45% dos portugueses que se estabeleceram em Sao Paulo em 1801 eram do Minho , 20% a partir das Ilhas dos Acores , 16% de Lisboa e 19% de outras partes. Durante toda a historia do Brasil , a maioria dos imigrantes vieram do Norte de Portugal . [ 40 ] Um numero muito pequeno de outros europeus, que nao eram portugueses, conseguiram entrar no Brasil. [ 41 ]

O impacto da colonizacao portuguesa [ editar | editar codigo-fonte ]

Segundo estimativas da composicao etnica do Brasil para o ano de 1835 (excluindo-se os indios), pouco mais da metade da populacao brasileira era negra (51,4%), seguida de brancos (24,4%) e pardos (18,2%). Cerca de quatro decadas depois, em 1872, o censo registrou mudancas significativas na composicao etnica: os negros reduziram-se para 19,7%, enquanto os brancos aumentaram sua proporcao para 38,1% e os pardos tornaram-se os mais numerosos, com 42,2%. [ 42 ]

Cor/raca no Brasil, apos a colonizacao portuguesa (indios excluidos) [ 42 ]
Ano Brancos Pardos Negros
1835 24,4% 18,2% 51,4%
1872 38,1% 42,2% 19,7%

A reducao proporcional de negros e o aumento de brancos e pardos, entre 1835 e 1872, pouco ou nada teve a ver com uma recente imigracao europeia: entre 1822 e 1872, entraram no Brasil somente 268 mil imigrantes europeus, e esses imigrantes e seus descendentes nao ultrapassavam os 6% da populacao brasileira, em 1872. [ 43 ] O que explica essa mudanca e que os colonizadores portugueses e seus descendentes conseguiram se multiplicar muito mais rapidamente do que os africanos e descendentes. Durante os tres seculos de escravidao africana no Brasil, o crescimento da populacao negra deveu-se basicamente a importacao de novos escravos, haja vista que a reproducao natural dos cativos era muito lenta e ate pouco estimulada (era mais economico comprar novos escravos do que investir na alimentacao e nos cuidados de criancas). [ 19 ] Nas palavras de Auguste de Saint-Hilaire : "Uma infinidade de negros morreu sem deixar descendencia". [ 44 ] Em 1850, com a proibicao da entrada de novos escravos, o crescimento proporcional da populacao negra nao apenas estagnou, como diminuiu substancialmente, como se verifica.

Por outro lado, os portugueses e seus descendentes conseguiram se multiplicar, ano apos ano, nao pela entrada de novos imigrantes, mas pela sua notavel capacidade reprodutiva, particularmente por meio da miscigenacao com mulheres indigenas e negras, o que explica o continuo crescimento dos “brancos” e principalmente dos “pardos” no seculo XIX. [ 19 ] Estudos geneticos mostram que, mesmo nas regioes brasileiras que receberam pouca ou virtualmente nenhuma imigracao europeia apos a independencia (como o Norte e o Nordeste), [ 45 ] a ancestralidade genetica europeia predomina entre a populacao. [ 46 ] Em nenhuma regiao do Brasil a ancestralidade africana ou indigena e maior que a europeia. [ 47 ]

Isso nao quer dizer que a maioria da populacao dessas regioes seja “branca”; pelo contrario, devido ao alto grau de miscigenacao entre europeus, africanos e indigenas, no Norte e no Nordeste apenas uma minoria e branca, e a maioria se identifica como “parda” nos censos; [ 48 ] porem a composicao genetica dessas regioes, com predominio de ancestralidade europeia, particularmente portuguesa, evidencia o legado genetico herdado da colonizacao lusa e a complexa miscigenacao operada. [ 49 ]

Ancestralidade genetica dos brasileiros, por regiao [ 46 ]
Regiao Europeia Africana Indigena
Regiao Norte 51% 16% 32%
Regiao Nordeste 58% 27% 15%
Regiao Centro-Oeste 64% 24% 12%
Regiao Sudeste 67% 23% 10%
Regiao Sul 77% 12% 11%
Brasil 62% 21% 17%

Imigracao em massa de europeus [ editar | editar codigo-fonte ]

Imigrantes portugueses esperando um navio para partir para o Brasil em 1920
Imigrantes italianos posando para fotografia no patio central da Hospedaria dos Imigrantes (atual Museu da Imigracao do Estado de Sao Paulo ), em Sao Paulo , ca. 1890
Familia de imigrantes ucranianos no Brasil em 1891
Familia de italianos em Caxias do Sul , Rio Grande do Sul , em 1901.
Alunas de origem alema em escola de Novo Hamburgo , em 1886 .
Imigrantes italianos em uma plantacao de cafe no Brasil, no inicio do seculo XX.

O principal grupo imigrante a aportar no Brasil a partir do final do seculo XIX foram os italianos, e estes se dirigiram sobretudo para Sao Paulo. Nos primeiros tempos, predominaram os imigrantes da Italia setentrional, sobretudo do Veneto , porem, no final do seculo, cresceu a corrente meridional, sobretudo de Campania e da Calabria . Os italianos, premidos pela pobreza que assolava o pais, rumaram para nucleos coloniais do sul do Brasil, onde se tornaram pequenos agricultores, assim como para as fazendas de cafe do sudeste, onde substituiam o trabalho escravo. Outros, sobretudo os meridionais, iam direto para os centros urbanos. [ 50 ]

O segundo grupo em importancia numerica foram os portugueses que, somados aos povoadores dos primeiros seculos, formam o grupo europeu mais importante na constituicao do Brasil. A fragmentacao e o desaparecimento da pequena propriedade no Norte de Portugal no final do seculo XIX estimulou uma crescente emigracao para o Brasil, que era visto pelos portugueses como uma terra de abundancia e oportunidades de enriquecimento. Dos que chegavam, a maioria rumava para a cidade do Rio de Janeiro. Os jovens imigrantes que chegavam apoiados numa rede de solidariedade preexistente representavam de 8 a 11% do total, os qualificados ou possuidores de capital para investir no Brasil constituiam cerca de 10% do total, enquanto que os imigrantes sem nenhum tipo de qualificacao perfaziam nada menos que 80% dos portugueses que chegavam ao Rio no fim do seculo XIX. [ 51 ]

O terceiro grupo mais numeroso foram os espanhois. Estes, frequentemente esquecidos pela historiografia brasileira, rumaram sobretudo para Sao Paulo, para trabalharem nas lavouras de cafe. Eram sobretudo provenientes do sul da Espanha, da regiao da Andaluzia , embora o fluxo da Galiza tambem fosse importante. [ 52 ] O quarto grupo mais relevante foi dos alemaes. A promocao da imigracao alema ja era antiga, remontando a 1824, com a presenca de imigrantes que tiveram uma grande importancia na ocupacao do sul do Brasil . Eles fundaram comunidades rurais, que mais tarde se tornaram cidades prosperas, como foi o caso de Sao Leopoldo , Joinville e Blumenau . [ 53 ]

O periodo da grande imigracao europeia no Brasil, entre 1880 e 1930 , trouxe ao pais mais de 5 milhoes de europeus. A maioria eram italianos e portugueses, seguidos pelos espanhois, alemaes e eslavos, poloneses, [ 54 ] e ucranianos . E notavel que a maior parte da onda mais recente de imigracao europeia para o Brasil se assentou no Sul e Sudeste do Brasil.

Foi somente em 1818 , depois de 700.000 portugueses se terem estabelecido em territorio brasileiro, [ 55 ] que os governantes portugueses abandonaram o principio de restringir a entrada de pessoas que nao eram portuguesas. Nesse ano, mais de dois mil imigrantes suicos do cantao de Friburgo vieram a se estabelecer em uma area inospita perto do Rio de Janeiro que mais tarde seria rebatizada de Nova Friburgo . [ 56 ]

Muito antes do fim do Imperio, a elite brasileira se preocupava com a necessidade de "vender" o pais no exterior. A imagem de um pais majoritariamente mestico e negro, como era o Brasil, desagradava a elite e, nao por acaso, o ideal de branqueamento combinou-se ao liberalismo politico e economico para construir uma autoimagem nacional mais definida. [ 57 ] A politica do branqueamento nasceu do medo paranoico que a elite branca tinha de ser "tragada" pela massa mestica e negra majoritaria da populacao brasileira. Foi assim que ela promoveu a entrada de 4 milhoes de imigrantes europeus no pais em um periodo de trinta anos, numero equivalente aos 4 milhoes de escravos africanos que segundo estimativas teriam entrado ao longo de tres seculos. [ 58 ]

Ao inves de procurar a mao de obra desocupada de outras regioes do pais, sobretudo do Nordeste, que estava estagnado economicamente, as classes dirigentes do final do seculo XIX acreditavam piamente na necessidade de atrair imigrantes europeus, inclusive proibindo a entrada de imigrantes asiaticos e africanos, por meio do decreto de 28 de junho de 1890. [ 57 ] Mas nao eram somente consideracoes de carater etnico que estiveram por tras do estimulo a imigracao europeia: a populacao brasileira era no geral muito pequena, para um territorio muito grande. A ocupacao do territorio, para a defesa dele, era outro fator importante por tras da necessidade de trazer levas de pessoas para assentarem o pais, sendo que "pela proposta colonizatoria se pretendia criar novas condicoes economicas, politicas e sociais, formando uma mentalidade que permitisse ao pais superar todos os obstaculos decorrentes de sua formacao inicial, sustentada pelo tripe: latifundio, monocultura e escravidao. [ 59 ]

A corrente imigratoria europeia se dirigiu sobretudo para o estado de Sao Paulo. O eixo da producao do cafe, no final do seculo XIX, migrou do Vale do Paraiba , historicamente escravagista, para o Oeste Paulista . A decadencia do sistema escravista necessitava de um aumento constante da reposicao da mao de obra, o que levou os cafeicultores da regiao a incentivar, sobretudo a partir da decada de 1880, a vinda de imigrantes. [ 60 ]

O fim do comercio de escravos ( 1850 ) e a abolicao da escravatura ( 1888 ) foram cruciais para a entrada de milhoes de europeus no Brasil. A producao de cafe , principal produto do Brasil na epoca, comecou a sofrer com a escassez de trabalhadores. Os produtores de cafe, temerosos com a crise na mao de obra, passaram a pressionar o Poder Legislativo a facilitar a entrada de trabalhadores estrangeiros para serem inseridos na lavoura cafeeira. Para isso, leis foram criadas facilitando o ingresso de imigrantes e o governo passou a despender dinheiro publico subsidiando a passagem de imigrantes. O estado de Sao Paulo, na primeira decada do regime republicano, destinou cerca de 9% da sua receita para cobrir os gastos na promocao a imigracao. De 1884 a 1891, o estado gastou o equivalente a quase 4,5 milhoes de dolares com incentivo a imigracao e, ate 1930, os gastos totalizaram cerca de 37 milhoes de dolares. [ 60 ]

Imigracao para o Brasil, por nacionalidade e periodos [ 38 ]
Nacionalidade Periodo Total
1884-1893 1894-1903 1904-1913 1914-1923 1924-1933 1934-1944 1945-1949 1950-1954 1955-1959
Alemaes 22 778 6 698 33 859 29 339 61 723 N/D 5 188 12 204 4 633 176 422
Espanhois 113 116 102 142 224 672 94 779 52 405 N/D 4 092 53 357 38 819 683 382
Italianos 510 533 537 784 196 521 86 320 70 177 N/D 15 312 59 785 31 263 1 507 695
Japoneses - - 11 868 20 398 110 191 N/D 12 5 447 28 819 188 723
Portugueses 170 621 155 542 384 672 201 252 233 650 N/D 26 268 123 082 96 811 1 391 898
Sirios e Libaneses 96 7 124 45 803 20 400 20 400 N/D N/A N/A N/A 189 727
Outros 66 524 42 820 109 222 51 493 164 586 N/D 29 552 84 851 47.599 596.647
Total 979 572 852 11 1 006 617 503 981 713 132 N/D 92 412 338 726 247 944 4 734 494

O impacto da imigracao em massa [ editar | editar codigo-fonte ]

A imigracao de milhoes de europeus para o Brasil, entre o final do seculo XIX e o inicio do seculo XX, contribuiu para trazer maior diversidade a populacao brasileira. Estima-se que cerca de 20% da populacao brasileira seja descendente de pessoas que imigraram para o pais nesse periodo, [ 43 ] e, em certas regioes do Sul e do Sudeste, essa percentagem e bem maior. [ 61 ] Nas regioes onde mais se concentraram, esses imigrantes criaram paisagens europeizadas e legaram uma populacao dominadoramente "branca", criando um panorama humano diferente da relativa uniformidade luso-brasileira do pais, porem onde e possivel distinguir as subareas onde cada etnia se concentrou, seja alema, italiana, polonesa ou russa. [ 19 ]

O processo de aculturacao desses imigrantes na sociedade brasileira foi muito variavel de nacionalidade para nacionalidade. Portugueses, italianos e espanhois assimilavam-se mais facilmente; russos, poloneses e austriacos ocupavam uma posicao intermediaria, enquanto os alemaes eram mais resistentes. [ 62 ]

A questao do ambiente nao pode ser menosprezada: os imigrantes que foram para as fazendas de cafe ou para os centros urbanos assimilaram-se mais facilmente, pois ali havia o convivio diario com os brasileiros, gerando interesses comuns, amizades e casamentos mistos. Nessas regioes, a lingua portuguesa rapidamente suplantou os idiomas dos imigrantes, facilitando o processo de aculturacao. [ 62 ]

Por sua vez, os imigrantes que foram para as colonias ficaram reunidos em grupos isolados, mantendo pouco contato com o resto da sociedade brasileira, o que permitiu a manutencao do idioma e da identidade etnica por geracoes. Ate a decada de 1940, nas colonias, poucos descendentes sabiam falar portugues, mesmo estando alguns deles ha geracoes no Brasil. O grande golpe veio por meio da campanha de nacionalizacao , implementada durante a ditadura de Getulio Vargas , a partir de 1937. O governo brasileiro passou a ver as colonias como um “problema nacional”, que ameacava a uniformidade identitaria brasileira, e seus habitantes foram objeto de grande repressao. Vargas mandou fechar todas as escolas associadas a culturas estrangeiras, obrigando todas as escolas a ensinar exclusivamente em portugues, e o uso de idiomas estrangeiros, inclusive oral, em publico ou em privado, foi proibido no Brasil, com pessoas sendo presas e agredidas. [ 63 ] [ 64 ] [ 65 ] [ 66 ]

Mesmo com a repressao do Estado Novo, ainda hoje idiomas minoritarios de origem europeia sobrevivem em certas comunidades concentradas no Sul do Brasil, sobretudo de origem germanica, italiana e eslava. Todavia, seu uso vem diminuindo, nas ultimas geracoes. O rompimento do isolamento dessas comunidades, com a melhoria das rodovias e da infraestrutura, a necessidade de aprender portugues para inserir-se no mercado de trabalho, bem como a difusao dos meios de comunicacao (imprensa, radio, televisao, internet), contribuem para que os descendentes passem a adotar, cada vez mais, o portugues como lingua dominante. [ 67 ] [ 68 ] [ 69 ] [ 70 ]

Pesquisas sobre ancestralidade [ editar | editar codigo-fonte ]

Brancos por pais
Mapa da diaspora europeia
Populacao total
Regioes com populacao significativa
  Estados Unidos 229.773.131 [ 71 ]
  Russia 125.000.000 [ 72 ]
  Brasil 91.051.646 [ 73 ]
  Alemanha 81.000.000 [ 74 ]
  Italia 56.000.000 [ 75 ]
Linguas
Religioes

O censo brasileiro, diferentemente do que ocorre nos Estados Unidos , Canada ou Australia , nao pergunta de onde vieram os antepassados da populacao. Desta forma, nao ha numeros oficiais que mostrem quantas pessoas descendem (ou dizem descender) de cada nacionalidade que imigrou para o Brasil.

Porem, uma pesquisa do IBGE realizada em 2008 nos estados do Amazonas, Paraiba, Sao Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e no Distrito Federal analisou aspectos relacionados a raca e a ancestralidade. Ao serem indagados sobre sua origem familiar, 43,5% dos entrevistados disseram ser europeia. A maior porcentagem foi verificada no Rio Grande do Sul (64,5%) e a menor na Paraiba (12,1%). Origem familiar judaica foi apontada por 0,6% das pessoas e do Oriente Medio por 0,9%. [ 76 ]

Na pesquisa, 49% dos entrevistados se disseram brancos, 21,7% morenos, 13,6% pardos, 7,8% negros, 1,5% amarelos, 1,4% pretos, 0,4% indigenas e 4,6% deram outras respostas. [ 76 ] Houve tambem quem identificou sua cor ou raca com uma nacionalidade europeia: 0,5% se disseram de cor/raca alema e 0,4% italiana (quase todos no Rio Grande do Sul). Dos que se disseram brancos, 63,8% alegaram ser a familia de origem europeia, 22,9% nao sabiam, 14,2% indigena e 5,7% africana. [ 76 ]

Uma outra pesquisa realizada em 1998, pelo sociologo mineiro Simon Schwartzman, entrevistou cerca de 34 milhoes de brasileiros, dos quais quase vinte milhoes se declaram brancos. Perguntada a origem etnica dos participantes de cor ou raca branca, uma pluralidade apontou somente origem brasileira (45,53%). Mais da metade, porem, conseguiu apontar uma origem estrangeira: 15,72% apontou ancestralidade italiana , 14,50% portuguesa , 6,42% espanhola , 5,51% alema e 12,32% outras origens, que incluem africana , indigena , judaica e arabe . [ 77 ]

Os numeros condizem fortemente com o passado imigratorio no Brasil. Entre o final do seculo XIX e inicio do seculo XX , sobretudo apos a Abolicao da Escravatura , o Estado brasileiro passou a incentivar a vinda de imigrantes para substituir a mao de obra africana. Entre 1870 e 1951, de Portugal e da Italia chegaram numeros proximos de imigrantes, cerca de 1,5 milhao de italianos e 1,4 milhao de portugueses. Da Espanha chegaram cerca de 650 mil e da Alemanha em torno de 260 mil imigrados. Os numeros refletem as porcentagens das origens declaradas pelos brancos brasileiros. [ 78 ]

A origem da populacao branca do Brasil, portanto, nao e homogenea, embora nao seja muito variada: 42,15% dos entrevistados disseram descender de apenas quatro povos: italianos, portugueses, espanhois e alemaes, o que nao e nenhuma surpresa, haja vista que quase 90% da imigracao para o Brasil foi composta por estas quatro nacionalidades. Porem, foi alto o numero de pessoas brancas (45,53%), que apenas disseram ser de ancestralidade "brasileira", nao conseguindo apontar um pais especifico. [ 79 ] Os brasileiros brancos se mostram bem diferentes dos norte-americanos: no censo oficial dos Estados Unidos , 92% dos brancos conseguem especificar o pais de onde vieram seus ancestrais. [ 80 ]

Renda mensal [ editar | editar codigo-fonte ]

A pesquisa de 1998 tambem mostrou que o grupo branco nao e homogeneo do ponto de vista economico. Os descendentes de arabes ou judeus sao os mais bem sucedidos economicamente. O salario mensal dos brasileiros brancos de origem judaica era de R$ 2.047,24 e dos arabes de R$ 1.759,26. No grupo intermediario estavam os descendentes de italianos (R$1.135.66), de espanhois (R$ 1.134,55), de portugueses (R$ 1.071,97), de japoneses (R$ 1.038,87 - dos que se identificaram como "brancos") e de alemaes (R$ 976,59). Por outro lado, os brancos que recebiam menos foram aqueles que apontaram ancestralidade brasileira, africana, negra ou indigena. O salario mensal de um branco de origem brasileira era de R$ 778,09, de origem africana R$ 698,84, negra R$ 651,16 e indigena R$ 645,93. [ 79 ]

A pesquisa mostra, claramente, que os brasileiros brancos descendentes de imigrantes mais recentes estavam no topo da piramide social, enquanto que os brancos que apontaram origem "brasileira" ou origem nao europeia (africana ou indigena) ganhavam salarios significativamente menores. [ 79 ] Interessante notar que, mesmo entre os pardos, quem apontou alguma ascendencia estrangeira tinha uma renda cerca de 50% superior a quem apontou somente ascendencia brasileira. Por exemplo, os pardos que apontaram ter ascendencia italiana ganhavam mensalmente R$ 655,50, enquanto que os pardos que apontaram somente ascendencia brasileira ganhavam R$ 431,64. [ 79 ]

Porem, a renda mensal de um brasileiro branco, independentemente de sua origem ancestral, foi de R$ 848,41, maior do que entre indigenas (R$ 515,07), pardos (R$ 440,14) e pretos (R$ 400,84). [ 79 ]

Outro estudo, de 2017, tambem encontrou contexto semelhante. [ 81 ] A pesquisa, desenvolvida pelo pesquisador do IPEA Leonardo Monasterio, concluiu que os brasileiros com sobrenome japones sao os que ganham mais (73,40 reais por hora). Em seguida, aparecem os brasileiros brancos com sobrenome italiano (51,80 reais por hora), alemao (48,10 reais por hora), europeu do leste (47,60 reais por hora) e iberico (33,90 reais por hora). O sobrenome iberico e problematico, pois nao inclui somente os descendentes recentes de portugueses e espanhois, "mas principalmente o que se poderia chamar de um substrato original "brasileiro", da epoca da colonizacao. Alem do mais, os resultados podem ser distorcidos pelo fato de muitos brasileiros de sobrenome iberico e com alguma ascendencia africana ou indigena afirmarem ser brancos. [ 82 ]

Os brasileiros que ganham menos foram aqueles que se declararam como "pardos" (27,80 reais por hora), "negros" (26,50 reais por hora) ou "indigenas"(26,10 reais por hora). [ 82 ]

O estudo nao objetivou encontrar as causas dessas diferencas salariais, porem hipoteses foram levantadas por pesquisadores, como a concentracao geografica de brasileiros com sobrenomes nao ibericos nas regioes Sul e Sudeste, onde os salarios sao mais altos (portanto, a "regiao" teria muito mais relevancia nos salarios do que as "etnias"). Outra explicacao e o maior nivel de escolaridade dessas pessoas. Tambem foram aventadas diferencas culturais: "os imigrantes e depois seus descendentes foram os primeiros a ter acesso a empregos formais no Brasil e a educacao", segundo a sociologa Rosana Baeninger, da Unicamp . [ 83 ]

Ha tambem explicacoes historicas de uma vantagem inicial aos descendentes de imigrantes: os subsidios recebidos pelos ancestrais ao chegarem ao Brasil; a imigracao em um momento crucial de transicao do trabalho escravo para o assalariado e a propria escolha dos imigrantes de se estabelecerem em regioes brasileiras que ja eram promissoras economicamente. Regioes brasileiras do Sul e do Sudeste que receberam imigrantes dinamizaram suas economias, devido ao aumento da demanda por bens e servicos, gerando externalidades em diversos setores da economia local. O aumento da populacao criou um novo mercado consumidor, o que impulsionou a industrializacao, por exemplo. [ 82 ]

Os descendentes de imigrantes podem ter herdado uma vantagem familiar tambem, que foi passada de geracao em geracao. Taxas de matricula de criancas de 5 a 14 anos nas escolas superavam os 70% na Alemanha ja na decada de 1860 (ja na decada de 1830, na Prussia ); as taxas eram de cerca de 30% na Italia, em 1870. No Brasil, apenas 10% das criancas estavam matriculadas em escolas, em 1900. O nivel educacional era muito baixo no Brasil, mesmo em comparacao com outros paises pobres. Em 1920, apenas 23% dos brasileiros de todas as idades sabiam ler e escrever. Em geral, os imigrantes nao eram altamente qualificados em seus paises de origem, mas sua dotacao de capital humano era provavelmente mais alta do que a dos brasileiros: 52% dos estrangeiros eram alfabetizados. [ 84 ] "Uma larga parcela de imigrantes era pobre e mal educada, mas fizeram a diferenca em um pais (Brasil) cuja populacao se encontrava em situacao ainda pior", explicou Monastiero. [ 85 ]

No Brasil, a educacao basica somente se tornou obrigatoria em 1934, quase dois seculos depois da Prussia (hoje Alemanha). Devido a ausencia de escolas publicas fornecidas pelo Estado Brasileiro, muitos imigrantes tiveram que se organizar e criar suas proprias escolas, para educar seus filhos. A tabela abaixo mostra que, no que concerne ao acesso a educacao, o Brasil estava atras de todas as nacoes que forneceram muitos imigrantes ao pais, naquela epoca. [ 86 ]

Ano de Introducao da Educacao Obrigatoria e Proporcoes de Inscricao Primaria em 1870 e em 1900 [ 86 ]
Pais Ano de introducao da educacao obrigatoria Criancas matriculadas na escola primaria (1870) Criancas matriculadas na escola primaria (1900)
Prussia ( Alemanha ) 1763 73% 77%
Espanha 1838 40% 48%
Portugal 1844 13% 19%
Japao 1871 18% 51%
Italia 1877 29% 38%
Brasil 1934 6% 10%

Outra explicacao e o proprio preconceito racial existente no Brasil, que eventualmente poderia dar vantagens no mercado de trabalho aos brancos e orientais. Salienta-se que o estudo descartou qualquer "superioridade inata, pois o proprio conceito biologico de raca nao faz sentido". [ 82 ]

Salario dos brasileiros, conforme sobrenome e cor. [ 82 ]
Origem etnica (com base no sobrenome e na cor/raca) Salario (em reais por hora)
Japones 73,40
Italiano 51,80
Alemao 48,10
Europeu do leste 47,60
Iberico (brancos) 33,90
Pardo 27,80
Negro 26,50
Indigena 26,10

Em 2010, o sociologo Karl Monsma ja havia feito trabalho que buscava explicar as diferencas socioeconomicas entre brasileiros negros e descendentes de imigrantes com base em uma vantagem inicial. Entre as explicacoes, o pesquisador apontou que a propria chegada de grande numero de imigrantes, no inicio do seculo XX, barateou a mao de obra nas fazendas, o que prejudicou os negros e outros brasileiros. Em cada nacionalidade imigrante, havia uma elite escolarizada com a qual os compatriotas podiam contar para lutar contra os abusos dos fazendeiros e da policia. Essa ajuda tambem vinha dos Consulados , onde os imigrantes recebiam assistencia para a defesa dos seus direitos. Entre os negros, nao havia uma elite, nem tampouco Consulado que os pudesse auxiliar. Alem do mais, o nivel de escolaridade entre os brasileiros brancos e os imigrantes europeus era muito maior que entre negros e mulatos, o que impedia que os ultimos tivessem acesso a melhores empregos e salarios. Com a ascensao social, os imigrantes e descendentes passaram a controlar um numero crescente de postos de trabalho e favoreciam os seus semelhantes, internalizando o racismo, excluindo o negro de posicoes de poder e estigmatizando-o como moralmente inferior. [ 87 ]

Pesquisa de 2015 do IBGE tambem encontrou diferenca salarial entre os brasileiros, com base na cor ou raca. Entre os 10% mais ricos, 79,5% eram brancos e 18,2% pretos ou pardos. Por sua vez, entre os 10% mais pobres, os brancos eram somente 22,6%, e os pretos ou pardos 76%. [ 88 ]

Identificacao como brasileiros [ editar | editar codigo-fonte ]

Desfile durante a Oktoberfest de Igrejinha , no Rio Grande do Sul .

A pesquisa mostrou, tambem, o grau de identificacao como "brasileiros" entre os brancos. Como ja apontado, 45,53% dos entrevistados que se disseram brancos identificaram a sua ancestralidade como "brasileira", sem especificar nenhuma outra origem. Outros 37,58% tambem identificaram sua origem como brasileira, porem tambem apontaram uma ancestralidade estrangeira. Portanto, 83,11% dos brancos identificaram a sua ancestralidade como brasileira, sozinha ou combinada com outra (italiana, portuguesa etc). [ 79 ]

Os descendentes de imigrantes mais recentes identificam a sua origem mais fortemente com o pais de onde sairam seus antepassados. Isso varia de regiao para regiao: enquanto que em Recife ( Pernambuco ), independentemente da cor ou raca do entrevistado, 96% das pessoas se identificaram como brasileiras, essa porcentagem caiu para 83% em Sao Paulo e para 70% em Porto Alegre, regioes de imigracao mais recente. Mais da metade de todos os grupos ancestrais se identificaram tambem como brasileiros. O grupo branco que mais se identifica como brasileiro e, curiosamente, o judeu que, apesar de ter vindo de lugares longinquos, como a Polonia , quase 60% marcaram sua ancestralidade como judaica e brasileira. Portugueses, italianos e espanhois tambem se identificaram fortemente como brasileiros, mais da metade de todos. O unico grupo que fugiu a regra foram os alemaes, menos da metade (48,60%) se identificando como alemao e brasileiro, indice apenas superado pelos japoneses (41,10%). [ 79 ]

A pesquisa tambem mostrou que, quanto mais jovem e a pessoa, maior a identificacao como brasileira. Os idosos tendem a identificar mais fortemente a origem dos ancestrais e os jovens mais se identificam como brasileiros, denotando o progressivo grau de assimilacao dos grupos imigrantes no pais. [ 79 ]

Genetica [ editar | editar codigo-fonte ]

DNA autossomico [ editar | editar codigo-fonte ]

Ancestralidade genetica dos brasileiros brancos [ 16 ]
Regiao Europeia Africana Indigena
Minas Gerais 70,8% 16,1% 13,1%
Regiao Norte 74,2% 13,7% 12,1%
Regiao Nordeste 71,1% 14,2% 14,7%
Regiao Sul 81,9% 8,9% 9,2%
Sao Paulo 77,9% 11,6% 10,5%

De acordo com um estudo genetico de 2018, o componente europeu que predomina no Brasil e proveniente de "Portugal/Oeste da Espanha", o que diferencia o Brasil de outros paises latino-americanos analisados (Mexico, Colombia, Peru e Chile), onde a ancestralidade europeia proveniente do "Centro/Sul da Espanha" e a mais importante. Entre os brasileiros, tambem foi encontrada substancial ancestralidade italiana e alema, sobretudo na regiao Sul. O estudo tambem concluiu que apenas 1% da ancestralidade dos brasileiros tem origem judaica sefardita . [ 15 ]

De acordo com um estudo genetico de 2014, os brasileiros que se classificaram como pardos apresentaram 64,7% de ancestralidade europeia, 25,3% africana e 10% indigena. Por sua vez, os que disseram ser brancos tiveram 84,6% de ancestralidade europeia, 9,7% africana e 5,6% indigena e os negros 53,6% africana, 38,1% europeia e 8,3% indigena. De maneira geral, os brasileiros, sejam pardos, brancos ou negros, apresentam as tres ancestralidades (europeia, africana e indigena), variando apenas o grau. Ademais, os pardos tem mais ancestralidade europeia do que africana ou indigena. [ 89 ] [ 90 ]

No Brasil, a ancestralidade europeia alcanca seu maximo na area central da Regiao Sul (90-99,9%) e seu minimo na area setentrional da Regiao Norte (40-50%). [ 91 ]

Conforme estudo genetico de 2009, os brasileiros brancos, de norte a sul do pais, tem, em geral, mais de 70% de ancestralidade europeia, mas havendo variacoes regionais. Os brancos de Minas Gerais tiveram 70,8% de ancestralidade europeia, 16,1% africana e 13,1% indigena, ao passo que os brancos da Regiao Sul do Brasil tiveram 81,9% de ancestralidade europeia, 9,2% indigena e 8,9% africana. Os pesquisadores apontaram que a populacao branca do Brasil, assim como a maioria dos outros brasileiros, e resultado de seculos de miscigenacao entre europeus, africanos e indios, mas com nitido predominio de ancestralidade europeia. Ainda conforme o estudo, mesmo entre os brasileiros negros, a ancestralidade europeia deles chega a 37,1%. [ 16 ]

Obra Redencao de Can [ 92 ] ( 1895 ). Avo negra, filha mulata, genro e neto brancos, para o governo brasileiro da epoca, a cada geracao o brasileiro ficaria mais branco. Quadro de Modesto Brocos y Gomes .

Os brasileiros ("brancos", "pardos" e "negros"), no geral, possuem ancestralidades europeia, africana e indigena. A europeia sendo importante sobretudo nos "brancos" e "pardos". A ancestralidade "africana" e maior entre os "negros". A ancestralidade indigena encontra-se presente em todas as regioes, em "brancos", "pardos" e "negros" brasileiros, embora tendendo a um grau menor.

De acordo com um estudo feito em 2010 pela Universidade Catolica de Brasilia e publicado no American Journal of Human Biology , a heranca genetica europeia e a predominante no Brasil, respondendo por volta de 80% do total, sendo que no Sul esse percentual e mais alto e chega a 90%. [ 93 ] Os resultados tambem mostram que, no Brasil, indicadores de aparencia fisica, como cor da pele, dos olhos e dos cabelos, tem relativamente pouca relacao com a ascendencia de cada pessoa (ou seja, o fenotipo de uma pessoa nao indica claramente o seu genotipo ) [ 94 ] [ 95 ] [ 96 ] Esse estudo foi realizado com base em amostras de testes de paternidade gratuitos, conforme exposto pelos pesquisadores: "os teste de paternidade foram gratuitos, as amostras da populacao envolvem pessoas de variavel perfil socioeconomico, embora provavelmente com um vies em direcao ao grupo dos 'pardos'". [ 16 ]

De acordo com um estudo de DNA autossomico de 2008, conduzido pela Universidade de Brasilia (UnB), com "brancos", "pardos" e "negros", a ancestralidade europeia e a predominante em todas as regioes do Brasil, respondendo por 65,90% da heranca da populacao, seguida de uma grande contribuicao africana (24,80%) e de uma contribuicao indigena menor (9,3%). [ 97 ]

De acordo com o estudo autossomico de 2011, com aproximadamente 1000 amostras de brasileiros "brancos", "pardos" e "negros", levado a cabo pelo geneticista brasileiro Sergio Pena, o componente europeu e o predominante na populacao do Brasil, em todas as regioes nacionais, com contribuicoes africanas e indigenas. De acordo com esse estudo, a ancestralidade europeia responde por 70% da heranca da populacao brasileira. [ 98 ] Esse estudo foi realizado com base em doadores de sangue, sendo que a maior parte dos doadores de sangue no Brasil vem das classes mais baixas (alem de enfermeiros e demais pessoas que laboram em entidades de saude publica, representando bem, assim, a populacao brasileira). [ 99 ] Esse estudo constatou que os brasileiros de diferentes regioes sao geneticamente muito mais homogeneos do que se esperava, como consequencia do predominio europeu (o que ja havia sido mostrado por varios outros estudos geneticos autossomicos, como se pode ver abaixo). "Pelos criterios de cor e raca ate hoje usados no censo, tinhamos a visao do Brasil como um mosaico heterogeneo, como se o Sul e o Norte abrigassem dois povos diferentes", comenta o geneticista. "O estudo vem mostrar que o Brasil e um pais muito mais integrado do que pensavamos." A homogeneidade brasileira e, portanto, muito maior entre as regioes do que dentro delas, o que valoriza a heterogeneidade individual. Essa conclusao do trabalho indica que caracteristicas como cor da pele sao, na verdade, arbitrarias para categorizar a populacao. [ 100 ]

Outro estudo genetico autossomico, de 2009, tambem indica que a ancestralidade europeia e mais importante, seguida da africana, e depois da amerindia. "Todas as amostras (regioes) encontram-se mais perto dos Europeus do que dos africanos ou dos mesticos do Mexico", do ponto de vista genetico. [ 101 ] [ 102 ]

Um estudo genetico de 2013, com base em populacoes urbanas de varias partes do Brasil, chegou a seguinte conclusao: "seguindo um gradiente Norte Sul, a ancestralidade europeia foi a principal em todas as populacao urbanas (com valores ate 74%). As populacoes do Norte tem proporcao significativa de ancestralidade indigena que e duas vezes maior do que a contribuicao africana. No Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, a ancestralidade africana foi a segunda mais importante. Todas as populacoes estudadas sao no geral miscigenadas, sendo a variacao maior entre individuos do que entre populacoes". [ 103 ]

Um estudo genetico de 2015, o qual tambem analisou dados de 25 estudos de 38 diferentes populacoes brasileiras concluiu que: a ancestralidade europeia e quem mais contribuiu para a ancestralidade dos brasileiros, seguida da ancestralidade africana, e amerindia. O percentual encontrado foi: 62% de contribuicao europeia, 21% africana e 17% indigena. A regiao sul tem o maior percentual de ancestralidade europeia (77%). A regiao nordeste tem o maior percentual de contribuicao africana (27%). E a regiao norte tem o maior percentual de contribuicao indigena (32%). [ 104 ]

Linhagens paternas e maternas [ editar | editar codigo-fonte ]

Atraves de um importante mapeamento genetico , chegou-se a conclusao que o brasileiro identificado como "branco" e descendente quase que exclusivamente de europeus do lado paterno (90%) (haplogrupos paternos encontrados no cromossomo y). Ja no lado materno (haplogrupos maternos, DNA mitocondrial), apresenta 33% de linhagens amerindias , 28% de africanas e 39% de europeias. [ 105 ] Isso e explicado historicamente: no inicio da colonizacao , nem todos colonos portugueses trouxeram suas mulheres, o que acarretou no relacionamento entre homens portugueses com mulheres indigenas e, mais tarde, com as africanas. As linhagens paternas e maternas permitem inferir o padrao de relacionamento no Brasil Colonia : homens europeus (que controlavam o lugar) com mulheres europeias e nao europeias. A absorcao de ancestralidade indigena deu-se atraves de mulheres indigenas. O que aconteceu foi que muitos dos frutos dessas unioes iniciais vieram a se casar com recem chegados da Europa , dessa forma diluindo a contribuicao nao europeia. [ 106 ] As linhagens maternas e paternas nao determinam nem o fenotipo nem o coeficiente de "mistura". Sao retratos de apenas uma linhagem, de antepassado remoto, nao servindo para quantificar o grau de ancestralidade em uma determinada populacao, o que e possivel somente estudos atraves de DNA autossomico, os quais revelam todos os antepassados de uma dada pessoa, e nao apenas uma linhagem materna ou paterna. Nos Brasileiros "brancos" e "pardos" a ancestralidade autossomica (a soma dos antepassados de um determinado individuo)tende na maior parte dos casos, de acordo com os estudos geneticos ja levados a cabo, a ser predominantemente europeia, com um DNA mitocondrial (linhagem materna) nao europeu (o que acusa uma antepassada nao europeia em algum lugar no passado na linhagem materna), o que e explicado por sucessivas casamentos de mulheres brasileiras com novos colonizadores, durante a formacao do povo brasileiro. [ 106 ]

Demografia [ editar | editar codigo-fonte ]

Mapa do Brasil, mostrando que a maior concentracao de brancos se da no Sul e no Sudeste do pais (censo de 2010)

A distribuicao de pessoas brancas pelo territorio brasileiro nao e uniforme, devido a fatores historicos de colonizacao e povoamento. O Sul do Brasil e, historicamente, a regiao com maior percentual de brancos, somando hoje 78,5%. A Regiao Sul tem uma maioria branca desde os tempos coloniais, devido a menor presenca de indios e negros e a significativa imigracao de casais acorianos para a regiao, no seculo XVIII. [ 20 ] Ainda no seculo XIX , tratava-se de uma regiao muito pouco povoada, apos a reducao da populacao nativa do Brasil . A chegada de imigrantes, em sua maioria alemaes e italianos , teve um enorme peso demografico, pois povoaram regioes anteriormente vazias ou habitadas pelos indios . [ 107 ] O Sudeste do Brasil tambem e uma regiao de maior percentual de brancos, compondo hoje 49,9%, pois foi grande receptor de imigrantes europeus, como portugueses , italianos e espanhois . Porem, o componente negro africano e mestico foi de fundamental importancia etnica regional. [ 108 ] No restante do pais, o numero de brancos e superado pelo numero de pardos .

Segundo pesquisa de Estados do Brasil por porcentagem de raca feita pelo IBGE segundo dados de 2007, regioes do Nordeste como o Reconcavo baiano e a maior parte litoranea sao em sua maioria de mesticos , como mulatos e mamelucos ou mesmo uma mistura dos tres grupos etnicos, alem de uma boa parcela de caboclos , seguidos de brancos. [ 109 ] A demografia das etnias brasileiras e um tema delicado: nos censos mais recentes, a pratica mais aceita quanto a etnia era deixar a atribuicao de etnia que a pessoa entrevistada tem de si propria. Os dados do censo, portanto, nao refletem a ascendencia genetica , mas a autoconsciencia cultural sobre a propria etnia.

Por estado [ editar | editar codigo-fonte ]

Estados de acordo com a percentagem de brancos em 2009.

Os estados com maior percentual de cidadaos brancos sao: Rio Grande do Sul (78,42%), Santa Catarina (76,28%), Parana (64,57%) e Sao Paulo (57,78%). [ 12 ] Essas unidades federativas foram predominantemente povoadas por imigrantes italianos , alemaes , eslavos ( poloneses e ucranianos ), portugueses e espanhois . Os outros estados brasileiros sao aqueles cuja populacao branca e principalmente de ascendencia portuguesa. Em numeros absolutos, os brasileiros brancos habitam sobretudo o estado de Sao Paulo, com mais de 25 milhoes de pessoas, seguido do Rio Grande do Sul, com quase nove milhoes. Outras unidades federativas com taxas significativas sao: Mato Grosso do Sul (42,38%), Rio de Janeiro (41,98%), Minas Gerais (41,08%), Distrito Federal (39,98%), Rio Grande do Norte (39,49) e Espirito Santo (38,58%). [ 110 ]

Dados de 2022: [ 110 ]

  1. Rio Grande do Sul : 78,4% (8.534.229)
  2. Santa Catarina : 76,3% (5.805.552)
  3. Parana : 64,6% (7.389.932)
  4. Sao Paulo : 57,8% (25.661.895)
  5. Mato Grosso do Sul : 42,4% (1.168.407)

Os estados brasileiros com as menores percentagens de brancos estao situados nas regioes Norte e Nordeste do Brasil . Ambas tem uma forte influencia africana e indigena em suas populacoes. Tres unidades federativas da Regiao Centro-Oeste e duas da Regiao Sudeste tambem possuem percentagens menores de brancos.

Por regiao [ editar | editar codigo-fonte ]

Segundo o censo do IBGE de 2022, a regiao Sudeste concentra quase metade da populacao branca de todo o Brasil (47,95%) e o Sul 24,62%. Portanto, 72,57% dos brancos brasileiros vivem nessas duas regioes. [ 12 ] [ 111 ]

As grandes regioes do Brasil por porcentagem de individuos brancos (dados de 2022 [ 12 ] [ 108 ] ):

  1. Regiao Sul : 78,52% de brancos (21.729.713 de pessoas)
  2. Regiao Sudeste : 49,88% (42.318.768)
  3. Regiao Centro-Oeste : 37,04% (6.033.775)
  4. Regiao Nordeste : 26,66% (14.571.557)
  5. Regiao Norte : 20,73% (3.598.298)

Segundo pesquisa do Datafolha de 2018, feita com 9.173 pessoas em 341 municipios, os brancos sao 36% da populacao brasileira, sendo maioria somente na regiao Sul do Brasil (67%) e sao o grupo mais numeroso no Sudeste (41%). Nas outras regioes, predominam os pardos , sendo que na regiao Norte (15%) e no Nordeste (19%) os brancos nao chegam a um quarto da populacao local. [ 112 ]

Por municipio [ editar | editar codigo-fonte ]

Blumenau , em Santa Catarina , onde 78,99% se declarou branca (2022).

Segundo dados do Censo de 2022, feito pelo IBGE , [ 113 ] dos dez municipios brasileiros com maior populacao autodeclarada branca, seis estavam no Rio Grande do Sul e quatro em Santa Catarina, zonas de tradicional imigracao alema e italiana.

  1. Morrinhos do Sul (RS) - 97,46%
  2. Forquetinha (RS) - 97,26%
  3. Monte Belo do Sul (RS) - 96,17%
  4. Canudos do Vale (RS) - 96,01%
  5. Angelina (SC) - 96,01%
  6. Centenario (RS) - 95,99%
  7. Tres Arroios (RS) - 95,99%
  8. Cunhatai (SC) - 95,88%
  9. Vespasiano Correia (RS) - 95,43%
  10. Pedras Grandes (SC) - 95,34%

Ver tambem [ editar | editar codigo-fonte ]

Notas e referencias

Notas

  1. O censo brasileiro utiliza o criterio da autodeclaracao racial
  2. "In Brazil the predominant European sub-component matches mostly the Portugal/West-Spain reference group while in Mexico, Colombia, Peru and Chile mostly Central/South-Spanish ancestry is inferred (Figures 1C and 2B). This differentiation matches the colonial history, Portuguese migration having concentrated in Eastern South America while the Spanish settled mainly in Central America and Western South America". [ 15 ]
  3. 7,7% dos trabalhadores brasileiros tem o ultimo ou o unico sobrenome de origem italiana, conforme pesquisa do IPEA de 2016. [ 17 ]
  4. 3,3% dos trabalhadores brasileiros tem o ultimo ou o unico sobrenome de origem germanica, conforme pesquisa do IPEA de 2016. [ 17 ]
  5. "Considerada a composicao da populacao em 1950 (os censos de 1960 e 1970 nao trazem dados referentes a raca ou a cor), verifica?se que os indios de vida tribal, mais ou menos autonomos, estavam reduzidos a cerca de 100 mil (Ribeiro 1957); os negros terao alcancado um maximo de 5, 6 milhoes; enquanto os que se definem como pardos (mulatos) seriam 13, 7 milhoes; e os brancos (que sao principalmente mesticos) ascenderiam a 32 milhoes. [ 19 ]
  6. O final do Seculo XVII conheceria ainda a descoberta de ouro nas regioes das Minas Gerais, cuja exploracao teria papel significativo na expansao territorial e no rearranjo administrativo da colonia. Em 1693, foi criada a Capitania do Rio de Janeiro, Sao Paulo e Minas, tempo em que se descobriu ouro nas regioes das Minas. ( Brasil - 500 anos de povoamento IBGE, pag. 27)

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