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Revolucao Praieira

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Revolucao Praieira
Revolucao Praieira
Recife pouco mais de uma decada apos o fim da Revolucao Praieira, maior insurreicao ocorrida no Segundo Reinado .

A Revolucao Praieira , tambem denominada como Insurreicao Praieira , Revolta Praieira ou simplesmente Praieira , foi um movimento de carater liberal e federalista que eclodiu na provincia de Pernambuco , no Brasil , entre 1848 e 1850.

A ultima das revoltas provinciais esta ligada as lutas politico-partidarias que marcaram o Periodo Regencial e o inicio do Segundo Reinado . Sua derrota representou uma demonstracao de forca do reinado de D. Pedro II (1840-1889).

Contexto [ editar | editar codigo-fonte ]

De forma global, inscreveu-se no contexto das revolucoes liberais , socialistas e nacionalistas que varreram a Europa neste periodo do seculo XIX , incluindo a Revolucao de 1848 na Franca que promoveu a extincao do absolutismo no pais.

Em nivel local foi influenciada pelas ideias liberais dos que se queixavam da falta de autonomia provincial, sendo marcada pelo repudio a monarquia , com manifestacoes a favor da independencia politica, da republica e por um reformismo radical.

Com fundo social, economico e politico, contou com a participacao das camadas menos favorecidas da Provincia de Pernambuco , oprimidas pela grande concentracao fundiaria nas maos de poucos proprietarios. Como exemplo, uma quadra popular a epoca, refere a poderosa familia Cavalcanti de Albuquerque.

" Quem viver em Pernambuco
nao ha de estar enganado:
Que, ou ha de ser Cavalcanti,
ou ha de ser cavalgado. " (Quadra popular)

Ainda como fundo socioeconomico, registra-se a historica rivalidade com os portugueses , que dominavam o comercio na provincia. Em sintese, as principais causas da Rebeliao Praieira foram: [ 1 ]

  • o predominio do latifundio;
  • a dependencia e marginalizacao do pequeno agricultor;
  • o encarecimento dos generos de primeira necessidade;
  • o papel monopolizador dos comerciantes portugueses;
  • o exodo rural;
  • a crise da economia pernambucana.

A luta [ editar | editar codigo-fonte ]

A revolta teve como causa imediata a destituicao, por D. Pedro II, do Presidente da Provincia Antonio Pinto Chicorro da Gama (1800-1887), representante dos liberais. Durante quatro anos a frente do poder, Chicorro da Gama combatera o poder local dos gabirus , grupos mais poderosos da aristocracia latifundiaria e mercantil, ligados ao Partido Conservador.

A substituicao deste liberal pelo ex-regente Araujo Lima , extremamente conservador, foi o estopim para o inicio da revolucao, que ja acumulava insatisfacao com a politica imperial e dificuldades devido ao declinio da economia acucareira.

Os rebeldes queriam formar uma nova Constituinte para alterar a Constituicao brasileira de 1824 , visando a efetiva liberdade de imprensa (uma vez que esta estava limitada, extinguindo artigos que ferissem a familia real ou a moral e os bons costumes), a extincao do Poder moderador e do cargo vitalicio de Senador , voto livre e universal, garantia de trabalho, alem da nacionalizacao do comercio varejista que estava nas maos dos portugueses.

Em abril de 1848, os setores radicais do Partido Liberal pernambucano ? reunidos em torno do jornal Diario Novo , na Rua da Praia, no Recife , e conhecidos como praieiros ? condenaram a destituicao de Chichorro da Gama, interpretando esse gesto como mais uma arbitrariedade imperial.

A revolta contra o novo governo da Provincia eclodiu em Olinda , a 7 de novembro de 1848, sob a lideranca do general Jose Inacio de Abreu e Lima , do Capitao de Artilharia Pedro Ivo Veloso da Silveira , do Tenente Coronel da Guarda Nacional Bernardo Jose da Camara, futuro Barao de Palmares, do deputado liberal Joaquim Nunes Machado e do militante da ala radical do Partido Liberal, Antonio Borges da Fonseca . O presidente nomeado da Provincia, Herculano Ferreira Pena , foi afastado e o movimento espalhou rapidamente por toda a Zona da Mata de Pernambuco.

A rebeliao propriamente dita realizou-se por etapas que foram se sucedendo e tomando caracteristicas proprias em cada periodo; foi iniciada a 7 de novembro de 1848, em Olinda, quando os amotinados, compreendendo que dispunham de maior chance de apoio no interior, foram para o norte, de onde partiram para Igarassu e Goiana. Procuravam a area de influencia de senhores de engenho liberais, como Manuel Pereira de Morais. Ocuparam, sucessivamente, as duas cidades, depois de enfrentar os legalistas em Maricota, hoje, Abreu e Lima, e em Mucupinho. O apoio do rico senhor de engenho de Inhama, fez com que a revolta fosse chamada, inicialmente, de "guerra do Morais". Depois do combate de Mucupinho, em que o governo teve uma vitoria pouco expressiva, eles se dirigiram para Nazare da Mata, que foi ocupada, a 12 de novembro, por Joaquim Goncalves Guerra, influente senhor de engenho do vale do Siriji.

Em 1 de janeiro de 1849, os revoltosos lancaram o seu programa, um documento que denominaram Manifesto ao Mundo , de conteudo, em sua maior parte, social Liberal (voto universal, liberdade de expressao, garantia de trabalho, separacao dos poderes, direitos individuais na esfera juridica), [ 2 ] supostamente escrito por Borges da Fonseca, um jornalista. O manifesto defendia:

  • o voto livre e universal do povo brasileiro;
  • a plena e absoluta liberdade de comunicar os pensamentos por meio da imprensa ( liberdade de imprensa );
  • o trabalho, como garantia da vida para o cidadao brasileiro;
  • o comercio a retalho so para os cidadaos brasileiros;
  • a inteira e efetiva independencia dos poderes constituidos;
  • a extincao do Poder Moderador e do direito de agraciar;
  • o elemento federal na nova organizacao
  • a completa reforma do Poder Judiciario , de forma a assegurar as garantias dos direitos individuais dos cidadaos;
  • a extincao da lei do juro convencional;
  • a extincao do sistema de recrutamento militar entao vigente.

Depois de receber a adesao da populacao urbana que vivia em extrema pobreza, pequenos arrendatarios, boiadeiros, mascates e negros libertos, os praieiros marcharam sobre o Recife em fevereiro de 1849 com quase 2,5 mil combatentes, mas foram rechacados. Marcharam em tres Divisoes, uma comandada por Joao Inacio de Ribeiro Roma, a segunda por Bernardo Camara e a terceira era comandada por Pedro Ivo Veloso da Silveira.

A repressao [ editar | editar codigo-fonte ]

A provincia foi pacificada por Manuel Vieira Tosta , indicado como novo presidente, auxiliado pelo Brigadeiro Jose Joaquim Coelho , novo Comandante das Armas. As forcas rebeldes foram derrotadas nos combates de Agua Preta e de Igarassu .

Os lideres do movimento, pertencentes a classe dominante, foram detidos e julgados apenas em 28 de novembro de 1851 , quando os animos na provincia ja tinham serenado, ocasiao em que o governo imperial pode lhes conceder anistia . Voltaram, assim, a ocupar os seus cargos publicos e a comandar os seus engenhos.

Por outro lado, os rebeldes das camadas sociais menos privilegiadas - rendeiros, trabalhadores e outros - nao tiveram direito a julgamento e, ou sofreram recrutamento forcado ou foram anistiados por intervencao de seus superiores para retornarem ao trabalho, exceto aqueles que foram sumariamente fuzilados durante e logo apos os combates.

Consequencias [ editar | editar codigo-fonte ]

Com o fim da Praieira, no inicio de 1850, iniciou-se outra parte do Segundo Reinado, um periodo de tranquilidade politica, fruto do parlamentarismo e da politica da conciliacao implantados por D. Pedro II, e da prosperidade trazida pelo cafe.

Em consequencia da violencia Praieira contra os luso-brasileiros, estes solicitaram ajuda ao Reino de Portugal, que lhes forneceu duas embarcacoes e construiu infraestruturas no ainda modesto povoado de Mocamedes (atualmente Angola ), com vistas a formar uma colonia agricola-comercial, que viria satisfazer os objetivos do imperio colonial. A primeira das embarcacoes, o brigue Douro, chegou na baia do Namibe em 1 de agosto de 1849, seguido pela embarcacao Tentativa Feliz, em 3 de agosto. [ 3 ]

Referencias

  1. Moccelin, Renato; Camargo, Rosiane. ≪Passaporte para a Historia≫. Editora do Brasil (Brochura) . 9 (4). 360 paginas  
  2. Izabel Andrade Marson . [S.l.: s.n.]  
  3. Azevedo, Jose Manuel de. A colonizacao do Sudoeste Angolano : do deserto do Namibe ao planalto da Huila - 1849-1900 . Salamanca: Universidade de Salamanca , 2014.