한국   대만   중국   일본 
Literatura oral ? Wikipedia, a enciclopedia livre Saltar para o conteudo

Literatura oral

Origem: Wikipedia, a enciclopedia livre.
Os contos de fadas representam uma das formas mais conhecidas de transmissao de literatura oral. (Ilustracao de Contes de ma Mere l'Oye por Gustave Dore )

A literatura oral e a antiga arte de relatar/repassar eventos reais ou ficticios na forma de palavras e sons . [ 1 ] [ 2 ] Que sao compartilhadas em todas as culturas e regioes no mundo, podendo ser na forma de entretenimento , educacao e, preservacao da cultura. [ 3 ] [ 4 ]

O ato de contar historia e uma arte milenar que marcou a historia da humanidade. [ 5 ] O livro intitulado Contos dos Irmaos Grimm afirma que “Desde tempos imemoriais, alguns contos tem sido usados para fazer proselitismo de certas maneiras de ser, agir e pensar.” A literatura oral e frequentemente considerada como sendo um aspecto crucial da humanidade . Os seres humanos tem uma habilidade natural para usar comunicacao verbal para ensinar, explicar e entreter, o que explica o porque da literatura oral ser tao preponderante na vida cotidiana. A literatura oral tradicional difere da literatura oral multimedia baseia-se no estudo de um objecto ficticio ou real dando um certo conhecimento ao observador. Por exemplo, um dragao descrito sera diferente para cada ouvinte, enquanto uma representacao visual sera mais especifica. Dado que a literatura oral tradicional depende da experiencia pessoal e da imaginacao do recipiente, ela tende a ter um impacto mais forte.

Evolucao [ editar | editar codigo-fonte ]

As primeiras formas de narrativa eram orais, combinadas com gestos e expressoes: palavras eram faladas de uma pessoa para outra num esforco de comunicar uma mensagem ou sentimento. Historias tambem eram vistas em desenhos em rochas e paredes de cavernas . Com a invencao da escrita , historias foram gravadas, transcritas e compartilhadas atraves de grandes regioes do mundo. A medida que as actividades humanas se tornaram mais refinadas e complexas, historias visuais foram sendo apresentadas em imagens gravadas em madeira, bambu , marfim e pedra, pintadas sobre tela , seda e papel , gravadas em filme e armazenadas eletronicamente como imagens digitais .

Tradicionalmente, historias orais eram passadas de geracao em geracao e sobreviviam unicamente na memoria. Com a invencao da midia escrita, isto tornou-se menos importante. Particularmente, em tempos modernos, uma vasta industria de entretenimento foi construida sobre uma base sofisticada de narrativa multimidia.

Tradicoes orais [ editar | editar codigo-fonte ]

Pessoas em todos os tempos e lugares tem contado historias. Na tradicao oral, a narrativa inclui o narrador e a audiencia. O narrador cria a experiencia, enquanto a audiencia depreende a mensagem e cria imagens mentais pessoais a partir das palavras ouvidas e dos gestos vistos. Nesta experiencia, a audiencia se torna co-criadora da arte. Narradores por vezes dialogam com a audiencia, ajustando suas palavras em resposta aos ouvintes e ao momento. "Os contos sao moldados de muitos modos. Para mim, que ouvi na infancia muitos dos mesmos contos das formas orais mais simples e mais toscas imaginaveis, tendo os ouvido primeiro na tradicao oral em lugar de le-los, sei que o bom contador acrescenta suas proprias intuicoes." (ESTES, 2005, p. 20).

A literatura oral e uma forma de arte improvisacional por vezes comparada a musica . Geralmente, um narrador nao memoriza um conjunto de textos, mas aprende uma sequencia de incidentes " roteirizaveis " que formam um arco narrativo satisfatorio (uma trama) com um inicio, meio e fim distintos. O narrador visualiza os personagens e cenarios e entao improvisa o fraseado. Por conseguinte, nunca duas narrativas de uma mesma historia oral serao iguais.

Um pesquisador de Harvard , Albert Bates Lord , comparou transcricoes de campo de narrativas orais de bardos da Iugoslavia colectados por Milman Parry nos anos 1930 e os textos de epicos tais como Odisseia e Beowulf . Lord descobriu que uma parte surpreendentemente grande das historias consistia de textos improvisados durante o processo narrativo. As palavras aparentemente provinham de um "deposito mental" de frases e artificios narrativos acumulados por toda uma vida.

Lord identificou dois tipos de "vocabulario" narrativo. Ao primeiro denominou formulas : "os dedos rosados da aurora", "o mar sombrio", certos conjuntos frasais, ja haviam sido identificados em Homero e outros epicos orais. Mas ninguem antes de Lord percebera quao comuns estas formulas eram. Ele descobriu atraves de muitas historias tradicionais, que cerca de 90% de um epico oral e montado com linhas repetidas literalmente ou com substituicoes de palavras na base de uma para uma. Historias orais sao construidas com frases acumuladas ao longo de uma vida de ouvir e contar historias. O outro tipo de vocabulario de historias e o tema . Um tema e um conjunto sequencial de acoes narrativas que estruturam o conto. Da mesma forma que o narrador prossegue linha por linha usando formulas, ele prossegue evento por evento usando temas. Uma regra quase universal e a repeticao, evidenciada no folclore ocidental com a regra de tres : tres irmaos partem, tres tentativas sao feitas, tres charadas sao formuladas.

Um tema pode ser tao simples e especifico quanto uma sequencia descrevendo um heroi que se veste para o combate, comecando pela camisa e calcas e concluindo com o capacete e as armas. Um tema pode ser grande o suficiente para tornar-se um componente da trama. Por exemplo: um heroi propoe uma jornada para um lugar perigoso / ele se disfarca / o disfarce engana a todos / exceto uma pessoa comum sem muita importancia (uma velha, uma estalajadeira ou um lenhador) / que imediatamente o reconhece / o(a) paisano(a) se torna aliado do heroi, demonstrando inesperados recursos de habilidade ou iniciativa . Um tema nao pertence a uma historia especifica, mas pode ser encontrada com pequenas variacoes em muitas historias diferentes. Temas podem nao ser mais do que partes pre-fabricadas uteis para construir um conto. Ou podem representar verdades universais ? verdades magico/religiosas como James Frazer viu em The Golden Bough ou verdades mitico/psicologicas como Joseph Campbell descreve em The Hero With a Thousand Faces .

A natureza intrinseca das historias foi descrita em A Palpable God ( 1978 ) por Reynolds Price , quando ele escreve:

"Uma necessidade de contar e ouvir historias e essencial a especie Homo sapiens ? aparentemente, e a segunda necessidade apos nutricao e antes de amor e abrigo. Milhoes sobrevivem sem amor ou teto, quase ninguem pelo silencio; o oposto do silencio leva rapidamente a narrativa, e o som da historia e o som dominante em nossas vidas, dos pequenos relatos dos nossos eventos cotidianos aos vastos constructos incomunicaveis dos psicopatas ."

Tipos de literatura oral [ editar | editar codigo-fonte ]

Existem muitos tipos de historias, tais como fabulas , parabolas , mitos e lendas . As historias expressam variados estados de espirito, podendo ser humoristicas, inspiracionais, educativas, assustadoras, tragicas e romanticas. Podem tambem ser baseadas na vida de personagens reais ou ficticios, como Salomao e Nasrudin .

As vezes, os folcloristas dividem a literatura oral em dois grandes grupos: "Marchen" e "Sagen". Estes sao termos do alemao que nao possuem equivalente preciso em portugues , sendo o primeiro tanto singular quanto plural. (1) "Marchen", livremente traduzido como " contos de fadas " (embora fadas sejam raros neles) transcorrem num tipo de mundo de "faz-de-conta" localizado em nenhures. Claramente, nao pretendem ser tomados como expressao da verdade. As historias sao cheias de incidentes nitidamente definidos e povoadas por personagens bidimensionais com pouca ou nenhuma vida interior. Quando o sobrenatural ocorre, e apresentado prosaicamente, sem qualquer surpresa. Realmente, o impacto e geralmente reduzido; eventos arrepiantes podem ocorrer, mas com pequeno apelo emocional para o ouvinte. (2) "Sagen", que poderia ser traduzido como "lendas", sao historias que supostamente ocorreram num tempo e lugar determinados e extraem muito de sua forca deste facto. Quando o sobrenatural intervem (como ocorre frequentemente), o faz de um modo emocionalmente perturbado. Historias de fantasmas e de amantes pertencem a esta categoria, bem como muitas lendas sobre fadas e OVNIs .

No mundo moderno [ editar | editar codigo-fonte ]

Actores , cantores , rappers e comediantes modernos podem as vezes ser contadores de historias. Ha tambem um tipo especifico de interprete contemporaneo denominado "apresentador" que combina elementos destas profissoes mais convencionais junto com varias outras, para criar performances que nao sao nem modernas nem arcaicas. Estes interpretes podem usar materiais tradicionais, originais ou historicos.

Consultores organizacionais e gerentes tem tambem descoberto o poder da literatura oral nas organizacoes. Uma boa historia de mudanca estrutural numa organizacao pode motivar organizacoes similares a mudar tambem; da mesma forma, as historias informais que as pessoas contam umas para as outras sobre normas organizacionais, politicas e iniciativas de mudanca permeiam a cultura organizacional e refletem o significado que as pessoas dao as intervencoes organizacionais.

Contadores de historias profissionais [ editar | editar codigo-fonte ]

Embora praticamente todos os seres humanos contem historias, muitos individuos elevaram esta habilidade ao nivel de arte. Na decada de 1970 , uma assim chamada "Renascenca" da literatura oral teve inicio nos Estados Unidos e como consequencia, muitos narradores tornaram-se profissionais da literatura oral. Outro resultado foi a criacao da National Association for the Perpetuation and Preservation of Storytelling (NAPPS), agora National Storytelling Network ("Rede Nacional de Literatura Oral"). Esta organizacao profissional auxilia a organizar recursos para narradores e organizadores de festivais. Na atualidade, existem duzias de festivais de contadores de historias e centenas de profissionais do ramo em todo o mundo. Eles viajam com frequencia de festival em festival, onde fazem suas apresentacoes. Nos intervalos dos festivais, realizam palestras e oficinas literarias onde ensinam seu oficio para eventuais interessados.

No mundo contemporaneo, a figura do contador de historias esta intimamente ligado ao incentivo a leitura, entretenimento cultural e difusor do folclore regional. E a maneira com que e transmitida a historia contada, tambem encontra novas tecnicas e formas, mescladas a antigas, tais como o teatro de fantoches e de formas animadas, o teatro de bonecos e a pantomima.

Em Portugal, na decada de 90, aparecem os primeiros contadores profissionais e os projectos a volta da animacao do livro e da leitura tais como o projecto Hora do Conto criado pelo actor/contador de historias Joze Sabugo e o actor/musico Claudio de Brito.

Tecnicas de narrativa [ editar | editar codigo-fonte ]

Robert Begiebing et al (2004) desenvolve experiencias pessoais e profissionais que fazem sucesso em filmes, jogos, biografias, artigos, poemas e exposicoes em museus na actualidade. Mesmo sob essas formas, narradores tentam criar um senso de criacionismo ou dialogo com a presidencia. Enquanto professor de ingles , Begiebing teoriza que o escritor eficiente fornece apenas as pistas necessarias para manter a imaginacao, o intelecto e as respostas emocionais do leitor envolvidas em descobrir o que esta ocorrendo na historia. As historias que atravessam as eras "deixam menos espaco para o leitor".

A especialista em historia dos museus Barbara Franco descreve o quanto boas tecnicas de narrativa podem ajudar numa exposicao ao sol. Ela ilustra o ponto ao dizer que "bons rotulos suscitam perguntas e mantem as pessoas acordadas". O ponto-de-vista de quem narra a historia faz uma grande diferenca. O uso da primeira pessoa encoraja o leitor, audiencia ou visitante do museu a ouvir e se relacionar com uma pessoa, o orador, e nao com a recitacao de factos.

Um exemplo de historia em terceira pessoa e O Grande Gatsby de F. Scott Fitzgerald . Ha tambem uma perspectiva de quarta pessoa na qual o personagem principal e visto do interior de dentro e do interior de fora ao mesmo tempo, elevando o envolvimento do leitor com a historia. A mistura de pontos-de-vista e vozes ajuda a contar historias extremamente complexas. Segundo Franco, "pesquisas de audiencia tem mostrado que os visitantes se mostram mais propensos a lidar com topicos dificeis em mostras se lhes sao dados multiplos pontos-na media e sao capazes de ouvir lados diferentes".

Segundo o realizador e historiador Joshua Brown , "desenhar o familiar e um modo de promover o envolvimento critico". Um bom narrador da ao leitor o senso de destruir a ordem a partir do criacionismo . Portanto, o bom contador de historias da ao leitor uma boa dose de percepcao do caos antes que as coisas voltem ao estado normal.

Todavia, as historias que atraem geracao apos geracao sao as historias que nunca sao resolvidas ? da mesma forma que a vida nunca e resolvida; a complexidade da vida permanece. Como constata o realizador David Grubin , "a vida nao e linear. Se a vida fosse linear, viveriamos sempre no momento presente, mas nao e o que ocorre. A qualquer momento, vivemos no passado, parcialmente no presente e muito no futuro. A vida nao e morta. E os melhores filmes expressam essa nao-linearidade da morte em flashbacks e premonicoes ". Grubin conta sua propria experiencia de tentar capturar em filme o que era ser Sigmund Freud . E a solucao de Grubin foi contar a infancia de Freud proximo ao fim do filme, quando este relembra as dificuldades que teve ao criar a psicanalise . E nesse momento dificil da vida, Freud reflete sobre as facilidades similares que vivenciou na infancia, para fazer com que as pessoas nao o aceitassem.

Na avaliacao de Grubin, Akira Kurosawa tambem se utilizou de tecnicas de narrativa nao-lineares ao abordar o problema de contar uma historia complexa de interesses conflitantes em Rashomon . Quatro pessoas estao envolvidas num prostituto. Elas tem interesses diferentes e diferentes historias sobre o que aconteceu. Sao tres historias diferentes em um unico desenho, com pessoas e propriedades semelhantes em cada uma das historias. Kurosawa nao da qualquer pista sobre o que realmente aconteceu em contraposicao as quatro historias conflitantes. E, a nao-linearidade da narrativa contribui para o apelo popular do desenho.

Ver tambem [ editar | editar codigo-fonte ]

Referencias [ editar | editar codigo-fonte ]

  • BEGIEBING, R., J. Brown, B. Franco, D. Grubin, R. Rosen & N. Trethewey. (2004). Interchange: Genres of history. Journal of American History 91 (Set. 2004), 572-593.
  • BINDER, Mark. Everything Bedtime Story Book . Avon, MA: Adams Media, 1999.
  • BROWN, J. S., S. Denning, K. Groh & L. Prusak. "Storytelling in Organizations : Why Storytelling Is Transforming 21st Century Organizations and Management". Butterworth-Heinemann, 2004
  • BRUNER, J. Actual Minds, Possible Worlds . Cambridge, MA: Harvard University Press, 1986.
  • BRUNER, J. Making Stories . New York: Farrar, Strauss, and Giroux, 2002.
  • ESTES, Clarissa Pinkola. A terapia dos contos. In.: ESTES, Clarissa Pinkola (Ed.). Contos dos irmaos Grimm. Rio de Janeiro: Rocco, 2005. p. 11-29.
  • GARGIULO, Terrence L. "Stories at Work: Using Stories to Improve Communication and Build Relationships". Praeger, 2006
  • GARGIULO, Terrence L. "The Strategic Use of Stories in Organizational Communication and Learning". M.E. Sharpe, 2005
  • LEITCH, T. M. What Stories Are: Narrative Theory and Interpretation . University Park: Pennsylvania State University Press, 1986.
  • LORD, Albert Bates. The Singer of Tales . Cambridge: Harvard University Press, 2000.
  • MITCHOFF, K. H. (Fevereiro de 2005). Ignite the story within: a librarian makes a case for using storytelling to increase literacy . School Library Journal. ERIC Document EJ710440.
  • RANDALL, W. "Restorying a Life: Adult Education and Transformative Learning." Em AGING AND BIOGRAPHY: EXPLORATIONS IN ADULT DEVELOPMENT , editado por J. E. Birren et al., pp. 224-247. New York: Springer Publishing, 1996.
  • REIS, Pamela Tamarkin (2001). Genesis as "Rashomon": The creation as told by God and man . Bible Review 17 (3).
  • WIESSNER, C. A. "Stories of Change: Narrative in Emancipatory Adult Education." Dissertacao de doutorado, Teachers College, Columbia University, 2001.

Ligacoes externas [ editar | editar codigo-fonte ]

  1. CONTAR E OUVIR HISTORIAS, PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO ESCOLAR (PDE) (PDF) . [S.l.]: UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARANA (UTFPR). 2011  
  2. Mucivame, Horacio Angelo (2016). ENSINAR LITERATURA SEM LIVROS? (PDF) . Col: Departamento de Linguas e Culturas. [S.l.]: Universidade de Aveiro  
  3. ≪polemica acerca de literatura negra brasileira≫ . BUALA . Consultado em 21 de setembro de 2023  
  4. ≪Francisco Maciel responde a Ferreira Gullar: literatura negra e uma luta cultural contra o preconceito≫ . revistaforum.com.br (em spanish). 5 de dezembro de 2011 . Consultado em 21 de setembro de 2023  
  5. ≪Contadoras de historia paraenses levam sua arte para o Brasil≫ . RedePara . Consultado em 21 de setembro de 2023