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Leonor de Avis, Rainha de Portugal

Origem: Wikipedia, a enciclopedia livre.
  Nota: Para outros significados, veja Leonor, rainha de Portugal .
Leonor
Infanta de Portugal
Leonor de Avis, Rainha de Portugal
Rainha Consorte de Portugal e Algarves
Reinado 28 de agosto de 1481
a 25 de outubro de 1495
Antecessor(a) Joana de Castela
Sucessor(a) Isabel de Aragao
 
Nascimento 2 de maio de 1458
  Beja , Portugal
Morte 17 de novembro de 1525  (67 anos)
  Paco de Xabregas, Lisboa , Portugal
Sepultado em Convento da Madre de Deus , Lisboa , Portugal
Marido Joao II de Portugal
Descendencia Afonso, Principe de Portugal
Casa Avis
Pai Fernando, Duque de Viseu
Mae Beatriz de Avis
Religiao Catolicismo
Assinatura Assinatura de Leonor

Leonor de Viseu ( Beja , 2 de fevereiro de 1458 ? Lisboa , 17 de novembro de 1525 ), [ 1 ] foi uma Infanta de Portugal , esposa do rei Joao II e Rainha Consorte de Portugal e Algarves de 1481 ate 1495. Pela sua vida exemplar, pela pratica constante da misericordia , e mais virtudes cristas, alcancou de alguns historiadores o epiteto de "Princesa Perfeitissima", inspirado no cognome do rei seu marido, a cuja altura sempre se soube manter para o juizo da historia.

A rainha Dona Leonor de Viseu e tambem a terceira e ultima rainha consorte de Portugal nascida em Portugal, tendo a primeira sido Leonor Teles e a segunda, a sua prima e sogra, a infanta Isabel de Coimbra , mulher de Afonso V , sendo assim tia pelo casamento, pois o rei e irmao do pai de Leonor. Com o seu casamento acabam os casamentos endogamicos continuados entre os descendentes da Inclita Geracao , entre a prole de Joao I e da sua esposa, a rainha Filipa de Lancastre, entre os reis e as primas portuguesas.

Deixou como legado a Santa Casa da Misericordia de Lisboa , ainda existente.

Foi tambem a primeira dos ocupantes do trono portugues com sangue Braganca , pela sua avo materna, a infanta Isabel de Barcelos , filha do 1.º duque de Braganca; logo se lhe seguindo seu irmao Manuel I , como primeiro rei reinante e seu sobrinho Jaime I, Duque de Braganca , como primeiro Braganca herdeiro jurado do trono, na permanente relacao entre a Casa Real e o seu ramo Braganca com casamentos entre os primos.

Primeiros anos [ editar | editar codigo-fonte ]

Retrato imaginado da Rainha D. Leonor, por Jose Malhoa .

Leonor era filha do infante D. Fernando , duque de Viseu e Condestavel do Reino (filho do rei Duarte I de Portugal e da rainha Leonor de Aragao ) e de sua mulher a Infanta D. Beatriz , [ 1 ] tambem ela uma princesa de Avis, sendo esta neta materna de D.  Isabel de Braganca (filha do 1º duque de Braganca ) e do infante Joao , condestavel do Reino, o penultimo dos infantes da Inclita Geracao .

Entre os seus irmaos o mais velho foi o infante Joao, 3.º duque de Viseu e Beja, que morreu novo, solteiro, logo sucedido pelo infeliz secundogenito, Diogo e Mestre da Ordem de Cristo . Outra sua irma, com apenas menos um ano de idade, foi a infanta Isabel , Duquesa de Braganca pelo seu casamento, e finalmente o benjamim da familia, onze anos mais novo do que a futura rainha, Manuel I . Era ainda prima direita de Maximiliano I, filho de uma irma de seu pai, e de Isabel a Catolica, rainha de Castela, filha de uma irma de sua mae, entre outros.

Leonor foi destinada ao nascer a Joao II de Portugal o "Principe Perfeito" por vontade e promessa de seu tio Afonso V , quando nasceu, ao seu unico irmao e melhor amigo, pai da noiva, o infante D. Fernando. Casou com o primo Joao quando apenas tinha 12 anos de idade, e o noivo 15. Tendo crescido juntos e amigos, tiveram um casamento unido, mesmo quando o rei executou o irmao mais velho da rainha, o seu primo e cunhado Diogo, duque de Viseu e Beja, e mandou julgar e decapitar o seu outro cunhado e primo, Fernando II, Duque de Braganca , ambos por traicao e conjura a favor dos primos dos Braganca: os Reis Catolicos , se viu afectado.

A princesa mais rica da Europa [ editar | editar codigo-fonte ]

Brasoes
Armas da rainha D. Leonor de Aviz, em casada
Brasao das Caldas da Rainha , cidade fundada pela "Princesa Perfeitissima", baseado nas armas da soberana.
Armas da rainha D. Leonor de Aviz em viuva
Estatua da Rainha D. Leonor em Beja .

Em 18 de janeiro de 1471 casou-se com o futuro rei Joao II , [ 1 ] o qual era seu primo coirmao, pelo lado paterno e segundo, pelo lado materno. De facto, tanto o rei como a rainha eram netos do rei Duarte , ambos pelo lado paterno; pelo lado materno, Joao e neto do infante Pedro e Leonor e neta do irmao de Pedro e Duarte: o infante Joao . Apos a morte do rei, em 1495, subiu seu irmao Manuel ao trono, e ao casar-se este, a rainha passou a ser conhecida como "Rainha Velha" ate a sua morte.

As rainhas de Portugal contaram, desde muito cedo, com o rendimento de bens senhoriais e patrimoniais independentes destinados a sua sustentacao e dignidade, patrimonio este que era designado por Casa das Rainhas . Leonor, alem das vilas anteriores mencionadas nas rainhas que a precederam, foi dotada pelo rei com as cidades de Silves e Faro , e as terras de Aldeia Galega da Merceana e Aldeia Gavinha . Na Casa das Rainhas, que manteve em viuva, mesmo depois de D. Manuel casar, estava tambem incluida a cidade das Caldas que ela propria fundara.

Leonor reinou no apogeu da fortuna da expansao portuguesa, quando Lisboa se transformara na capital europeia do comercio de riquezas exoticas: e foi por isso mesmo no seu tempo a mais rica princesa da Europa, conforme demonstra uma obra recente a respeito da administracao da sua grande casa.

Essa grande fortuna, que cresceu exponencialmente com a chegada a India e com o comercio ultramarino, visto seu pai ter sido filho adoptivo e herdeiro universal do Infante D. Henrique , o Navegador, e das grandes merces que recebeu dos reis seu marido e seu irmao, empregou-a depois de viuva na pratica da caridade constante, da devocao verdadeira, no patrocinio de obras religiosas, e sobretudo na assistencia social aos pobres: assim, encorajou, fomentou e financiou o projecto de Frei Miguel Contreiras de estabelecimento de Misericordias gerida por irmandades em todo o reino, notavel iniciativa precursora em toda a Europa. A rede de Misericordias portuguesa chegou ate aos nossos dias, sempre activa no papel social e caritativo a que a rainha a destinou.

A rainha velha: obra e legados [ editar | editar codigo-fonte ]

A rainha Leonor, em viuva, manteve grande destaque na corte lusitana, sendo regente do reino mais do que uma vez. Desprezando a vida mundana, retirou-se a viver no seu Paco de Xabregas, junto com a imensa casa dos seus servidores e criados. Apesar de se situar relativamente perto do Terreiro do Paco , a residencia independente em Xabregas permitia-lhe uma vida mais serena e propicia a devocao e austeridade religiosas que se determinou a seguir, ao tomar o habito laico de viuva.

Apoiou D. Manuel na fundacao do Hospital Real de Todos os Santos , no Rossio de Lisboa , o melhor hospital da Europa no seu tempo; e esteve ainda na origem da fundacao do hospital termal das Caldas da Rainha , cuja construcao e funcionamento custeou, e que dela tira o seu nome. [ 1 ] Ainda hoje as Caldas da Rainha mantem como armas as da rainha Leonor, ladeado a esquerda pelo seu proprio emblema (o camaroeiro) e a direita, pelo emblema de Joao II (o pelicano). Ao manter estas armas, a cidade tornou-se uma das poucas povoacoes portuguesas a manter um brasao anterior a normalizacao republicana da heraldica municipal, levada a cabo no principio do seculo XX.

O mais belo e notavel dos monumentos, ou edificios que a rainha ordenou fossem construidos, e onde repousa, o convento da Madre de Deus , em estilo gotico manuelino , abriga hoje o Museu Nacional do Azulejo , constituindo um dos mais ricos patrimonios culturais portugueses. Nele mandou ser sepultada. Foi mandado construir em 1509, e desde entao ficou sempre integrado na Casa das Rainhas . Foi ocupado por clarissas, Franciscanas Descalcas da primeira regra de Santa Clara, a qual a propria rainha, enquanto viuva, fez voto, e quis obedecer.

O majestoso Convento da Madre de Deus foi sujeito a magnificas intervencoes arquitectonicas e a luxuosa decoracao ao longo dos seculos, tendo possuido um excepcional patrimonio em ourivesaria e obras de arte. Do tempo da sua fundacao restam sobretudo no interior o piso terreo, notavel pelo seu Claustrim, e a chamada Capela de D. Leonor. E, sobrevivente ao terremoto de 1755 , no exterior existe ainda a fachada, ornamentada com belos portais e janelas em puro estilo manuelino , que dantes davam directamente para as areias da praia de Xabregas , sobre o Tejo .

A rainha e a sucessao ao trono portugues [ editar | editar codigo-fonte ]

Realeza Portuguesa
Casa de Avis
Descendencia

A rainha teve dois filhos: o principe D. Afonso , nascido em 1475 e um natimorto em 1483. [ 2 ] D. Afonso , herdeiro do trono, morreu precocemente num infeliz e inesperado acidente de cavalo no Vale de Santarem em 1491, pouco depois de casado com a princesa Isabel de Aragao , herdeira dos Reis Catolicos nos seus tronos de Aragao, Castela, Napoles e Sicilia.

Rainha Dona Leonor nas Caldas da Rainha .

Durante o seu casamento com D. Leonor, nasceu ao rei um filho bastardo com Ana de Mendonca (dama da rainha Joana , 2.ª mulher de D. Afonso V) ? Jorge de Lencastre , a quem, ao legitima-lo, criou mestre da Ordem de Santiago e a quem mandou que fosse 2º duque de Coimbra , em homenagem ao seu avo, o infante-regente D. Pedro, cuja Casa foi reconstituida a seu favor.

Tendo o rei chamado para a corte este seu filho, pediu a D. Leonor que lhe servisse de mae, o que a rainha aceitou, vivendo D. Jorge junto do infante Manuel e do principe Afonso , seu meio-irmao, ate a sua morte. Depois desta data, no entanto, D. Leonor distancia-se do enteado, custando-lhe ve-lo vivo e o seu unico filho ja desaparecido, tanto mais que descobre que o rei seu marido determinara agora torna-lo sucessor na coroa, apesar de o direito constitucional portugues nao o autorizar a isso, pois jamais a escolha da sucessao coube ao soberano em Portugal.

No entanto, e com essa finalidade, D. Joao tentou uma accao diplomatica junto da Santa Se, querendo obter o seu reconhecimento pelo papa como filho legitimo capaz de lhe suceder na coroa ? no que foi contrariado pela rainha, que defendeu os direitos sucessorios de seu irmao Manuel ? o varao legitimo mais proximo do rei, que subiria ao trono em 1495 apos a sua morte, como D. Manuel, O Venturoso .

Ao subir ao trono o seu irmao mais novo, ainda solteiro, a rainha tornou-se automaticamente herdeira do trono. E se este tivesse falecido por essa altura, teria passado de rainha viuva a rainha reinante. Porem, viuva e ja sem idade para vir a ter sucessao propria, alem de consagrada as boas obras, nao quis nunca ser jurada Princesa herdeira, pelo que o rei se determinou a mandar voltar do exilio em Castela sua outra irma, a infanta Isabel , que ali se acolhera viuva com os filhos desde a sentenca que lhe condenara o marido, Fernando II de Braganca, fazendo por acordo de familia jurar como sucessor e herdeiro a Jaime I de Braganca , filho desta, ate lhe nascer sucessao do seu futuro casamento.

Morte e sepultura [ editar | editar codigo-fonte ]

A rainha, trajando de viuva, rezando no seu magnifico Livro de Horas, sobre a pintura flamenga Panorama de Jerusalem , oferecida por seu primo o imperador Maximiliano I.
Chegada processional ao novo Convento da Madre de Deus das reliquias de Santa Auta, oferecidas por seu primo o imperador Maximiliano I, vendo-se a rainha nas suas vestes de viuva na bancada, a frente das clarissas, em adoracao.

A rainha Leonor faleceu no seu Paco de Xabregas , nos arredores de Lisboa, junto ao convento do mesmo nome.

Ali mesmo, em Xabregas , quis ficar sepultada, no seu magnifico Convento da Madre de Deus , em campa rasa de fria e nua pedra, num lugar de passagem, para que todos a pisassem: gesto de grande humildade, que comove, e que quis que demonstrasse aos vindouros, que por ali viessem a passar, o sinal da pequenez das coisas do mundo diante da eternidade.

Ver tambem [ editar | editar codigo-fonte ]

Referencias

  1. a b c d Encliclopedia Luso Brasileira de Cultura, 11.º volume
  2. Rodrigues Oliveira, Ana (2010). Rainhas Medievais de Portugal . Lisboa: A Esfera dos Livros. p. 531  

Bibliografia [ editar | editar codigo-fonte ]

  • AMEAL, Joao, Dona Leonor, Princesa Perfeitissima , Livraria Tavares Martins, Porto, 1968.
  • SERRAO, Joaquim Verissimo, Historia de Portugal, II volume.
  • SA, Isabel dos Guimaraes, "Leonor de Lencastre : de princesa a rainha-velha", Lisboa: Temas e Debates, 2016.

Ligacoes externas [ editar | editar codigo-fonte ]

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