Jornalismo em quadrinhos
(tambem conhecido pelas siglas JQ e JHQ, ou jornalismo em BD, em
Portugal
) e uma modalidade de
jornalismo
realizada a partir da linguagem da
arte sequencial
. O termo foi cunhado pelo reporter e ilustrador maltes
Joe Sacco
, que em
1994
publicou o livro "Palestina", considerado pioneiro no genero.
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Embora Joe Sacco costume ser referenciado como o primeiro autor de JHQ, em 1991 o sueco
Art Spiegelman
lancou o livro "
Maus
", onde retrata a realidade de seu pai em um campo de concentracao e que veio a vencer o premio
Pulitzer
, maior premiacao jornalistica do mundo. Mesmo nao sendo propriamente uma obra jornalistica, mas sobretudo biografica, "Maus" utiliza de recursos como a entrevista e a pesquisa por meio de fontes diretas.
Existem alguns veiculos especializados em producao de JHQ, como o site
ArchComix
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, criado pelo HQ-reporter estadunidense Dan Archer, o portal colaborativo Cartoon Movement
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, a revista francesa La
Revue Dessinee
, a estadunidense
The Nib
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, o portal espanhol Pictoline
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, a revista chileno-espanhola El Otro Archivo
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o site indonesio Jurnaliskomik
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e a revista brasileira
Badaro
.
O livro "Reportagem Especial" (2016), de Bruno Pinto, Penim Loureiro e Quico Nogueira, apesar de ser narrado por uma personagem ficticia, e um trabalho jornalistico baseado em pesquisa, entrevista e apuracao. A obra trata das mudancas climaticas e seus impactos.
A serie "Tudo Isto E Fado!", publicada por
Nuno Saraiva
na revista Tabu, do jornal Sol, entre 2014 e 2015, e outro exemplo de jornalismo desenhado feito em Portugal. Em 2016, o trabalho foi distinguido como Melhor Album no Festival da Amadora, principal premiacao de quadrinhos (banda desenhada) do pais.
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No Brasil, um dos pioneiros do genero e
Alexandre De Maio
, autor do livro "Raul" (2018) e de diversas materias em quadrinhos. Em 2014, De Maio realizou junto a
Agencia Publica
a reportagem "Meninas em Jogo", onde denuncia o turismo de exploracao sexual durante a Copa do Mundo.
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Em maio de 2021, participou da serie Aprisionadas do
Jornal da Record
, usando a linguagem do jornalismo em quadrinhos.
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O primeiro livro-reportagem em quadrinhos de que se tem registro no Brasil e "Notas de um tempo silenciado" (2015) de
Robson Vilalba
, que tambem desenvolveu reportagens
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para veiculos como
Le Monde Diplomatique
,
Folha de S.Paulo
,
Plural
e
Gazeta do Povo
. A obra resultou da compilacao de materias da serie "Patria Armada, Brasil", feita para a
Gazeta do Povo
e que venceu o
Premio Vladimir Herzog
. Na mesma premiacao, em 2017, houve mencao honrosa a reportagem "A Execucao de Ricardo"
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, de Julio Falas, Bruno Nobru e Ciro Barros para a Agencia Publica, veiculo que tambem publicou "O Haiti E Aqui"
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(2016), de Adriano Kitani e Enio Lourenco. Em 2021, a entrevista ilustrada "LGBTfobia esta atrelada ao processo de colonizacao", publicada pela Revista Badaro, tambem foi laureada com a mencao honrosa na mesma premiacao.
Tambem em 2015 foi lancado o livro "Cortabundas: O Maniaco do Jose Walter" de
Talles Rodrigues
, resultado de seu trabalho de conclusao de curso.
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Em 2018, Amanda Ribeiro e Luiz Fernando Menezes produziram "Socorro! Policia!", tambem na modalidade de livro-reportagem em forma de HQ.
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Outras obras de jornalismo em quadrinhos produzidas no
Brasil
sao "Estilhaco: Uma Jornada pelo Vale do Jequitinhonha"
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(2015), de
Carol Ito
; "Quatro Marias"
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(2016) de
Helo D'Angelo
e Joyce Gomes; "Alvorada em Quadrinhos"
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(2017), de
Pablito Aguiar
; "Diasporados"
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(2018), de
Norberto Liberator
; "Parque das Luzes"
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(2019), de Cecilia Marins, Maria Allice Di Vicentis e Taina Freitas; e "Filhas do Campo"
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(2019), de
Gabriela Gullich
.
A revista
Badaro
, que estreou em 2019, foi o primeiro e se mantem como unico veiculo brasileiro especializado no jornalismo em quadrinhos
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. A Badaro publica semanalmente reportagens, materias curtas (
drops
), entrevistas e outros formatos jornalisticos utilizando a linguagem das HQs.
O
Canal Reload
, lancado em 2020, tambem publica constantemente reportagens em quadrinhos e conta com trabalhos dos ilustradores Fernando Rocha Aguiar e Nathan Albrecht.
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Atualmente em formato digital e impresso, a
Badaro
e o primeiro veiculo da lingua portuguesa especializado em producoes jornalisticas em quadrinhos. A primeira materia da revista foi publicada no dia 11 de setembro de 2019. Desde entao, dedica-se a diferentes formatos dentro da proposta do JHQ. Uma delas e o
Badrops
, que traz publicacoes de uma unica prancha; o
Badanoise
, dedicado a minibiografias de figuras ligadas a musica; e o
Badasportes
, para pautas relacionadas a temas esportivos. Alem disso, a Badaro tambem publica reportagens em quadrinhos e hibridas entre HQ e texto, bem como explora o audiovisual, as colagens, infograficos e podcasts, de acordo com seu proprio manifesto. Em 2021, a entrevista em quadrinhos "LGBTfobia esta atrelada ao processo de colonizacao", publicada pela revista digital, foi premiada com a Mencao Honrosa na categoria Arte, no Premio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.
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Referencias
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Tecnicas
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Autores
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Historia
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