Joao de Barros
OSE
?
GOSE
?
GCL
(
Figueira da Foz
,
Sao Juliao da Figueira da Foz
,
4 de Fevereiro
de
1881
?
Lisboa
,
25 de Outubro
de
1960
) foi um
poeta
,
pedagogo
e publicista
portugues
.
Filho terceiro de
Afonso Ernesto de Barros
, 1.º
Visconde da Marinha Grande
, e de sua primeira mulher Mariana da Ascensao da Costa Guia. Casou com Raquel Teixeira de Queiros, nascida a 7 de Maio de 1880, filha de
Francisco Teixeira de Queiros
e de sua mulher Teresa Narcisa de Oliveira David, e foi pai do Professor
Henrique de Barros
, que viria a ser Ministro de Estado e Presidente da Assembleia da Republica apos a
Revolucao de 25 de Abril de 1974
, e de Paulo Teixeira de Queiros de Barros, nascido a 5 de Setembro de 1908. Foi tambem sogro do Presidente do Conselho
Marcelo Caetano
. Teve ainda uma filha natural de Maria do Carmo Calvet de Magalhaes Ribeiro Cardoso, chamada Maria Ana Cardoso (
Lisboa
, nascida a 29 de Junho de 1893,
Merces
, 16 de Abril de 1921 - 22 de Novembro de 1976), casada com Fernando Bastos Simoes Duarte, com geracao.
Licenciou-se em
Direito
pela
Universidade de Coimbra
. Enveredou cedo pela carreira de professor, leccionando Portugues e Frances nos liceus de
Coimbra
,
Porto
e
Lisboa
. Em
1907
, como bolseiro, acompanhado por
Joao de Deus Ramos
, realizou, durante perto de um ano, uma viagem de estudo com fins pedagogicos a
Espanha
,
Franca
,
Gra-Bretanha e Irlanda
e
Belgica
, o que lhe permitiu conhecer experiencias pedagogicas inovadoras. Distinguir-se-ia depois como pedagogo, associado ao movimento da
Escola Nova
.
Foi, durante a
Primeira Republica Portuguesa
, um alto funcionario do
Ministerio da Instrucao Publica
, desempenhando sucessivamente, a partir de
1910
, as funcoes de chefe de reparticao, director-geral do ensino primario, director-geral do ensino secundario e secretario-geral do ministerio. Nessas funcoes revelou-se o grande combatente pela instrucao e pela educacao republicana. A este respeito, sao de salientar as suas obras
A Escola e o Futuro: notas sobre Educacao
(1908), La Litterature Portugaise, (Magalhaes & Moniz Editores, 1910),
Joao de Deus, o unico educador nacional
(1909),
A Nacionalizacao do Ensino
(1911),
A Republica e a Escola
(1914),
Educacao Republicana
(1916) e
Educacao e Democracia
(1916). Ligou tambem o seu nome, com o de Joao de Deus Ramos, a Reforma da Instrucao Primaria, de 29 de Marco de 1911.
Tambem em 1910 foi iniciado na
Maconaria
, com o nome simbolico de Joao de Deus.
[
1
]
A 28 de Junho de 1919 foi feito Oficial da
Antiga, Nobilissima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Merito Cientifico, Literario e Artistico
e a 5 de Fevereiro de 1920 foi elevado a Grande-Oficial da mesma Ordem.
[
2
]
Aderiu ao
Partido Republicano Portugues
, depois dito
Partido Democratico
, e nele se manteve ate
1924
, data em que aderiu ao
Partido Republicano da Esquerda Democratica
, liderado por
Jose Domingues dos Santos
. Foi um dos ultimos
Ministros dos Negocios Estrangeiros
da Primeira Republica, tendo feito parte do chamado
governo canhoto
de Jose Domingues dos Santos, em
1924
-
1925
.
Nas letras, distinguiu-se com vasta obra, em boa parte dispersa por publicacoes periodicas. Nesta area destacou-se como redator efetivo da revista
Mocidade
(1899-1905), diretor da revista
Arte e vida
[
3
]
(1904-1906) e da revista literaria
Atlantida
[
4
]
(1915-1920) e colaborou em publicacoes periodicas como a
Revista nova
[
5
]
(1901-1902),
Seroes
[
6
]
(1901-1911)
Illustracao portugueza
[
7
]
(1903-1923),
A republica portugueza
[
8
]
(1910-1911),
Contemporanea
[
9
]
(1915-1926) e
Diario de Lisboa: edicao mensal
[
10
]
(1933). No campo da poesia revelou-se sensivel e inspirado, sendo autor de uma obra ainda mal conhecida tendo publicado entre outros : "Algas" (Franca Amado Editor, 1899),"O Pomar dos Sonhos" (Franca Amado Editor, 1900), "Entre a Multidao " (Franca Amado Editor, 1902), "Dentro da Vida" (Franca Amado Editor, 1903), "Caminho do Amor" (Tavares Cardoso Editor, 1904), "Terra Florida" (Lello & Irmao Editores, 1909) e "Anteu" (F.Franca & Armenio Amado Editores, 1912).
Foi um entusiasta da aproximacao luso-
brasileira
, tendo dirigido, com
Joao do Rio
, a revista
Atlantida
, que incluiu colaboracao dos principais escritores lusofonos da geracao de
1910
-
1920
. Em consequencia, no ano de 1920 foi eleito socio da
Academia Brasileira de Letras
. Em
1945
, foi agraciado com a gra-cruz da
Ordem do Cruzeiro do Sul
.
A
Ditadura MIlitar
e o
Estado Novo
obrigaram-no a afastar-se da politica activa, mas continuou sempre fiel aos principios republicanos e democraticos, participando em diversas manifestacoes da
Oposicao Democratica
e apoiando as candidaturas a
presidencia da Republica
de
Norton de Matos
(
1949
) e
Humberto Delgado
(
1958
).
Dedicou os seus ultimos anos de vida a adaptacao para a juventude de alguns dos mais famosos textos classicos, publicando versoes em prosa de
Os Lusiadas
(1930) de
Camoes
, de
Viriato Tragico
(1940) de
Bras Garcia de Mascarenhas
, da
Odisseia
e da
Iliada
de
Homero
e da
Eneida
(1947) de
Virgilio
, alem de uma adaptacao livre das
Viagens de Gulliver
(1957) de
Jonathan Swift
.
Joao de Barros e patrono da escola Escola Basica do 2.º e do 3.º Ciclos Dr. Joao de Barros, situada na Figueira da Foz, e da
Escola Secundaria Joao de Barros
, em Corroios, Seixal.
A 19 de Maio de 1981 foi agraciado a titulo postumo com a Gra-Cruz da
Ordem da Liberdade
.
[
2
]
Referencias
- ↑
Oliveira Marques, A. H. de (1985).
Dicionario da Maconaria em Portugal
. Lisboa: Delta. p. 156
- ↑
a
b
≪Cidadaos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas≫
. Resultado da busca de "Joao de Barros". Presidencia da Republica Portuguesa
. Consultado em 19 de marco de 2016
- ↑
Daniel Pires (1996).
≪Ficha historica: Arte e Vida: Revista d'arte, critica e ciencia (1904-1906)≫
(PDF)
.
Dicionario da Imprensa Periodica Literaria Portuguesa do Seculo XX (1900-1940) | Lisboa, Grifo, 1996 | pp. 71-72
.
Hemeroteca Municipal de Lisboa
. Consultado em 18 de Setembro de 2014
- ↑
Rita Correia (19 de Fevereiro de 2008).
≪Ficha historica: Atlantida: mensario artistico, literario e social para Portugal e Brasil≫
(pdf)
.
Hemeroteca Municipal de Lisboa
. Consultado em 17 de Junho de 2014
- ↑
Pedro Mesquita (25 de Junho de 2013).
≪Ficha historica: Revista nova(1901-1902)≫
(pdf)
.
Hemeroteca Municipal de Lisboa
. Consultado em 15 de setembro de 2015
- ↑
Rita Correia (24 de Abril de 2012).
≪Ficha historica: Seroes, Revista Mensal Ilustrada (1901-1911).≫
(pdf)
.
Hemeroteca Municipal de Lisboa
. Consultado em 23 de Setembro de 2014
- ↑
Illustracao portugueza (1903-1923) copia digital, Hemeroteca Digital
- ↑
A republica portugueza : diario republicano radical da manhan (1910-1911) copia digital, Hemeroteca Digital
- ↑
Contemporanea [1915]-1926 copia digital, hemeroteca Digital
- ↑
Diario de Lisboa : edicao mensal (1933) copia digital, Hemeroteca Digital
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1 a 10
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