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Geografia critica

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A geografia critica e uma corrente que propoe romper com a ideia de neutralidade cientifica para fazer da geografia uma ciencia apta a elaborar uma critica radical a sociedade capitalista pelo estudo do espaco e das formas de apropriacao da natureza. Nesse sentido, enfatiza a necessidade de engajamento politico dos geografos e defende a diminuicao das disparidades socio-economicas e regionais. [ 1 ]

O principal ponto dela e o Marxismo (luta de classes), e com sua principal critica que e voltada contra o capitalismo.

Essa corrente nasceu na Franca , em 1970 , e depois na Alemanha , Brasil , Italia , Espanha , Suica , Mexico e outros paises. A expressao foi criada na obra " A Geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra ", de Yves Lacoste . A producao geografica anterior a esta epoca pregava a neutralidade e excluia os problemas sociais, devido a concepcao de que tais temas nao eram geograficos. Nesse sentido, a geocritica significou, principalmente, uma aproximacao com movimentos sociais cujos discursos, praticas e reivindicacoes tenham um conteudo politico e ideologico de esquerda.

Diversos fatores influenciaram esta nova corrente na geografia: os protestos contra a guerra do Vietna , a expansao do movimento feminista , a conturbacao civil nos Estados Unidos , os movimentos estudantis em maio de 1968 na Franca, a crise do marxismo e o ecologismo . A geografia critica tambem procurou se aproximar de varias escolas de pensamento inovador, como a Teoria critica (corrente defendida pelos estudiosos da Escola de Frankfurt ), com o anarquismo , com Michel Foucault , com o pos-modernismo e e alguns pensadores do marxismo, como Gramsci , pensador que valorizou o aspecto territorial.

A geografia critica possui uma proximidade com a geografia radical , que surgiu na Gra-Bretanha e nos Estados Unidos como uma reacao ao quantitativismo , ou chamada geografia pragmatica, que utilizava a geografia como seguimento da ideologia do poder, como o estado capitalista e as empresas. A geografia radical procurou se estreitar aos movimentos sociais e ao marxismo, o que difere da geografia critica, que se opos ao socialismo real e ao marxismo real, procurando estabelecer uma proposta pluralista e aberta, dialogando com diversas correntes.

A corrente critica defendia tambem a mudanca do ensino da geografia nas escolas, ao estabelecer uma educacao que estimulasse a inteligencia e o espirito critico, ao contrario da memorizacao de conceitos. Isso, porem, nao justifica a ideia de que nao havia trabalhos de pesquisa de qualidade e com preocupacoes teoricas no ambito da geografia tradicional, como muitas vezes se pensa. [ 2 ] De outro lado, a perspectiva critica esbarrava na geografia pragmatica. O desenvolvimento economico e o contato com a revolucao tecnologica, os direitos humanos e a globalizacao sao alguns fatores que influenciaram essa nova postura.

Essa corrente ganhou mais forca na Alemanha, Espanha, Franca e Brasil, com um grande movimento de renovacao da geografia na decada de 80. Os Estados Unidos se inspiraram na experiencia desses paises para estabelecer uma nova orientacao educacional a partir da decada de 90 do seculo XX , principalmente com temas sobre as relacoes de genero, a orientacao sexual, o preconceito cultural e etnico e as desigualdades ao nivel inter-regional e internacional.

Criticas [ editar | editar codigo-fonte ]

Algumas questoes importantes permanecem sem solucao na geografia critica. [ 3 ] O primeiro e que houve uma discussao relativamente limitada sobre os compromissos compartilhados dos geografos criticos, com algumas excecoes, como Harvey (2000). [ 4 ]   A pergunta como "o que os geografos criticam" e "para que fim" precisa ser respondida. [ 5 ]  Barnes (2002) comenta que os geografos criticos sao melhores em fornecer diagnosticos explicativos do que oferecer imaginacao utopica-antecipatoria para reconfigurar o mundo.. [ 6 ]

A segunda questao diz respeito a institucionalizacao da geografia critica. Embora os geografos criticos se concebam como rebeldes e forasteiros, o pensamento critico tornou-se predominante na geografia. [ 7 ]  A geografia critica esta agora situada no cerne da disciplina da geografia. [ 8 ]  Alguns veem a institucionalizacao como um resultado natural da forca analitica e dos insights da geografia critica, enquanto outros temem que a institucionalizacao tenha implicado cooperacao. [ 9 ] A questao e se a geografia critica ainda mantem seu compromisso com a mudanca politica. [ 10 ]

Por fim, como a geografia critica e praticada em todo o mundo, os insights de geografos criticos fora do mundo anglofono devem ser melhor reconhecidos. [ 11 ]   Nesse sentido, Mizuoka et al. (2005) ofereceu uma visao geral da praxis da geografia critica japonesa desde a decada de 1920. [ 12 ]  Alem disso, a geografia critica tambem deve estabelecer vinculos mais fortes com estudiosos criticos de outras disciplinas.

Oposicao [ editar | editar codigo-fonte ]

A Geografia nao marxista se opoe ao modelo de geografia critica (Marxista) e, em geral, a agenda de esquerda. [ 13 ]

No Brasil [ editar | editar codigo-fonte ]

No Brasil, ha uma polemica sobre a origem da geografia critica, pois, enquanto alguns autores afirmam que essa corrente teve inicio na universidade, com alguns trabalhos de pesquisa inovadores produzidos nos anos 1970, outros asseguram que sua origem se deu no ensino medio e fundamental, gracas ao esforco de pesquisa realizado por professores insatisfeitos com a geografia escolar ate entao praticada. Segundo essa ultima visao, foi somente quando alguns desses professores de ensino medio e fundamental entraram em cursos de pos-graduacao e tornaram-se professores universitarios que a geografia critica foi "oficializada" na academia. [ 14 ] O nome mais reconhecido da geografia critica brasileira e Milton Santos .

Ver tambem [ editar | editar codigo-fonte ]

Referencias

  1. Luis Lopes Diniz Filho. Fundamentos epistemologicos da geografia . 1. ed. Curitiba: IBPEX, 2009 (Colecao Metodologia do Ensino de Historia e Geografia, 6)
  2. Jose William Vesentini . A geografia critica no Brasil: uma interpretacao depoente Arquivado em 6 de marco de 2007, no Wayback Machine .
  3. Gregory, Derek; Johnston, Ron; Pratt, Geraldine; Watts, Michael; Whatmore, Sarah (2011). The Dictionary of Human Geography (em ingles). [S.l.]: John Wiley & Sons. ISBN   9781444359954  
  4. Harvey, David (2000). Spaces of Hope (em ingles). [S.l.]: University of California Press. ISBN   9780520225787 . (pede registo ( ajuda ))  
  5. Gregory, Derek; Johnston, Ron; Pratt, Geraldine; Watts, Michael; Whatmore, Sarah (2011). The Dictionary of Human Geography (em ingles). [S.l.]: John Wiley & Sons. ISBN   9781444359954  
  6. Barnes, Trevor J. (2002). ≪Critical notes on economic geography from an aging radical. Or radical notes on economic geography from a critical age≫ . ACME: An International Journal for Critical Geographies (em ingles). 1 (1): 8?14. ISSN   1492-9732  
  7. Byles, Jeff (31 de julho de 2001). ≪Maps and Chaps≫ . Village Voice . Consultado em 4 de abril de 2017  
  8. Castree, Noel (2000). ≪Professionalisation, Activism, and the University: Whither 'Critical Geography'?≫. Environment and Planning A (em ingles). 32 (6): 955?970. doi : 10.1068/a3263 Acessível livremente 
  9. Gregory, Derek; Johnston, Ron; Pratt, Geraldine; Watts, Michael; Whatmore, Sarah (2011). The Dictionary of Human Geography (em ingles). [S.l.]: John Wiley & Sons. ISBN   9781444359954  
  10. Gregory, Derek; Johnston, Ron; Pratt, Geraldine; Watts, Michael; Whatmore, Sarah (2011). The Dictionary of Human Geography (em ingles). [S.l.]: John Wiley & Sons. ISBN   9781444359954  
  11. Bialasiewicz, Luiza (2003). ≪The Many Wor(l)ds of Difference and Dissent≫. Antipode (em ingles). 35 (1): 14?23. ISSN   1467-8330 . doi : 10.1111/1467-8330.00299  
  12. Mizuoka, Fujio; Mizuuchi, Toshio; Hisatake, Tetsuya; Tsutsumi, Kenji; Fujita, Tetsushi (2005). ≪The Critical Heritage of Japanese Geography: Its Tortured Trajectory for Eight Decades≫. Environment and Planning D: Society and Space (em ingles). 23 (3): 453?473. doi : 10.1068/d2204r  
  13. FILHO, Luiz (2013). Por uma critica da geografia critica . [S.l.]: UEPG  
  14. Ibid.

Ligacoes externas [ editar | editar codigo-fonte ]

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