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Filosofia do Renascimento

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Nicolau de Cusa , considerado um dos primeiros filosofos renascentistas.

A filosofia do renascimento foi o periodo da historia da filosofia na Europa frequentemente situado entre a Idade Media e o Iluminismo e inserida no contexto maior do renascimento , sendo considerado tanto um momento transicao entre a cultura medieval e moderna, quanto uma manifestacao tardia da epoca medieval, como tambem o principio da modernidade . E marcado por tres grandes tendencias intelectuais - o humanismo , a escolastica tardia e a retomada e restauracao de correntes da filosofia antiga ; [ 1 ] a interacao entre essas tendencias e complexa, dado que cada uma apresenta desenvolvimentos em resposta aos desafios colocados pelas outras, especialmente na relacao entre humanismo e escolastica, na qual prevalecia um antagonismo. [ 2 ]

Definicao e periodizacao [ editar | editar codigo-fonte ]

Relacao com a modernidade [ editar | editar codigo-fonte ]

A demarcacao historica da filosofia renascentista e sua passagem para a denominada filosofia moderna , cujo principio costuma ser localizado no seculo XVII , e um topico de debates e ambiguidades na historia da filosofia . Enquanto que os academicos costumam se diferenciar concretamente entre pesquisadores do periodo renascentista e pesquisadores da filosofia moderna ou dos primordios da modernidade, nao e, por outro lado, tao claro que caracteristica distintiva entre os dois periodos justificaria tal divisao. Pensadores como Tommaso Campanella (1568?1639) e Rene Descartes (1596?1650), um renascentista e um moderno, respectivamente, eram na maior parte contemporaneos. [ 3 ] Consequentemente, alguns academicos criticam o tratamento da filosofia renascentista na historiografia , em razao de uma percepcao de arbitrariedade e do reconhecimento de efeitos negativos para o estudo da historia da filosofia em sua integralidade, que resultam, entre outras coisas, numa parcial negligencia quanto a relacao entre o estudo do renascimento e da modernidade. [ 3 ] [ 1 ] Contemporaneamente, por outro lado, existe uma tendencia de visualizar a fronteira entre renascimento e modernidade como uma fronteira movel, onde a cultura renascentista invade e se estende dentro da modernidade. [ 4 ]

A distincao entre modernidade e renascimento foi desenvolvida paralelamente a elaboracao do proprio campo da historia da filosofia em seus primorios. Johann Jakob Brucker , considerado fundador da historia da filosofia, afirmava consistentemente, em sua influente obra Historia critica philosophiae , a associacao do Renascimento com a Modernidade , que segundo ele formavam juntos um grande periodo da "restauracao das letras em nossos tempos", valorizando, portanto, suas continuidades, inclusive na relacao entre a Reforma protestante e o espirito renascentista de critica a escolastica . Nao obstante, Brucker permanecia convicto de uma distincao clara entre os dois periodos, localizado na prevalencia de filosofias 'sectarias' no primeiro momento, mascado pela retomada de varias escolas da antiguidade, em comparacao com a filosofia posterior que seria 'ecletica', nao se restringindo, segundo o autor, a nenhuma escola ou canone doutrinario. [ 5 ] A obra de Brucker, que influenciaria a figuras da filosofia francesa , inclusive os topicos da historia da filosofia na Encyclopedie , permeneceria tambem uma referencia ao longo no Iluminismo alemao , central para o desenvolvimento inicial do campo da historia da filosofia. Assim, autores posteriores reproduzirao as mesmas demarcacoes, as vezes oferecendo justificacoes diferentes, como, por exemplo, o esquema de Anselm Rixner que apontava uma predominancia de uma cultura literaria no Renascimento, em contraste com a cultura 'propriamente' filosofica da modernidade, marcada pela emergencia dos sistemas de doutrina filosofica - Francis Bacon ; Rene Descartes - como a razao de sua separacao. [ 6 ]

O filosofo germanico Georg Hegel , cuja atencao ao desenvolvimento historico da filosofia o destaca como um influenciador da posteior elaboracao da pesquisa no campo, enfatizava uma concepcao de separacao forte e dramatica entre o renascimento e a modernidade, que causa uma desconeccao entre ambos, em favor da qual reinterpreta fatos historicos de uma maneira considerada idiossincratica. Para Hegel, a emergencia da filosofia cartesiana significa uma transformacao radical, uma disrupcao entre esses dois periodos historicos, marcado pelo surgimento de uma nova concepcao de auto-consciencia . [ 7 ]

Estatuto filosofico e relacao com as humanidades [ editar | editar codigo-fonte ]

Ver tambem : Humanidades

Outro aspecto importante do tratamente a filosofia renascentista na historiografia , resultante da problematica de sua relacao com a modernidade, diz respeito a questao sobre seu estatuto enquanto filosofia , ou, possivelmente, a validade de seu reagrupamento junto das humanidades, considerando seu autores e obras como filologos, literatos e historiadores, ao inves de filosofos . O que implica, tambem, um questionamento sobre a originalidade filosofica das elaboracoes desse periodo. [ 8 ]

Referencias [ editar | editar codigo-fonte ]

Bibliografia [ editar | editar codigo-fonte ]

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  • Konig, Jason; Woolf, Greg, eds. (2013). Encyclopaedism from Antiquity to the Renaissance (em ingles). [S.l.]: Cambridge University Press  
  • Goulding, Robert (2010). Defending Hypatia - Ramus, Savile, and the Renaissance Rediscovery of Mathematical History (em ingles). [S.l.]: Springer. ISBN   978-90-481-3542-4  
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  • Nauta, Lodi (2009). In Defense of Common Sense - Lorenzo Valla's Humanist Critique of Scholastic Philosophy (em ingles). [S.l.]: Harvard University Press  
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