Filmagem

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Filmagem e o ato de filmar, registrar imagens com impressao de movimento sobre um suporte cinematografico, denominado filme ou pelicula cinematografica . Tambem e o processo de realizacao de um filme , produto audiovisual finalizado.

Por extensao, adotada mais recentemente, a palavra filmagem refere-se a todo ato de registrar imagens com impressao de movimento, assim como a todo processo de realizacao de produtos audiovisuais , independentemente da tecnologia utilizada.

Numa producao audiovisual , a filmagem e o processo central, a partir do qual se organiza o planejamento de todas as suas etapas anteriores (" pre-producao "), tais como a elaboracao do argumento, a redacao do roteiro , a decupagem , o desenvolvimento do projeto , a preparacao, etc.; bem como as etapas posteriores (" pos-producao "), incluindo a montagem , a edicao de som, a dublagem , a realizacao de efeitos especiais , etc. Em Portugal, o termo mais apropriado para este processo e rodagem .

Uso restrito do termo [ editar | editar codigo-fonte ]

Ate os anos 1970 , quando havia diferencas significativas entre os processos cinematograficos e televisivos , o termo filmagem era usado, na lingua portuguesa, de forma restrita, aplicando-se apenas as producoes realizadas em pelicula; no caso de produtos registrados em video , falava-se em gravacao, ou, de forma mais generica, em rodagem ou captacao de imagens.

O uso restrito ja apresentava alguns problemas: "gravacao" muitas vezes confundia-se com o registro exclusivo do som, e alem disso o registro fotografico de imagens fixas, embora feito em pelicula ou filme, nao tinha por que ser considerado "filmagem". Mesmo assim, muitos manuais publicados no periodo insistiam na diferenciacao dos termos "filmagem" e "gravacao", assim como entre "filmar" e "gravar" [ 1 ] .

Em outras linguas, como por exemplo o ingles, o problema era menos visivel, ja que a palavra utilizada para designar o registro de imagens ("shooting") e suficientemente neutra para se aplicar a qualquer processo tecnologico. Ja o termo que se refere ao processo de realizacao ("filmmaking") e tambem derivado de "film" e portanto, a principio, restrito a tecnologia fotoquimica.

Ampliacao de uso do termo [ editar | editar codigo-fonte ]

Uma pequena equipe de filmagem em acao

Nos anos 1980 , os primeiros filmes para cinema realizados em video (por cineastas como Michelangelo Antonioni , Jean-Luc Godard , Francis Ford Coppola e outros) comecaram a tornar irrelevante esta distincao. Passou a ser cada vez mais comum a expressao aparentemente contraditoria "filmagem em video" [ 2 ] , assim como a aparentemente redundante "filmagem em pelicula" [ 3 ] .

A partir dos anos 1990 , com a crescente substituicao das tecnologias cinematografica e eletronica pelos processos digitais , mesmo as expressoes "filmagem em video" e "filmagem em pelicula" foram sendo abandonadas. Na primeira decada do seculo XXI, considera-se a palavra "filmagem" perfeitamente aplicavel a qualquer forma de captacao de imagens com impressao de movimento, tanto em relacao ao ato de registro quanto ao processo de producao.

O proprio Houaiss (2001) ja registra, para "filmar", o sentido de "fazer um filme, cinematografar, rodar, registrar em filme", mas tambem "gravar, passar para a linguagem cinematografica, para video etc. um trabalho artistico de outra natureza"; e para "filmagem" a definicao bastante ampliada de "ato, processo ou efeito de filmar, de gravar (cena, paisagem etc.), profissional ou amadoristicamente, utilizando equipamentos apropriados".

Da mesma forma, em ingles, a palavra "shooting" continua se referindo a qualquer forma de captacao de imagens - e cada vez menos especificada como "film shooting", "video shooting" ou "digital shooting" - enquanto que o termo "filmmaking" e hoje aplicado indistintamente a diferentes processos de producao audiovisual.

Referencias

  1. "On camera", de Harris Watts, publicado pela Summus Editora em 1990, com traducao de Jairo Tadeu Longhi
  2. Ver, por exemplo, "Cinema, video, Godard", livro de Philippe Dubois publicado em portugues pela editora Cosac Naify em 2004, com traducao de Mateus Araujo Silva, p. 214.
  3. Ver, por exemplo, "Narrativas ficcionais: da literatura as midias audiovisuais", de Suely Fadul Villibor Flory (org.), editora Arte & Ciencia, Sao Paulo, 2005, p. 109.