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Estados Papais

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(Redirecionado de Estados papais )



Stati della Chiesa
Estados da Igreja

Estado teocratico na Peninsula Italica


 

 

752 ? 1870
 

Flag Brasão
Bandeira Brasao
Hino nacional
Gran marcia trionfale


Localização de Estados Papais ou Estados Pontifícios
Localizacao de Estados Papais ou Estados Pontificios
A Europa em 1815, apos as Guerras Napoleonicas , com os Estados Papais em verde
Continente Europa
Regiao Peninsula Italica
Pais Italia
Capital Roma
Lingua oficial Latim , Italiano
Religiao Catolica
Governo Monarquia eletiva absoluta teocratica crista
Papa
 ? 752 Papa Estevao II
 ? 1846-1878 Papa Pio IX
Historia
 ?  752 Fundacao
 ?  ano de 781 Codificacao
 ?  15 de fevereiro de 1798 Republica Romana (1798)
 ?  9 de fevereiro de 1849 Republica Romana (1849)
 ?  20 de setembro de 1870 Tomada de Roma

Os Estados Papais , Estados Pontificios , Estados da Igreja ou Patrimonio de Sao Pedro [ 1 ] eram formados por um aglomerado de territorios, basicamente no centro da peninsula Italica , que se mantiveram como um estado independente entre os anos de 756 e 1870 , sob a directa autoridade civil dos Papas , e cuja capital era Roma . A forma de Estado era a monarquia absolutista ( hierocracia ) de inspiracao religiosa representada pelo Papa , que exercia a sua jurisdicao com plenos poderes.

Origem [ editar | editar codigo-fonte ]

Desde que se instituiu a sede episcopal de Roma , os fieis, e em maior medida os imperadores cristaos , foram fazendo doacoes a Igreja Catolica Apostolica Romana de bens territoriais, alguns deles constituindo importantes extensoes territoriais. Estas possessoes, junto com bens imoveis, vieram a integrar o que se conheceu como "Patrimonio de Sao Pedro", e estiveram disseminadas por toda a peninsula Italica e mesmo fora dela.

A sua administracao, embora nao convertendo inicialmente os Papas em chefes de Estado , conferiu-lhes autenticas prerrogativas civis e politicas reconhecidas pela Pragmatica Sancao de 554 promulgada pelo imperador Justiniano I (uma vez que, apos a conquista de Belisario , Roma voltava a estar sob a soberania dos imperadores, na sequencia do interregno herulo e ostrogodo ), entre outras a de possuir uma forca militar que chegou a constituir um respeitavel exercito posto em accao em multiplas ocasioes, sendo em algumas sob ordens do proprio pontifice.

Por outro lado, muitos dos Papas provinham das classes dominantes romanas e exerceram simultaneamente o cargo episcopal e o de mandatarios civis de Roma. Tal foi o caso de Gregorio I, o Magno ( 590 - 604 ), homem avezado no desempenho de funcoes politicas ja que ostentara anteriormente o cargo de administrador da propria cidade ( prefectus Urbis ) e pertencia a uma familia de patricios romanos .

Mas nao e senao no pontificado do Papa Estevao II , por volta de 756, quando se originam os Estados da Igreja. A tutoria do Imperio Bizantino sobre Roma e sua sede pontificia estava em declinio desde principios do seculo VIII . O distanciamento em relacao ao imperio do Oriente tornou-se cada vez mais patente e profundo, quase em autentica ruptura, como quando o Papa Constantino I , enfrentando o imperador Filipico , ao que titulou de herege , chegou a dirigir as suas armas contra o exarca bizantino. Em tal clima de tensao, sendo de temer a ofensiva do lombardo Astolfo contra Roma apos ter-se apoderado este de Ravena , o Papa Estevao II acode em busca de socorro aos francos . O seu rei, Pepino, o Breve , concede-lhe auxilio. A intervencao dos francos apaziguou a Astolfo, a quem aceitou entregar Ravena a "Republica Romana". Mas, retirados aqueles, o rei lombardo nao cumpriu o seu compromisso e, para alem disso, sitiou Roma. Seguiu-se nova chamada do Papa ao recente protector franco e nova accao deste em seu auxilio. Submetidos, por fim, os lombardos com a intervencao de Pepino, este fez entrega ao Papa do antigo Exarcado de Ravena , do Ducado da Pentapole (bispados de Rimini , Pesaro , Fano , Senigalia e Ancona ) e da regiao de Roma, conferindo ao sumo pontifice o dominio temporal de um Estado que, com algumas variacoes geograficas, havia de perdurar durante mais de onze seculos, ate 1870 . Nao obstante, numa tentativa de extrair maior proveito politico, Estevao II exibiu um documento apocrifo provavelmente falsificado pela propria Curia Romana , e supostamente encontrado tres anos antes, a que logo se chamaria Doacao de Constantino . Segundo este protocolo Constantino I havia cedido ao Papa Silvestre I , para si e seus sucessores, nao so o palacio de Sao Joao de Latrao , o que de fato fez, mas tambem a possessao de toda a peninsula Italica e a dignidade imperial. No entanto, Pepino, o Breve, nao acreditou no documento.

O perigo lombardo nao havia terminado definitivamente gracas as accoes militares de Pepino, o Breve. O rei Desiderio invadiu os Estados Pontificios. Adriano I , papa no ano 774, pediu de novo aos francos para que lhe dispensassem a sua proteccao, e, como anos antes havia feito seu pai, era agora a Carlos Magno que competia ajudar a Santa Se . O resultado foi a restituicao dos bens da Igreja e a promessa, nao cumprida, de anexacao de outros territorios. Em todo o caso, a maior parte da Italia central ficou constituida num estado independente sob governo dos papas. Em agradecimento, o papa coroou Carlos Magno como imperador romano no ano 800.

O periodo medieval [ editar | editar codigo-fonte ]

Desfeito o Imperio Carolingio , o autoproclamado rei de Italia , Berengario II , ameacou as possessoes eclesiasticas. O Papa Joao XII pediu o amparo de Otao I, o Grande , e entrou triunfante em Roma. Ali, na Basilica de Sao Pedro , o papa restabeleceu a dignidade imperial, coroando Otao como imperador do Sacro Imperio Romano Germanico em 2 de Fevereiro de 962, enquanto Otao, por sua parte, ratificou a potestade da Igreja sobre os Estados Pontificios mediante o Privilegium Othonis .

A Italia meridional nunca formou parte dos Estados Pontificios, mas esteve sujeita a vassalagem destes durante o periodo de dominacao normanda . Em 1059, mediante a concordata de Melfi , apos o concilio celebrado nesta cidade, o Papa Nicolau II outorgava a Ricardo de Aversa a investidura do principado de Capua , e a Roberto Guiscardo a do ducado de Apulia e de Calabria , assim como, para o futuro, do senhorio da Sicilia . Como contrapartida a uncao papal com que se viram dignificados, comprometiam-se estes a prestar vassalagem ao Sumo Pontifice em todas as ocasioes. Roberto Guiscardo mostrou-se imparavel em suas conquistas e, em poucos anos, ocupou toda a Sicilia; tomando aos muculmanos Palermo , Messina , Bari , Brindisi , Amalfi e Salerno . Quando, em 1080, o Papa Gregorio VII precisou do auxilio militar do normando, outorgou-lhe o seu beneplacito apostolico as conquistas em troca de uma formal declaracao de vassalagem para com a Santa Se sobre todos os territorios ganhos.

Na epoca final de pontificado do Papa Inocencio II , por volta de 1143, coincidindo com o movimento reivindicativo municipal que se estendia por todas as cidades de Italia, o senado romano toma o poder civil dos papas. Sucessor de Inocencio, o Papa Lucio II tentou restabelecer pelas armas a situacao anterior e atacou o Capitolio a frente de um exercito, mas o senado infringiu-lhe uma severa derrota. Arnaldo de Brescia colocou-se a frente da revolucao popular e senatorial romana. Sob sua lideranca pediu-se que o Papa depusesse todo o poder temporal, e que ele mesmo e o resto do clero entregassem as suas possessoes territoriais. Roma afastou-se da obediencia civil ao Papa e declarou-se como uma nova republica.

Frederico Barbarossa devolveu ao Papa Adriano IV o governo dos Estados Pontificios quando, desejando ser coroado imperador em Roma, entrou em 1155 na cidade com um forte exercito e prendeu e executou Arnaldo de Brescia . Apesar disso, foi o proprio Frederico quem, por culpa de uma politica expansionista que aspirava controlar toda a Italia, colocou anos depois os Papas em grave risco de perder as suas possessoes.

O Papa Inocencio III deu um impulso decisivo a consolidacao e engrandecimento dos Estados Pontificios. Submeteu definitivamente o municipio romano e privou de poderes o senado da cidade. Recuperou o pleno dominio daqueles territorios pertencentes ao patrimonio de Sao Pedro que o imperador havia entregado a mandatarios germanicos, expulsando os usurpadores da zona da Romanha , da Marca de Ancona , do Ducado de Espoleto e das cidades de Assis e de Sora . Pela forca das armas precedida da excomunhao eclesiastica tomou os territorios em litigio que haviam constituido as possessoes da condessa Matilde da Toscana e que, presumivelmente, haviam sido legados como heranca a Santa Se, mas que permaneciam na posse de vassalos do imperador. Desta forma obteve o reconhecimento por parte das cidades da Toscania da sua soberania, e com ele o norte de Italia livrava-se do dominio germanico e ficava sob a orbita da autoridade pontificia. Adicionalmente, como consequencia da cruzada levada a cabo contra os albigenses no Midi frances, havia logrado de Raimundo VI de Tolosa a concessao de sete castelos na regiao da Provenca , patrimonio que se incorporou ao da Igreja e que, logo em 1274, seria trocado, mediante acordo entre o Papa Gregorio X e o rei Filipe III de Franca , pelo Condado Venaissino , regiao que compreendia terras que se estendiam entre o Rodano , o rio Durance e o monte Ventor .

Os Estados Pontificios voltaram a passar por um dificil momento durante o imperio de Frederico II da Germania (1215-1251). Incorporadas no imperio foram a Lombardia e a Toscania , depois da derrota da Liga Lombarda em 1239, Frederico propos-se anexar igualmente o patrimonio de Sao Pedro para prosseguir o dominio de toda a Italia. Marchou sobre Roma, de onde se viu obrigado a fugir o Papa Gregorio IX , percorreu desafiante e sem oposicao toda a Italia, nomeou governador do territorio peninsular o seu filho Enzio e ele mesmo elevou-se a senhor dos Estados Pontificios. Nao foi senao no ano de 1253, dois anos depois da morte do imperador, que o Papa Inocencio IV pode regressar a Roma retornado do seu exilio em Franca e retomar o governo da cidade e do resto dos dominios eclesiasticos.

Os Estados Pontificios nao podiam alhear-se dos acontecimentos que se estavam a produzir na convulsa peninsula Italica de meados do seculo XIV . Sem contar com a desvinculacao de alguns feudos tradicionais da corte romana, como a Sicilia , em poder agora da Coroa de Aragao , o reino de Napoles , sob autoridade da casa de Anjou , e o proprio estado pontificio estavam em desmembramento. Assim o mostravam casos como o de Giovanni di Vico , que se havia tornado em senhor de Viterbo depois de usurpar uma extensa zona territorial pertencente ao Papa; ou o da insubmissao em que se encontrava o Ducado de Espoleto ; ou o da factica independencia da marca de Ancona ; ou o da privatizacao de Fermo levada a cabo por Gentile de Mogliano e a de Camerino por Ridolfo de Varano ; ou o da aberta rebeldia dos Malatesta ; ou o de Francesco degli Ordelaffi , que se havia apropriado de uma grande parte da Romanha ; ou o de Montefeltro que era senhorio dos distritos de Urbino e Cagli ; ou o da cidade de Senigalia apartada da obediencia papal; ou o de Bernardino e Guido de Polenta , que haviam tomado Ravena e Cervia , respectivamente; ou o de Giovanni e Riniero Manfredi que haviam feito o mesmo com Faenza ; ou o de Giovanni d’Ollegio que mantinha a posse da cidade de Bolonha .

Era preciso uma actuacao decidida e aplacante contra todos aqueles insurgentes se se quisesse reunificar o patrimonio de Sao Pedro. Aproveitando a presenca em Avinhao do espanhol Gil Alvarez de Albornoz , arcebispo de Toledo e avezado militar, que havia participado com as hostes de Afonso XI de Castela na batalha do Salado e no cerco de Algeciras , o Papa Clemente VI eleva-o ao cardinalato e confia-lhe a missao de recrutar um exercito. Dois anos depois (1353), entronizado ja o Papa Inocencio VI , levando uma bula com a qual se o nomeava legado papal plenipotenciario para os Estados Pontificios, aplicou-se Gil de Albornoz na missao encomendada, conseguindo militarmente todos os seus objetivos. Recuperou os territorios que tinham sido usurpados e submeteu os altivos cabecilhas da insubordinacao italiana; os Estados da Igreja voltavam, agrupados, a obediencia temporal do Papa.

A epoca do Renascimento [ editar | editar codigo-fonte ]

No periodo renascentista os Estados Pontificios ganharam relevo. Isto porque Roma havia-se tornado nesta epoca novamente capital da Cristandade, apos dura disputa com Franca sobre quem sucederia ao trono papal e onde se situaria a capital, se em Franca ou em Roma.

O unico estado que sobreviveu ate aos dias de hoje foi o Estado do Vaticano que se mantem ainda estado papal.

Movimentos revolucionarios [ editar | editar codigo-fonte ]

Nacionalismo italiano [ editar | editar codigo-fonte ]

Os ares revolucionarios que sopravam com forca por toda a Italia originaram correntes impulsoras da unidade nacional. O rei sardo-piemontes Carlos Alberto de Saboia assumiu as iniciativas em prol de tal unidade e declarou a guerra a Austria . O Papa Pio IX , que havia sido entronizado em 1846, nao quis unir-se a causa, atitude que nao lhe perdoou o povo romano. Estalada a rebeliao, Pio IX teve que fugir de Roma em novembro de 1848.

Em 9 de fevereiro de 1849, aboliu-se o poder temporal do papa e proclamou-se a Republica Romana . A favor do papa, organizou-se um contingente militar formado por diversas nacoes catolicas e, em 3 de julho de 1849 era extinta a republica. Em 12 de abril de 1850, o papa regressou a Roma, abolida ja a efemera republica. No verao de 1859, algumas cidades da Romanha insurgiram-se contra a autoridade do Papa e adoptaram a plebiscitaria resolucao de anexar-se ao reino de Sardenha , o que se levou a efeito em marco de 1860. Nesse mesmo ano, Victor Emanuel II solicitou formalmente ao papa a entrega das regioes da Umbria e das Marcas , o que Pio IX se recusou a fazer. As tropas sardo-piemontesas enfrentaram as do Papa, que seriam derrotadas em Castelfidardo ( 18 de setembro ) e em Ancona ( 30 de setembro ). A igreja viu-se despojada daquelas regioes que, em uniao com a Toscania , Parma e Modena - estas por vontade propria expressa mediante plebiscitos -, se anexaram ao crescente Reino da Sardenha (novembro de 1860), que passava a denominar-se Reino de Italia . Os Estados Pontificios ficavam definitivamente desmembrados e reduzidos a cidade de Roma e seus arredores, de onde o Papa, sob proteccao das tropas francesas, seguiu na sequencia o exercicio da sua ja diminuida autoridade civil.

O fim dos Estados Pontificios [ editar | editar codigo-fonte ]

Ver artigo principal: Questao Romana
Mapa dos Estados Pontificios: A zona a vermelho foi anexada pelo Reino de Italia em 1860 , o resto (cinza) em 1870

Em 1870 , estalou a guerra franco-prussiana e o imperador frances precisou de dispor de todos os efectivos militares, incluindo as unidades de guarnicao em Roma. O recem-constituido Reino de Italia aliou-se a Prussia nesta contenda, pelo que contou com o beneplacito de Bismarck para actuar sem problemas contra as possessoes do pontifice pro-frances. O Papa Pio IX reuniu oito mil soldados numa desesperada tentativa de resistir, mas o insuficiente exercito papal nao pode conter as divisoes italianas que marcharam patrioticamente sobre Roma. Em 20 de setembro de 1870 , entravam em Roma, logo declarada capital do Reino de Italia, com o estabelecimento da corte do rei Victor Emanuel II no Palacio do Quirinal .

Eventos posteriores [ editar | editar codigo-fonte ]

Teriam de passar 59 anos ate que, em 11 de fevereiro de 1929 , Pio XI e Benito Mussolini subscreveram o Tratado de Latrao ( Pactos Lateranenses ), em virtude do qual a Igreja reconhecia o Reino de Italia como estado soberano, e esta fazia o mesmo com a cidade do Vaticano , minusculo territorio independente de 44 hectares em Roma , sob jurisdicao pontificia.

Referencias

  1. Historia Global Brasil e Geral . Pag.: 119. Volume unico. Gilberto Cotrim. ISBN 978-85-02-05256-7

Ligacoes externas [ editar | editar codigo-fonte ]