O
Boeing 717
e um aviao
bimotor
desenvolvido para o mercado de 100 assentos. A aeronave foi projetada e comercializada pela
McDonnell Douglas
como
MD-95
, a terceira geracao do
DC-9
. Com capacidade para ate 117 passageiros, o 717 tinha um alcance maximo de 2.060 milhas nauticas (3.815 km). O aviao era equipado com dois motores
Rolls-Royce
BR715
turbofan
.
A primeira encomenda foi realizada em outubro de 1995; A
McDonnell Douglas
e a
Boeing
juntaram-se em 1997,
[
3
]
antes do inicio da producao, e os primeiros avioes a entrar em servico em 1999 foram vendidos como
Boeing
717. A producao foi encerrada em maio de 2006, apos um total de 156 aeronaves construidas.
[
4
]
O Boeing 717 e o menor jato construido pela empresa depois do
Boeing 737
. Era uma opcao de jato regional. Contudo, um dos fatores que contribuiram com sua saida do mercado de jatos regionais foi a saturacao de oferta neste segmento, ja atendido por aeronaves como o
Embraer 170
,
190
,
195
,
Bombardier CRJ-700
,
Fokker 70
e
100
e ate mesmo a
Airbus
, com o
A318
. O projeto foi lancado em 1995, sendo que os primeiros prototipos comecaram a voar em 1998.
[
5
]
A terceira parte do
seculo XX
foi dificil para os fabricantes de aeronaves. A fabricante que uma vez foi lider indiscutivel do mercado, a
Douglas
, enfrentou problemas com as vendas de sua aeronave, o Douglas
DC-8
e a grande eficiencia do
Boeing 737
contra seu
DC-9
. O trabalho de financiar o seu futuro trijato, o
DC-10
, foi muito dificil, pelo qual a firma viu-se obrigada a fazer uma fusao com a especialista militar
McDonnell
, em 1967.
Depois da fusao corporativa, a McDonnell Douglas (MDC) continuou lutando por sua existencia: a linha de producao do DC-8 fechou em 1972; ao buscar entrar no mesmo mercado especializado com o DC-10 perdeu dinheiro, assim como o seu rival, o
Lockheed
Tristar. Somente o DC-9 continuou vendendo bem; para 1982 se haviam construido em torno de 1000 unidades, quando se alargou e renomeado como
Serie MD-80
. Mais de 1100 MD-80s entraram em servico durante a decada de 1980 e ao principio da decada de 1990. Sem embargo, a proxima versao, o
MD-90
, nao vendeu muito, foram construidas apenas 117 unidades. Contudo, este numero e maior que o das vendas do 737-600 e do
Airbus
A318
.
A
Douglas
construiu o DC-9 para ser um aviao para curtas distancias (
short range
) para complementar sua linha de aeronaves, que ja contava com o grande quadrimotor
DC-8
no final dos
anos 60
. O DC-9 veio com novo design, sendo dois motores a
jato
montados atras
Pratt & Whitney JT8D
, uma pequena mas altamente eficiente asa , e uma
cauda
em formato de "T". O DC-9 voou pela primeira vez em 1965 e entrou para o servico prestado a linhas aereas
um ano depois
. Quando a producao terminou em 1982, em torno de 976 DC-9 haviam sido produzidos.
O
MD-80
foi introduzido no mercado de transporte aereo em 1980. O design foi como uma segunda geracao do DC-9. Foi uma versao maior do
DC-9-50
com um grande
MTOW
(
Maximum Take-off Weight
ou
Peso Maximo de Decolagem
) e maior capacidade no tanque de combustivel. Por volta de 1200 MD-80 Foram entregues de 1980 a 1999.
O
MD-90
foi produzido como uma nova geracao da serie MD-80. Foi lancado em 1989 e voou pela primeira vez em 1993. O MD-90 era mais longo e potente, empregando motores mais silenciosos e eficientes. No entanto, o MD-90 nao foi considerado um sucesso de vendas com apenas 117 avioes comercializados.
O MD-95 foi inicialmente anunciado em 1991, como o
MD-87-105
, uma versao menor, com 105 assentos do MD-80.
[
6
]
Ele foi concebido para substituir a serie DC-9, que estava ha trinta anos em producao. O projeto do MD-95 envolveu uma completa revisao do sistema, voltando para o
design
original
DC-9-30
e renovando-o com novos motores,
cockpit
e outros sistemas modernos.
[
6
]
Historicamente, a aeronave vendeu mal, assim como outras aeronaves deste tipo como o MD-87, o
Boeing 747SP
,
Boeing 737-600
,
Airbus A318
e o
Airbus A340-200
. O MD-95 nao faz parte da serie MD-80/MD-90, sendo apenas uma versao modernizada do DC-9-30.
O nome "MD-95" foi escolhido para homenagear o ano anterior a seu lancamento. Entretanto, a McDonnell Douglas nao pode encontrar um cliente (companhia aerea) que lancasse a aeronave. Por muito tempo a McDonnell Douglas serviu a companhia aerea
Scandinavian Airlines System
(SAS), mas esta optou pelo 737-600 para ser sua nova aeronave com mais de cem assentos antes do lancamento do MD-95 em marco de 1995.
[
6
]
Tambem em outubro de 1995, a companhia de baixo custo norte-americana
ValuJet
encomendou cinquenta MD-95s, mais 50 opcoes.
[
6
]
Geralmente, os novos avioes tem uma ou mais companhias aereas, grandes e bem estabelecidas como clientes de lancamento da aeronave. O lancamento do MD-95 foi visto como um reflexo da dificuldade da
McDonnell Douglas
em vender suas aeronaves.
Depois que a McDonnell Douglas se fundiu com a Boeing, em agosto de 1997,
[
7
]
muitos observadores industriais acreditaram que a Boeing iria suspender a producao do MD-95. Contudo, a Boeing foi alem com o projeto e o renomeou como "Boeing 717". Acredita-se que o nome foi escolhido para cobrir o vazio existente na nomeclatura classica de avioes da empresa, entre o
707
e o
727
[
carece de fontes
]
.O nome "717" era um jargao da Boeing para se referir ao
KC-135 Stratotanker
[
carece de fontes
]
. O 717 foi usado para dar um novo
design
para o
Boeing 720
para modificar e renovar a aeronave, com o objetivo de atender os pedidos das
companhias aereas
. Uma nota sobre a historia da Boeing diz que a partir do lancamento da
aeronave
comercial, foi usada a designacao "717-100" para o modelo militar e "717-200" para a aeronave comercial.
[
8
]
A
Boeing
nao estava tendo muito sucesso nas vendas do 717, mesmo tendo recebido o primeiro pedido, feito pela Air Tran, de 50 aeronaves. Alem disso, a companhia via-se ameacada pelo lancamento de aeronaves mais modernas na mesma classe de assentos pela
Embraer
e a
Bombardier
. Alem disso, apos 2001, iniciou-se um periodo de pos-regulamentacao no mercado de aviacao comercial americano.
O primeiro golpe foi a perda de um contrato com a
Air Canada
que escolheu os ERJ, da Embraer, e CRJ, da Bombarider, em vez do 717.
Vale lembrar tambem que o 717 foi a ultima aeronave a ser produzida na antiga fabrica da Douglas em Long Beach, California, e a producao nessa fabrica implicava em custos mais altos e emprego de mais mao de obra.
Alem disso, a Boeing percebeu que o diferente cockpit, se comparado as aeronaves da familia 737, exigia outro treinamento para tripulacoes que quisessem migrar do 737 para o 717, o que comprometia custos e era mal visto pelas companhias. Comparativamente, a
Airbus
manteve um padrao semelhante de Cockpit, possibilitando facil adaptacao na familia dos
Airbus A320
.
Em Abril de 2006 o ultimo 717 entrou na linha de producao e em 23 de maio de 2006 foram entregues os dois ultimos Boeing 717, numero 155 e 156 da linha de producao, para a Midwest Airlines e para a Air Tran, respectivamente.
O 717 dispoe de uma cabine com tripulacao tecnica formada por dois tripulantes e de telas intermutaveis de
cristal liquido
. O design do
cockpit
e chamado de
Advanced Common Flight deck
(ACF) e e bastante ligado com o do
MD-11
. O cockpit tambem dispoes do chamado
Electronic Instrument System
um
GPS
, entre outros. A categoria IIIb de pousos por instrumentos capacitam a aeronave para pousos em mau tempo .
Em conjuncao com a "
Parker Hannifin
, MPC Products of Skokie,
Illinois
", a
Boeing
tambem produziu o sistema
fly-by-wire
para o 717. Os modulos substituiram os aparelhos muito pesados nos precedentes
DC-9
e
MD-80
. Os motores
Rolls-Royce BR715
sao completamente controlados por um sistema automatizado de controle de velocidade, o (FADEC -
Full Authority Digital Engine Control
) construido pela
BAE Systems
oferecendo melhor controlabilidade e otimizacao do que os seus antecessores.
Como seus antecessores DC-9, MD-80 e
MD-90
, o 717 tem assentos dispostos no formato 2+3, ou seja, 2 assentos de um lado do corredor e 3 do outro, ao contrario da maioria dos jatos de corredor unico, que sao 3 + 3 (3 assentos de cada lado do corredor).
Tres versoes iniciais foram propostas pela McDonnell Douglas em 1993:
- MD-95-30: Aeronave "base" para 100 assentos
- MD-95-30ER: Versao
Extended Range
(Alcance estendido - com maior capacidade de combustivel)
- MD-95-50: Versao um pouco maior com capacidade para 122 passageiros
O Boeing 717 Business Express foi uma versao corporativa proposta do 717-200, apresentado na Convencao EBACE em
Genebra
,
Suica
em Maio de 2003. Configuravel de 40 a 80 passageiros em primeira classe ou executiva (tipicamente 60 passageiros com distancia de 132 cm entre os assentos). O alcance maximo na configuracao
HGW
(High Gross Weight)
com combustivel auxiliar e 60 passageiros era de 3.140 milhas nauticas (5.815 km). A versao complementa a familia
BBJ
.
[
9
]
|
717-200
Basic Gross Weight
|
717-200
High Gross Weight
|
Passageiros,
capacidade tipica
|
106 (2 classes)
117 (1 classe)
|
Tamanho
|
37.8 m
|
Envergadura
|
93 pes e 5 polegadas (28,47 m)
|
Tamanho da cauda
|
29 pes 1 polegada (8,92 m)
|
Largura da cabine (externa)
|
131.6 polegadas (334.2 cm)
|
Largura da cabine, interna
|
123.8 polegadas (314.5 cm)
|
MTOW
|
110,000 lb (49,900 kg)
|
121,000 lb (54,900 kg)
|
Alcance maximo em carga maxima
|
1,430 Milhas nauticas (2.645 km)
|
2,060 Milhas Nauticas (3.815 km)
|
Velocidade de cruzeiro
|
Mach
0.77 (570 mph, 917 km/h)
|
Motores (2x)
|
Rolls Royce BR715-A1-30
|
Rolls Royce BR715-C1-30
|
Empuxo do motor
|
18.500
lbf
(82.3 k
N
)
|
21,000 lbf (93.4 kN)
|
Fontes
[
10
]
[
11
]
Ate Abril de 2017, o Boeing 717 teve cinco incidentes,
[
12
]
sem nenhuma perda ou morte.
[
13
]
Os incidentes incluem uma colisao no solo durante o taxiamento, um
pouso
critico e uma tentativa de
sequestro
.
[
12
]
Referencias
- ↑
≪Boeing Delivers Final 717s; Concludes Commercial Production in California≫
. Boeing
. Consultado em 30 de outubro de 2019
- ↑
a
b
≪The Boeing 717≫
. Boeing Commercial Airplanes
. Consultado em 4 de janeiro de 2011
.
Copia arquivada em 13 de maio de 2011
- ↑
Boeing Chronology, 1997-2001
, Boeing
- ↑
≪Boeing Delivers Final 717s; Concludes Commercial Production in California≫
(Nota de imprensa). Boeing. 23 de Maio de 2006
. Consultado em 9 de Dezembro de 2010
- ↑
[1]
- ↑
a
b
c
d
Norris, Guy; Wagner, Mark (1999).
Douglas Jetliners
. [S.l.]: MBI Publishing.
ISBN
0-7603-0676-1
- ↑
(em ingles)
"The Boeing Company ... The Giants Merge"
, Historia da Boeing.
- ↑
(em ingles)
"Aerospace Notebook: Orphan 717 isn't out of sequence"
, seattlepi.com, December 22, 2004.
- ↑
Boeing Introduces 717 Business Express at EBACE 2003
- ↑
717-200 Technical Characteristics
- ↑
717-200 Airplane Characteristics for Airport Planning, sect 2.0 Aircraft Description
- ↑
a
b
Boeing 717 incidents
, Aviation-Safety.net, 13 de Agosto 2008.
- ↑
Boeing 717 summary
, Aviation-Safety.net, 2008.
|
---|
Aeronaves a pistao
| |
---|
Aeronaves a jato
| |
---|
Aeronaves em desenvolvimento
| |
---|
Aeronaves propostas
| |
---|
Projetos cancelados
| |
---|