Boeing 717

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Boeing 717
(antigo McDonnell Douglas MD-95)
Avião
Boeing 717
717 na pintura da Delta
Descricao
Tipo / Missao Aviao comercial
Pais de origem   Estados Unidos
Fabricante Boeing
Periodo de producao 1998?2006
Quantidade produzida 156 [ 1 ]
Desenvolvido de McDonnell Douglas DC-9
McDonnell Douglas MD-80
Primeiro voo em 2 de setembro de 1998 (25 anos) [ 2 ]
Introduzido em 12 de outubro de 1999 com a AirTran Airways [ 2 ]
Passageiros 106 (2 classes)
117 (1 classe)
Especificacoes
Dimensoes
Comprimento 37,80  m  (124  ft )
Envergadura 28,47  m  (93,4  ft )
Altura 8,92  m  (29,3  ft )
Peso(s)
Peso max. de decolagem 49 900  kg  (110 000  lb )
Propulsao
Motor(es) 2x Rolls Royce BR715-A1-30
Performance
Velocidade maxima 811  km/h  (438  kn )
Alcance ( MTOW ) 2 645  km  (1 640  mi )
Teto maximo 15 500  m  (50 900  ft )
Notas
Dados do 717-200 Basic Gross Weight

O Boeing 717 e um aviao bimotor desenvolvido para o mercado de 100 assentos. A aeronave foi projetada e comercializada pela McDonnell Douglas como MD-95 , a terceira geracao do DC-9 . Com capacidade para ate 117 passageiros, o 717 tinha um alcance maximo de 2.060 milhas nauticas (3.815 km). O aviao era equipado com dois motores Rolls-Royce BR715 turbofan .

A primeira encomenda foi realizada em outubro de 1995; A McDonnell Douglas e a Boeing juntaram-se em 1997, [ 3 ] antes do inicio da producao, e os primeiros avioes a entrar em servico em 1999 foram vendidos como Boeing 717. A producao foi encerrada em maio de 2006, apos um total de 156 aeronaves construidas. [ 4 ]

Traseira de um Boeing 717.

O Boeing 717 e o menor jato construido pela empresa depois do Boeing 737 . Era uma opcao de jato regional. Contudo, um dos fatores que contribuiram com sua saida do mercado de jatos regionais foi a saturacao de oferta neste segmento, ja atendido por aeronaves como o Embraer 170 , 190 , 195 , Bombardier CRJ-700 , Fokker 70 e 100 e ate mesmo a Airbus , com o A318 . O projeto foi lancado em 1995, sendo que os primeiros prototipos comecaram a voar em 1998. [ 5 ]

Projeto e Desenvolvimento [ editar | editar codigo-fonte ]

Antecedentes [ editar | editar codigo-fonte ]

A terceira parte do seculo XX foi dificil para os fabricantes de aeronaves. A fabricante que uma vez foi lider indiscutivel do mercado, a Douglas , enfrentou problemas com as vendas de sua aeronave, o Douglas DC-8 e a grande eficiencia do Boeing 737 contra seu DC-9 . O trabalho de financiar o seu futuro trijato, o DC-10 , foi muito dificil, pelo qual a firma viu-se obrigada a fazer uma fusao com a especialista militar McDonnell , em 1967.

Depois da fusao corporativa, a McDonnell Douglas (MDC) continuou lutando por sua existencia: a linha de producao do DC-8 fechou em 1972; ao buscar entrar no mesmo mercado especializado com o DC-10 perdeu dinheiro, assim como o seu rival, o Lockheed Tristar. Somente o DC-9 continuou vendendo bem; para 1982 se haviam construido em torno de 1000 unidades, quando se alargou e renomeado como Serie MD-80 . Mais de 1100 MD-80s entraram em servico durante a decada de 1980 e ao principio da decada de 1990. Sem embargo, a proxima versao, o MD-90 , nao vendeu muito, foram construidas apenas 117 unidades. Contudo, este numero e maior que o das vendas do 737-600 e do Airbus A318 .

Producao [ editar | editar codigo-fonte ]

Cabine do Boeing 717.

A Douglas construiu o DC-9 para ser um aviao para curtas distancias ( short range ) para complementar sua linha de aeronaves, que ja contava com o grande quadrimotor DC-8 no final dos anos 60 . O DC-9 veio com novo design, sendo dois motores a jato montados atras Pratt & Whitney JT8D , uma pequena mas altamente eficiente asa , e uma cauda em formato de "T". O DC-9 voou pela primeira vez em 1965 e entrou para o servico prestado a linhas aereas um ano depois . Quando a producao terminou em 1982, em torno de 976 DC-9 haviam sido produzidos.

O MD-80 foi introduzido no mercado de transporte aereo em 1980. O design foi como uma segunda geracao do DC-9. Foi uma versao maior do DC-9-50 com um grande MTOW ( Maximum Take-off Weight ou Peso Maximo de Decolagem ) e maior capacidade no tanque de combustivel. Por volta de 1200 MD-80 Foram entregues de 1980 a 1999.

O MD-90 foi produzido como uma nova geracao da serie MD-80. Foi lancado em 1989 e voou pela primeira vez em 1993. O MD-90 era mais longo e potente, empregando motores mais silenciosos e eficientes. No entanto, o MD-90 nao foi considerado um sucesso de vendas com apenas 117 avioes comercializados.

MD-95 [ editar | editar codigo-fonte ]

O MD-95 foi inicialmente anunciado em 1991, como o MD-87-105 , uma versao menor, com 105 assentos do MD-80. [ 6 ] Ele foi concebido para substituir a serie DC-9, que estava ha trinta anos em producao. O projeto do MD-95 envolveu uma completa revisao do sistema, voltando para o design original DC-9-30 e renovando-o com novos motores, cockpit e outros sistemas modernos. [ 6 ] Historicamente, a aeronave vendeu mal, assim como outras aeronaves deste tipo como o MD-87, o Boeing 747SP , Boeing 737-600 , Airbus A318 e o Airbus A340-200 . O MD-95 nao faz parte da serie MD-80/MD-90, sendo apenas uma versao modernizada do DC-9-30.

O nome "MD-95" foi escolhido para homenagear o ano anterior a seu lancamento. Entretanto, a McDonnell Douglas nao pode encontrar um cliente (companhia aerea) que lancasse a aeronave. Por muito tempo a McDonnell Douglas serviu a companhia aerea Scandinavian Airlines System (SAS), mas esta optou pelo 737-600 para ser sua nova aeronave com mais de cem assentos antes do lancamento do MD-95 em marco de 1995. [ 6 ] Tambem em outubro de 1995, a companhia de baixo custo norte-americana ValuJet encomendou cinquenta MD-95s, mais 50 opcoes. [ 6 ] Geralmente, os novos avioes tem uma ou mais companhias aereas, grandes e bem estabelecidas como clientes de lancamento da aeronave. O lancamento do MD-95 foi visto como um reflexo da dificuldade da McDonnell Douglas em vender suas aeronaves.

Reposicionamento da marca [ editar | editar codigo-fonte ]

Boeing 717 da Jetstar .

Depois que a McDonnell Douglas se fundiu com a Boeing, em agosto de 1997, [ 7 ] muitos observadores industriais acreditaram que a Boeing iria suspender a producao do MD-95. Contudo, a Boeing foi alem com o projeto e o renomeou como "Boeing 717". Acredita-se que o nome foi escolhido para cobrir o vazio existente na nomeclatura classica de avioes da empresa, entre o 707 e o 727 [ carece de fontes ? ] .O nome "717" era um jargao da Boeing para se referir ao KC-135 Stratotanker [ carece de fontes ? ] . O 717 foi usado para dar um novo design para o Boeing 720 para modificar e renovar a aeronave, com o objetivo de atender os pedidos das companhias aereas . Uma nota sobre a historia da Boeing diz que a partir do lancamento da aeronave comercial, foi usada a designacao "717-100" para o modelo militar e "717-200" para a aeronave comercial. [ 8 ]

Fim da Producao [ editar | editar codigo-fonte ]

A Boeing nao estava tendo muito sucesso nas vendas do 717, mesmo tendo recebido o primeiro pedido, feito pela Air Tran, de 50 aeronaves. Alem disso, a companhia via-se ameacada pelo lancamento de aeronaves mais modernas na mesma classe de assentos pela Embraer e a Bombardier . Alem disso, apos 2001, iniciou-se um periodo de pos-regulamentacao no mercado de aviacao comercial americano.

O primeiro golpe foi a perda de um contrato com a Air Canada que escolheu os ERJ, da Embraer, e CRJ, da Bombarider, em vez do 717.

Vale lembrar tambem que o 717 foi a ultima aeronave a ser produzida na antiga fabrica da Douglas em Long Beach, California, e a producao nessa fabrica implicava em custos mais altos e emprego de mais mao de obra.

Alem disso, a Boeing percebeu que o diferente cockpit, se comparado as aeronaves da familia 737, exigia outro treinamento para tripulacoes que quisessem migrar do 737 para o 717, o que comprometia custos e era mal visto pelas companhias. Comparativamente, a Airbus manteve um padrao semelhante de Cockpit, possibilitando facil adaptacao na familia dos Airbus A320 .

Em Abril de 2006 o ultimo 717 entrou na linha de producao e em 23 de maio de 2006 foram entregues os dois ultimos Boeing 717, numero 155 e 156 da linha de producao, para a Midwest Airlines e para a Air Tran, respectivamente.

Design [ editar | editar codigo-fonte ]

Vista frontal do Boeing 717.

O 717 dispoe de uma cabine com tripulacao tecnica formada por dois tripulantes e de telas intermutaveis de cristal liquido . O design do cockpit e chamado de Advanced Common Flight deck (ACF) e e bastante ligado com o do MD-11 . O cockpit tambem dispoes do chamado Electronic Instrument System um GPS , entre outros. A categoria IIIb de pousos por instrumentos capacitam a aeronave para pousos em mau tempo .

Em conjuncao com a " Parker Hannifin , MPC Products of Skokie, Illinois ", a Boeing tambem produziu o sistema fly-by-wire para o 717. Os modulos substituiram os aparelhos muito pesados nos precedentes DC-9 e MD-80 . Os motores Rolls-Royce BR715 sao completamente controlados por um sistema automatizado de controle de velocidade, o (FADEC - Full Authority Digital Engine Control ) construido pela BAE Systems oferecendo melhor controlabilidade e otimizacao do que os seus antecessores.

Como seus antecessores DC-9, MD-80 e MD-90 , o 717 tem assentos dispostos no formato 2+3, ou seja, 2 assentos de um lado do corredor e 3 do outro, ao contrario da maioria dos jatos de corredor unico, que sao 3 + 3 (3 assentos de cada lado do corredor).

Versoes [ editar | editar codigo-fonte ]

Tres versoes iniciais foram propostas pela McDonnell Douglas em 1993:

  • MD-95-30: Aeronave "base" para 100 assentos
  • MD-95-30ER: Versao Extended Range (Alcance estendido - com maior capacidade de combustivel)
  • MD-95-50: Versao um pouco maior com capacidade para 122 passageiros

Boeing 717 Business Express [ editar | editar codigo-fonte ]

O Boeing 717 Business Express foi uma versao corporativa proposta do 717-200, apresentado na Convencao EBACE em Genebra , Suica em Maio de 2003. Configuravel de 40 a 80 passageiros em primeira classe ou executiva (tipicamente 60 passageiros com distancia de 132 cm entre os assentos). O alcance maximo na configuracao HGW (High Gross Weight) com combustivel auxiliar e 60 passageiros era de 3.140 milhas nauticas (5.815 km). A versao complementa a familia BBJ . [ 9 ]

Especificacoes [ editar | editar codigo-fonte ]

717-200
Basic Gross Weight
717-200
High Gross Weight
Passageiros,
capacidade tipica
106 (2 classes)
117 (1 classe)
Tamanho 37.8 m
Envergadura 93 pes e 5 polegadas (28,47 m)
Tamanho da cauda 29 pes 1 polegada (8,92 m)
Largura da cabine (externa) 131.6 polegadas (334.2 cm)
Largura da cabine, interna 123.8 polegadas (314.5 cm)
MTOW 110,000 lb (49,900 kg) 121,000 lb (54,900 kg)
Alcance maximo em carga maxima 1,430 Milhas nauticas (2.645 km) 2,060 Milhas Nauticas (3.815 km)
Velocidade de cruzeiro Mach 0.77 (570 mph, 917 km/h)
Motores (2x) Rolls Royce BR715-A1-30 Rolls Royce BR715-C1-30
Empuxo do motor 18.500 lbf (82.3 k N ) 21,000 lbf (93.4 kN)

Fontes [ 10 ] [ 11 ]

Incidentes [ editar | editar codigo-fonte ]

Ate Abril de 2017, o Boeing 717 teve cinco incidentes, [ 12 ] sem nenhuma perda ou morte. [ 13 ] Os incidentes incluem uma colisao no solo durante o taxiamento, um pouso critico e uma tentativa de sequestro . [ 12 ]

Referencias

  1. ≪Boeing Delivers Final 717s; Concludes Commercial Production in California≫ . Boeing . Consultado em 30 de outubro de 2019  
  2. a b ≪The Boeing 717≫ . Boeing Commercial Airplanes . Consultado em 4 de janeiro de 2011 . Copia arquivada em 13 de maio de 2011  
  3. Boeing Chronology, 1997-2001 , Boeing
  4. ≪Boeing Delivers Final 717s; Concludes Commercial Production in California≫ (Nota de imprensa). Boeing. 23 de Maio de 2006 . Consultado em 9 de Dezembro de 2010  
  5. [1]
  6. a b c d Norris, Guy; Wagner, Mark (1999). Douglas Jetliners . [S.l.]: MBI Publishing. ISBN   0-7603-0676-1  
  7. (em ingles) "The Boeing Company ... The Giants Merge" , Historia da Boeing.
  8. (em ingles) "Aerospace Notebook: Orphan 717 isn't out of sequence" , seattlepi.com, December 22, 2004.
  9. Boeing Introduces 717 Business Express at EBACE 2003
  10. 717-200 Technical Characteristics
  11. 717-200 Airplane Characteristics for Airport Planning, sect 2.0 Aircraft Description
  12. a b Boeing 717 incidents , Aviation-Safety.net, 13 de Agosto 2008.
  13. Boeing 717 summary , Aviation-Safety.net, 2008.

Ligacoes externas [ editar | editar codigo-fonte ]

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