Eram 13h45 minutos, hora de Maputo, quando o Presidente da Republica de Mocambique, Filipe Nyusi, e o lider da Resistencia Nacional Mocambicana (RENAMO), Ossufo Momade, assinaram o Acordo de Cessacao de Hostilidades militares, esta quinta-feira (01.08), na Gorongosa.
O pacto cala oficialmente as armas e prolonga de forma definitiva uma tregua que durava desde dezembro de 2016, depois de varios anos de confrontos armados entre as forcas governamentais e o braco armado da RENAMO.
Ossufo Momade, presidente da RENAMO, garante que este e um "virar de pagina".
"Com esta assinatura do acordo de cessacao das hostilidades militares, queremos garantir ao nosso povo e ao mundo que enterramos a logica da violencia como forma de resolucao das nossas diferencas. A partir desta nova pagina acreditamos que a paz veio para ficar e a convivencia multipartidaria sera o apanagio de todos partidos politicos", disse o lider do maior partido da oposicao mocambicana.
Ataques armados mancham vespera do acordo
Um dia antes da assinatura do pacto, na quarta-feira (31.07),
homens armados atacaram um autocarro de passageiros e um camiao em Nhamapadza
, na provincia de Sofala, tendo provocado ferimentos em pelo menos duas pessoas. Nao se sabe porem quem esteve por tras do ataque.
Esta quinta-feira, Ossufo Momade voltou a apelar ao cumprimento do acordo de paz, depois de ha pouco mais de uma semana uma autoproclamada Junta Militar da RENAMO avisar que a instabilidade iria continuar se o acordo de paz fosse aprovado. A
RENAMO classificou essas declaracoes como uma "encenacao" de "desertores"
.
O acordo desta quinta-feira foi assinado enquanto decorre o processo de Desarmamento, Desmobilizacao e Reintegracao de varios guerrilheiros da RENAMO, que estao ha anos armados, nas matas.
"Estamos aqui em Gorongosa para dizer a todos mocambicanos e ao mundo inteiro que acabamos de dar mais um passo, que mostra que a marcha rumo a paz efetiva e mesmo irreversivel... Que a incerteza deu ligar a esperanca e o futuro de Mocambique e promissor", afirmou o Presidente mocambicano, Filipe Nyusi.
MDM acusa STAE de ser um "constrangimento" a tranquilidade
Daviz Simango, presidente do Movimento Democratico de Mocambique (MDM), tambem esteve na cerimonia e alertou que a assinatura do acordo nao chega para que a paz seja efetiva.
"Temos que trabalhar muito neste processo eleitoral que se avizinha, porque um dos grandes constrangimentos da vida de tranquilidade do povo mocambicano e o STAE. Portanto, se o STAE nos proporcionar o espetaculo, o teatro, que tem vindo a fazer de ciclo em ciclo eleitoral, pode proporcionar o retorno a essas situacoes de conflitos militares", advertiu o lider do terceiro maior partido com assento parlamentar.
Detlev Wolter, embaixador da Alemanha em Mocambique, e preciso paz para que haja desenvolvimento economico e mais investimento estrangeiro.
"Queria felicitar o povo mocambicano e os dois lideres por este dia de paz, este dia que vai entrar na Historia de Mocambique, com o inicio da estabilidade em todo o pais e ao inicio do processo de reconciliacao", comentou o diplomata que esteve presente no evento na Gorongosa.