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Brennand faz nova exposi??o de pinturas in?ditas. Leia entrevista com o artista | Viver: Diario de Pernambuco
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Mestre » Brennand faz nova exposi??o de pinturas in?ditas. Leia entrevista com o artista Em entrevista cedida ao Diario, Francisco Brennand fala sobre temas como o furac?o Sandy, a praga de autom?veis do Recife, o cinema 3D e a imortalidade

J?lio Cavani - Diario de Pernambuco

Publica??o: 03/12/2012 16:43 Atualiza??o: 05/12/2012 21:06

"O cinema ? uma coisa imprescind?vel para o homem moderno, ? uma maneira de sonhar acordado", afirma o pintor e escultor, que ? tema de um novo document?rio. Foto: Alcione Ferreira/ DP/ D.A.Press

 
Aos 85 anos, Francisco Brennand v? seu nome voltar ? m?dia por causa de pelo menos quatro novidades relacionadas ? sua obra: Um filme sobre sua vida ganhou dois pr?mios na Mostra Internacional de Cinema de S?o Paulo; sua exposi??o em cartaz no Sesc de Sorocaba (SP) ? um sucesso e pode ser levada ? capital paulista; seu mural na antiga sede da Bacardi em Miami (EUA), que foi tombado em 2009, ser? revalorizado com um novo projeto assinado pelo consagrado arquiteto Frank Gehry; novas pinturas in?ditas com sua assinatura est?o em exposi??o na sua galeria de arte em Boa Viagem.

Dedicado ? produ??o incessante, o artista anda recluso e prefere pintar a cultivar uma vida social. Abriu exce??o para conceder entrevista ao Diario de Pernambuco . O premiado document?rio, chamado Francisco Brennand , foi dirigido por sua sobrinha-neta Mariana Fortes e tem dire??o de fotografia de Walter Carvalho (respons?vel pelas belas imagens de filmes como Central do Brasil e Lavoura Arcaica ). A distribui??o ? feita pela produtora Videofilmes, dos irm?os cineastas Walter e Jo?o Moreira Salles. O cinema foi um dos principais temas abordados na conversa. Ele fala tanto de Antonioni e Tarkovski quanto de Velozes e furiosos .

Veja galeria com quadros do artista
Todas as pinturas da nova exposi??o, apresentadas no Espa?o Brennand (Avenida Domingos Ferreira, 1274), foram feitas em 2012. S?o cerca de 20 novas obras. “? uma imposi??o minha que sejam quadros recentes”, deixa claro. O pr?dio da Bacardi, nos EUA, ser? incorporado por Frank Gehry a uma nova escola da respeitada National YoungArts Foundation. O exterior da torre tem um painel de Brennand, inaugurado em 1963, formado por 28 mil pastilhas de cer?micas azuis e brancas.

Com curadoria de Emanoel Ara?jo, a exposi??o em Sorocaba inaugurou filial do Sesc (Servi?o Social do Com?rcio) em S?o Paulo. O t?tulo da mostra, formada por esculturas, ? Milagre da Terra, dos peixes e do fogo. Brennand quer levar a mostra para o Sesc Pompeia, na capital, um dos lugares onde mais tem vontade de expor por causa da arquitetura de Lina Bo Bardi, que, em sua opini?o, combinaria bem com sua obra.

O furac?o Sandy, a praga de autom?veis do Recife, o cinema 3D, as antigas aristocracias de Pernambuco, o sexo, Bento XVI, a velhice, as guerras e Oscar Niemeyer tamb?m s?o assuntos que o mestre comenta na entrevista.

Clique aqui para acessar o site especial multim?dia sobre a Oficina Cer?mica de Francisco Brennand, que funciona de segunda a sexta no Bairro da V?rzea

Assista ao trailer do filme Francisco Brennand, premiado na Mostra Internacional de Cinema de S?o Paulo:



ENTREVISTA // FRANCISCO BRENNAND

CINEMA:

O cartaz do filme sobre sua obra mostra uma foto de seu rosto ao lado de sua bengala. Essa bengala tem algum significado especial?
N?o. Comprei a bengala em Gravat? h? pouco mais de 10 anos. Uso bengala porque tenho 85 anos. N?o ? pose. N?o quero tirar partido da minha extrema velhice e fazer disso uma obra-prima. Porque a ?nica coisa pela qual eu trocaria meu saber ? por minha juventude, por mais est?pido que isso possa parecer. N?o importa o que possa acontecer, mas a sensa??o de voltar a ser jovem na sua plenitude ? o equivalente de imortalidade. N?o quero dizer que o jovem n?o pense na morte. Pensa frequentemente, talvez at? mais do que os velhos. Falo da sensa??o da juventude desde crian?a, n?o s? dos adolescentes ou das pessoas com 30 anos de idade. A diretora do filme, Mariana Brennand Fortes, que j? ganhou dois pr?mios pelo filme, aproveitou um fot?grafo do Rio de Janeiro, que veio aqui sem ter nada a ver com o filme, e tirou uma fotografia magn?fica de meu rosto com essa minha bengala na minha cara. Acontece que estou com um dos olhos fechado e minha bengala tapa o outro olho. ? uma obra-prima de fotografia, mas sou eu morto. E n?o fui s? eu que senti isso. Botaram essa fotografia no cartaz do filme e espalharam o cartaz em v?rios lugares do meu ateli?. A?, as pessoas chegam aqui e perguntam se eu j? morri. ? autom?tico.

Voc? pode ser considerado jovem em compara??o a Oscar Niemeyer, que tem 104 anos?
Oscar est? em foco por v?rias raz?es. Ele ? uma figura hoje m?tica. Do ponto de vista pol?tico, n?s estamos em um pa?s dirigido por um grupo supostamente de esquerda. Oscar ? um representante leg?timo do que sobra do verdadeiro comunista da ?poca de Lu?s Carlos Prestes, do Partid?o. E eu conhe?o talvez um ou dois comunistas, rel?quias como ele, Abelardo da Hora e o poeta C?sar Leal, que tamb?m foi comunista de carteirinha e filiou-se ao Partido Comunista na Amaz?nia. Por conta disso, Oscar ? bajulado e n?o tem privacidade nenhuma porque ele est? no hospital, nas ?ltimas, e continuam a dar boletins di?rios, etc... Isso ? uma tortura. ? uma coisa horr?vel.

Al?m de retratar sua obra, o filme explora bastante sua imagem pessoal. Fotos de artistas como Salvador Dal? ou Picasso s?o t?o conhecidas quanto as pinturas deles. Mostrar o rosto do artista tamb?m ? importante ou o que vale ? a obra?
Qualquer propaganda, seja de pasta de dente ou de moradia, ? personalizada. Tudo agora gira em torno do VIP, Very Important Person. O culto ? imagem era privil?gio dos reis ou da nobreza, mas hoje ? privil?gio de todo mundo.  N?s cultivamos isso, mas tudo isso pode desmoronar num piscar de olhos. Basta a pessoa passar tr?s noites seguidas sem dormir para ficar desfigurada e deixar de ter essa personalidade toda, a? v?o mandar pisar no seu p? e arrancar suas unhas. ? uma tolice pensar nessa personalidade. De onde vem essa satisfa??o de as pessoas olharem diretamente para a c?mera? As crian?as n?o gostam disso, de uma maneira geral. Os meninos t?m rep?dio. Eles n?o t?m interesse. Meu pai pedia para jamais sorrir diante da c?mera, pois, quando voc? sorri, voc? desfaz a sua classe. O sorriso leva a um estere?tipo que ? geral. Em revistas cient?ficas, cujo conte?do ? s?rio, pedem aos f?sicos, matem?ticos, qu?micos e astr?nomos para sorrir. N?o querem que pensem que aquele sujeito ? superior.

Como tem sido sua rela??o com cineastas que querem filmar seu trabalho?
Posso falar para a c?mera sem parar durante um dia inteiro. S?o dem?nios que se soltam dentro de mim, legi?es de dem?nios. Posso falar tanto quanto Fidel Castro em seus longos discursos de 14 horas. Apesar de minha fama de solit?rio, jamais me furtei ? presen?a de diferentes interessados em documentar meu trabalho de artista. Entre os cineastas que me filmaram est?o Fernando Monteiro em 1977, Jayme Monjardim em 1980, Guel Arraes e Geneton Moraes Neto em 1989, Feli Coelho e Celso Giovani em 1996, Ol?vio Tavares de Ara?jo em 1998 e Liz Donovan em 2000. Mariana n?o foi a primeira a produzir um document?rio sobre mim.

Que filmes e cineastas marcaram sua forma??o?
Minha paix?o pela literatura se une sobretudo ? pintura e resvala pelo cinema. Em meu di?rio, em 1950, escrevi sobre Henrique V , com Laurence Olivier. Escrevi sobre A Noite , Blow Up e Profiss?o Rep?rter , de Antonini. Escrevi sobre Gritos e Sussuros , de Bergman. Menciono em meu di?rio um ensaio sobre Teorema , esse estranho filme de Pasolini. Fiz um longo coment?rio sobre Esse Obscuro Objeto de Desejo , de Bu?uel, um dos meus diretores preferidos. Um interesse por Tarkovski, esse russo genial, fica evidenciado em v?rias p?ginas de meu di?rio, sobretudo pelo filme Solaris . Acrescente-se ainda Ethan Frome , do diretor John Madden, e The Nightcommers , de Michael Winner. O cinema brasileiro foi dominado de uma tal canalhice que ? dif?cil que os jovens cineastas se livrem disso. Eles t?m que procurar fazer os atores trabalharem de uma maneira diversa. ? horr?vel, pois as mulheres s? querem ser sedutoras, sexy e desej?veis.

O cinema seria uma arte menor em rela??o ? pintura ou ? literatura? Voc? faz hierarquias entre as artes?
N?o hierarquizo nada. Tanto posso me inspirar numa fotografia de jornal quanto ir diretamente ao modelo. H? muitos anos sou um colecionador de fotografias e figuras de jornais. J? dizia o pintor neocl?sssico Jean-Auguste Dominique Ingres que a deforma??o ? uma homenagem ? forma. Se voc? acha uma m?o curta, voc? alonga. Ele fez uma odalisca e acrescentou a ela cinco v?rtebras, com uma eleg?ncia absoluta, e influenciou todos os artistas modernos como Matisse e Picasso. O cinema n?o s? ? uma arte moderna como ?, hoje em dia, uma espelho no qual todos n?s nos refletimos. N?s n?o podemos viver mais sem o cinema. O cinema ? uma coisa imprescind?vel para o homem moderno, ? uma maneira de sonhar acordado.

Assim como o cinema surgiu h? pouco mais de 100 anos, outras novas formas de arte podem surgir?
Eu n?o sei. H? certos elementos que s?o oferecidos ao p?blico e o p?blico engole como uma suposta inova??o. Por exemplo, a terceira dimens?o ? uma coisa absolutamente rid?cula. Prefiro voltar para o cinema mudo com todas as suas defici?ncias. N?s, homens, criamos o que pretendemos. De bobagem em bobagem, vamos acabar destruindo o planeta.

PINTURA E ESCULTURA:

A maior parte do seu tempo ainda ? dedicada ? arte?
Surgem desentendimentos com meus amigos porque estou cada vez mais retirado, como se a amizade necessitasse da presen?a f?sica. N?o acho que desconsidero os amigos porque me ausento. Eu simplesmente quero encontrar for?as para trabalhar. N?o posso estar disposto a cuidar dos desocupados. Eu n?o estou desocupado. Ainda tenho um bem criativo. J? n?o tenho a firmeza necess?ria na m?o e me apoio no quadro com a outra m?o, que fica cheia de calos, mas agora descobri uma nova prote??o para os dedos com um acolchoamento. Se voc? n?o tivesse chegado agora, eu j? estaria trabalhando.

O que ser? mostrado nesta nova exposi??o que come?a no dia 5 de dezembro?
N?o ? uma exposi??o importante. S?o apenas cerca de 20 quadros, todos de 2012. ? uma imposi??o minha que sejam quadros recentes. Nem de 2011 eu tenho interesse. H? um quadro que eu chamo de Pintor de Paisagens. O personagem pinta uma paisagem, mas h? outras paisagens ao lado. ? uma quest?o de cortes de composi??o. Fa?o isso sem ferir a unidade do quadro, sem que pare?a um amontoado. ? algo muito sutilmente apresentado. ? por isso que ? um pintor de "paisagens" e n?o um pintor de "paisagem". A paisagem passa a existir sobretudo porque ela foi pintada. Jamais descobrir?amos algumas paisagens se elas n?o tivessem sido utilizadas na arte. A paisagem, na mais remota antiguidade, era apenas fundo para as figuras aleg?ricas. Ela s? passou a ser express?o art?stica e a valer por si pr?pria, sem personagens, a partir do s?culo 19, com a arte moderna. Quando Cesanne pinta a Montanha Santa Vit?ria, n?o tem ningu?m andando por ali. Van Gogh at? bota umas figurinhas, mas independe, pois o que importa ali ? a paisagem. Nessa minha nova exposi??o, tem pelo menos umas cinco paisagens. Tem ainda figuras humanas, que n?o chamo de retratos. H? tamb?m uma pintura de um cisne negro que vive aqui na Oficina.

Por que sua pintura n?o aborda os mesmos elementos mitol?gicos, aleg?ricos e hist?ricos de sua escultura?
Eu acharia pretensioso enveredar, na pintura, por esses elementos mitol?gicos ou hist?ricos. Eu sei pintar, mas fazer escultura aprendi sem compromisso nenhum, deixo fluir. Eu n?o conseguira fazer uma pintura de Lu?s XVI e Maria Antonietta, mas, na escultura, eu fa?o. Eles foram guilhotinados e isso era um pretexto para eu mostrar minha indigna??o. Eu n?o teria termos pra fazer isso na pintura. Eu n?o teria coragem de fazer um quadro sobre Joana d'Arc. Na minha pintura deixo me levar pela sensualidade das curvas e das formas. Comecei pela pintura e s? abordei a cer?mica e a a escultura depois que viajei ? Europa e descobri experi?ncias na escultura de grandes artistas como Picasso. Antes disso, eu considerava a cer?mica e a escultura como artes menores, apesar de minha fam?lia trabalhar com cer?mica. Minha pintura est? contaminada por uma escola, minha escultura n?o. O aprendizado ? uma servid?o. Voc? n?o est? livre a n?o ser que voc? se abstenha daquilo que aprendeu. Quando comecei a esculpir, eu j? sabia desenhar e escolher as cores. Na escultura, eu n?o for?o a barra.

Suas esculturas, portanto, nascem de seu lado mais intuitivo, misterioso e interior?
Uma bi?loga chilena chamada Cec?lia Toro fotografou minhas esculturas durante dias e as comparou com estruturas primitivas microsc?picas. S?o quase id?nticas, apesar de eu nunca haver visto essas formas microsc?picas antes. O t?tulo do artigo que ela escreveu era "Brennand e as Matrizes da Vida". S?o elementos formais que afloram do inconsciente mais profundo que voc? possa imaginar. N?o temos s? consci?ncia da esp?cie, mas tamb?m do universo. ? uma consic?ncia remota que n?o pode ser traduzida ou interpretada atrav?s de palavras. N?s somos o universo. O que existe em nosso corpo ? o que existe no universo. Duvido que uma sonda encontre em Marte alguma subst?ncia que n?o exista aqui na Terra ou no corpo humano. Ent?o n?s somos feitos do mesmo material das estrelas. Os religiosos ? que, por meio da culpa, nos desencaminharam, como uma medida de precau??o, para n?o nos levar ? loucura. A? vieram os c?digos, as leis, o bem e o mal ou honrar pai e m?e, que nem sempre s?o honrados. Voc? n?o precisa ler um jornal inteiro, basta intepretar as not?cias pequenas. Se n?o acontecerem desgra?as todos os dias, nos sentimremos enganados. Um jornal ? um retrato falado da criatura humana. As situa??es da vida n?o s?o reais, s?o absurdas. Estamos conversando sobre uma exposi??o que pode ser desfeita e nunca acontecer. As "matrizes da vida" s?o o come?o e a formata??o de todas as coisas. Ningu?m poderia ter me feito um elogio maior ou melhor. Eu apenas deixo fluir, coisa que eu n?o fa?o quando pinto.

O que faz suas esculturas mexerem com os desejos e horrores mais ?ntimos das pessoas?
Nas esculturas, me lan?o ? procura dos arcaismos. O horror existencial, a carnificina do sexo e os elementos mais profundamente arcaizantes simb?licos e formais est?o bem vis?veis dentro da minha obra. Quando se aproximam das esculturas, as mulheres costumam descobrir isso de maneira mais cr?tica e intensa. N?o ? por uma quest?o de seu senso moralista, mas pela percep??o feminina de quem est? habituado ? viol?ncia do parto e da reprodu??o. Podemos chamar de amor, vol?pia ou lux?ria, mas "o sexo, mais do que a morte, deixa o homem diante uma perplexidade insan?vel". Essa ? uma frase de Arnold Toynbee, historiador. N?o h? como consertar o sexo. Mal sabemos denominar nossas genit?lias. Usamos at? palavr?es. Coitados dos amantes que forem pronunciar nomes da anatomia que se aprendem nas escolas de medicina, pois ser?o banidos da cama pelos parceiros imediatamente. N?s somos permanentemente seres perversos, pois eu n?o sei o que ? sexualidade normal. O sexo ? relacionado com a mente, a alma e o esp?rito. Nem a pior das taras pode ser classificada como normal ou anormal. Se tratando do homem, tudo ? permitido.

HIST?RIA E SOCIEDADE:

As antigas fam?lias aristocr?ticas pernambucanas, como os Brennand, ainda t?m poder hoje em dia?
Hoje est? tudo muito dilu?do porque essas grandes fam?lias j? n?o s?o as mais poderosas. O sujeito mais rico de Pernambuco pode sair de onde voc? menos espera, pode ser um homem de Caruaru. Essa gente hoje vive viajando para os Estados Unidos para gastar milh?es de d?lares. Onde eles v?o buscar esse dinheiro? de algum jeito, est? aparecendo uma nova aristocracia dos Eike Batista e dos grandes neg?cios, escusos ou n?o. Eu acho que n?o tem mais nada a ver com essa gente mais conhecida, mas alguns ainda prosperam. Parte da minha fam?lia ainda ? rica, mas j? fazendo sociedades com outras empresas. A perman?ncia da coluna social tem algum significado. Em Cuba, ap?s a revolu??o, eles n?o baniram a coluna social, mas, para aparecer nos jornais, a pessoa tinha que pagar.

A passagem do tempo e as transforma??es da humanidade s?o temas marcantes em sua obra?
"O futuro tem um cora??o antigo" ? o t?tulo de um livro do escritor italiano Carlo Levi. Eu gravo essa frase em pedras cer?micas espalhadas em v?rias partes da Oficina, como um lembrete. Esse papa Bento XVI ? um dos grande te?logos do momento. Ele foi chamado por Jo?o Paulo II para ser seu te?logo, orientador e professor durante 25 anos. N?o foi por acaso que ele chegou ao papado. Ainda como Cardeal Hatzinger, ele escreveu um livro sobre Jesus Cristo, uma esp?cie de biografia. Ele descobriu que Jesus talvez n?o tenha nascido h? 2012 anos, pois pode haver um erro de c?lculo da Igreja. Cristo pode ter nascido sete anos mais tarde. O tempo n?o existe. N?s passamos e desaparecemos. N?s nascemos e renascemos diversas vezes durante a vida ou durante um ?nico dia. Podemos ser apenas uma palavra de um livro. N?o precisamos ser um livro inteiro. Meu processo de cria??o funciona porque minha curiosidade sobre a vida ? inesgot?vel.

Seu Templo do Sacrif?cio seria um monumento ? viol?ncia da humanidade, que parece nunca parar?
N?o sei se n?s temos uma voca??o suicida. Nunca existiu paz no mundo em momento algum. E voc? n?o precisa se referir s? ao mundo ocidental. Agora, mesmo, o Congo, que jamais conheceu a paz, j? entrou em mais uma guerra instigada pelos vizinhos. O Jap?o n?o se entende com a China, que n?o se entende com Formosa. Quando ? que n?s vamos conhecer a paz? Essa ideia de progresso ? um mito. N?o existe uma lei soberana ou matem?tica que obrigue as coisas a se multiplicarem, sobretudo em rela??o ? economia. E as pragas? E as tempestades? Nova York se desmontou com uma tempestade cujo nome ? o de uma cantora engra?adinha, Sandy. Ela devia cobrar direitos autorais dessa tempestade com o nome dela. At? a ONU teve que mudar o lugar de suas reuni?es porque aquela sala, aquele anfiteatro magn?fico, onde os presidentes falam, foi invadida pelas ?guas.

Quais s?o as pragas de hoje em dia?
Jos? do Egito fez sucesso porque come?ou a desvendar as pragas dos sonhos do fara?. Quando eu vejo, hoje em dia, essa praga de autom?veis, me recordo da praga de garfanhotos. A diferen?a ? que, dessa, a gente n?o escapar?: Quanto mais vendem carros, mais fazem propagandas e mais sedutores e reluzentes ficam os carros nos sal?es de autom?veis. S?o carros mirabolantes, mas para cidades que ainda s?o coloniais ou medievais. Onde ? que voc? pode usufruir de um autom?vel a 300 ou 400 quil?metros por hora? Que estrada vai permitir fazer isso? Essas ilus?es coincidem com nossos desejos. Eu n?o posso evitar que meu filho ca?ula, de apenas 20 anos, queira toda a cole??o de filmes da s?rie Velozes e Furiosos. Ele acabou de tirar a carta de motorista e eu gostaria que ele fosse como eu na minha ?poca, consciente de que guiar um autom?vel pode ser um prazer, uma del?cia, mas sem inflingir as leis de tr?nsito. Mas, se ele ? um cultor de Velozes e Furiosos...

SERVI?O
Exposi??o de Pinturas de Francisco Brennand
Quando: De segunda a sexta, das 9h ?s 19h, at? o dia 14
Onde: Espa?o Brennand (Avenida Domingos Ferreira, 1274, lojas 17 e 18, Pina)
Informa??es: 3325-0025

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