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Vontade de poder

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Vontade de poder ou de potencia (alemao: "Der Wille zur Macht") e um conceito da filosofia de Friedrich Nietzsche . A vontade de poder descrita por Nietzsche e a principal forca motriz em seres humanos ? realizacao, ambicao e esforco para alcancar a posicao mais alta possivel na vida. Estas sao manifestacoes da vontade de poder; no entanto, o conceito nunca foi sistematicamente definido no trabalho de Nietzsche, deixando a sua interpretacao aberta ao debate. [ 1 ] [ 2 ]

Conceituacao [ editar | editar codigo-fonte ]

Em Nietzsche , o seu mais importante conceito permeia as mais altas e baixas esferas da existencia, estando como conceito cosmogonico e mesmo historico ou psicologico . A vontade de poder nao e somente a essencia, mas uma necessidade.

A argumentacao que se segue encontra-se em sua forma original em “ Eterno retorno ” (textos de 1881 ).

Primeira proposicao: o total da forca que existe no universo e determinada, nao infinita. Deduz-se que o numero de situacoes, combinacoes dessa forca e mensuravel, ou seja tambem determinada e finita.

Segunda proposicao: o tempo e infinito, e antes deste momento houve uma infinidade de tempo.

Estas proposicoes e suas conclusoes partem de um raciocinio simples ate seu mais alto grau de complexidade, so atingido em Nietzsche. Ao nao admitir a existencia de Deus , do criador, admite-se que a materia , a energia da qual e constituida o universo nao pode ter sido criada. Logo ela tem de existir originalmente e sempre, ou entao ha que se retornar a teoria da criacao do nada. Se ela existe nao-criada ela tem de ter estado aqui desde sempre. Ja que ela existe desde sempre, se houvesse tendencia ou estado a ser atingido, a eternidade e certamente tempo o bastante para que a tivesse atingido.

A forca que hoje existe tem de ter estado eternamente ativa e igual, ou entao teria extinguido. Todos os desenvolvimentos possiveis tem de ja ter acontecido, e todos os instantes sao eternas repeticoes.

Ainda, que nao existe estado de repouso, pois se as forcas estao um tempo infinito para tras em atividade, se este estado (de repouso) fosse possivel ja teria sido alcancado e duraria.

Este mundo das forcas e circular na medida em que retorna, e sem nenhuma tendencia, senao ja a teria alcancado.

Da nocao entao de algo originario, nunca em repouso, mas em constante devir, da consideracao de que o mundo das forcas nao e passivel de cessacao, ou equilibrio, ou repouso, de sua grandeza de forca e movimento em cada tempo e de sua extensao ao todo comecamos a divisar a vontade de poder.

Nietzsche afirma em um fragmento do ano 1885: “E sabeis... o que e pra mim o mundo?... Este mundo: uma monstruosidade de forca, sem principio, sem fim, uma firme, bronzea grandeza de forca... uma economia sem despesas e perdas, mas tambem sem acrescimos, ou rendimento,... mas antes como forca ao mesmo tempo um e multiplo,... eternamente mudando, eternamente recorrentes... partindo do mais simples ao mais multiplo, do quieto, mais rigido, mais frio, ao mais ardente, mais selvagem, mais contraditorio consigo mesmo, e depois outra vez... esse meu mundo dionisiaco do eternamente-criar-a-si-proprio, do eternamente-destruir-a-si-proprio, sem alvo, sem vontade... Esse mundo e a vontade de potencia ? e nada alem disso! E tambem vos proprios sois essa vontade de potencia ? e nada alem disso!”

Usando a propria terminologia de Nietzsche a Vontade de Poder e uma lei originaria, sem excecao nem transgressao. Ao falar assim o filosofo quer dizer que a Vontade de potencia nao e algo criado, ou que dependa de condicoes especiais, como na religiao ou em teorias precedentes, mas ela advem da propria realidade das coisas.

Sendo as proposicoes (materia finita, constante e sem tendencia e tempo infinito) um fato e do mesmo modo o devir, a certeza de que ha este fluxo, a forca que alavanca e mantem esta economia tem uma natureza particular, que e a vontade de poder. Por isso e dito "Esse mundo e a vontade de potencia".

Da nao aceitacao da criacao a possibilidade para a existencia e esta. E da necessidade de que tudo seja como e. Esta forca que hoje existe so pode ser afirmada atraves de sua natureza. Vontade de Potencia, nao e nada de teologico, de fim, ou fundamento verdadeiro. E o modo como se comporta aquilo que nao pode ter finalidade ou sentido e que vive a expensas de si mesmo. Nietzsche mesmo adverte que “ a vontade de poder nao e nem um ser, nem um devir, e um pathos”.

Pathos esta aqui no seu sentido que emprega Descartes , de que "tudo o que se faz ou acontece de novo e geralmente chamado (pelos filosofos) de pathos. E se o conceito esta ligado a padecer, pois o que e passivo de um acontecimento, padece deste mesmo. Portanto, nao existe pathos senao na mobilidade, na imperfeicao."

Vontade de Poder nao esta desta forma relacionada a nenhum tipo de forca fisica, dinamica ou outra, mas e a lei originaria que regem estas forcas secundarias na economia deste sistema chamado universo, ou mundo.

A vontade de poder, portanto, e esta lei originaria, sem excecao nem transgressao que em si anima e e a propria essencia de toda a realidade. E a essencia e a propria “luta das forcas” que formam a economia universal, impulso que reage e resiste no interior das forcas, uma multiplicidade de forcas que em suas gradacoes se manifesta na sua forma ultima em fenomenos politicos, culturais, astronomicos, permeando a natureza e o proprio homem.


Outras Origens [ editar | editar codigo-fonte ]

Em 1838, antes de Nietzsche, o escritor Edgar Allan Poe ja havia chegado a um conceito parecido nao sistematizado e definido ao de Vontade de Potencia quando, no seu conto Ligeia , atribuiu uma epigrafe com este conceito ao filosofo ingles Joseph Glanvill . Na verdade, a epigrafe era totalmente uma autoria de Poe [ 3 ] , pois o filosofo ingles nunca publicou tal texto em suas obras. A ideia de Poe era, provavelmente, aludir a epigrafe a crenca na feiticaria de Joseph Glanvill. Portanto, ainda que o pensamento de Poe tenha o mesmo fundamento do conceito de Vontade de Potencia de Friedrich Nietzsche , ambos os pensamentos foram individuais e originais, tendo Nietzsche desenvolvido o seu conceito anos mais tarde, depois da morte de Poe : o pensamento de Nietzsche , sofisticado e diretamente filosofico; o de Poe , uma simples citacao de poucos versos, uma epigrafe de um conto, mas ainda assim, uma ideia filosofica expressada na arte (e claro que nao se pode afirmar com certeza o verdadeiro surgimento do conceito de Vontade de potencia , pois encontramos ideias parecidas desde o milenio seja na literatura ou na filosofia, mas, de uma forma original, Nietzsche que o desenvolveu, caracterizou e definiu, e e o principal criador do conceito). Assim escreve Edgar Allan Poe na epigrafe do seu conto, intitulado Ligeia :

E ali dentro esta a vontade, que nao morre. Quem conhece os misterios da vontade e do seu vigor? Pois Deus nao e mais que uma grande vontade, penetrando todas as coisas pela qualidade de sua aplicacao. O homem nao se entrega aos anjos, nem se rende inteiramente a morte, senao pela fraqueza de sua debil vontade.

O conceito de vontade de poder pode tambem ser entendido como o desejo insaciavel de se ser mais do que aquilo que se e presentemente.

Ver tambem [ editar | editar codigo-fonte ]

Referencias

  1. http://plato.stanford.edu/entries/nietzsche-moral-political/
  2. Leiter, Brian (27 de fevereiro de 2020). ≪Nietzsche's Moral and Political Philosophy≫ . Metaphysics Research Lab, Stanford University . Consultado em 28 de novembro de 2023  
  3. Edgar Allan Poe