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Teoria da comunicacao

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A teoria da comunicacao e uma descricao proposta dos fenomenos da comunicacao , as relacoes entre eles, um enredo descrevendo essas relacoes e um argumento para esses tres elementos. A teoria da comunicacao fornece uma maneira de falar e analisar os principais eventos, processos e compromissos que juntos formam a comunicacao. A teoria pode ser vista como uma forma de mapear o mundo e torna-lo navegavel; a teoria da comunicacao nos da ferramentas para responder a questoes de comunicacao empiricas, conceituais ou praticas. [ 1 ]

A comunicacao e definida tanto no senso comum quanto nas formas especializadas. A teoria da comunicacao enfatiza seus aspectos simbolicos e de processo social vistos de duas perspectivas ? como troca de informacoes (a perspectiva da transmissao) e como trabalho feito para conectar e, assim, possibilitar essa troca (a perspectiva ritual). [ 2 ]

A pesquisa sociolinguistica nas decadas de 1950 e 1960 demonstrou que o nivel em que as pessoas mudam a formalidade de sua lingua dependendo do contexto social em que estao. Isso foi explicado em termos de normas sociais que ditavam o uso da linguagem . A maneira como usamos a linguagem varia de pessoa para pessoa. [ 3 ]

As teorias da comunicacao surgiram de varios pontos historicos de origem, incluindo tradicoes classicas de oratoria e retorica , concepcoes da sociedade e da mente do Iluminismo e esforcos pos- Segunda Guerra Mundial para entender a propaganda e as relacoes entre midia e sociedade. [ 4 ] [ 5 ] [ 6 ] Proeminentes teoricos da comunicacao fundamental historica e moderna incluem Kurt Lewin , Harold Lasswell , Paul Lazarsfeld , Carl Hovland , James Carey , Elihu Katz , Kenneth Burke , John Dewey , Jurgen Habermas , Marshall McLuhan , Theodor Adorno , Antonio Gramsci , Robert E. Park , George Herbert Mead , Joseph Walther , Claude Shannon and Stuart Hall ? embora alguns desses teoricos possam nao se associar explicitamente a comunicacao como disciplina ou campo de estudo. [ 4 ] [ 6 ] [ 7 ]

Primeira Fase [ editar | editar codigo-fonte ]

Os primeiros estudos da area de Comunicacao em seu sentido estrito (significando basicamente as "midias") comecaram ainda no seculo XIX, na Europa. Em 1910, ocorreu o I Congresso de Sociologos, em Frankfurt (Alemanha), ocasiao em que o sociologo Max Weber propos a constituicao de uma "sociologia da imprensa", a precursora da "sociologia da comunicacao". [ 8 ] Mas foi nos Estados Unidos que esses estudos se consolidaram efetivamente como ciencia, especialmente com a fundacao do Bureau of Applied Social Research , em 1941, na Universidade de Columbia , por Paul Lazarsfeld . [ 9 ] Nesse momento de consolidacao, os estudos em Comunicacao Social dedicaram-se principalmente ao papel e efeito social do radio , uma vez que este veiculo fora a primeira midia a alcancar proporcoes e popularidade suficientes para ser caracterizado como meio de comunicacao de massa. Alem disso, seu alcance o levou a ser amplamente utilizado pelos estados totalitarios que emergiram na Europa no periodo entre-guerras , dai o crescente interesse pelo tema.

Teoria Hipodermica [ editar | editar codigo-fonte ]

Ver artigo principal: Teoria hipodermica

Tambem conhecida como "Teoria da Bala Magica", a Teoria Hipodermica estudou o fenomeno da midia a partir de premissas behavioristas . Seu modelo comunicativo e baseado no conceito de "estimulo/resposta": quando ha um estimulo (uma mensagem da midia), esta adentraria o individuo sem encontrar resistencias, da mesma forma que uma agulha hipodermica penetra a camada cutanea e se introduz sem dificuldades no corpo de uma pessoa. Dai o porque de esta teoria tambem ser conhecida como "Teoria da Bala Magica", pois a mensagem da midia conseguiria o mesmo efeito "hipodermico" de uma bala disparada por uma arma de fogo .

O conceito de "massa" e fundamental para se compreender a abordagem da teoria hipodermica. Segundo os estudiosos desta corrente, a massa seria um conjunto de individuos isolados de suas referencias sociais, agindo egoisticamente em nome de sua propria satisfacao. Uma vez perdido na massa, a unica referencia que um individuo possui da realidade sao as mensagens dos meios de comunicacao. Dessa forma, a mensagem nao encontra resistencias por parte do individuo, que as assimila e se deixa manipular de forma passiva.

Modelo de Lasswell [ editar | editar codigo-fonte ]

O cientista politico Harold Lasswell desenvolveu um modelo comunicativo que, embora baseado na teoria hipodermica, apontava suas lacunas e contribuiria posteriormente para a sua superacao. Para Lasswell, compreender o alcance e efeito das mensagens transmitidas pela midia requer responder as seguintes questoes: Quem? Diz o que? Atraves de que canal? A quem? Com que efeito? Os desdobramentos das indagacoes correspondem: o "quem" esta ligado aos emissores da mensagem; o "diz" corresponde ao conteudo da mensagem; o "canal" a analise dos meios; "A quem" corresponde ao receptor da mensagem e, por ultimo, o "efeito" a analise da audiencia e reflexos na sociedade.

Caracteristicas do modelo de Lasswell:

  • A comunicacao e intencional, consciente e voluntaria;
  • A comunicacao e individual, ou seja, os papeis do emissor e receptor surgem isolados;
  • Nao ha reciprocidade.

Mais tarde, e como forma de aprofundar, Lasswell e outros investigadores criaram a Comunication Research que se centrou na forma como os meios de comunicacao de massas alteravam os individuos. Com a evolucao dos estudos observou-se uma superacao da Teoria Hipodermica, embora ela ainda seja bastante aceita no senso comum.

Teoria da Persuasao [ editar | editar codigo-fonte ]

Ver artigo principal: Teoria da persuasao

Diferentemente da abordagem hipodermica, a Teoria da Persuasao afirma que a mensagem da midia nao e prontamente assimilada pelo individuo, sendo submetida a varios filtros psicologicos individuais. Portanto, os efeitos da midia nao seriam de manipulacao, mas de persuasao . O modelo comunicativo desta teoria e bastante semelhante ao behaviorista ? porem, acrescido de processos psicologicos que determinam a resposta. Tais processos psicologicos sao relativos a audiencia e a mensagem .

Em relacao a audiencia, o individuo ficara interessado pelos assuntos aos quais estiver mais exposto; alem disso, tendera a consumir as informacoes com as quais esteja de acordo. Em algumas ocasioes, o individuo ate mesmo distorcera o conteudo das mensagens recebidas, de forma a adequa-las a sua forma de entender a questao.

Em relacao a mensagem, o individuo a consumira de acordo com o grau de prestigio e de confianca que depositar naquele que a transmite (o comunicador). Conta tambem a maneira como os argumentos sao distribuidos; se todos ou apenas parte dos argumentos estao presentes; a exposicao implicita ou explicita das intencoes da mensagem; e o grau de envolvimento do individuo com o assunto.

Teoria Empirica de Campo (Teoria dos Efeitos Limitados) [ editar | editar codigo-fonte ]

Ver artigo principal: Teoria Empirica de Campo

A Teoria Empirica de Campo ou Teoria dos Efeitos Limitados (nome dado como resposta a Teoria dos Efeitos Ilimitados de Lasswell) baseia suas pesquisas na sociologia, concluindo que a midia cumpre papel limitado no jogo de influencia das relacoes comunitarias. Em outras palavras, a midia e apenas mais um instrumento de persuasao na vida social, uma vez que e apenas parte desta. Assim, a Abordagem Empirica de Campo abandona a relacao direta de causa e efeito entre a mensagem e o comportamento do individuo. Antes, enfatiza a influencia indireta que a midia exerce sobre o publico tal como faria qualquer outra forca social ( igreja , familia , partido politico , etc.). O alcance das mensagens midiaticas depende do contexto social em que estao inseridas, ficando sujeitos aos demais processos comunicativos que se encontram presentes na vida social. Neste caso, os filtros individuais pelos quais as mensagens passam seriam de origem muito mais social do que psicologica.

O estudo dos efeitos dos meios de comunicacao teve inicio nos anos 1930 com a chegada dos centros de ciencias sociais empiricas aos Estados Unidos . Paul Lazarsfeld, integrante do Bureau of Applied Social Research da Universidade de Columbia, foi o principal nome da pesquisa sobre os efeitos. Teve um papel central no desenvolvimento da pesquisa social organizada em todo o mundo e tambem na constituicao da disciplina de comunicacao.

Os estudos de Lazarsfeld sobre formacao da opiniao publica e sobre a influencia dos lideres de opiniao em campanhas comerciais e eleitorais foram modelos para as pesquisas sobre os efeitos limitados que dominaram o campo da comunicacao por muitos anos. Estes estudos procuravam compreender como as campanhas veiculadas por meios de comunicacao influenciavam as tomadas de decisoes.

Numa pesquisa sobre as eleicoes presidenciais de 1940, Lazarsfeld e outros pesquisadores descobriram que os lideres de opiniao tinham papel de destaque na tomada de decisoes e assim formularam o chamado "two-step flow", ou “modelo de comunicacao em duas etapas”: os conteudos partiam da midia para os lideres de opiniao e destes para segmentos menos ativos da populacao. O tal modelo tambem apontou que a midia tende a reforcar predisposicoes em vez de altera-las, visto que atraves do processo de exposicao seletiva as pessoas tendem a consumir informacoes que confirmem suas crencas.

Lazarsfeld e seus pares encontraram assim efeitos de curto prazo e concluiram que os efeitos politicos e sociais da midia eram pouco significativos. Porem, a pesquisa sobre os efeitos limitados da midia nao chegou as estruturas mais complexas, como as empresas de comunicacao, porque vinha delas boa parte do financiamento para as pesquisas de Lazarsfeld. Mesmo com as limitacoes economicas, e notorio que dentre as contribuicoes mais significativas do pesquisador e de seu grupo esta a constatacao que a comunicacao e um processo complexo e mediado por varios fatores. As pesquisas anteriores tratavam a midia como dotada de onipotencia. A partir desses estudos, a pesquisa sobre os efeitos foi sendo aprimorada para abranger estruturas mais complexas, que passaram a analisar os efeitos de longo prazo da midia.

Efeitos de longo prazo [ editar | editar codigo-fonte ]

A partir da decada de 1950, os estudos no campo dos efeitos da midia evoluiram para compreensoes mais sistematicas. Tres caracteristicas sugerem uma reviravolta na pesquisa sobre os efeitos. Sao elas:

  1. enfase maior nos efeitos de longo prazo;
  2. maior atencao aos efeitos cognitivos;
  3. atencao aos efeitos mais significativos.

Algumas teorias foram elaboradas a partir desse periodo para dar suporte a esses estudos. Sao elas: teoria do agendamento, teoria do cultivo, teoria dos usos e gratificacoes e teorias do processamento da informacao. [ 10 ]

Teoria do Agendamento [ editar | editar codigo-fonte ]

Ver artigo principal: Agendamento

A teoria do agendamento defendia a tese que a midia determinava os temas nas campanhas politicas e salientava a importancia dos temas para a opiniao publica. A partir do agendamento surgiram novos estudos para ampliar a pesquisa sobre os efeitos da midia. A teoria foi importante e inovadora para o campo de estudos, mas desconsiderou importantes variaveis relacionadas ao conteudo da midia que podem ser importantes na formacao da opiniao publica. Ela nao levou em conta, inicialmente, que as formas de apresentacao da informacao tem papel fundamental na sua apreensao pelo publico. Para suprir essas carencias, surgiu o conceito de enquadramento. Com esse complemento, os estudos passaram a abordar nao so como a midia afeta sobre o que o publico pensa, mas como ele percebe os temas que lhes sao apresentados.

Teoria do cultivo ou Analise do cultivo [ editar | editar codigo-fonte ]

A analise do cultivo foi outro enfoque que enfatizou os efeitos de longo prazo e sugeriu que a midia seria ainda mais poderosa. Como exemplo de pesquisa utilizando essa teoria, George Gerbner analisou programas de ficcao da televisao norte-americana desde 1967 e conduziu uma serie de estudos com outros pesquisadores a fim de descobrir como esses programas influenciavam a visao de mundo dos telespectadores. Por fim, Gerbner concluiu que a exposicao a esses conteudos leva ao cultivo de concepcoes compartilhadas da realidade entre diversos publicos.

Apesar de nao compreender a comunicacao como uma via de mao unica, os teoricos da analise do cultivo concebiam os conteudos televisivos com certa homogeneidade e ignoravam a divergencia quanto ao que era exibido, principalmente entre os usuarios mais fieis, chamados de heavy viewers . Outro questionamento levantado sobre a teoria do cultivo diz respeito a concepcao simplista sobre a recepcao da televisao, levando em conta apenas a exposicao, deixando de lado as interpretacoes e ressignificacoes que as pessoas fazem sobre os conteudos.

Teoria dos usos e gratificacoes [ editar | editar codigo-fonte ]

A teoria dos usos e gratificacoes adotou outro ponto de vista acerca da pesquisa sobre a relacao entre a midia e seus receptores. Essa mudanca ocorreu a partir do final da decada de 1940, quando as pesquisas passaram a considerar a escolha da populacao em consumir, ou nao, produtos midiaticos; quais fatores levavam a essas escolhas e no que elas implicavam.

Dessa forma, as pesquisas, nessa teoria, “rejeitam os efeitos totais” dos meios de comunicacao sobre o usuario, considerando apenas que esses efeitos dependem de como o uso da midia satisfaz as necessidades do receptor.

O cientista comportamental Bernard Berelson foi um dos pioneiros na observacao dos aspectos que levavam as pessoas a optarem por consumir algum meio de comunicacao. Sao eles:

  1. A busca por informacao sobre questoes publicas.
  2. A busca por orientacao acerca de questoes publicas.
  3. A procura por uma valvula de escape da realidade pessoal.
  4. A tentativa de obter “status social” por meio da informacao.
  5. A necessidade de ter um contato com outras pessoas. [ 11 ]

Wilbur Schramm , estudioso do campo de comunicacao de massa , tambem observou que a busca da populacao pelo consumo das midias de massa  estava relacionada a necessidade que as pessoas tem de estarem em contato com outras e de se sentirem parte da vida social. [ 12 ]

Katz, Blumler e Gurevich, em um artigo de 1970, definiram os principais aspectos da teoria dos usos e gratificacoes. Sao eles:

  1. Nao somente a midia e ativa, a audiencia tambem e ativa e faz escolhas sobre o que ela quer, ou nao, ver.
  2. No processo de recepcao, grande parte das escolhas e feita pelo receptor.
  3. Os meios de comunicacao nao satisfazem completamente o receptor, visto que ele tem necessidades que a midia nao e capaz de satisfazer.
  4. A midia proporciona ao individuo aquilo que ele diz que deseja consumir.
  5. E o receptor quem define o juizo de valor da midia. Ele decide como ira interpretar aquilo que absorveu do emissor. [ 13 ]

O pesquisador alemao Karl Rosengreen reuniu essas caracteristicas dos usos e gratificacoes de modo que o receptor ficasse no centro do processo de comunicacao, diferentemente do modelo de Lasswell , no qual a midia era o centro ou o ponto de partida. Assim, ele definiu que o estudo dos usos e gratificacoes partia da seguinte pergunta: “Quem usa qual midia, sob quais circunstancias, por quais razoes e com quais efeitos?”. [ 12 ]

Teorias sobre o processamento da informacao [ editar | editar codigo-fonte ]

Foram desenvolvidas a partir de  teorias da psicologia cognitiva, o que representou um avanco nos campos conceituais e metodologicos do campo dos estudos da midia. Alguns estudiosos dessa corrente questionavam a afirmacao de que a televisao e a principal fonte de informacao do publico por ela enfrentar dificuldades de se fazer presente na memoria coletiva. As teorias do processamento da informacao estao baseadas na “concepcao da comunicacao como transporte” na qual a decodificacao da mensagem nao e considerada problematica ou capaz de transformar o significado da mensagem.

Teoria Funcionalista [ editar | editar codigo-fonte ]

Ver artigo principal: Teoria funcionalista

A Teoria Funcionalista estuda as funcoes exercidas pela midia na sociedade, e nao os seus efeitos. Em lugar de pesquisar o mero comportamento do individuo , estuda-se a sua acao social enquanto consumidor de valores e modelos que se adquire comunitariamente. Seus metodos de pesquisa distanciam-se dos metodos da teoria Hipodermica, Empirico-Experimental e de Efeitos Limitados por nao estudar a midia em casos excepcionais, como campanhas politicas, mas em situacoes corriqueiras e cotidianas.

Teoria Critica [ editar | editar codigo-fonte ]

Ver artigo principal: Teoria Critica

Inaugurada pela Escola de Frankfurt , a Teoria Critica parte do pressuposto das teorias marxistas e investiga a producao midiatica como tipico produto da era capitalista . Alguns dos seus principais fundadores foram Theodor Adorno e Max Horkheimer. Os mesmos desenvolveram pressupostos teoricos com postura critica, que era oposta ao determinismo comum as teorias positivistas. Os teoricos foram capazes de considerar fatores sociais que o proprio Marx nao previu anteriormente em suas bases teoricas. Desvendam assim a natureza industrial das informacoes contidas em obras como filmes [4] e musicas : temas, simbolos e formatos sao obtidos a partir de mecanismos de repeticao e producao em massa, que tornam a arte adequada para producao e consumo em larga escala.

Assim, a midia padroniza a arte como faria a um produto industrial qualquer. E o que foi denominado industria cultural . Nesta, o aspecto artistico da obra e perdido. O imaginario popular e reduzido a cliches . O individuo consome os produtos de midia passivamente. O esforco de refletir e pensar sobre a obra e dispensado: a obra "pensaria" pelo individuo.

Industria midiatica [ 14 ] pressupoe tres dimensoes basicas: os processos midiaticos , que configuram as tecnicas de producao e difusao de conteudos; Divulgacao e projetos elaborados e conteudos culturais que justificam as mensagens elaboradas.

Teoria Culturologica [ editar | editar codigo-fonte ]

Ver artigo principal: Teoria Culturologica

A Teoria Culturologica parte de uma analise a Teoria Critica e desenvolve assim um pressuposto diferente das demais teorias. No lugar de pesquisar os efeitos ou as funcoes da midia, procura definir a natureza da cultura das sociedades contemporaneas. Conclui assim que a cultura de massa nao e autonoma, como pretende as demais teorias, mas parte integrante da cultura nacional, religiosa ou humanistica. Ou seja, a cultura de massa nao impoe a padronizacao dos simbolos , mas utiliza a padronizacao desenvolvida espontaneamente pelo imaginario popular.

A cultura de massa atende assim a uma demanda dupla. Por um lado, cumpre a padronizacao industrial exigida pela producao artistica, por outro, corresponde a exigencia por individualizacao por parte do espectador. E o que se define como sincretismo . Os produtos da midia transitam entre o real e o imaginario, criando fantasias a partir de fatos reais e transmitindo fatos reais com formato de fantasia .

Segunda Fase [ editar | editar codigo-fonte ]

Gatekeeper [ editar | editar codigo-fonte ]

Os estudos sobre os gatekeepers ("guardioes do portao") analisam o comportamento dos profissionais da comunicacao, de forma a investigar que criterios sao utilizados para se divulgar ou nao uma noticia. Isso porque estes profissionais atuariam como guardioes que permitem ou nao que a informacao "passe pelo portao", ou melhor, seja veiculada na midia. A decisao de publicar algo ou nao publicar depende principalmente dos acertos e pareceres entre os profissionais, que estao subordinados a uma cultura de trabalho ou uma politica empresarial e ainda aos criterios de noticiabilidade . E que nao raro exclui o contato com o publico. Nesta teoria e levado muito em conta a percepcao do proprio editor (gatekeeper) sobre como ele planeja anunciar a noticia e qual caminho este dara a ela. Ou seja o editor nao leva em conta o contexto social em que a noticia sera publicada e sim sua propria percepcao e suas experiencias.

Newsmaking [ editar | editar codigo-fonte ]

Os estudos sobre os emissores desenvolveram-se de forma progressiva, ao contrario dos estudos sobre os meios de comunicacao de massa. A abordagem desses estudos e essencialmente sociologica, com metodologias que podem variar do questionario a observacao participante. Mauro Wolf afirma que, inicialmente, os estudos sobre os emissores exploraram pouco os niveis mais altos, os fatores politicos e economicos relacionados aos mass media , de onde vem questoes extremamente relevantes para a compreensao dos processos de producao de noticias. Posteriormente esses estudos evoluiram a partir de duas abordagens: uma ligada a sociologia das profissoes, que analisa caracteristicas sociologicas, culturais e profissionais dos emissores e outra, que observa a logica dos processos de producao da comunicacao de massa e a organizacao do trabalho jornalistico, onde ocorre a construcao das mensagens. [ 15 ]

Os estudos sobre os emissores passaram da analise dos criterios utilizados pelos jornalistas para selecionar as noticias ( gatekeeping ) para a observacao dos fatores influenciadores da producao de noticias ( newsmaking ).

O newsmaking utiliza-se da tecnica da observacao participante para reunir dados fundamentais sobre as rotinas produtivas dos mass media . Esta observacao deve ser teoricamente orientada e fazer parte de um projeto de pesquisa. A metodologia utilizada, aliada ao periodo da observacao, permite observar as mudancas adotadas pelas redacoes em epocas de crise, contrariando a ideia de um processo automatico da producao noticiosa. O newsmaking articula-se entre a cultura profissional dos jornalistas e a organizacao dos processos produtivos. Gaye Tuchman afirma que, para produzirem noticias, os orgaos de informacao devem obedecer a tres premissas basicas. Sao elas:

  1. tornar relevante um fato ate entao desconhecido;
  2. tentar relatar os acontecimentos de forma clara, evitando refletir valores pessoais;
  3. organizar, temporal e espacialmente, o trabalho, de modo que os acontecimentos noticiaveis possam seguir uma linha de apresentacao.

A aptidao de um acontecimento para ser transformado em noticia ( noticiabilidade ) e determinada de acordo com imposicoes ligadas a organizacao do trabalho e de acordo com o profissionalismo dos jornalistas. Em suma, noticias sao aquilo que os jornalistas definem como tal.

As noticias sao responsaveis pela criacao de uma memoria fragmentada que indica elementos basicos para a compreensao de um fato. Geralmente nao apontam causas e consequencias de um acontecimento. A noticiabilidade e um criterio baseado em decisoes dos grupos de comunicacao, nao individuais, contido na cobertura informativa dos mass media . Este fator sempre esta atrelado aos interesses das organizacoes e dos jornalistas.

Segundo Mauro Wolf, [ 16 ] as fontes sao um dos pilares basicos para a qualidade da informacao transmitida. Por isso, e importante cultivar fontes estaveis e ter um bom relacionamento com elas. Essas fontes fixas podem, muitas vezes, dar preferencia a determinado reporter , alem de que o jornalista passa a ter maior confianca nas informacoes repassadas. As fontes mais confiaveis a partir do ponto de vista dos jornalistas sao as institucionais, oficiais.

A escolha das fontes tambem e uma decisao ideologica do grupo de comunicacao, da mesma forma que tantas outras decisoes tomadas no processo produtivo. Citando Herbert J. Gans , Wolf diz que “a relacao entre fontes e jornalistas se assemelha a uma danca, com as fontes a tentarem ter acesso aos jornalistas e estes a tentarem aproximar-se das fontes”.

Os fatores mais importantes na relacao jornalista-fonte sao os incentivos, o poder da fonte, a sua capacidade de fornecer informacoes crediveis e a proximidade social e geografica em relacao aos jornalistas. Para Wolf, dos quatro, o mais relevante e o quarto, os outros sao complementares.

Ja do ponto de vista dos jornalistas com a conveniencia na utilizacao das fontes, os fatores sao: a oportunidade revelada com antecedencia (fontes que forneceram materiais crediveis outras vezes tem preferencia e continuam a ser utilizadas ate se tornarem fontes regulares); a produtividade (explica que as fontes institucionais sao as que mais normalmente se recorre, porque sao elas que fornecem material suficiente para as materias, evitando um excesso de fontes); a credibilidade (fontes institucionais e regulares sao mais confiaveis); a garantia (se o jornalista nao tem como confirmar a informacao, ele procura a credibilidade da fonte); a respeitabilidade (preferencia em fazer referencia as fontes oficiais ou que ocupam posicao de autoridade, por serem mais crediveis e por representarem o ponto de vista oficial).

Alem das fontes comuns, a agenda dos outros veiculos de comunicacao e as agencias de noticias tambem sao fontes importantes, mas diferem das comuns por serem empresas de comunicacao e trabalharem com noticias

Referencias

  1. Miller, Katherine (2005). Communication theories : perspectives, processes, and contexts 2nd ed. Boston: McGraw-Hill. ISBN   0072937947  
  2. Carey, James W. (2009). Communication as culture : essays on media and society Rev. ed. New York: Routledge. ISBN   9780415989763  
  3. ≪Communication Theory≫ , Thousand Oaks, California : SAGE Publications, The SAGE Encyclopedia of Online Education , consultado em 17 de marco de 2022  
  4. a b Peters, John Durham (1 de dezembro de 1993). ≪Genealogical Notes on 'The Field ' ≫. Journal of Communication . 43 (4): 132?139. doi : 10.1111/j.1460-2466.1993.tb01313.x  
  5. Cohen, Herman (1994). The history of speech communication : the emergence of a discipline, 1914-1945 . Annandale, VA: Speech Communication Association. ISBN   0944811140  
  6. a b Schramm, Wilbur (1 de setembro de 1983). ≪The Unique Perspective of Communication: A Retrospective View≫. Journal of Communication . 33 (3): 6?17. doi : 10.1111/j.1460-2466.1983.tb02401.x  
  7. Rogers, Everett M. (1997). A history of communication study : a biographical approach . New York: Free Press. ISBN   0684840014  
  8. SERRA, J. Paulo (2007). Manual de Teoria da Comunicacao (PDF) . Covilha: Universidade de Beira Interior. 2014 paginas . Consultado em 5 de outubro de 2020  
  9. SERRA, J. Paulo (2007). Manual de Teoria da Comunicacao (PDF) . Covilha: Universidade de Beira Interior. 13 paginas . Consultado em 27 de setembro de 2018  
  10. Porto, Mauro. ≪A pesquisa sobre recepcao e os efeitos de midia: propondo um enfoque integrado≫ (PDF) . XXVI Congresso Brasileiro de Ciencias da Comunicacao (INTERCOM), Belo Horizonte, Brasil, 2 a 6 de setembro de 2003  
  11. Martino, L. M. S. (2011). Teoria da Comunicacao - Ideias, escolas e metodos . Petropolis: Vozes  
  12. a b Martino, L. M. S. (2009). Teoria da Comunicacao - Ideias, escolas e metodos . Petropolis: Vozes  
  13. Correia, J.C. (2011). O admiravel mundo das noticias: teorias e metodos. (PDF) . [S.l.: s.n.]  
  14. SOUZA, Rubens (21 abr 2008). ≪Industria midiatica≫ (PDF) . Rubens de Souza . Consultado em 18 set. 2014  
  15. Wolf, Mauro (1985). Teorias da Comunicacao de Massa . Portugal: Presenca  
  16. Wolf, Mauro (1985). Teorias da Comunicacao de Massa . Portugal: [s.n.]  

Ligacoes externas [ editar | editar codigo-fonte ]