Senhoria

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Reconstrucao de um castelo senhorial medieval em Kanzach , no sul da Alemanha

O termo senhoria , senhorio ou senhorialismo descreve a organizacao da economia e da sociedade rurais da Europa Ocidental e Central num determinado periodo historico, caracterizada pela atribuicao de poderes legais e economicos a um senhor, a partir do seu solar , que e mantido economicamente pelas suas terras e pelas contribuicoes obrigatorias de parcela do campesinato que lhe e legalmente sujeita ( servidao ) e sobre a qual tem jurisdicao . Tais obrigacoes podiam ser pagas em trabalho (na Franca , segundo o sistema de corveia ), em especie ou, raramente, em dinheiro.

Todavia, o Jose Mattoso observa que seria " demasiado grosseiro " reduzir o senhorialismo a sua dimensao economica, destacando seu carater politico: " o senhor e nao apenas o proprietario da terra e dos outros meios de producao , mas tambem o detentor da autoridade e do poder nos dominios militar, judicial, fiscal e, chamemos-lhe assim, legislativo ". Portanto, o senhorialismo teria, alem do economico e tributario, concernente ao direito de cobranca de tributos e coimas , um componente de poder politico, ligado a aplicacao da justica e as funcoes militares. [ 1 ]

Historicamente, a senhoria aplicava-se a um feudo , o qual estava sujeito a um senhor feudal que, usualmente, devia a sua posicao e suas terras a um senhor hierarquicamente superior ( suserano ), em troca de assumir certas obrigacoes perante o suserano.

Tal como o feudalismo que, juntamente com a senhoria, forma o quadro legal e organizacional do que se costuma denominar sociedade feudal, as estruturas senhoriais nao eram uniformes em toda a Europa. Na Baixa Idade Media , ainda havia areas livres de senhoria ou em que o fenomeno estava incompleto.

Historia [ editar | editar codigo-fonte ]

Os antecedentes da senhoria podem ser encontrados na economia rural do Baixo Imperio Romano . Com uma populacao e uma taxa de natalidade declinantes, a mao de obra era o fator-chave para a producao economica. Ao longo do tempo, o governo romano tentou estabilizar a economia imperial por meio do congelamento da estrutura social: os filhos estavam obrigados a suceder os pais no seu oficio, e os colonos, a mao de obra agricola, foram proibidos de deixar as terras as quais estavam ligados, o primeiro passo para tornar-se o que o feudalismo chamaria de servos. Em cerca de 325, leis de Constantino reforcaram o status semisservil dos colonos e limitaram seu acesso aos tribunais. Seu numero aumentou com os federados barbaros que receberam autorizacao para instalar-se dentro das fronteiras imperiais.

Quando os reinos germanicos sucederam a autoridade romana no ocidente, no seculo V, os senhores de terras romanos foram simplesmente substituidos por godos ou germanos, com pouca alteracao na estrutura economica. A autossuficiencia do campo recebeu um impulso subito no seculo VIII , quando o comercio regular no Mediterraneo foi interrompido devido a expansao islamica .

Ver tambem [ editar | editar codigo-fonte ]

Referencias

  1. Mattoso, Jose A Identificacao de um Pais - Ensaio sobre as origens de Portugal, 1096-1325, v. I. Lisboa: Editorial Estampa, 1995, pp 82-83, apud Coelho, Andre Madruga. O processo de senhorializacao do sul de Portugal no seculo XV. O caso do Alentejo , p. 18

Ligacoes externas [ editar | editar codigo-fonte ]

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