Rodrigo Afonso de Melo, Conde de Olivenca

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Rodrigo de Melo, Conde de Olivenca
Rodrigo Afonso de Melo, Conde de Olivenca
O Castelo de Olivenca, no Livro das Fortalezas , de Duarte de Armas
Capitao de Tanger
Periodo 24 de Agosto de 1471 - 1484  ?
Sucessor(a) Manuel de Melo
Dados pessoais
Nascimento c. 1430
Morte 25 de novembro de 1487
Progenitores Mae: Margarida de Vilhena
Pai: Martim Afonso de Melo, Alcaide-mor de Olivenca

Rodrigo Afonso de Melo ou Rui de Melo [ 1 ] ou ainda D. Rodrigo de Melo , nome que usou depois de receber o titulo de conde [ 2 ] (c. 1430 ? 25 de novembro de 1487 ), e unico Conde de Olivenca , 4º Senhor de Ferreira de Aves e 3º Senhor de Arega (c. 1430 - 25 de Novembro de 1487 ) foi 1° Capitao, governador e regedor de Tanger , da sua conquista em 28 de Agosto de 1471 a aproximadamente 1484 .

Tera sido um dos primeiros vinte e sete cavaleiros a receber a Ordem da Torre e Espada [ 3 ] [ 4 ] .

Biografia [ editar | editar codigo-fonte ]

D. Rodrigo de Melo, era filho de Martim Afonso de Melo, 3º Senhor de Ferreira de Aves jure uxoris , 2º Senhor de Arega, 2º alcaide-mor de Olivenca, e guarda-mor do rei Duarte I de Portugal , e de Margarida de Vilhena, 3ª Senhora de Ferreira de Aves, por sucessao a seu pai, Fernao Coutinho..

Foi tambem 1º Senhor da Quinta de Agua de Peixes, bem como guarda-mor do rei D. Afonso V de Portugal . Acompanhou o rei nas suas expedicoes ao norte de Africa . Participou tambem na expedicao de D.  Joao II de Portugal a Arzila .

Casou em 19 de Abril de 1457 com Isabel de Meneses, condessa de Olivenca, filha de Aires Gomes da Silva, 2.° senhor de Vagos , e de sua mulher D. Beatriz de Meneses [ 5 ] de quem teve tres filhas:

  • D. Filipa de Melo (c.1460-1516), sua herdeira, casada com D. Alvaro de Braganca e de quem descende a familia Alvares Pereira de Melo , Duques do Cadaval ;
  • D. Margarida de Vilhena (c.1450- ?), casada com D. Pedro de Castro, o Negligencias , de quem foi primeira mulher, sem geracao;
  • D. Brianda de Melo.

Tanger [ editar | editar codigo-fonte ]

Apos os diversos desastres ocorridos nas tentativas de conquista de Tanger , "depois de muitos Conselhos, que El-Rei ( D. Afonso V ) fez em Lisboa no ano antecedente e nos principios deste (ano) de 1471 sobre a conquista de Tanger, se decidiu por ultimo ser mais conveniente a de Arzila (distante quasi seis legoas ao sul do Cabo de Espartel) [ 6 ] (...). Quiz tambem o principe D. Joao participar na empresa. "Constava a Armada de trezentas e trinta e oito velas, entre Naos, Gales, Fustas, e outras embarcacoes de carga, e vinte e quatro mil homens de tropas, fora a gente do mar. (...)" [ 6 ] . Nesta conquista de Arzila, "morrerao dos Mouros mais de dois mil. Dos Portuguezes ignora-se o numero dos mortos, que de certo foi grande. O despojo desta Praca , que ElRei cedeo todo em beneficio do seu Exercito , avaliou-se em oitenta mil dobras ; e para seu Governador nomeou o Conde de Valenca D. Henrique de Menezes , filho do illustre Conde de Vianna D. Duarte de Menezes .(...)

"Os moradores de Tanger, aterrados com a tomada de Arzila, e sem esperanca de soccorro pela guerra civil em que ardia toda a Mauritania, abandonarao a Cidade, e passarao-se com os seus bens para differentes partes, de que avisado El Rei, mandou a grao pressa marchar o Marquez de Monte-Mor com hum grosso destacamento para occupar aquella Praca , como fez no dia 28 (de Agosto), achando nella muita artilheria, e municoes de guerra; e com o Principe, e o resto do Exercito o seguio de perto. Alli nomeou para Governador a Ruy de Mello , (...); e deixando-lhe huma boa guarnicao; sahio a 17 de Setembro com toda a Armada, e entrou em Lisboa a salvamento. [ 6 ] "

"Por ocasiao da sua partida para Africa mandara D. Afonso V expedir, em 30 de Julho de 1471 , um alvara nestes termos: ≪fazemos saber que falecendo Rui de Melo, do nosso conselho e guarda mor, em esta armada onde ora vai comnosco, nos praz, que um de seus genros que com cada uma de suas filhas casar, qual a ele e a D. Isabel sua mulher mais aprouver, haja o castelo da vila de Olivenca≫, etc. " [ 7 ] .

Na Historia de Tanger , de D. Fernando de Menezes, o primeiro governo e atribuido a D. Joao, marques de Montemaior, filho do duque de Braganca, mas "nao governou mais tempo que o da permanencia do rei na cidade, (...) entregando entao o governo a Rui de Melo. [ 8 ] "

Deixou o Rei, Rui de Melo "com guarnicao de 40 cavalos, 160 homens de armas, 130 balesteiros, 180 homens de pe, dez artilheiros e arcabuzeiros, seis atalaias com municoes, viveres e demais petrechos para qualquer sucesso, com oficiais para o governo de paz e de guerra, segundo se declara no Regulamento que o rei mandou a Rui de Melo no ano de 1472 [ 8 ] ".

Conde de Olivenca [ 9 ] [ editar | editar codigo-fonte ]

Brasao dos Melos, condes de Olivenca.

Em 21 de Julho de 1476, Rui De Melo, "do conselho, guarda mor, e capitao de Tanger, por carta da referida data foi criado conde de Olivenca [ 10 ] , de que ja era alcaide mor desde 16 de Fevereiro de 1469 [ 11 ] . Rui de Melo, que tambem se chamou Rodrigo Afonso de Melo, depois de conde passou a ser D. Rodrigo de Melo.

Sucessao [ editar | editar codigo-fonte ]

Sucedeu na capitania de Tanger, seu irmao D. Manuel de Melo , aproximadamente em 1484.

"Morreu D. Afonso V, comecou a reinar D. Joao II, sobreveio a conspiracao do Duque de Braganca e D. Alvaro , genro de Rodrigo de Melo, expatriou-se depois de fins de Maio de 1483 , vindo a ser, por sentenca de 9 de Agosto de 1480, condenado a morte e confiscacao de bens por cumplice e encobridor, tanto na traicao de seu irmao, como na do Duque de Viseu, D. Diogo [ 5 ] . Deixou o Conde de Olivenca passar algum tempo e, decorrido ele, apresentou-se a D. Joao II, pedindo-lhe, em atencao aos seus servicos que sua casa nao desaparecesse. Entao D. Joao II, a quem historiadores cortesaos pintam com tao negras cores, outorgou ao Conde a carta de 17 de Janeiro de 1487, pela qual, por dele nao ficar filho nem neto varao, habilita sua neta D. Caterina, filha de D. Alvaro e D. Felipa, para nela ter vigor o direito de filho maior varao e poder suceder na casa, apesar de seu pai e mae estarem fora do reino (Esta carta nao surtiu efeito completo, pois que, voltando para Portugal em 1496 os expatriados, quem sucedeu na casa do conde de Olivenca foi sua filha D. Felipa, que a transmitiu a seu filho o 1.° conde de Tentugal (...). Nela declara-se ser a merce feita ao conde de Olivenca ≪por nao ficar d'elle filho nem neto varao≫ [ 6 ] )

Falecimento [ editar | editar codigo-fonte ]

Faleceu o Conde de Olivenca a 25 de Novembro de 1487, tendo-o precedido no tumulo a Condessa, ja desde 12 de Abril de 1482, e D. Joao II constituiu-se tutor da pequena D. Caterina, como consta de uma carta de 29 de Abril de 1490 [ 12 ] .

Convento dos Loios [ editar | editar codigo-fonte ]

D. Rodrigo deu inicio a construcao do Convento de S. Joao Evangelista ( Convento dos Loios ), em Evora , tendo sido sua filha herdeira, D. Filipa de Melo, quem concluiu este projecto de seu pai. O Convento e contiguo ao Palacio dos Duques de Cadaval , herdeiros de D. Rodrigo.

Ver tambem [ editar | editar codigo-fonte ]

Notas e referencias

  1. Em algumas obras, consta como Rui Afonso de Melo , ou ainda Rodrigo de Melo .
  2. Freire, Anselmo Braamcamp (1921). Brasoes da Sala de Sintra . Robarts - University of Toronto. Coimbra: Coimbra : Imprensa da Universidade. pp. 428 ? 429  
  3. Sousa, Antonio Caetano , Historia Genealogica da Casa Real Portuguesa, Tomo III, pag. 7
  4. A Torre e Espada para o piloto Nascimento Costa, por Antonio do Valle-Domingues, A Voz, 18 de Marco de 1961
  5. a b Archivo historico portuguez, II, 273.
  6. a b c d Annaes da Marinha portugueza por Ignacio da Costa Quintella. Tomo I. Lisboa, na typografia da mesma academia. 1839
  7. Chancelaria de D. Afonso V, liv. 7.", fl. 89 v
  8. a b Historia de Tanger durante la dominacion portuguesa , por D. Fernando de Menezes, conde de la Ericeira, etc. traduccion del R. P. Buanaventura Diaz, O.F.M., Misionero del Vicariato apostolico de Marruecos. Lisboa Occidental. Imprenta Ferreiriana. 1732. Aqui de novo revertido em portugues. p. 51
  9. titulo de nobreza criado por decreto real de D. Afonso V de Portugal , em 21 de Julho de 1424 .
  10. Chancelaria de D. Afonso F, liv. 7.°, fl. 46 v.
  11. Chancelaria de D. Afonso F, liv. 35.°, fl. 1
  12. Carla dirigida a D. Afonso, do conselho, bispo de Evora, de apresentacao da igreja de Santa Maria dos Acougues da vila de Elvas, igreja da apresentacao de D. Caterina, neta do Conde de Olivenca, que Deus perdoi, da qual ≪nos somos tetor≫. ? Chancelaria de D. Joao II, liv. 13.°, fl. 17.

Bibliografia [ editar | editar codigo-fonte ]

  • ”Nobreza de Portugal e do Brasil” ? Vol. III, pag. 78. Publicado por Zairol Lda., Lisboa 1989.

Precedido por
novo cargo

Capitao de Tanger

1471 ? 1484
Sucedido por
Manuel de Melo
Precedido por
novo titulo

Conde de Olivenca

1476 ? 1487
Sucedido por
titulo extinto
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