A
Revolucao de 25 de Abril
, tambem conhecida como
Revolucao dos Cravos,
Revolucao de Abril
[
1
]
ou apenas por
25 de Abril
,
[
2
]
refere-se a um evento da historia de
Portugal
resultante do movimento
politico
e social, ocorrido a
25 de abril
de
1974
, que depos o regime ditatorial do
Estado Novo
,
[
3
]
vigente desde
1933
,
[
4
]
e que iniciou um processo que viria a terminar com a implantacao de um regime
democratico
e com a entrada em vigor da nova
Constituicao a 25 de abril de 1976
, marcada por forte orientacao
socialista
.
[
5
]
[
6
]
[
7
]
Esta acao foi liderada por um movimento militar, o
Movimento das Forcas Armadas
(MFA), composto na sua maior parte por
capitaes
[
8
]
que tinham participado na
Guerra Colonial
e que tiveram o apoio de oficiais milicianos.
[
1
]
[
9
]
Este movimento surgiu por volta de 1973, baseando-se inicialmente em reivindicacoes corporativistas como a luta pelo prestigio das forcas armadas,
[
10
]
acabando por atingir o regime politico em vigor.
[
11
]
Com reduzido poderio militar e com uma adesao em massa da populacao ao movimento, a reacao do regime foi praticamente inexistente e infrutifera, registando-se apenas quatro civis mortos e quarenta e cinco feridos em
Lisboa
, atingidos pelas balas da
DGS
.
[
12
]
O movimento confiou a direcao do pais a
Junta de Salvacao Nacional
, que assumiu os poderes dos orgaos do Estado.
[
13
]
A 15 de maio de 1974, o General
Antonio de Spinola
foi nomeado Presidente da Republica. O cargo de primeiro-ministro seria atribuido a
Adelino da Palma Carlos
.
[
14
]
Seguiu-se um periodo de grande agitacao social, politica e militar conhecido como o
PREC (Processo Revolucionario em Curso)
, marcado por manifestacoes, ocupacoes, governos provisorios, nacionalizacoes
[
15
]
e confrontos militares que terminaram com o
25 de novembro de 1975
.
[
16
]
[
17
]
Estabilizada a conjuntura politica, prosseguiram os trabalhos da
Assembleia Constituinte
para a nova constituicao democratica, que entrou em vigor no dia 25 de abril de 1976, o mesmo dia das
primeiras eleicoes legislativas
da nova Republica. Na sequencia destes eventos foi instituido em Portugal um feriado nacional no dia 25 de abril, denominado como "Dia da Liberdade".
Na sequencia do
golpe militar de 28 de maio de 1926
, foi instaurada em
Portugal
uma ditadura militar que culminaria na eleicao presidencial de
Oscar Carmona
em 1928. Foi durante o mandato presidencial de Carmona, periodo que se designou por "
Ditadura Nacional
", que foi elaborada a
Constituicao de 1933
e instituido um novo regime autoritario-ditatorial de inspiracao
fascista
? "o
Estado Novo
".
Antonio de Oliveira Salazar
passou entao a controlar o pais atraves do partido unico designado por "
Uniao Nacional
", ficando no poder ate lhe ter sido retirado por incapacidade em 1968, na sequencia de uma queda de uma cadeira em que sofreu lesoes cerebrais. Foi substituido por
Marcello Caetano
,
[
20
]
que pos em pratica a
Primavera Marcelista
e dirigiu o pais ate ser deposto no dia 25 de abril de 1974.
Durante o Estado Novo, Portugal foi sempre considerado como um pais governado por uma
ditadura
[
21
]
[
22
]
pela oposicao ao regime,
[
23
]
pelos observadores estrangeiros e ate mesmo pelos proprios dirigentes do regime. Durante o Estado Novo existiam eleicoes, que nao eram universais e eram consideradas fraudulentas pela oposicao.
O Estado Novo tinha como policia politica a
PIDE
(Policia Internacional de Defesa do Estado), versao renovada da
PVDE
(Policia de Vigilancia e Defesa do Estado), que mais tarde foi reconvertida na
DGS
(Direccao-Geral de Seguranca). A policia politica do regime, que recebeu formacao da
Gestapo
e da
CIA
, tinha como objectivo censurar e controlar tanto a oposicao como a opiniao publica em Portugal e nas colonias.
[
24
]
Na visao historica dos ideologos do regime, o pais teria de manter uma politica de defesa, de manutencao do ultramar, numa epoca em que os paises europeus iniciavam os seus processos de descolonizacao progressiva. Apesar de seria contestacao nos foruns mundiais, como na
ONU
, Portugal manteve a sua politica
irredentista
, endurecendo-a a partir do inicio dos anos 1960, face ao alastramento dos movimentos independentistas em
Angola
, na
Guine
e em
Mocambique
.
[
3
]
Economicamente, o regime manteve uma politica de condicionamento industrial que protegia certos
monopolios
e certos grupos industriais e financeiros (a acusacao de
plutocracia
e frequente). O pais permaneceu pobre ate a
decada de 1960
, sendo consequencia disso um significativo acrescimo da
emigracao
.
[
25
]
Contudo, e durante a decada de 60 que se notam sinais de desenvolvimento economico com a adesao de Portugal a
EFTA
.
[
26
]
No inicio da decada de setenta mantinha-se vivo o ideario salazarista.
[
27
]
Continuavam os ideologos do regime a alimentar o
mito
do ≪orgulhosamente sos≫,
[
28
]
coisa que todos entendiam, num pais periferico
[
29
]
[
30
]
marcado pelo isolamento rural: estar ali e ter-se orgulho nisso eram valores, algo merecedor de respeito. Mesmo em plena
Primavera Marcelista
,
Marcello Caetano
, que sucedeu a Salazar no inicio da decada (em 1970, ano da morte do ditador), nao destoa. Sentindo o mesmo, age a seu modo, governa em isolamento, faz o que pode, mas um dia vira em que ja nada pode fazer.
Qualquer tentativa de reforma politica era impedida pela propria inercia do regime e pelo poder da sua policia politica (
PIDE
).
[
31
]
Nos finais de decada de 1960, o regime exilava-se, envelhecido, num ocidente de paises em plena efervescencia social e intelectual. Em
Portugal
cultivam-se outros ideais: defender o Imperio pela forca das armas. O contexto internacional
[
32
]
era cada vez mais desfavoravel ao regime salazarista/marcelista. No auge da
Guerra Fria
, as nacoes dos blocos
capitalista
e
comunista
comecavam a apoiar e financiar as guerrilhas das colonias portuguesas, numa tentativa de as atrair para a influencia americana ou sovietica. A intransigencia do regime e mesmo o desejo de muitos colonos de continuarem sob o dominio portugues atrasaram o processo de descolonizacao: no caso de Angola e Mocambique, um atraso forcado de quase 20 anos.
Portugal mantinha lacos fortes e duradouros com as suas colonias africanas,
[
33
]
[
34
]
quer como mercado para os produtos manufaturados portugueses quer como produtoras de materias-primas para a industria portuguesa. Muitos portugueses viam a existencia de um imperio colonial como necessaria para o pais ter poder e influencia continuos. Mas o peso da guerra, o contexto politico e os interesses estrategicos de certas potencias estrangeiras inviabilizariam essa ideia.
[
35
]
[
36
]
Apesar das constantes objecoes em foruns internacionais, como a ONU, Portugal mantinha as colonias
[
37
]
considerando-as parte integral de Portugal e defendendo-as militarmente. O problema surge com a ocupacao unilateral e forcada dos
enclaves
portugueses de
Goa
,
Damao
e
Diu
, em 1961.
Em quase todas as colonias portuguesas africanas ? Mocambique, Angola, Guine, Sao Tome e Principe e Cabo Verde ? surgiam entretanto movimentos independentistas, que acabariam por se manifestar sob a forma de
guerrilhas
armadas. Estas guerrilhas nao foram facilmente contidas, tendo conseguido controlar uma parte importante do territorio, apesar da presenca de um grande numero de tropas portuguesas que, mais tarde, seriam em parte significativa recrutadas nas proprias colonias.
Os varios conflitos
[
38
]
forcavam Salazar e o seu sucessor Caetano a gastar uma grande parte do orcamento do Estado na administracao colonial e nas despesas militares. A administracao das colonias custava a Portugal um pesado aumento percentual anual no seu orcamento e tal contribuiu para o empobrecimento da
economia
portuguesa: o dinheiro era desviado de investimentos infraestruturais na metropole. Ate 1960 o pais continuou relativamente fragil em termos economicos, o que aumentou a emigracao para paises em rapido crescimento e de escassa mao de obra da Europa Ocidental, como
Franca
ou
Alemanha
. O processo iniciava-se no fim da
Segunda Guerra Mundial
.
[
25
]
[
39
]
A economia cresceu bastante, em particular no inicio da decada de 1950. Economicamente, o regime mantinha a sua politica de
Corporativismo
, o que resultou na concentracao da economia portuguesa nas maos de uma elite de industriais.
[
26
]
A informacao circulava e a oposicao bulia.
[
40
]
[
41
]
A guerra colonial tornava-se tema forte de discussao e era assunto de eleicao para as forcas antirregime. Portugal estava muito isolado do resto do mundo. Muitos estudantes e opositores viam-se forcados a abandonar o pais para escapar a guerra, a prisao e a tortura.
Em fevereiro de 1974,
Marcello Caetano
e forcado pela velha guarda do regime a destituir o general
Antonio de Spinola
e os seus apoiantes. Tentava este, com ideias de indole federalista tornadas celebres num livro publicado pelo proprio intitulado
Portugal e o Futuro
[
42
]
(em que tambem afirmava a impossibilidade de vencer militarmente a Guerra do Ultramar), modificar o curso da politica colonial portuguesa, que se revelava demasiado dispendiosa.
Conhecidas as divisoes existentes no seio da elite do regime, o MFA decide levar adiante um golpe de estado. O movimento nasce secretamente em 1973. Nele estao envolvidos certos oficiais do exercito que ja conspiravam.
[
carece de fontes
]
A primeira reuniao clandestina de capitaes foi realizada em
Bissau
, em 21 de agosto de 1973. Uma nova reuniao, em 9 de setembro de 1973 no Monte Sobral (
Alcacovas
), da origem ao
Movimento das Forcas Armadas
. No dia 5 de marco de 1974 e aprovado o primeiro documento do movimento:
Os Militares, as Forcas Armadas e a Nacao
,
[
43
]
que e posto a circular clandestinamente. No dia 14 de marco o governo demite os generais
Spinola
e
Costa Gomes
dos cargos de Vice-Chefe e Chefe de
Estado-Maior General das Forcas Armadas
, alegadamente por estes se terem recusado a participar numa cerimonia de apoio ao regime. No entanto, a verdadeira causa da expulsao dos dois Generais foi o facto de o primeiro ter escrito, com a cobertura do segundo, um livro,
Portugal e o Futuro
, no qual, pela primeira vez, uma alta patente advogava a necessidade de uma solucao politica para as
revoltas separatistas nas colonias
e nao uma solucao militar.
No dia 24 de marco, a ultima reuniao clandestina dos capitaes revoltosos decide o derrube do regime pela forca. Prossegue a movimentacao secreta dos capitaes ate ao dia 25 de abril.
[
44
]
A mudanca de regime acaba por ser feita por accao armada.
[
45
]
No dia 24 de abril de 1974, um grupo de militares comandados por
Otelo Saraiva de Carvalho
instala secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da
Pontinha
, em
Lisboa
. As 22h55m e transmitida a cancao
E depois do Adeus
, de
Paulo de Carvalho
, pelos
Emissores Associados de Lisboa
, emitida por Joao Paulo Diniz. Este e um dos sinais previamente combinados pelos golpistas, que desencadeia a tomada de posicoes da primeira fase do golpe de estado. O segundo sinal e dado a 00h20m, quando a cancao
Grandola, Vila Morena
de
Zeca Afonso
e transmitida pelo programa
Limite
, da
Radio Renascenca
,
[
46
]
[
47
]
que confirma o golpe e marca o inicio das operacoes. O locutor de servico nessa emissao e
Leite de Vasconcelos
, jornalista e poeta
mocambicano
. Ao contrario de
E Depois do Adeus
, que era muito popular por ter vencido o
Festival RTP da Cancao
,
Grandola, Vila Morena
fora ilegalizada, pois, segundo o governo, fazia alusao ao comunismo.
[
48
]
O golpe militar do dia 25 de abril tem a colaboracao de varios regimentos militares que desenvolvem uma acao concertada. No Norte, uma forca do CICA 1 liderada pelo Tenente-Coronel
Carlos de Azeredo
toma o Quartel-General da Regiao Militar do
Porto
. Estas forcas sao reforcadas por forcas vindas de
Lamego
. Forcas do BC9 de
Viana do Castelo
tomam o
Aeroporto de Pedras Rubras
. Forcas do CIOE tomam a
RTP
e o
RCP
no Porto. O regime reage, e o ministro da Defesa ordena a forcas sediadas em
Braga
para avancarem sobre o Porto, no que nao e obedecido, dado que estas ja tinham aderido ao golpe.
A Escola Pratica de Cavalaria, que parte de
Santarem
, cabe o papel mais importante: a ocupacao do
Terreiro do Paco
. As forcas da Escola Pratica de Cavalaria sao comandadas pelo entao Capitao
Salgueiro Maia
. O Terreiro do Paco e ocupado as primeiras horas da manha. Salgueiro Maia move, mais tarde, parte das suas forcas para o
Quartel do Carmo
onde se encontra o chefe do governo,
Marcello Caetano
, que ao final do dia se rende, exigindo, contudo, que o poder seja entregue ao General
Antonio de Spinola
, que nao fazia parte do MFA, para que o "poder nao caisse na rua". Marcello Caetano parte, depois, para a
Madeira
, rumo ao exilio no
Brasil
.
No rescaldo dos confrontos morrem quatro pessoas, quando elementos da policia politica (
PIDE/DGS
) disparam sobre um grupo que se manifesta a porta das suas instalacoes na
Rua Antonio Maria Cardoso
, em
Lisboa
.
[
49
]
No dia 26 de abril, forma-se a
Junta de Salvacao Nacional
,
[
50
]
[
51
]
[
52
]
constituida por militares, que dara inicio a um governo de transicao.
[
44
]
O essencial do programa do MFA e, em sintese, resumido no programa dos tres Ds:
D
emocratizar,
D
escolonizar,
D
esenvolver.
Entre as medidas imediatas da revolucao conta-se a extincao da policia politica (PIDE/DGS) e da Censura.
[
53
]
Os sindicatos livres e os partidos sao legalizados. No dia seguinte, a 26 de abril, sao libertados os presos politicos da Prisao de
Caxias
[
54
]
e de
Peniche
.
[
carece de fontes
]
Os lideres politicos da oposicao no exilio voltam ao pais nos dias seguintes.
[
55
]
Passada uma semana, o
1.º de maio
e celebrado em plena liberdade nas ruas, pela primeira vez em muitos anos. Em
Lisboa
juntam-se cerca de um milhao de pessoas.
[
carece de fontes
]
Portugal passara por um periodo conturbado de cerca de dois anos, comummente designado por
Processo Revolucionario em Curso
(PREC), em que se confrontam faccoes de esquerda e direita, por vezes com alguma violencia, sobretudo em acoes organizadas no Norte. Sao nacionalizadas grandes empresas, "saneados" quadros importantes e levadas ao
exilio
personalidades identificadas com o
Estado Novo
, gente que nao partilha da visao politica que a revolucao prescreve. Consumam-se varias conquistas da revolucao". Acabada a guerra colonial, durante o PREC as colonias africanas e de
Timor-Leste
tornam-se independentes.
[
56
]
Finalmente, no dia 25 de abril de 1975, tem lugar as primeiras eleicoes livres para a
Assembleia Constituinte
, ganhas pelo
PS
.
[
57
]
Na sequencia dos trabalhos desta assembleia e elaborada uma nova Constituicao, de forte pendor socialista, e estabelecida uma democracia parlamentar de tipo ocidental.
[
58
]
A constituicao e aprovada em 1976 pela maioria dos deputados, abstendo-se apenas o
CDS
.
[
59
]
Forma-se o
I Governo Constitucional de Portugal
,
[
57
]
chefiado por
Mario Soares
(23 de setembro de 1976).
Ramalho Eanes
, militar em Angola no 25 de Abril, o sisudo oficial que adere ao
Movimento das Forcas Armadas
fora de horas, o extemporaneo general que na televisao se esconde por tras de uns oculos de sol, ganha as presidenciais de
27 de junho de 1976
. Segue-se o fim do
Processo Revolucionario em Curso
e um periodo de estabilizacao politica.
A Revolucao dos Cravos continua a dividir a sociedade portuguesa,
[
60
]
[
falta pagina
]
sobretudo nos estratos mais velhos da populacao que viveram os acontecimentos, nas faccoes extremas do espectro politico e nas pessoas politicamente mais empenhadas. A analise que se segue refere-se apenas as divisoes entre estes estratos sociais.
Extremam-se entre eles os pontos de vista dominantes na sociedade portuguesa em relacao ao 25 de abril. Quase todos reconhecem, de uma forma ou de outra, que a revolucao de abril representou um grande salto no desenvolvimento politico-social do pais.
[
61
]
[
62
]
A esquerda, pensa-se que o espirito inicial da revolucao se perdeu. O
PCP
lamenta que nao se tenha ido mais longe
[
63
]
e que muitas das chamadas "conquistas da revolucao" se tenham perdido. Os sectores mais conservadores de direita tendem a lamentar o que se passou. De uma forma geral, uns e outros lamentam a forma como a
descolonizacao
foi feita. A direita lamenta as nacionalizacoes
[
64
]
no periodo imediato ao 25 de abril de 1974, afirmando que a revolucao agravou o crescimento de uma economia ja entao fraca.
[
65
]
A esquerda defende que a o agravamento da situacao economica do pais e consequente de medidas entao programadas que nao foram aplicadas ou que foram desfeitas
[
66
]
pelos governos posteriores a 1975.
[
67
]
[
68
]
O
cravo vermelho
tornou-se o simbolo indissoluvel da Revolucao de Abril de 1974.
Celeste Caeiro
, que trabalhava num restaurante na Rua Braamcamp de Lisboa, tendo o restaurante permanecido encerrado pelos acontecimentos, transportava pelas ruas um ramo de cravos brancos e vermelhos nas maos. Um soldado pediu-lhe um cigarro, mas ela so tinha flores e decidiu entao iniciar a distribuicao dos cravos aos soldados, que logo os colocaram nos canos das suas armas. Mais tarde as floristas da Baixa continuaram a replicar o gesto.
[
69
]
Por esta razao este dia tambem ficou conhecido como "Revolucao dos Cravos".
[
70
]
[
71
]
[
72
]
[
73
]
- As Armas e o Povo
? (Portugal, 1975), p/b 16/35 mm, 80 min, filme colectivo que retrata a primeira semana de revolucao, cobrindo os acontecimentos do 25 de Abril ao 1º de Maio de 1974.
- Continuar a Viver ou Os Indios da Meia-Praia
? (Portugal, 1976), documentario historico de
Antonio da Cunha Telles
, misto de filme
etnografico
e de
cinema militante
, sobre a comunidade piscatoria do
Algarve
da
Meia-Praia
.
- Cravos de Abril
? (Portugal, 1976), documentario historico, p/b e cor 16 mm, 28 min, de
Ricardo Costa
, retratando os eventos desde o 25 de abril ate ao 1º de maio.
- 25 Avril
(Portugal,
25 Avril
) ? Filme de Jacques Comets e do Collectif Unicite, 1974, 55 min., p/b.
- Setubal, ville rouge
(Franca/Portugal, 1975), documentario historico (em portugues e frances), p/b e cor 16 mm, 93 min, de
Daniel Edinger
, retratando a organizacao do poder popular em Setubal em outubro 1975.
[
74
]
- Deus, Patria, Autoridade
(Portugal, 1975), documentario historico de
Rui Simoes
- Scenes from the Class Struggle in Portugal
(
Cenas da Luta de Classes em Portugal
, EUA/Portugal 1977), 16mm, p/b e cor, 85 min, de
Robert Kramer
.
[
75
]
- Torre Bela
? (Portugal, 1977), documentario historico de
Thomas Harlan
- Bom Povo Portugues
(Portugal, 1981), documentario historico de
Rui Simoes
- Outro Pais
(Portugal, 2000), documentario de
Sergio Trefaut
, sobre a Revolucao do ponto de vista cinematografico.
- 25 de Abril - Uma Aventura para a Democracia
(Portugal, 2000), documentario experimental de
Edgar Pera
- Cartas a Uma Ditadura
(Portugal, 2006), documentario dirigido e narrado por
Ines de Medeiros
- 48
(Portugal, 2009), documentario de
Susana Sousa Dias
[
76
]
- Linha Vermelha
(Portugal, 2011), documentario de
Jose Filipe Costa
[
77
]
- Estetica, Propaganda e Utopia no Portugal do 25 de Abril
(Portugal, 2014), documentario de
Paulo Seabra
[
78
]
- O Meu Outro Pais
(Portugal, 2014), documentario de
Solveig Nordlund
[
79
]
- Um Adeus Portugues
(Portugal, 1986),
longa-metragem
de
Joao Botelho
- Cinco Dias, Cinco Noites
(Portugal, 1986), longa-metragem de
Jose Fonseca e Costa
- Capitaes de Abril
? (Portugal, 2000), longa-metragem de
Maria de Medeiros
- Alla rivoluzione sulla due cavalli
? (Italia, 2001), longa-metragem de
Maurizio Sciarra
- Amanha
(Portugal, 2004), longa-metragem de
Solveig Nordlund
[
80
]
- As Ondas de Abril
? (Suica/Franca/Portugal, 2013), longa-metragem de
Lionel Baier
- Salgueiro Maia - O Implicado
? (Portugal, 2022), longa-metragem de
Sergio Graciano
[
81
]
- Revolucao (sem) sangue
? (Portugal, 2024), longa-metragem de
Rui Pedro Sousa
[
82
]
- A Hora da Liberdade
? ficcao documental da
SIC
, 1999
[
83
]
- Mulheres de Abril
? serie da
RTP1
, 2014
[
84
]
[
85
]
- 25 minutos de uma Revolucao
? documentario do
canal Historia
, 2017
- Salgueiro Maia - Rumo a Eternidade
? documentario da
RTP1
, 2019
[
86
]
- Mulheres na Resistencia
? serie documental da
RTP2
, 2020
[
87
]
- Exilios no Feminino
? serie documental da
RTP2
, 2022
[
88
]
- O Rochedo e a Onda
? minisserie da
RTP2
, 2023
[
89
]
- 25 Curiosidades, 25 de Abril
? programa infanto-juvenil da
RTP2
, 2024
[
90
]
- De Pe Sobre a Historia: O Mundo do Trabalho
? serie documental da
RTP2
, 2024
[
91
]
- A Conspiracao
? serie documental da
RTP1
, 2024
[
92
]
- Os Olhos da Revolucao
? documentario da
RTP1
, 2024
[
93
]
- Viva a Democracia - 50 Anos e o Futuro
? documentario da
RTP1
, 2024
[
94
]
A par do cinema, tambem a televisao tirou partido das novas liberdades, noticiando sem censura, registando em filme, em entrevistas e documentarios momentos historicos, fazendo de um pais em ebulicao retratos vivos.
A Revolucao dos Cravos foi amplamente coberta, alem da RTP, por varias televisoes estrangeiras, logo apos ter sido noticia de interesse internacional. As primeiras imagens do 25 de Abril foram divulgadas na televisao alema (ver
Cravos de Abril
). As televisoes que mais deram cobertura aos acontecimentos foram as cadeias alemas (
ARD
e
ZDF
) e, no final do
PREC
, com o
Verao Quente
, a norte-americana
CBS
, com a qual Ricardo Costa tambem colaborou.
A televisao alema, em particular a ARD, canal oficial, foi a que mais filmou, tendo reunido documentacao muito completa dos principais eventos politicos e historicos da epoca. O correspondente estrangeiro entao mais ativo nessa epoca, quer em Lisboa quer em Madrid (onde foi instalado um estudio), foi o alemao
Horst Hano
, que algum tempo depois daria larga cobertura a agonia do regime
franquista
.
Uma grande parte da producao da ARD nessa epoca nao consta em arquivo, o mesmo sucedendo com a CBS, o que leva a temer que a maior parte desse patrimonio se encontre perdido.
- Ensaio Geral Passado e Futuro do 25 de Abril
(2004), de
Francisco Louca
e
Fernando Rosas
.
- Capitas de Abril
(2014), de
Ana Sofia Fonseca
.
- 1974 ? o ano que comecou em abril
(2014), de
Antonio Luis Marinho
e
Mario Carneiro
.
- Zeca Afonso ? Livra-te do Medo
(2014), de
Jose Antonio Salvador
.
- Cartas entre Marcello Caetano e Laureano Lopez Rodo
(2014), de
Paulo Miguel Martins
.
- Nas bocas do mundo ? o 25 de Abril e o PREC na imprensa internacional
(2014), de
Joaquim Vieira
e
Reto Monico
.
- Portugal, a Flor e a Foice
(2014), de
Jose Rentes de Carvalho
.
- Historia do Povo na Revolucao Portuguesa ? 1974?75
(2014), de
Raquel Varela
.
- Os rapazes dos tanques
(2017), de
Alfredo Cunha
e
Adelino Gomes
.
- "
Grandola, Vila Morena
"
(1972), de
Jose Afonso
.
- "
E depois do Adeus
"
(1974), de
Paulo de Carvalho
, com letra de
Jose Niza
e musica de
Jose Calvario
.
- "
Somos Livres
"
(1974), de
Ermelinda Duarte
, com letra da propria e arranjos de
Jose Cid
.
- "
Liberdade
" (1974), de
Sergio Godinho
- "
Tanto Mar
"
(1975), de
Chico Buarque de Holanda
.
- "
Madrugada
"
(1975), de
Duarte Mendes
e letra e musica de
Jose Luis Tinoco
- "
Os Indios da Meia Praia
"
(1976), de
Jose Afonso
.
- "
A Madrugada Que Eu Esperava
" (2024), de
Barbara Tinoco
Referencias
- ↑
a
b
Cf. a entrada em BARRETO, Antonio; MONICA, Maria Filomena.
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- 25 de Abril -Episodio do Projecto Global, Fernando Pacheco de Amorim, Porto, 1997
- O 25 de Abril na Antropologia portuguesa 40 anos depois: trajecto das invisibilidades e visibilidades
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