한국   대만   중국   일본 
Raca lapa ? Wikipedia, a enciclopedia livre Saltar para o conteudo

Raca lapa

Origem: Wikipedia, a enciclopedia livre.
Homem lapao

A raca lapa (ou tipo lapao ), [ nota 1 ] tambem conhecida como lapidea , laponoide , hiperborea , sami ou protoasiatica ocidental , foi um conceito racial da antropologia fisica , utilizado historicamente para descrever uma populacao associada por vezes a chamada raca caucasiana , por vezes a mongoloide , e por vezes como uma raca a parte. Os exemplares mais tipicos se encontrariam no povo lapao .

A percepcao das individualidades fisicas dos lapoes e de longa data, sendo um tema frequente inclusive nas sagas nordicas , enquanto o conceito de uma raca lapa tipica mas conceitualmente distinta do povo lapao se desenvolveu em algumas das primeiras classificacoes modernas, como de Bernier e Erxleben . Ja no contexto da Guerra Franco-Prussiana , contemporanea a ascensao do racismo cientifico , a suposta influencia racial lapa foi utilizada por franceses como De Quatrefages como forma de desqualificar o Reino da Prussia , com Rudolf Virchow como maior promotor da tese oposta. Com o avanco da antropologia, a posicao dos lapoes em uma classificacao universal (e em especial a questao de sua afiliacao caucasoide ou mongoloide), a influencia de sua linhagem na populacao europeia como um todo e a relacao com outros tipos europeus (mais notavelmente o alpino ) foram estudadas por autores como Ripley , Czekanowski , Eickstedt e Coon . Elucidacoes mais recentes e cientificamente precisas, pertinentes a modernizacao da antropologia fisica, foram obtidas com o uso da serologia e da genetica .

A chamada raca lapa e destacada entre todas as outras por sua excepcionalmente baixa estatura e acentuada braquicefalia . A cabeca teria formato ovoide ou globular, com mandibula e dentes pequenos, que fariam a face , tambem pequena, parecer maior. O nariz seria pequeno e retraido, mas relativamente largo. Entre os representantes mais antigos, os cabelos seriam de um tom castanho escuro, a pele , amarelada, e os olhos , escuros, mas em geral se admitiu certa variedade desenvolvida por adaptacao e misturas. Apesar de seu territorio tradicional ser a eponima Laponia , a percepcao de influencias, misturas e subtipos foi relevada por diversos autores ao longo de diversas regioes europeias , de diferentes formas.

Historia [ editar | editar codigo-fonte ]

Primeiras observacoes [ editar | editar codigo-fonte ]

Xilogravura do seculo XVI, representando lapoes carregando um barco

Antes mesmo de o conceito de raca lapa ser estabelecido enquanto genero em sistematicas universais como algo distinto do povo lapao enquanto unidade cultural, as individualidades fisicas deste povo ja causavam impressoes naqueles com os quais se relacionavam. As sagas nordicas , por exemplo, frequentemente se referem a eles como finnar , atribuindo-lhes o estereotipo de um povo escuro de rosto largo e habitos nomadicos habitantes do extremo norte da Escandinavia . [ 4 ]

Em 1673, Johannes Schefferus publicou Lapponia , um extenso volume sobre a cultura e historia lapas em que relata como seus correspondentes se impressionaram com a baixissima estatura dos nativos, descritos como tendo entre tres e cinco covados de altura, apesar de nao terem as deformidades tipicas dos anoes . Tambem sao ressaltadas entre suas caracteristicas fisicas pelas sagas a compleicao escura, a cabeca grande com olhos puxados, a barba rala mas comum, a falta de forca fisica masculina e a beleza feminina. [ 5 ]

Em 1684, o viajante, antropologo e medico Francois Bernier , ao buscar empreender uma classificacao totalizante da humanidade em racas, estabeleceu quatro de cujas existencias tinha certeza: a primeira equivalente aos caucasianos , a segunda aos negros , a terceira aos amarelos , e a quarta aos lapoes, descritos como "animais vis", com o rosto "assustador, como de um urso". [ 6 ] Ainda em sua juventude, Carlos Lineu empreendeu expedicao cientifica a Laponia , publicando seus resultados em 1732. Ainda que o foco de sua viagem nao tenha sido antropologico , Lineu se mostrou impressionado com a habilidade fisica dos lapoes, descrevendo-os como ageis, leves, encurvados e flexiveis. [ 7 ]

Em 1777, Johann Christian Erxleben , ao fazer uma classificacao do Homo sapiens , argumentou como subespecies asiaticus , europaeus , afer , americanus , tatarus e lappo , este ultimo descrito como pequeno, claro, musculoso, claro e de cranio grande, sendo localizado no norte da Eurasia e da America do Norte , [ 8 ] de forma a incluir, alem dos lapoes, esquimos e povos indigenas da Siberia . Em 1808, Johann Friedrich Blumenbach , buscando classificar a humanidade conforme suas caracteristicas craniologicas, isolou caracteristicas propriamente lapas, agrupando-os na mesma categoria que os chineses . [ 9 ] Em 1829, por fim, Johann Baptist Fischer criou a terminologia do Hyperboreus explicitamente para referir-se coletivamente a lapoes, esquimos e povos indigenas da Siberia, dividindo com chineses a terminologia do Homo Scythicus , e como sinonimo declarado do Homo lappo de Erxleben e dos ja referidos cranios lapoes de Blumenbach. [ 10 ]

Antropologia fenotipica [ editar | editar codigo-fonte ]

No contexto da Guerra Franco-Prussiana e das rixas entre alemaes e franceses , contemporaneas a ascensao do racismo cientifico , a suposta racialidade lapa foi utilizada por estes como forma de desqualificar aqueles. Esta tese foi primariamente levantada pelo naturalista frances De Quatrefages , que argumentou em seu livro de 1871 Le Race Prussienne que o principal componente racial entre os alemaes da Prussia nao seria teutonico , mas sim lapao, aproximando-os dos finlandeses e russos e buscando exclui-los coletivamente do fundo genetico comum europeu, condenando-os deterministicamente ao barbarismo . Esta tese provocou reacoes inflamadas por parte de alemaes como Rudolf Virchow , alimentando o nordicismo nascente e levando o Imperio Alemao a estabelecer censos de cores dos cabelos e dos olhos, a fim de refutar a tese de De Quatrefages, crescentemente popular entre os franceses. [ 11 ] [ nota 2 ]

O volume do segundo semestre do decimo-terceiro ano da revista La Nature (1885) trouxe um primeiro estudo antropometrico aprofundado dos lapoes, pelo principe Roland Napoleon Bonaparte . [ 13 ] Ja em 1889, em breve dissertacao buscando classificacao fisica de todos os povos do mundo na revista da Sociedade de Antropologia de Paris , Joseph Deniker definiu a raca lapa como uma sub-raca uralo-altaica ou turco-finlandesa, diferenciando-se da "finlandesa ocidental" por ser mais escura (mas tendo, como esta, nariz retraido e braquicefalia ), e ambas se diferenciando da "turca" e da "ugrica" por estas terem nariz reto robusto. [ 14 ] Em seu mais amplo Les races de l'Europe de 1899, identificou a influencia lapa ou finlandesa ocidental como provavel componente consideravel na formacao das populacoes massivamente mesocefalas de certas regioes escandinavas, como a Herdalia . [ 15 ]

Em obra de 1899 condensando seus estudos sobre o que definiria a suposta raca ariana , Vacher de Lapouge atribuiu coletivamente aos lapoes e samoiedos a nomenclatura binomial de Homo hyperboreus , identificando sua especie com os restos encontrados em sepulturas e dolmens neoliticos na regiao da Laponia e cranios espalhados pela Escandinavia, Belgica e norte da Russia, e caracterizando-a como uma raca inferior. [ 16 ] Ainda, assim como Deniker, identifica a influencia laponoide como havendo contribuido para a frequente braquicefalia nas costas norueguesas . [ 17 ]

Ainda no mesmo ano, William Z. Ripley publicou seu notorio The races of Europe , em que nao apenas reafirmava o forte substrato lapao na Escandinavia [ 18 ] e a pertenca dos samoiedos a raca lapa, [ 19 ] mas tambem argumentou por uma forte presenca laponoide em toda a Europa pre- indo-europeia , especialmente evidenciada entre os bascos e bretoes , que teriam significativos tracos lapoes em sua antropometria. [ 20 ] Adicionalmente, postulou que seria possivel mesmo que um linguista encontrasse semelhancas estruturais entre a extinta lingua etrusca da Italia e as linguas laponicas . [ 21 ] [ nota 3 ]

Esquema racial de Czekanowski , no qual laponoides ( λ ) sao apresentados como formas ancestrais de alpinos ( ω ), subnordicos ( γ ) e o "tipo das casas em estaca" ( β )

Jan Czekanowski , usando seu ate hoje influente metodo de clustering multidimensional, [ 23 ] classificou em 1928 os europeus em quatro racas basicas: tres caucasoides (nordica, ibero-insular e armenoide ) e uma mongoloide. A mistura do laponoide com nordicos, ibero-insulares e armenoides respectivamente resultaria em subnordicos , o tipo das casas em estaca (em alemao : Pfahlbautypus ) e o dinarico . [ 24 ] Em 1939, Carleton S. Coon criticou esta esquematizacao, apontando que Czekanowski e Eickstedt errariam em identificar os exemplares mais tipicos da raca alpina como laponoides e que a apropriacao do termo para supostas misturas de nordicos com armenoides seria absurda, seguindo uma tradicao de descaracterizacao terminologica da qual Gunther partilharia. [ 25 ] Parcialmente acolhendo a critica na terceira edicao de seu manual Człowiek w czasie i przestrzeni , Czekanowski inverteu as definicoes de dinarico e alpino, tomando este como mistura de armenoide e laponoide, e aquele como de nordico e armenoide. [ 26 ]

Na sistematica racial de seu extenso Rassenkunde der Menschheit de 1934, Egon von Eickstedt caracterizou os lapoes como Homo sapiens lappo , um subtipo e forma arcaica da raca alpina, subdivisao do "cinturao das racas montanhesas" a quem o nome latino Homines sapientes albi brachimorphi e atribuido, enquanto o alpinideo tipico seria chamado "alpinideo ocidental" ( Homo sapiens cevenolicus , remetendo a terminologia de Deniker). Desta forma, nao seriam mongoloides, mas sim, uma variedade caucasoide arcaica, [ 27 ] perspectiva aderida por Henri-Victor Vallois , [ 28 ] mas criticada por Andreas Vonderach . [ 29 ]

Ao reescrever o magnum opus de Ripley em 1939, Carleton S. Coon dedicou um capitulo a analise da raca lapa, em que, baseado nos estudos sobre osteologia sami de Kristian Schreiner , descreveu-os como uma transicao entre caucasoides e mongoloides que retiveram mongoloidismos adquiridos durante o ultimo maximo glacial , provavelmente separando-se das populacoes que se especializaram em caucasoides e mongoloides mais tipicos no oeste da Siberia, especificamente durante a regressao glacial de Laufen, fase morna da glaciacao de Wurm . Coon apontou diferenca conceitual entre o povo lapao e a raca lapa, citando exemplos tanto de populacoes originalmente nao-lapas absorvidas pela cultura sami como de populacoes racialmente lapas incorporadas a outras culturas, mais notavelmente os noruegueses da Noruega Setentrional . Formas transicionais entre laponoides e caucasoides mais tipicos, segundo Coon, poderiam ter contribuido para a braquicefalia e grande largura ocular encontrada no sul da Russia e na Polonia do Neolitico em diante. [ 30 ] [ nota 4 ] Mais tarde, em The Origins of Races (1962), apontou que novas pesquisas indicariam a afiliacao caucasoide dos lapoes, apontando que a ausencia de adaptacao hemodinamica em suas maos em reacao a agua fria era consistente com caucasoides, e nao com mongoloides. [ 32 ]

Renato Biasutti , em seu compendio Razze e popoli della terra (1941), dividiu os europoides (caucasoides) em tres grupos: europideos (mais tipicos), pre-europideos ( ainus e uralicos, grupos anteriores a especializacao do Cro Magnon ) e lapideos, sendo esta a especializacao propria dos lapoes. [ 33 ] Com base em Viktor Bunak e Vojt?ch Suk, descreve supostas formas deste na Europa Oriental . [ 34 ]

Em Geographische Anthropologie (1967), Bertil Lundman tambem empreendeu uma breve analise do tipo lapideo, dividindo o entre uma variedade meridional (tambem chamada samidea ou escandolapidea) propriamente caucasoide e uma oriental, de tendencias mais mongoloides. [ 35 ] O escandolapideo em particular e classificado dentro do "grupo racial" caspideo ou sudoestino da raca capital (em alemao : Hauptrasse ) europidea, com cranios altos, sendo especificado como tendo corpo borealizado (adaptado ao frio) e rosto infantil, assim como os alpinos orientais, mas apresentando serologia marcadamente distinta destes. [ 36 ] Por analise craniologica e serologica, Lundman associou os ancestrais dos lapoes a povos que ocupavam os Carpatos Ocidentais durante a Era do Gelo . [ 37 ]

Analise genetica e serologica [ editar | editar codigo-fonte ]

Distribuicao do haplogrupo N pela Eurasia

O avanco da serologia e da genetica permitiu resultados mais objetivos sobre a origem e afiliacao dos lapoes, assim como, contemporaneamente as mudancas de perspectiva sobre a possibilidade de se falar em racas humanas , alterou radicalmente a perspectiva da antropologia fisica de classificacoes perigosamente tendenciosas baseadas em caracteristicas fisicas visualizaveis para estes metodos mais cientificos e objetivos. [ 38 ]

Os estudos de Lars Beckman , por exemplo, foram reveladores em demonstrar a dissimilitude genetica entre os lapoes e os povos modernos da Asia , apesar de nao serem suficientes para negar-se a origem oriental isolada daqueles. Ainda, foram os primeiros a apontar a alta e estranha frequencia de sangue especificamente A 2 nas populacoes estudadas, [ 39 ] embora Yrjo Suominen ja houvesse percebido uma estranha frequencia do mais amplo tipo A , pelo que dissera que os lapoes teriam um sangue "um pouco mais escandinavo que o dos proprios escandinavos". [ 40 ] [ nota 5 ]

Seguindo as novas tecnicas de serologia comparativa, Sonia Cole concordou com a tese de Schreiner e Coon sobre as origens dos lapoes, mas, ainda buscando classifica-los segundo categorias classicas de raca, argumentou por sua afiliacao caucasoide, dada sua alta frequencia de sangue do tipo A (e, mais curiosamente ainda, do subtipo A 2 , chegando a 35%, mais que o triplo de qualquer outra populacao existente) e sua distribuicao tipicamente europeia de antigenos MNS , apesar de uma alta frequencia de Rh negativo , antigeno Duffy e sensibilidade a feniltiocarbamida tipicamente asiaticas. [ 41 ]

Andreas Vonderach, por sua vez, apesar de baseado nos mesmos dados utilizados por Cole, argumenta que, tanto fenotipica quanto genetica e culturalmente, os lapoes sao estranhos em relacao aos outros europeus, sendo mais proximos dos nativos do oeste da Siberia previamente classificados como mongoloides, com a alta frequencia de sangue de tipo A (e especificamente A 2 ) aproximando-os mais de populacoes europeias mais arcaicas como os bascos e os sardos que de outras populacoes do continente, mas afastando-se destes por sua alta frequencia de Rh negativo. [ 42 ] Pela relativa frequencia do sangue A 2 no centro-oeste da Suecia, Vonderach ainda sugeriu uma ligacao entre o tipo sami e a antiga cultura da ceramica perfurada , assimilada entre os suecos da regiao. [ 43 ]

Em 2004, foi publicado pela Sociedade Americana de Genetica Humana o primeiro estudo comparativo em grande escala de haplogrupos do cromossomo Y e do DNA mitocondrial entre os lapoes, contando com centenas de amostras destes e milhares da Eurasia ocidental e Siberia . Foi descoberto que o haplogrupo dominante do cromossomo Y era o N , especificamente em seu clado N3a, associado a populacoes do norte da Asia e da Europa Oriental, mas praticamente inexistente na Europa Ocidental , sugerindo uma incursao do oriente. O segundo haplogrupo mais comum, entre um terco da populacao, e o I , cuja ausencia entre samoiedos, mansis e ostiacos , mas frequencia na Europa, sugere que represente uma populacao escandinava ainda mais antiga que os lapoes, mas por eles assimilada. [ 44 ] Pesquisas de 2006 com ossadas historicas apontaram para uma introducao relativamente tardia do haplogrupo I no fundo genetico sami, no seculo XIV, atraves de colonos viquingues da Laponia. [ 45 ] O terceiro haplogrupo mais comum e o R , especificamente nos clados R1a (11%) e R1b (4%), representando a assimilacao de povos indo-europeus vizinhos alem daqueles de haplogrupo I. Os mais raros, por fim, sao os J e E , exclusivos de alguns lapoes de Quildim , adquiridos pela assimilacao mais recente de russos. [ 46 ]

Quanto ao DNA mitocondrial, a pesquisa da Sociedade Americana de Genetica Humana mostrou frequencia e distribuicao dominantes dos haplogrupos V e U5b1b1 , ausentes entre samoiedos, mansis e ostiacos [ 47 ] e comuns na Europa, sugerindo uma comunidade diversificada passando por diversos periodos de efeito de gargalo na estabilizacao do fundo genetico sami. Tambem um pouco comum e o H1 , resultado de misturas mais recentes com populacoes vizinhas. Os dois haplogrupos mais orientais sao Z1 e D5 , provavelmente egressos de uma migracao do sul dos Montes Urais para a Laponia pela bacia do Rio Volga , deixando tracos pelos povos nativos de toda a regiao. [ 48 ]

Descricao fisica [ editar | editar codigo-fonte ]

Tres mulheres lapas

A raca lapa e descrita como uma das mais baixas do mundo, [ 49 ] com Lapouge [ 50 ] apresentando uma faixa de altura entre 1.50m e 1.63m, Yrjo Kajava [ 31 ] entre 1.52m e 1.61m, Coon [ 51 ] uma figura mais atualizada de 1.55m a 1.64m, Hooton de 1.523m a 1.609 [ 52 ] e Cole [ 41 ] estabelecendo uma media de 1.59m. Enquanto as pernas seriam excessivamente curtas, e as maos e pes pequenos, o tronco e os bracos seriam relativamente grandes. [ 10 ] [ 51 ] [ 53 ] [ 54 ] O corpo dos lapoes apresentaria adaptacoes especiais para o frio, com a isolacao termica dos orgaos internos mais vulneraveis atraves de seu padrao anastomotico especializado, uma tatica evolutiva de sobrevivencia tambem encontrada entre aborigenes australianos , e, entre os animais nao-humanos, entre porcos domesticos do Alasca e focas . [ 55 ]

Os lapoes sao tambem descritos como extremamente braquicefalos , tendo um dos maiores indices cefalicos do mundo, [ 56 ] a media estimada em 84 por Cole, [ 57 ] 85 por Lapouge [ 58 ] , Biasutti [ 59 ] e Baker , [ 60 ] e 86-87 pela La Nature , [ 61 ] com Kajava [ 31 ] apontando uma faixa entre 81 e 87 e Vallois [ 62 ] crendo que poderia ultrapassar 88. A cabeca seria relativamente grande, mas absolutamente ainda pequena, [ 9 ] e teve o formato descrito como ovoide ou globular, [ 14 ] [ 51 ] [ 58 ] com uma testa pequena. [ 31 ] A mandibula seria baixa e pequena, com queixo recessivo e dentes pequenos, mas havendo grande distancia bigonial , [ 53 ] [ 57 ] [ 59 ] [ 63 ] e o mento pontudo. [ 9 ] O rosto da "raca lapa" seria pequeno e estreito em relacao ao cranio , mas aparentando ser grande se comparado com a pequena mandibula ortognata, [ 64 ] [ 65 ] sendo marcado por zigomas proeminentes [ 9 ] [ 31 ] e caixa craniana bastante arredondada, exceto na parte anterior, com uma descida abrupta ate o occipital . [ 60 ] Os olhos seriam pequenos, puxados, profundos, com palpebra retraidas, e, nos individuos tidos como mais puros e originais, sempre escuros, apesar de haver certa variacao considerando-se os de origem mista. [ 10 ] [ 53 ] [ 66 ] O nariz seria pequeno e retraido, mas relativamente largo, apresentando base maior que o de outros europeus [ 31 ] [ 53 ] [ 57 ] [ 63 ] e arrebitamento. [ 59 ] A razao media entre largura e altura do nariz seria de 74.59% entre os homens e 73.64% entre as mulheres, segundo estudo da La Nature . [ 61 ] A boca e descrita como grande pela La Nature . [ 67 ]

Apesar de o povo lapao ter sido reconhecido pelos povos vizinhos por suas barbas nao aparadas, sao igualmente descritas como falhas, [ 68 ] e de fato antropologos fisicos observaram que, apesar da setentrionalidade, o potencial de crescimento de pelos corporais dos lapoes seria pequeno. [ 53 ] [ 69 ] Ocasionalmente, apresentariam cabelos crespos, [ 70 ] mas mais geralmente lisos. [ 59 ] Coon [ 66 ] argumenta que a tonalidade de cabelo original seria de um castanho escuro, mas cabelos negros estariam dentro da variedade comum, e as barbas tenderiam a ser mais claras que os cabelos. [ 71 ] Cole [ 57 ] admite algum grau de blondismo entre individuos tipicos. Igualmente, Coon [ 66 ] aponta a tonalidade amarela acinzentada ou marrom amarelada como a mais tipica e original, mas tonalidades mais claras integraram sua tipificacao por adaptacao ou mistura. A La Nature ja indicava em 1886 uma predominancia de peles claras. [ 61 ] Em um estudo comparativo de resultados testes de Ishihara entre varias populacoes, o oftalmologista Forrest Clements encontrou um indice de 6.3% de deuteranopia entre lapoes, apenas mais baixo globalmente que entre todas . [ 72 ]

Distribuicao e variedades [ editar | editar codigo-fonte ]

Apresentacao de danca de lapoes de Quildim

O territorio tradicional e tipico associado a dita raca lapa e a regiao eponima da Laponia, passando pelos territorios setentrionais da Noruega (especialmente Finamarca e monte Tron ), Suecia (especialmente Botnia Setentrional ), Finlandia (nas tundras ) e Russia (especificamente a Peninsula de Kola ). [ 57 ] [ 73 ] [ 74 ] Haveria, contudo, variacoes internas, e a percepcao de misturas e variacoes e mais dispersa ao longo da Europa.

Ao isolar os tracos mais tipicos e antigos de sua raca lapa, Coon divide a populacao lapa em dois grupos culturais e raciais: os lapoes de rena e os sedentarios . Enquanto os lapoes nomadicos dedicados ao pastoreio de renas , em geral mais orientais, preservariam os tracos mais puros da estirpe original, os sedentarios dedicados a pesca e geralmente mais ocidentais ja mostrariam variacoes derivadas de adaptacoes e misturas com a populacao nordica. [ 75 ] Egon von Eickstedt, adepto da promocao nazista de " higiene racial ", alegava que estes mesticos adquiriam deformidades e doencas com frequencia, alem de ter "habilidades espirituais" diminuidas. [ 76 ]

Bertil Lundman, em seu Nordens rastyper (1940), definiu duas racas distintas associadas a lapoes da Escandinavia: a escandolapa e a lapa setentrional, esta associada ao nordeste da Laponia, guardando mais semelhancas com os samoiedos. Enquanto escandolapoes teriam um indice cefalico medio de 87 e uma razao altura-largura do cranio de 77, estes indices seriam respectivamente de 81 e 68 nos lapoes setentrionais, mostrando tracos menos acentuados. O rosto dos lapoes setentrionais, contudo, seria ainda mais arredondado e achatado que o dos lapoes setentrionais, com nariz mais deprimido, testa mais estreita e ingreme e queixo e pigmentacao mais fortes. [ 77 ]

Ainda mais a oriente, alguns autores perceberam variacoes significativas entre os lapoes de Quildim, concentrados em Kola, e os da Escandinavia. Ripley atribuiria seu indice cefalico medio inferior, estimado por David Zolotarev em 82.8, a mistura com outros nativos finicos , como os samoiedos. [ 74 ] [ 78 ] Vonderach tambem detectou influencia "mongoloide" extra nos falantes de Quildim, que tambem percebeu terem olhos mais puxados. [ 79 ]

Viktor Bunak fez uma classificacao mais ampla da raca lapa, investigando sua amplitude, variacoes e misturas. Bunak chama a dita raca lapa lato sensu de "protoasiatica ocidental", dividindo-a entre uma variedade mais tipica, propria dos lapoes ("protoasiatica ocidental escandinava") e uma de tracos atenuados e mesocefala transitoria para os finicos do Volga tipicos, chamada "sub-lapa" ou, em homenagem aos dois rios entre as quais se concentrava, Viatka - Kama . [ 80 ] Bunak ainda aponta que haveria alguns tipos entre o sub-lapao e o "grao-russo central", uma variedade baltica oriental que descreve. [ 81 ] O tipo de Vologda - Costroma seria uma mistura do grao-russo central com o sub-lapao, sendo, por isto, mais escuro e braquicefalizado que outros balticos. [ 82 ] O tipo de Tcherepovets seria ambiguo entre o grao-russo central e o sub-lapao, exigindo, para o autor, ulteriores estudos. [ 83 ] O tipo da Volinia , por fim, seria basicamente grao-russo central, mas Bunak supoe que poderia ser mais escuro por influencia sub-lapa. [ 81 ] Vojt?ch Suk tambem identificou um tipo laponoide de baixa estatura no leste da Transcarpatia . [ 84 ]

Estudos baseados nos marcadores geneticos identificados por Lars Beckman indicaram que entre um quarto e um terco dos habitantes dos condados de Norrbotten e Vasterbotten teriam origem sami. [ 85 ] Outras populacoes citadas por antropologos fisicos como tendo contribuicao racial lapa incluem zirianos , [ 74 ] finlandeses (especialmente habitantes do norte e leste da Finlandia), [ 86 ] certos povos da Franca (especificamente montanheses, [ 87 ] bascos e bretoes), [ 88 ] poloneses [ 89 ] e os antigos etruscos [ 90 ] e proto-eslavos . [ 91 ]

Notas e referencias

Notas

  1. A ideia de racas humanas e cada vez mais evitada para a conceituacao da variacao fisica humana por sua equivalencia com o cientificamente impreciso conceito de subespecie , tampouco coincidindo com o conceito de etnia . [ 1 ] Em geral, autores relativamente mais tardios de antropologia fisica tenderam a preferir a terminologia de "tipos" humanos introduzida por Ilse Schwidetzky , de forma a afastarem-se de implicacoes racistas cientificas . [ 2 ] Hoje, o consenso dos antropologos fisicos e de que as classificacoes raciais historicas nao representam a biodiversidade humana e moveram-se por interesses politicos e vies racista. [ 3 ]
  2. Comentando a controversia posteriormente, Ripley argumentou que ambos estavam certos em alguns aspectos: embora De Quatrefages tenha acertado em apontar afinidade entre prussianos e finlandeses , ambos estariam bastante distantes dos lapoes. [ 12 ]
  3. Contudo, nao ha qualquer evidencia de parentesco entre o etrusco e linguas uralicas como as laponicas , apesar de o linguista Mario Alinei ter afirmado o oposto estritamente com base na analise combinatoria de dados parciais. [ 22 ]
  4. Esta opiniao ecoa a de Carl Heinrich Stratz , que tambem argumentava que os lapoes seriam o remanescente de uma raca indiferenciada ancestral de ambos caucasoides e mongoloides. [ 31 ]
  5. Bertil Lundman tambem calculou frequencia impressionantemente baixa do alelo sanguineo q . [ 35 ]

Referencias

  1. Keita et al. 2004 .
  2. Vonderach 2008 , pp. 188-189.
  3. American Association of Physical Anthropology 2019 , pp. 2-3.
  4. Palsson 1997 , p. 164.
  5. Schefferus 1673 , pp. 28-32.
  6. Bernier 1684 , pp. 149-151.
  7. Von Sydow 1976 , pp. 12-13.
  8. Erxleben 1777 , pp. 1-2.
  9. a b c d Blumenbach 1790 , p. 9.
  10. a b c Fischer 1829 , p. 5.
  11. Ripley 1910 , pp. 219-221.
  12. Ripley 1910 , p. 366.
  13. Escard 1886 , pp. IX-XV.
  14. a b Deniker 1889 , p. 327.
  15. Deniker 1908 , pp. 67-71.
  16. Lapouge 1899 , pp. 15, 227.
  17. Lapouge 1899 , pp. 219-220.
  18. Ripley 1910 , p. 462.
  19. Ripley 1910 , p. 360.
  20. Ripley 1910 , pp. 192-193, 200.
  21. Ripley 1910 , pp. 265-266.
  22. Facchetti 2005 , pp. 371-372.
  23. Soltysiak & Jaskulski 1999 , p. 183.
  24. Czekanowski 1928 , pp. 339-340.
  25. Coon 1939 , pp. 288-289.
  26. Czekanowski 1967 , pp. 60-66.
  27. Eickstedt 1952 , pp. 223-224.
  28. Vallois 1967 , p. 30.
  29. Vonderach 2008 , p. 191.
  30. Coon 1939 , pp. 298-306.
  31. a b c d e f Suominen 1929 , p. 213.
  32. Coon 1962 , pp. 63-66.
  33. Biasutti et al. 1953a , pp. 408-411.
  34. Biasutti et al. 1953b , pp. 208-209.
  35. a b Lundman 1967 , p. 106.
  36. Lundman 1967 , p. 183.
  37. Lundman 1967 , p. 112.
  38. American Association of Physical Anthropology 2019 , p. 3.
  39. Beckman 1990 , p. 58.
  40. Suominen 1929 , p. 223.
  41. a b Cole 1965 , pp. 71-72.
  42. Vonderach 2008 , pp. 331-333.
  43. Vonderach 2008 , p. 330.
  44. Tambets et al. 2004 , p. 671.
  45. Karlsson et al. 2006 , p. 968.
  46. Tambets et al. 2004 , pp. 671-672.
  47. Tambets et al. 2004 , p. 675.
  48. Tambets et al. 2004 , pp. 676-677.
  49. Ripley 1910 , p. 359.
  50. Lapouge 1899 , p. 45.
  51. a b c Coon 1939 , p. 303.
  52. Hooton 1946 , p. 557.
  53. a b c d e Erxleben 1777 , p. 1.
  54. Cole 1965 , p. 73.
  55. Coon 1962 , pp. 66-68.
  56. Ripley 1910 , pp. 54-55.
  57. a b c d e Cole 1965 , p. 71.
  58. a b Lapouge 1889 , p. 227.
  59. a b c d Biasutti et al. 1953a , p. 411.
  60. a b Baker 1981 , p. 196.
  61. a b c Escard 1886 , p. XIII.
  62. Vallois 1967 , p. 29.
  63. a b Coon 1939 , p. 304.
  64. Coon 1939 , pp. 303-304.
  65. Baker 1981 , pp. 196-197.
  66. a b c Coon 1939 , p. 302.
  67. Escard 1886 , pp. XIII-XIV.
  68. Schefferus 1673 , p. 31.
  69. Coon 1939 , pp. 302-303.
  70. Coon 1939 , Plate 9.
  71. Deniker 1937 , p. 327.
  72. Hooton 1946 , p. 544.
  73. Coon 1939 , pp. 298-299.
  74. a b c Bunak 1932 , p. 452.
  75. Coon 1939 , p. 299.
  76. Avdeyev 2011 , p. 215.
  77. Lundman 1940 , Cap. 4, §§ 4-5.
  78. Ripley 1910 , p. 364.
  79. Vonderach 2008 , p. 333.
  80. Bunak 1932 , pp. 465, 474.
  81. a b Bunak 1932 , p. 474.
  82. Bunak 1932 , pp. 466-467.
  83. Bunak 1932 , p. 467.
  84. Biasutti et al. 1953b , p. 209.
  85. Edlund & Frangsmyr , p. 50.
  86. Suominen 1929 , p. 215.
  87. Lapouge 1899 , pp. 227-228.
  88. Ripley 1910 , p. 192-193.
  89. Lundman 1940 , Cap. 4, § 5.
  90. Ripley 1910 , p. 265.
  91. Biasutti et al. 1953b , p. 197.

Bibliografia [ editar | editar codigo-fonte ]

Ligacoes externas [ editar | editar codigo-fonte ]

  • Media relacionados com lapoes no Wikimedia Commons