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Psicologia comunitaria

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A Psicologia Comunitaria e uma aplicacao da psicologia social para resolucao dos problemas sociais nas comunidades. Constitui-se como disciplina recente na historia da psicologia. Sua origem remonta, por um lado a psiquiatria social e preventiva, a dinamica e psicoterapia de grupos, praticas "psi" que conceituavam uma origem social a seus objetos de estudo. Sao comuns os termos: “Psicologia na Continuidade ” (Bender, 1978) [ 1 ] ; “Psicologia do Desenvolvimento Comunitario” (Escovar, 1979) [ 2 ] ; “Saude Mental Comunitaria” (Berenger, 1982) [ 3 ] ; “Psicologia Comunitaria/na Comunidade” (Bonfim, 1992) [ 4 ] ; etc.

A Psicologia Comunitaria se caracteriza por trabalhar com sujeitos sociais em condicoes ambientais especificas, atento as suas respectivas psiques ou individualidades. Seus objetivos se referem a melhoria das relacoes entre os sujeitos e entre estes e a natureza e instituicoes sociais ou o seu empoderamento. Nesta perspectiva esta todo o esforco para a mobilizacao das comunidades na busca de melhores condicoes de vida”. O termo Psicologia Comunitaria inclui os estudos e praticas que vem se realizando no Brasil a exemplo do Movimento de Saude Mental Comunitario e do Movimento de Acao Comunitaria na America Latina, e outras aplicacoes da psicologia social em problemas relacionados a comunidade.

Fundamental para compreensao da Psicologia Comunitaria e o conceito de comunidade, seu objeto material e campo de atuacao. O termo Comunidade, utilizado hoje em dia na Psicologia Social, e bastante elastico e capaz de incluir em seu escopo desde um pequeno grupo social, um bairro, uma vila, uma escola, um hospital, um sindicato, uma associacao de moradores, uma organizacao nao - governamental, ate abarcar os individuos que interagem numa cidade inteira.

Aldeia no Parque Indigena do Xingu .

Comunidade [ editar | editar codigo-fonte ]

Comunidade vem do latim communitatem/communitas , qualidade ou estado do que e comum; comunhao: compartilhamento de ideias (senso comum) ou interesses em concordancia, identidade; na area juridica, posse, obrigacao ou direito em comum designando tambem o sujeito ou interesses coletivos.

Comunidade e um conceito amplo que abrange situacoes heterogeneas, mas que, ao mesmo tempo, apoia-se em fundamentos afetivos, emotivos e tradicionais. Ela esta relacionada a parentes que se relacionam por lacos de sangue e por uma vida em comum numa mesma casa, a vizinhos, o que se caracteriza pela vida em comum entre pessoas proximas da qual nasce um sentimento mutuo de confianca, de favores, e amigos , que estao ligados aos lacos criados nas condicoes de trabalho ou no modo de pensar.etc. A psicologia Comunitaria vai alem da psicologia social, ela tem uma visao maior com relacao a sociedade; mudanca social, ideologia, alienacao, representacao social, identidade social, sentido psicologico de comunidade, “empoderamento”, grupo social, apoio social, realidade socialmente construida, atividade, investigacao-acao-participante, sujeito historico-social, consciencia critica, conscientizacao etc. Podemos dizer que a Psicologia Comunitaria compreende hoje um conjunto de concepcoes relevantes para o esforco de delimitar seu campo de analise e aplicacao.

Pode-se dizer que e uma relacao mantida entre pessoas mais proximas. Quando nos referimos a pessoa vivendo em comunidades e dificil pensar que essas comunidades nunca terao problemas de relacionamentos as vezes interpretados como doenca mental , pois ha diferencas entre as pessoas por se tratar das diferencas de cada individuo suas subjetividades e opinioes de classe social e racial.

Se tomarmos a acepcao literal de psicologia aplicada ao estudo intervencoes na comunidade teremos esta(s) como sinonimo da psicologia social ou seja como os mesmos problemas de metodo e definicao do objeto de estudo que essa. A principal diferenca entre a psicologia social e comunitaria vem da do uso especifico que assume o vocabulo comunidade contrapondo-se a sociedade enquanto segmento especifico por recorte territorial, identidade ou relacao entre seus membros. [ 5 ]

Para Sawaia [ 6 ] a descoberta da comunidade nao foi um processo especifico da psicologia social. Fez parte de um movimento mais amplo de avaliacao critica do papel das ciencias sociais e, por conseguinte, do paradigma da neutralidade cientifica , desencadeado nos anos 60 e culminado nas decadas de 70 e 80, quando o conceito de comunidade invadiu literalmente, o discurso das ciencias humanas e sociais, especialmente as praticas na area da saude mental. Sem deixar de ressaltar a importancia, para psicologia, dessa aquisicao epistemologica (cientifico-analitica) onde esta implicita a perspectiva orientadora de acoes e reflexoes (construcao / modificacao da realidade), a referida autora, assina-la a o carater utopico da proposicao bem como sua utilizacao demagogica em discursos politicos.

Um pouco de sua historia [ editar | editar codigo-fonte ]

Podemos dizer que uma das primeiras tentativas conhecidas foi realizada por Jacob Levy Moreno (1889 - 1974) [ 7 ] , nos Jardins de Augarten, em Viena no inicio do seculo XX.Em seus registros historicos encontramos relatos sobre ter realizado em sua juventude, de modo empirico, improvisacoes dramaticas com criancas. Se por um lado se constituiu uma experiencia inspiradora para a teoria da espontaneidade (uma das bases filosoficas do seu metodo cientifico), por outro, a pratica da espontaneidade na vida real de epoca, levou a questionamentos acerca do mundo dos adultos, sobre normas e regras sociais, que impediram a sua continuidade.

A experiencia e a obra de Wilhelm Reich, apesar de polemicas , sao cruciais na formacao historica da proposta da Psicologia Comunitaria . Apos participar como assistente de Freud em uma clinica gratuita em Viena, em 1922 e abrir uma semelhante em 1920 em Berlim , logo chegou a conclusao de que seria ilusorio querer transformar a miseria sexual e mental com a multiplicacao de clinicas e analises , fundando assim uma sociedade socialista de aconselhamento sexual e de sexologia. Apos conferencia com medicos e estudantes socialistas , e convencido de necessidade de politizar a questao sexual , liga-se ao partido comunista Alemao e funda a associacao Alema para uma politica sexual proletaria (SEXPOL), que teve seu primeiro congresso em Dusseldorf, em 1931.Mas a acao de Reich durou pouco. Vasconcelos 1989 [ 8 ]

Uma outra experiencia, distinta da de Reich, mas bastante significativa, e a dos Alcoolicos Anonimos (A.A.) iniciada em 1935, nos Estados Unidos, e hoje amplamente difundida em quase todo mundo. Os A.A. constituem sem duvida uma experiencia sujestiva e eficaz dentro do enfoque da Psicologia Comunitaria, e influenciaram enormemente a criacao de experiencia semelhantes mais recentes, do tipo neuroticos anonimos , grupos de auto-ajuda de ex-"psiquiatrizados" , etc. Vasconcelos 1989 (O.C.)

A medicina comunitaria tambem teve um forte papel no aparecimento da Psicologia Comunitaria .Outro processo fundamental que contribuiu para o aparecimento da Psicologia Comunitaria foi o progressivo assalariamento , o achapamento da renda e a consequente criacao de condicoes para politizacao crescente dos profissionais de saude mental .

Finalmente , nao poderiamos nos esquecer de todo um movimento de questionamento critico dentro da Psicologia como um todo , e da Psicologia Social em particular. Se fizermos uma avaliacao da implementacao da Psicologia Comunitaria , no Brasil, acredito que poderemos identificar pelo menos tres direcoes, tendo a primeira como vida academica ,universitaria.A segunda , Movimento popular e por fim , a Implementacao de programs que incorporam a Psicologia Comunitaria, principalmente ligadas ao estado.

Caracterizacao e tendencias [ editar | editar codigo-fonte ]

A psicologia desenvolveu-se por quase 2000 anos dentro da tradicao filosofica e em parte medico religiosa mas e no final do seculo XIX e inicio do seculo XX que se acentua a relacao desta com a area medica (anatomia, fisiologia, biologia) e as emergentes ciencias sociais. [ 9 ]

Segundo Paim [ 10 ] distintos movimentos de ideias influenciaram o campo social da saude durante a emergencia e o desenvolvimento do capitalismo que podem ser caracterizados como: Policia Medica; Higiene; Medicina Social; Saude Publica ; Medicina Preventiva ; Saude Comunitaria ; Medicina Familiar ; Promocao da Saude ; Saude Coletiva . Esses movimentos ocorridos entre a segunda metade do seculo XVII e os nossos dias, segundo esse autor podem ser caracterizados como vetores ideologicos , sociais, de acao politica e producao de conhecimento. O movimento ideologico da medicina e saude comunitaria e originario dos Estados Unidos na decada de 60, como resposta as tensoes sociais geradas pelos movimentos dos direitos civis e contra a segregacao racial, compondo posteriormente certas politicas de combate a pobreza dos governos Kennedy e Johnson . Ainda segundo esse autor tratava-se da operacionalizacao do discurso da Medicina preventiva acrescentando conceitos estrategicos como participacao da comunidade e regionalizacao, extensao dos cuidados (da atencao primaria a saude ) as populacoes das periferias urbanas e rurais

Na maioria dos movimentos acima enunciados identifica-se uma tendencia e modo particular de acao da psiquiatria e proposicoes de intervencao no social atraves da classificacao de inteligencia e concepcoes da psicopatologia e proposicoes de tratamento em saude mental. Nessa perspectiva observe-se a importancia que Caplan [ 11 ] ao pronunciamento oficial do Presidente Kennedy ao congresso americano em 1963 sobre a prevencao tratamento e reabilitacao dos enfermos e retardados mentais enquanto problemas de responsabilidade comunitaria.

Segundo Donnangelo e Pereira [ 12 ] a medicina comunitaria e parte de extensao da pratica medica e os determinantes desta extensao na sociedade de classes , constituem o referencial mais amplo para compreensao dessa forma particular assumida pela pratica medica onde a pobreza e objeto da intervencao em saude e se passou a requerer o uso do trabalho auxiliar de outras categorias profissionais. Inclusive em Cuba houve a criacao do tecnico de nivel medio em psicologia. [ 13 ]

A psicologia comunitaria da decada de 80 que tem como marco o I Seminario Internacional de Psicologia en la Comunidad [ 14 ] realizado em Havana, 1981 e a analise das transformacoes do tratamento psicologico e psiquiatrico advindos das revolucoes socialistas em especial os servicos de saude mental cubanos [ 15 ]

No Encontro Mineiro de Psicologia Comunitaria de 1988, descrito por Lane [ 16 ] houve uma enfase dada as tecnicas de dinamica de grupo e conhecimento da realidade para auto-reflexao e acao conjunta organizada exemplificando com o trabalho realizado por Elizabeth Bomfim e Marilia N. da Mata na favela de Vila Acaba Mundo em Belo Horizonte (MG) onde sintetizou o trabalho de seu grupo com a afirmacao da existencia de uma relacao estreita entre saude e condicoes de vida, cabendo ao psicologo atuar no sentido de que as condicoes de vida e modo de vida precisam ser dominados para que haja autonomia de sujeito para exercer sua saude. Paim [ 17 ] analisando os enfoques da medicina comunitaria tambem refere-se a proposicao mineira do entendimento de que a populacao deve compreender a sua capacidade de pressao para obter beneficios coletivos .

Psicologia Comunitaria Aplicada a Saude [ editar | editar codigo-fonte ]

O modelo biomedico,tanto como o modelo “biopsicossocial” compartilham dos pressupostos do grande paradigma da atualidade de “cientificidade”. O conceito distorcido de saude e o carater impositivo e normatizador da visao cientifica tem resultado numa progressiva medicalizacao da vida cotidiana. Embora os denominados comportamentos ou ambientes de risco sejam uma realidade, em consequencia dessa visao prepotente dos profissionais de serem “donos da verdade”, o metodo intervencionista tem sido geralmente a o diferencial no que os “tecnicos cientificos” acreditam ser “praticas saudaveis”. Realmente, o modelo se apresenta de forma totalmente funcional as necessidades do sistema socio-economico atual. Isso acontece nao apenas no que se refere aos interesses economicos que veem no modelo uma das melhores fontes de lucro no mercado de consumo de medicamentos (Barros, 1995 apud:...; Velasquez, 1986 apud:...), mas tambem no campo das ideias, ja que este reforca a visao individual e parcelada dos fatos sociais. E assim que, decorrente desse acentuado individualismo e antropocentrismo do sistema, condiciona-se uma visao fora do contexto dos comportamentos humanos, focalizando a responsabilidade das doencas e sofrimentos nos individuos, tanto em seus estilos de vida considerados como inadequados quanto nos denominados aspectos “morbidos” da personalidade [ 18 ] O pensamento individual vai tambem dificultar substancialmente as possibilidades de trabalho em equipe, ficando a relevancia do trabalho interdisciplinar na saude,normalmente restrita ao discurso ou ao papel. Em resumo, medicos, enfermeiras, assistentes sociais, psicologos, fisioterapeutas, nutricionistas deveriam ter oportunidade de compartilhar, desde os primordios academicos, "um espaco permanente de encontro baseado numa concepcao sistemica ecologica" [ 19 ] da vida humana. Este espaco teria como objetivo a geracao de uma nova estrutura comum para lidar com o processo saude-doenca numa perspectiva interdisciplinar.

Veja tambem [ editar | editar codigo-fonte ]

Referencias [ editar | editar codigo-fonte ]

  1. BENDER, M.P.(1978) Psicologia na Comunidade. Rio de Janeiro: Zahar.
  2. ESCOVAR, L.A.(1977) El Psicologo Social y el Desarollo. Psicologia. .(1979) Analisis comparada de dos modelos de cambio social em la comunidad. AVEPSO Boletim, 2, 1979.
  3. BERENGER, M.E.(1982) A Psicologia Em Instituicoes de Assistencia Social. Relato de uma experiencia. Dissertacao de Mestrado. Rio de Janeiro: PUC.
  4. BOMFIM, E. M.(1990) Psicologia Comunitaria no Brasil.Reflexoes historicas, teoricas e praticas. Anais do III Simposio Brasileiro de Pesquisa e Intercambio Cientifico. Aguas de Sao Pedro, Sao Paulo: ANPEPP.
  5. Fichter, J. H. Definicoes para uso didatico in: Fernades, Florestan. Comunidade e Sociedade: leitura sobre problemas conceituais, metodologicos e de aplicacao. SP, Ed Nacional, EDUSP, 1973
  6. Sawaia, Bader B. Comunidade: a apropriacao cientifica de um conceito tao antigo quanto a humanidade. in: Campos, Regina H. F. (org.) Psicologia social comunitaria: da solidariedade a autonomia. Petropolis, RJ, Vozes, 2008
  7. MORENO, Jacob Levy (2014). Autobiografia . Sao Paulo: Agora/Daimon  
  8. VASCONCELOS, Eduardo M. O que e psicologia comunitaria. SP, Brasiliense, 1989
  9. Rosenfeld, Anatol. O pensamento psicologico. SP, Perspectiva, 2006
  10. Paim, Jairnilson S. Desafios para saude coletiva no seculo XXI. Ba, EDUFBA, 2006
  11. Caplan, Gerald. Principios de psiquiatria preventiva. RJ, Zahar, 1980
  12. Donnangelo, Maria Cecilia F.; e Pereira, Luiz. Saude e Sociedade. SP, Duas Cidades, 1979
  13. Gonzalez, Jorge D. Formacion y funciones Del tecnico medio em psicologia. Cadernos PUC n. 11 Psicologia, SP, EDUC, Cortez Editora
  14. I Seminario Internacional de Psicologia en la Comunidad (Cuba). Revista Latinoamericana de Psicologia, ano/vol. 13, numero 002 [ligacao inativa]
  15. Averasturi, Lourdes Garcia La psicologia de la salud em Cuba. situacion actual y perspectivas. Cadernos PUC n. 11 Psicologia, SP, EDUC, Cortez Editora
  16. Lane, Silvia T.M. Historico e funtamento da psicologia comunitaria no Brasil, in: Campos, Regina H.F. (org.) Psicologia social comunitaria, da solidariedade a autonomia. RJ, Vozes, 2008
  17. Paim, Jairnilson S. Saude Crises e reformas. Ba, Centro Editorial e Didatico da UFBA, 1986
  18. Sarafino, E.P. Health Psychology. Biopsychosocial Interactions. New York: John Wiley & Sons, 1994). apud: TRAVERSO-YEPEZ Martha. A interface psicologia social e saude: perspectivas e desafios. Psicologia em Estudo, Maringa, v. 6, n. 2, p. 49-56, jul./dez. 2001
  19. TRAVERSO-YEPEZ Martha. A interface psicologia social e saude: perspectivas e desafios. Psicologia em Estudo, Maringa, v. 6, n. 2, p. 49-56, jul./dez. 2001 Scielo Nov. 2011

Ligacoes externas [ editar | editar codigo-fonte ]


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