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Producao mundial de alimentos

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Producao mundial de alimentos refere-se as dinamicas de producao e logistica de alimentos em escala global, que visa atender as demandas populacionais em todo o mundo. Relacionadas a ela estao diversos outros aspectos de ambito global, como os habitos alimentares e nutricao da populacao, exploracao de recursos naturais e impacto ambiental, o desenvolvimento industrial dos paises, a Divisao Internacional do Trabalho , consumismo e desperdicio de alimentos .

Estima-se que ate 2050, a populacao mundial tera chegado a dez bilhoes de habitantes, o que, somado as mudancas nos habitos alimentares de paises emergentes e subdesenvolvidos, resultara em um aumento de 50% da demanda por alimentos se comparada com a do ano de 2013. Alem disso, considerando os desperdicios tanto na cadeia produtiva como pelos consumidores, aproximadamente um terco da producao mundial de alimentos e desperdicada [ 1 ] .

Quanto a questao ambiental, a industria de alimentos , principalmente a agroindustria, e responsavel por diversos impactos negativos, como degradacao do solo, perda de biodiversidade e poluicao de ecossistemas aquaticos e terrestres. Uma parcela consideravel da emissao de gases do efeito estufa (entre 18% e 51%) esta ligada a cadeia de producao alimenticia e, considerando uma media global, o setor agrario e responsavel pelo uso de cerca de 12% da superficie do planeta e de 70% da agua doce utilizada pelo ser humano.

Questao ambiental [ editar | editar codigo-fonte ]

A dinamica de producao de alimentos em escala mundial esta profundamente ligada a questoes ambientais, na medida em que envolve aspectos como o uso do solo em plantacoes e para a criacao de animais, a grande emissao de gases do efeito estufa (GEEs) tanto na producao quanto na distribuicao de alimentos, o uso intenso de agua no campo e na industria alimenticia, o desperdicio de alimentos e o emprego de recursos da industria quimica tanto na producao agropecuaria (defensivos agricolas), quanto na formulacao de aditivos quimicos para o produto final, como conservantes e corantes.

No ano de 2010, estima-se que o sistema de producao e distribuicao de alimentos emitiu o equivalente a cerca de 5,2 bilhoes de toneladas de gas carbonico em emissoes de gases do efeito estufa, principalmente na forma de metano e oxido nitroso. Alem disso, a producao de alimentos ao redor do globo ocupou, neste mesmo ano, aproximadamente 12,6 milhoes de km² de terras cultivaveis, usou 1.810 km³ de agua doce e aplicou 104 bilhoes de kg de nitrogenio e 18 bilhoes de kg de fosforo na forma de fertilizantes. Seguindo as tendencias atuais e sem projetos e medidas de mitigacao, e provavel que o sistema de producao e distribuicao mundial de alimentos afete gravemente o meio ambiente ao redor do globo. E esperado que, em decorrencia do aumento da populacao e a renda mundiais, a pressao ambiental exercida por tal sistema aumente de 50% a 92% ate 2050, considerando uso de terras cultivaveis e agua doce, aplicacoes de nitrogenio e fosforo e emissoes de GEEs, sendo este ultimo o fator mais alarmante [ 2 ] .

Exemplo de plantacao brasileira

Uma medida possivel para a reducao dos impactos ambientais do sistema de producao e distribuicao de alimentos seria a diminuicao de perdas e de desperdicio, ja que considera-se que aproximadamente um terco de todo o alimento produzido e perdido, tanto no processo logistico de disponibilizacao no mercado como pelos proprios consumidores. Estima-se que, se o desperdicio fosse reduzido pela metade, as projecoes de pressao ambiental estipuladas para 2050 cairiam em 6-16%, e se fosse reduzido em 75% (proximo ao maximo teoricamente possivel) a queda seria de 9-24%. Em especifico, o uso de terras cultivaveis e de agua doce e as aplicacoes de nitrogenio e fosforo seriam mais afetadas que as emissoes de GEEs, ja que estao relacionadas a producao de frutas e vegetais, cujo desperdicio e muito maior que o de produtos de origem animal, principais responsaveis pelas emissoes.

O desenvolvimento de tecnologias que aumentem a eficiencia da producao alimenticia e outro fator capaz de reduzir o impacto ambiental relacionado aos alimentos. Entre as principais medidas possiveis estao: o aumento do rendimento das plantacoes agricolas por area e por tempo, evitando o uso de novas terras; o rebalanceamento de aplicacao de fertilizantes somado ao aumento da eficiencia do uso de nitrogenio e da reciclagem do fosforo, que reduziria o uso destes dois elementos; melhorias no manuseio e no estoque de agua e no aproveitamento da agua da chuva, que evitariam extracao excessiva de agua de rios e aquiferos; e medidas de mitigacao dos danos ambientais na agricultura, como mudancas nas formas de irrigacao, colheitas e fertilizacao, visando a reducao de emissoes de gases metano e oxido nitroso. Considerando um cenario de ambicao media, tais medidas poderiam reduzir as pressoes ambientais causadas pelo sistema de producao mundial de alimentos em 3-30% em cada um dos fatores usados como referencia na previsao de 2050 e, considerando um cenario mais ambicioso, estes numeros poderiam chegar a 11-54%. Em todo caso, o maior alvo de medidas para reducao do impacto ambiental e a agricultura, em contraposicao a pecuaria, cujo impacto ambiental se da principalmente pela emissao de GEEs, que e uma caracteristica praticamente intrinseca deste tipo de producao agraria e, portanto, tende a ter medidas de mitigacao menos efetivas.

Ha ainda mais um fator que pode reduzir os impactos ambientais relacionados aos alimentos: os habitos alimentares da populacao mundial. A adocao de uma alimentacao mais saudavel e balanceada entre carne vermelha, acucares, frutas e legumes poderia reduzir as previsoes de emissoes de GEEs e das outras formas de pressao ambiental pa 20150 em 29% e 5-9% respectivamente, e uma dieta baseada principalmente em vegetais poderia fazer tais numeros subirem para 56% e 6-22%. Esta seria a forma mais eficaz de reduzir as emissoes de GEEs pela producao mundial de alimentos, pois, como explicado anteriormente, suas medidas de mitigacao na pecuaria nao sao muito significativas, deixando a reducao de carne vermelha na alimentacao da populacao mundial e a consequente reducao na producao pecuaria como a alternativa mais viavel.

Unindo todas as medidas de mitigacao apresentadas, o esperado e que, em um cenario de ambicao mediana, a reducao de pressoes ambientais projetadas para 2050 fosse de 25-45% e, em um cenario mais ambicioso, de 30-60%.

Distribuicao nutricional alimentar

Nao so o sistema de producao e distribuicao de alimentos pode afetar o meio ambiente de forma negativa, como tambem as alteracoes neste, especialmente quanto a questao climatica, podem afetar gravemente a industria alimenticia. O Painel Intergovernamental sobre Mudancas Climaticas (IPCC) alertou em 2018 para os riscos que o aquecimento global poderia trazer para a producao de alimentos, sendo o ideal mante-lo abaixo de 1,5°C em relacao aos niveis pre-industriais. No Acordo de Paris , assinado por diversos paises entre 2016 e 2017, foi mencionada “a prioridade fundamental da salvaguarda da seguranca alimentar e de acabar com a fome, e as vulnerabilidades particulares dos sistemas de producao de alimentos para os impactos adversos da mudanca climatica” e tambem a necessidade de um plano de medidas dos paises que “aumente a sua capacidade de adaptacao aos impactos adversos das mudancas climaticas e promova a resiliencia climatica e o desenvolvimento de emissoes de gases de efeito estufa baixas de maneira que nao ameacem a producao alimentar”. Alem disso, o acordo destacou a agricultura como um setor nao so vulneravel aos impactos das mudancas climaticas, mas tambem propenso a medidas de mitigacao de emissoes de GEEs e de impactos ambientais [ 3 ] .

Desperdicio e Eficiencia [ editar | editar codigo-fonte ]

Desperdicio de alimentos em bares e restaurantes

Os termos “perda de alimento” e “desperdicio de alimento” sao proximos, mas nao se referem a mesma coisa. Perda de alimento refere-se as perdas durante os estagios de producao, o que inclui transporte, colheita e estocagem. Desperdicio de alimento relaciona-se as perdas durante a venda no supermercado, por exemplo, e o uso de alimentos nas familias e restaurantes.

De acordo com a Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) [ 4 ] , os paises desenvolvidos e subdesenvolvidos desperdicam quantidades semelhantes de alimento: cerca de 650 milhoes de toneladas por ano em media. Contudo, o local onde esse desperdicio ocorre na cadeia produtiva e diferente: nos paises mais desenvolvidos, a tecnologia melhora a eficiencia do processo de producao, diminuindo o desperdicio de alimentos antes da sua venda. Porem, e tambem nesses paises mais ricos que o desperdicio familiar e maior: nos Estados unidos, o desperdicio per capita chega a 124-154 kg por ano, e representa grande impacto economico, representando estimadamente de 10-25% da alimentacao familiar [ 5 ] . Ja nos paises subdesenvolvidos, as perdas estao concentradas no inicio da cadeia produtivo, com perdas no transporte, estocagem e colheita, alem da presenca de pragas.

Alem dos impactos ambientais gerados pela perda e desperdicio de alimento, ha ainda um impacto economico resultante do nao-consumo dessa producao. A mesma FAO realizou uma pesquisa comparando os valores de precos dos produtos em 2009 e comparando com o desperdicio em 2007. O valor total de desperdicio mundial nesse periodo foi de 750 bilhoes de dolares, valor equivalente ao produto interno bruto da Turquia ou da Suica em 2011. [ 6 ]

Producao no Brasil e no Mundo [ editar | editar codigo-fonte ]

Plantacao de Arroz

O Brasil se destaca na producao de commodities especificos, os quais sao produzidos por monocultura em larga escala. Exemplos de insumos produzidos pelo Brasil e que atingem relevancia mundial sao: o milho, sendo o Brasil o terceiro maior produtor, atras apenas da China e dos EUA, com uma producao equivalente a 95000 mil toneladas no ano de 2018, representando 9,6% do mercado mundial; a soja, com participacao muito grande no mercado mundial (27,5%) e com uma producao de 107 milhoes de toneladas no mesmo periodo; o cafe, sendo o Brasil o maior produtor de cafe do mundo, com 32,7% de toda a producao desse grao sendo realizada em solo nacional. No mercado de exportacoes, a parcela que cabe ao Brasil e de 25,3% do mercado mundial, com uma exportacao de 33030 mil sacas de 60Kg de 2016 a 2017. O Brasil tambem e o maior produtor de acucar no mundo (22,1% da producao mundial) e garante uma fatia de 48,4% de toda a exportacao desse produto pelo mundo. E importante tambem destacar a posicao de destaque do Brasil como exportador de carne bovina. O Brasil e o segundo pais com maior quantidade de cabecas de gado, abaixo apenas dos Estados Unidos. No mercado mundial de exportacoes, o Brasil representou 14,4% de toda a exportacao de carne bovina no ano de 2017. Tambem e o segundo maior produtor de carne de frango com 14,7% de toda a producao mundial. Nesse caso, o Brasil e lider de exportacao dessa carne, representando 35% de toda a exportacao do mundo. [ 7 ]

A Secretaria de estado de agricultura, pecuaria e abastecimento de Minas Gerais publicou em 2017 a edicao do perfil do agronegocio mundial. De acordo com essa edicao, os principais insumos agricolas produzidos nesse periodo foram: milho (36,3%), trigo (26,3%), arroz (16,9%) e soja (12,2%). De 2015 a 2016 foram produzidas 164,9 milhoes de toneladas de frutas e 143,6 de acucar, alem de 152,9 milhoes de sacas de 60kg de cafe. No ramo da pecuaria, o mundo apresentou, em 2016, uma quantia de 1.279,5 milhoes de cabecas de gado.

Impactos socioeconomicos [ editar | editar codigo-fonte ]

Em termos de impactos socioeconomicos, a producao mundial de alimentos esta diretamente relacionado ao surgimento das mais diversas calamidades como, por exemplo, como evidenciado por:

"A fome afeta 821 milhoes de pessoas, ou 10,9% da populacao mundial (FAO et al. 2018). A desnutricao aguda e responsavel pela desnutricao de 150,2 milhoes de criancas, enquanto 50,5 milhoes de criancas sao desperdicadas, determinando impactos irreversiveis ao longo de suas vidas. A desnutricao e responsavel pela mortalidade e morbidade aguda de doencas diarreicas, malaria, sarampo, pneumonia em criancas menores de 5 anos de idade e condicoes perinatais de baixo peso materno" Traduzido de Springer, Cham

Referencias

  1. Allievi, F., Antonelli, M., Dembska, K., & Principato, L., "Understanding the Global Food System", In Achieving the Sustainable Development Goals Through Sustainable Food Systems, p. 3-23, Springer, 2019
  2. Springmann, M., Clark, M., Mason-D’Croz, D. et al., "Options for keeping the food system within environmental limits". Nature 562, 519?525, 2018. [ Options for keeping the food system within environmental limits ]
  3. Bombelli, A., Di Paola, A., Chiriaco, M. V., Perugini, L., Castaldi, S., & Valentini, R.. "Climate change, sustainable agriculture and food systems: The world after the Paris agreement". In Achieving the Sustainable Development Goals Through Sustainable Food Systems, p. 25-34, Springer, 2019
  4. Food loss and waste reduction, measurement and policy
  5. Makov, T., Shepon, A., Krones, J. et al. "Social and environmental analysis of food waste abatement via the peer-to-peer sharing economy". Nat Commun 11, 1156, 2020. Social and environmental analysis of food waste abatement via the peer-to-peer sharing economy
  6. Food wastage footprint: Impacts on Natural Resources
  7. Perfil do Agronegocio Mundial