Dom
Piero Marini
(
Valverde
,
13 de janeiro
de
1942
) e um
arcebispo
catolico
italiano
e
presidente
-emerito do
Pontificio Comite para os Congressos Eucaristicos Internacionais
.
Foi ordenado sacerdote em
27 de junho
de
1965
. Em setembro do mesmo ano iniciou seu trabalho na
Curia Romana
, mais precisamente no
Consilium ad exsequendem Constitutionem de sacra Liturgia
.
A partir daquele momento, Dom Piero Marini continuou a trabalhar em varios organismos da
Santa Se
que tinham ligacao direta na reforma liturgica proposta pelo
Concilio Vaticano II
: de
1965
a
1969
, trabalhou no mencionado "Consilium"; de
1970
a
1987
atuou na Congregacao para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos.
Durante os anos de trabalho nos
dicasterios
, Dom Marini recebeu varios encargos: oficial, em
26 de janeiro
de
1983
na
Congregacao para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos
; foi subsecretario, em
1 de abril
de
1985
da
Congregacao para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos
.
Ate o fim de
1970
, Dom Marini prestou servicos nas celebracoes liturgicas presididas pelo
Papa Paulo VI
, e no dia
12 de outubro
de
1975
do nomeado cerimoniario pontificio, encargo que deixou em
1985
quando foi nomeado subsecretario da
Congregacao para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos
. Em
1975
, tornou-se secretario particular do arcebispo
Annibale Bugnini
, que foi seu mentor intelectual.
Dom Piero Marini estudou teologia no Seminario de Bobbio. Em
1970
, depois de ter obtido a licenciatura, conseguiu a laurea em teologia com especializacao em liturgia junto ao
Pontificio Instituto Liturgico
de
Sant'Anselmo
, em
Roma
. Em 1981 conseguiu uma segunda laurea em Ciencias Politicas, junto a
Libera Universita degli studi sociali
, de
Roma
.
Escreveu varios artigos sobre a atuacao da reforma liturgica do
Concilio Vaticano II
e colaborou de modo particular na redacao do novo Cerimonial dos Bispos (
Cæremoniale Episcoporum
).
Em 22 anos de trabalho nos organismos da Se Apostolica dedicados, a reforma da liturgia deram a possibilidade a Dom Marini de seguir de perto a atuacao da reforma liturgica em suas varias fases, desde o concilio. Durante os 15 anos de servico junto ao Oficio das Cerimonias Pontificias, Dom Piero Marini tomou parte de varios acontecimentos importantes da historia recente da Igreja Catolica; como os quatro ultimos
conclaves
de
1978
e
2005
, que elegeram os Papas
Paulo VI
,
Joao Paulo I
,
Joao Paulo II
e
Bento XVI
e das viagens apostolicas de Joao Paulo II e Bento XVI.
Por varios anos foi docente de liturgia no Pontificio Instituto Santo Anselmo, em
Roma
, onde ministrou alguns cursos sobre Liturgia Episcopal e sobre Historia da Reforma Liturgica do
Concilio Vaticano II
.
Em
24 de fevereiro
de
1987
, o
Papa Joao Paulo II
nomeou Dom Marini, Mestre das Celebracoes Liturgicas Pontificias. Durante os anos, a frente do
Oficio das Celebracoes Liturgicas do Sumo Pontifice
, Dom Piero promoveu uma renovacao no seu departamento, obtendo uma autonomia juridica na
Curia Romana
, reorganizando todo o oficio. No ambito de tal renovacao, o
Papa
, em
1991
uniu o
Oficio das Celebracoes Liturgicas do Sumo Pontifice
a Sacristia Pontificia e confiou ao mestre de celebracoes o cuidado das capelas do Palacio Apostolico, dentre elas:
Capela Sistina
, Capela Paulina e a Capela Redemptoris Mater.
Dom Marini promoveu tres encontros internacionais de especialistas sobre liturgia papal. Os encontros trataram sobre os varios ritos da liturgia papal, como os
consistorios
, as beatificacoes e canonizacoes, o rito de entrega dos palios e todos os outros ritos presididos pelo
Papa
. Particularmente significativas foram as grandes celebracoes nos varios ritos orientais ao longo do Ano Santo Mariano, em
1987
e
1988
.
A variedade e a riqueza das expressoes rituais, proprias das diversas culturas, atingidas pelas viagens do
Papa
, foram promovidas devidamente respeitadas por Dom Marini, que a cada viagem papal, viajava meses antes para acompanhar de perto os preparativos liturgicos de cada pais; preparando tambem subsidios, como textos explicativos, para favorecer a participacao dos fieis e a divulgacao para os meios de comunicacao social.
Em
14 de fevereiro
de
1998
o
Papa Joao Paulo II
, nomeou Dom Piero Marini
bispo
com o titulo de
Martirano
, conservando-o no posto de mestre de cerimonias. Foi ordenado bispo pelo
Papa
na
Basilica de Sao Pedro
, junto com
Stanislaw Dziwisz
e
James Michael Harvey
, no dia
19 de marco
do mesmo ano.
Foram marcantes suas atuacoes nas celebracoes do Grande Jubileu do ano
2000
, nas participacoes que reuniram grandes multidoes, na abertura e fechamento da Porta Santa e nas celebracoes ecumenicas.
O cuidado e a dedicacao do mestre de cerimonias ficaram evidentes durante o periodo acentuado da doenca de
Joao Paulo II
, quando celebracoes liturgicas foram adaptadas ao Papa doente.
Em
29 de setembro
de
2003
foi elevado a dignidade de
arcebispo
pelo Papa
Joao Paulo II
.
Durante o ano de
2005
, nas celebracoes da Semana Santa no
Vaticano
, esteve concelebrando junto com todos os
bispos
, ficando de fora, depois de muitos anos, do posto de mestre de cerimonias, ja que o
Papa Joao Paulo II
nao presidiu as celebracoes pelo avanco de sua doenca. Na
morte do Papa
, preparou todo o seu funeral; o conclave e a posse do
Papa Bento XVI
, que o manteve no cargo.
No dia
1 de outubro
de
2007
, o
Papa Bento XVI
o nomeou presidente do
Pontificio Comite para os Congressos Eucaristicos Internacionais
, sendo substituido no antigo cargo por
Monsenhor Guido Marini
, que, segundo alguns
vaticanistas
estaria mais alinhado com a liturgia desejada pelo
papa
. Segundo estas mesmas fontes, o arcebispo Piero Marini nao teria sido consultado; mas, apenas, informado sobre quem seria seu sucessor. Marini que, antes, estava cotado para ser criado
cardeal
, ficou de fora do
consistorio
anunciado dia
17 de outubro
de
2007
.
Lema
:
FONS VITÆ
(Fonte de Vida)
Brasao
: Escudo eclesiastico de goles com uma faixa de argente sobreposta por uma faixeta ondulada de blau. O escudo esta pousado sobre uma cruz arquiepiscopal de jalde sobreposta por um chapeu eclesiastico com seus cordoes com dez borlas de cada lado, tudo de sinopla, forrado de goles. Sob o escudo um listel de jalde com o lema: FONS VITÆ, em letras de sable.
Interpretacao: O campo de goles (vermelho), simboliza o fogo da caridade inflamada no coracao do arcebispo pelo Divino Espirito Santo, bem como, valor e socorro aos necessitados. A faixa de argente (prata) simboliza a inocencia, a castidade, a pureza e a eloquencia, virtudes essenciais num sacerdote; e a faixeta ondulada que atravessa o brasao, clara referencia ao
mar
na desinencia do sobrenome Marini, faz pensar antes de tudo, no Senhor Deus: “Em ti encontra-se a fonte da vida” (Sl 35) e, sendo de blau (azul), significa: justica, serenidade, fortaleza, boa fama e nobreza. A onda e tambem referencia a agua do
Mar Vermelho
que salvou o povo da Antiga Alianca e em particular as aguas do
Batismo
, que da vida aos filhos da
Igreja
. Por isso, “fonte da vida” da
Igreja
, e dita tambem na sagrada liturgia (SC n. 10).
O listel, por seu metal jalde (ouro) traduz: nobreza, autoridade, premencia, generosidade, ardor e descortinio. O lema se refere, tambem, a um dos mais belos titulos dedicados a
Virgem Maria
; no oriente se celebra a festa de Maria “Fons Vitae”, sendo que as letras, por sua cor sable (preto) traduzem: sabedoria, ciencia, honestidade, firmeza e obediencia ao Sucessor de Pedro.
“Quem cre em mim... fontes de agua viva surgirao de suas entranhas”. “Isto ele disse referindo-se ao espirito” (Joao 7, 38-39).
As palavras de Cristo, dirigida a todo cristao, sao dirigidas especialmente aos bispos. Sao significativas as tiras que adornam o “mandyas”, a veste coral propria dos bispos de
Rito Bizantino
; essas ditas fontes, simbolizam as fontes de agua viva que jorram do bispo para a Igreja.
No ano dedicado ao
Espirito Santo
(
1998
), em preparacao ao Grande Jubileu do Ano
2000
, tambem um brasao episcopal pode ser motivo de empenho, para o cristao e em particular para um bispo, que deseja ser, como o Senhor, como a Igreja e como a
Virgem Maria
, “Fonte de Vida”.