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Oralismo

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Oralismo e um metodo de ensino para surdos , proposto principalmente por Alexander Graham Bell (1874-1922).

Este metodo considera que a maneira mais eficaz de ensinar o surdo e atraves da lingua oral ou falada , utilizando treino da fala, da leitura labial (oralizacao) e treino auditivo. A vertente defende que a pessoa surda apresenta maior e mais rapido aprendizado e desenvolvimento tanto intelectualmente quanto linguisticamente atraves da lingua oral. [ 1 ]

O Oralismo considera a visao clinico-terapeutica, e que a surdez e uma "deficiencia" em relacao a comunidade ouvinte. Em outras palavras, os surdos possuem uma desvantagem quando comparada aos demais, e surge assim a ideia de que a surdez e uma deficiencia que necessita ser minimizada, com a intencao de que o surdo seja igual ao ouvinte. [ 2 ] Em sintese, o oralismo foi um paradigma imposto a populacao surda por pesquisadores ouvintes que desconsideraram a autonomia e identidade surda. [ 3 ]

Surdos que foram educados atraves deste metodo de ensino sao considerados surdos oralizados .

Historia [ editar | editar codigo-fonte ]

O fundador do oralismo foi Samuel Heinicke , que criou a metodologia que ficou conhecida como o "metodo alemao". Para ele, o pensamento so era possivel atraves da lingua oral e o ensino pela lingua de sinais significava ir contra o avanco dos alunos. [ 4 ]

Este metodo ganhou forca no Congresso Internacional de Educadores de Surdos , realizado em Milao nos dias de 9 a 12 de setembro de 1880 (conhecido como Congresso de Milao), que trouxe uma importante mudanca nos rumos da educacao de surdos e, por isso, e considerado um marco historico. [ 3 ]

O congresso contou com uma maioria oralista com o proposito de dar forca de lei as suas proposicoes no que dizia respeito a surdez e a educacao de surdos. Seu objetivo era desenvolver a oralidade dos surdos, para os defensores deste metodo, a lingua falada era essencial para a comunicacao e desenvolvimento do ser humano. [ 5 ]

Houve uma votacao que culminou na proibicao da lingua de sinais como metodo de educacao de surdos. A unica oposicao feita ao oralismo foi apresentada pelo americano Thomas Hopkins Gallaudet , que discordou dos argumentos apresentados, reportando-se aos sucessos obtidos por seus alunos. [ 6 ] Com excecao do americano, todos os participantes, em sua maioria europeus e ouvintes, votaram por aclamacao a aprovacao do uso exclusivo e absoluto da metodologia oralista e o banimento da lingua de sinais sob o argumento que o uso de gestos e sinais seria um impedimento na aprendizagem da lingua oral, sendo essa considerada a mais importante do ponto de vista social. [ 4 ]

A partir do Congresso de Milao, o oralismo foi o referencial assumido no mundo todo sem qualquer questionamento por quase um seculo. No entanto, essa abordagem educacional nao gerou em grandes resultados, a maior parte dos surdos profundos nao desenvolveu uma fala socialmente satisfatoria. Geralmente, esse desenvolvimento era parcial e tardio em relacao a aquisicao de fala apresentada pelos ouvintes, implicando um atraso de desenvolvimento global significativo. [ 7 ]

Por consequencia, no inicio do seculo XX, comecou-se a observar que os surdos nao conseguiam se oralizar plenamente, e passaram a serem considerados deficientes . O descontentamento com os resultados do oralismo levou a pesquisas sobre linguas de sinais, que deram origem a novas propostas em relacao a educacao da pessoa surda. [ 8 ]

Assim, nos anos 70, a entrou em cena a "Comunicacao Total", a qual fazia o uso de sinais, da leitura orofacial, da amplificacao e do alfabeto digital para fornecer inputs linguisticos para estudantes surdos. Esse metodo trouxe melhoras nos aspectos educativos, assim, os surdos, no final do processo escolar, conseguiram compreender e se comunicar um pouco mais satisfatoria. [ 8 ]

Apesar desse pequeno avanco, eles apresentam ainda serias dificuldades em expressar sentimentos e na comunicacao em contextos extraescolares, visto que, a grande maioria nao conseguia atingir niveis academicos satisfatorios para sua faixa etaria. Os sinais ainda ocupavam um lugar acessorio, de auxiliar da fala, nao havendo um espaco para seu desenvolvimento, assim, muitas vezes, os surdos atendidos segundo essa orientacao comunicam-se precariamente apesar do acesso aos sinais. [ 8 ]

A "Comunicacao Total" favoreceu o contato com os sinais, que era proibido pelo oralismo, e esse contato propiciou que os surdos se dispusessem a aprendizagem das linguas de sinais. [ 8 ]

No decorrer do seculo XX, o oralismo foi reafirmado a partir do aperfeicoamento progressivo das tecnologias auditivas corretivas. Passou-se a julgar que a estimulacao auditiva possibilitaria ao surdo/deficiente auditivo se comunicar por meio da terapia da fala. Varios artefatos auditivos vem sendo desenvolvidos, como o implante coclear , que tem sido considerado pela comunidade tecnico-profissional como terapia curativa da surdez. [ 1 ]

Oralismo e Bilinguismo [ editar | editar codigo-fonte ]

Em conjunto com desenvolvimento das propostas de comunicacao total, estudos sobre linguas de sinais foram sendo estruturados, e, assim, aos poucos, surgiram alternativas educacionais voltadas para uma educacao bilingue. [ 8 ]

Segundo estudos de Bouvet (1990) a linguagem de sinais e adquirida pelos surdos com naturalidade e rapidez; e, consequentemente, ela possibilita o desenvolvimento de uma comunicacao eficiente e completa, como a dos sujeitos ouvintes. Alem de proporcionar a expansao cognitivo e social adequado e compativel com a faixa etaria do individuo. [ 9 ]

No modelo bilinguista, o que se propoe e que sejam ensinadas duas linguas: a lingua de sinais e, secundariamente, a lingua oral. A lingua de sinais e considerada a mais adaptada a pessoa surda, por contar com a integridade do canal viso gestual. Esse modelo se contrapoe ao modelo oralista e a comunicacao total porque considera o meio viso gestual de importancia fundamental para a aquisicao de linguagem da pessoa surda e defende um espaco efetivo para a lingua de sinais no trabalho educacional. [ 8 ]

O objetivo da educacao bilingue e que o individuo surdo possa ter um desenvolvimento cognitivo-linguistico equivalente aos demais. Tambem e pensada para que consiga desenvolver uma relacao com ouvintes, bem como com pessoas surdas, acessando as duas linguas: a lingua de sinais e a lingua oral. [ 8 ]

Esse modelo de bilinguismo nao e como ao de quem fala duas linguas orais diferentes, porque nesse caso e aprendido as duas linguas usando o canal auditivo-vocal. Enquanto no caso das criancas surdas, trata-se da aprendizagem de duas linguas que envolvem canais de comunicacao diversos. [ 8 ]

As Linguas de Sinais [ editar | editar codigo-fonte ]

E importante saber que as linguas de sinais nao sao apenas compostas por gestos e mimica, apresenta um estrutura gramatical propria. Atribui-se o status de lingua porque possuem os niveis linguisticos: fonologico, morfologico, semantico e sintatico. [ 10 ]

O item lexical presente na linguagem oral e caracterizados pelos sinais nas linguas de sinais, a principal diferenca entre as ambas esta na sua modalidade; as linguas de sinais sao marcadas pela visual-espacial. [ 10 ]

Politicas Publicas Inclusivas na educacao dos surdos [ editar | editar codigo-fonte ]

Algumas das politicas que permeiam a trajetoria da Educacao Inclusiva no Brasil ate alcancar a Lei de Libras - Decreto nº 5.626/05, que regulamenta a Lei nº 10.436/2002, sao listadas abaixo:

  • Declaracao Universal dos Direitos Humanos (1948);
  • Declaracao Mundial sobre Educacao para Todos ? Declaracao de Jomtien (1990);
  • Declaracao de Salamanca (1994);
  • Lei de Diretrizes e Bases da Educacao Nacional ? LDB (1996);
  • Plano Nacional de Educacao (2001);
  • Lei de Libras (2002);
  • Convencao Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiencia (2006);
  • Politica Nacional de Educacao Especial na Perspectiva da Educacao Inclusiva (2008). [ 11 ]

Inicialmente, e importante considerar o impacto da Declaracao Universal dos Direitos humanos (1948), elaborado para validar os direitos a liberdade, igualdade, saude e educacao como bens humanitarios atribuidos a todo e qualquer sujeito. O documento defende que a discriminacao, de qualquer natureza, e crime; alem de reafirmar que qualquer ser humano tem direito a vida, liberdade e seguranca, direito a educacao gratuita de qualidade e a liberdade de expressao. [ 11 ]

Ainda no quesito educacao para todos, e subentendido que o atendimento educacional deve respeitar a especificidade de cada individuo. Nessa mesma perspectiva, em 1990, em Jomtien, foi elaborado o documento intitulado “Declaracao Mundial sobre Educacao para Todos: Satisfacao das Necessidades Basicas de Aprendizagem”, que defende a universalizacao do acesso a educacao e promocao de equidade. [ 11 ]

Seguindo esses principios, em 1994, a Declaracao de Salamanca foi realizada durante a Conferencia Mundial sobre necessidades Educativas Especiais. A Declaracao e vista como um passo essencial no desenvolvimento da Educacao Inclusiva; por meio dela, houve a ampliacao do conceito de necessidades educacionais especiais que contemplem a diversidade. [ 11 ]

Apesar de propor e defender melhorias, as declaracoes nao foram suficientes para superar os desafios pedagogicos da inclusao. Nesse cenario, a Convencao Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiencia, que ocorreu em 2006 foi um marco no sentido de ressignificar o conceito de diversidade; ampliando o horizonte para o fato de que a diversidade implicava em abordagens diversas tambem. [ 11 ]

A partir de mudancas no cenario internacional, o Brasil avancou com a Lei de Diretrizes e Bases da Educacao Nacional ? LDB (1996), mesmo que timidamente, na inclusao, na modalidade de Educacao Especial. Para a lei, a Educacao Inclusiva e tifa como uma modalidade de educacao escolar, a qual e dever do Estado e deve ser oferecida na rede regular de ensino. Seguindo com o avanco, entra em cena, em 2001, o Plano Nacional de Educacao ? PNE, englobando ambitos sociais, culturais, politicos e educacionais questionadas pela populacao, sob a otica das lutas e proposicoes que defende a construcao de uma sociedade mais justa e igualitaria. [ 11 ]

Em 2008 houve a elaboracao da Politica Nacional de Educacao Especial na Perspectiva da Educacao Inclusiva. O documento apresenta um copilado de orientacoes sobre politicas publicas voltadas para a Educacao Especial e Inclusiva: orienta os sistemas de ensino a garantir nao so no acesso ao predio escolar, mas tambem pedagogico, garantindo aprendizagem, ensino continuo e oferta de atendimento educacional especializado. [ 11 ]

A Lei de Libras em 2002 reconhece essa linguagem como forma de comunicacao e expressao; assim, em consonancia com esse pressuposto, o Decreto nº 5.626/05 foi elaborado. O Decreto propoe disposicoes especificas para o desenvolvimento da Educacao Inclusiva para os surdos, isto e, a Educacao Bilingue. [ 11 ]

Artefatos auditivos [ editar | editar codigo-fonte ]

A politica publica para os surdos no Brasil , intitulada "Politica Nacional de Atencao a Saude Auditiva", se baseia na perspectiva biomedica de inclusao do surdo na sociedade ouvinte, atraves da disponibilizacao de aparelhos auditivos, dentre outras praticas de oralizacao. [ 1 ]

Usuarios de implante coclear ou de aparelhos auditivos fazem a opcao pela filosofia oralista em sua educacao; portanto, sao deficientes auditivos oralizados e nao usam a lingua de sinais como meio de comunicacao. Os deficientes auditivos oralizados tendem a ter uma vida social mais restrita que a das pessoas surdas, pois nao participam da cultura surda ou usam a lingua de sinais, e tambem sao rejeitados pelas pessoas ouvintes por causa da sua deficiencia. [ 12 ]

Referencias

  1. a b c Nobrega, Juliana Donato; Andrade, Andrea Batista de; Pontes, Ricardo Jose Soares; Bosi, Maria Lucia Magalhaes; Machado, Marcia Maria Tavares (2012). ≪Identidade surda e intervencoes em saude na perspectiva de uma comunidade usuaria de lingua de sinais≫ . Ciencia & Saude Coletiva . 17 (3): 671?679. ISSN   1413-8123 . doi : 10.1590/S1413-81232012000300013 . Consultado em 5 de abril de 2020  
  2. Alpendre, Elizabeth Vidolin (2008). ≪Concepcoes sobre Surdez e Linguagem e o Aprendizado de Leitura≫ (PDF) . Curitiba: Programa de Desenvolvimento Educacional. Proposta de Material Pedagogico: Caderno Pedagogico : 2-44 . Consultado em 10 de junho de 2023  
  3. a b KRONBAUER, Ellis Matte (2018). ≪UM PASSADO (NAO TAO) DISTANTE?≫ (PDF) : 1-26 . Consultado em 10 de junho de 2023  
  4. a b Dores, Clarissa Fernandes das (2017). ≪A ESCOLARIZACAO DE SURDOS E O CONGRESSO DE MILAO: ECLOSAO DA NORMALIZACAO PARA ORALIDADE≫ (PDF) . Mariana: Universidade Federal de Ouro Preto: 16-23 . Consultado em 10 de junho de 2023  
  5. Cristiano, Almir (19 de marco de 2023). ≪O Congresso de Milao≫ . Consultado em 10 de junho de 2023  
  6. SACKS, Oliver (2010). Vendo vozes: uma jornada pelo mundo dos surdos . [S.l.]: Companhia das Letras. p. 205. ISBN   978-85-8086-686-5  
  7. DUARTE, ANA BEATRIZ DA SILVA (2009). ≪RELEITURA HISTORICA DA EDUCACAO DE SURDOS NO BRASIL: 1961 - 1996≫ (PDF) . Uberlandia: UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA: 80 - 170 . Consultado em 10 de junho de 2023  
  8. a b c d e f g h Lacerda, Cristina B. F. de (1998). ≪Um pouco da historia das diferentes abordagens na educacao dos surdos≫ . Cadernos CEDES . 19 (46): 68?80. ISSN   0101-3262 . doi : 10.1590/S0101-32621998000300007 . Consultado em 5 de abril de 2020  
  9. Bouvet, Danielle; Bouvet, Danielle; Bouvet, Danielle (1990). The path to language: bilingual education for deaf children . Clevedon: Multilingual Matters  
  10. a b Mouteira, Nathalia Quintella Suarez. ≪A AQUISICAO DA LINGUAGEM: O USO DA LIBRAS X A ORALIZACAO DOS SURDOS≫ (PDF) . UNIFESO. OBSERVATORIO EDUCACIONAL . Consultado em 22 de junho de 2023  
  11. a b c d e f g h Reis, Marlene Barbosa de Freitas; Morais, Isadora Cristinny Vieira de (14 de abril de 2020). ≪Inclusao dos surdos no Brasil: do oralismo ao bilinguismo: DO ORALISMO AO BILINGUISMO≫ . Revista UFG . ISSN   2179-2925 . doi : 10.5216/revufg.v20.62052 . Consultado em 16 de junho de 2023  
  12. Chaveiro, Neuma; Duarte, Soraya Bianca Reis; Freitas, Adriana Ribeiro de; Barbosa, Maria Alves; Porto, Celmo Celeno; Fleck, Marcelo Pio de Almeida; Chaveiro, Neuma; Duarte, Soraya Bianca Reis; Freitas, Adriana Ribeiro de (2014). ≪Qualidade de vida dos surdos que se comunicam pela lingua de sinais: revisao integrativa≫ . Interface - Comunicacao, Saude, Educacao . 18 (48): 101?114. ISSN   1414-3283 . doi : 10.1590/1807-57622014.0510 . Consultado em 5 de abril de 2020  
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