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Invasoes barbaras da Peninsula Iberica

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Serie
Historia da peninsula Iberica
Portugal Espanha
Pre-Historia
Periodo pre-romano
Invasao romana
Hispania : Citerior e Ulterior
Betica ; Cartaginense ; Galecia ; Lusitania e Tarraconense
Migracoes barbaras : Suevos e Visigodos
Invasao e dominio arabe
Periodo das taifas
A Reconquista e o Reino das Asturias
Reino de Leao
Portucale   Aragao ; Castela - Leao e Navarra

Da-se o nome de invasoes barbaras a serie de migracoes de varios povos distintos, exteriores ao Imperio Romano, para a Peninsula Iberica , que viriam a alterar radicalmente a organizacao da regiao ate entao denominada Hispania sob o Imperio Romano .

O termo "barbaro" deriva do latim “barbarus” e do grego β?ρβαρο?”, palavras usadas por gregos e romanos para se referir ao estrangeiro cuja lingua era incompreensivel e cujos costumes consideravam diferentes. Com o tempo, este termo vai adquirir o sentido de selvagem, grosseiro, algo do qual e necessario se proteger. Esta concepcao acirrara o antagonismo entre “civilizados” e "barbaros", e os individuos as margens das fronteiras do Imperio Romano, vistos como inferiores, passarao a representar uma ameaca a integridade do Imperio.

Para alguns pesquisadores, como Maria Sonsoles Guerras [ 1 ] e Jacques Le Goff , [ 2 ] estes movimentos migratorios ocorridos entre os anos de 300 e 800 teriam marcado a passagem da Antiguidade para a Idade Media na Peninsula Iberica, porem, ha grupos de estudiosos que afirmam que esta mudanca so viria a ocorrer, de fato, com a tomada de Roma por Alarico I em 410, e ha ainda outros que atribuem esta passagem de eras ao inicio da Dinastia Carolingia , em 751. [ 3 ]

Migracoes barbaras e a queda do Imperio Romano [ editar | editar codigo-fonte ]

Ver artigo principal: Migracoes dos povos barbaros

A chegada dos “barbaros” ao Imperio Romano, cujos objetivos sao associados a pura violencia e a tradicao belica sob as quais estigmatiza-se esses povos, teria sido, na realidade, desencadeada pela presenca dos Hunos na Europa, cujas acoes teriam gerado instabilidade na regiao e posto em fuga estes outros grupos- que, na peninsula iberica, destacam-se os Vandalos , Suevos e Alanos , nas regioes da Lusitania, que corresponde ao Centro e Sul de Portugal, Carceres , Badajoz e Salamanca, alem da Segovia e Madrid na Espanha, e os Visigodos que, por mais tempo, ocuparam a Espanha ? que viram-se entao ameacados e avancaram para as fronteiras romanas.

Este contato entre romanos e estrangeiros nao se deu apenas por meio de conflitos, a citar o caso dos proprios Hunos, que teriam provocado estas varias invasoes e, posteriormente, foram utilizados pelo exercito romano para combater outros grupos. O mesmo tambem se deu com os Visigodos, que atacaram a regiao da Hispania romana, mas que em um outro momento foram incorporados as fileiras do Imperio no combate aos Suevos e Alanos. Dessa forma, percebe-se que as relacoes entre romanos e barbaros ultrapassa a dualidade dos “herois” e “viloes”, sendo permeada por situacoes de conflito direto, aliancas militares e ate mesmo de incorporacao destes “invasores”, ou imigrantes, a propria estrutura politica do Imperio Romano.

Povos barbaros na Peninsula Iberica (Hispania), regiao pertencente ao Imperio Romano.

Estas migracoes nao devem, portanto, ser compreendidas como causa unica para o fim do Imperio Romano, sendo necessario compreende-las como catalisador de uma conjuntura de crise que ja se anunciava nas estruturas romanas, marcada por uma depressao economica que  atingira as cidades, enfraquecendo as elites detentoras de terras, o que apenas seria agravado pela chegada dos estrangeiros e a consequente necessidade de ceder territorios a estes, o que tambem contribuiu para o descontentamento desta elite frente ao poder central do Imperio Romano, acirrando as divisoes politicas internas. 

Impacto das migracoes barbaras na Peninsula Iberica [ editar | editar codigo-fonte ]

As consequencias das invasoes barbaras na peninsula iberica podem ser observadas em diversas instancias, no ambito economico, com as trocas comerciais ocorridas entre os estrangeiros e os romanos, nas relacoes culturais, que tiveram influencia, principalmente, na arte e na lingua, fazendo surgir, por exemplo, as variacoes do latim em contato com o idioma dos diferentes povos, e na religiao, com o aparecimento da vertente crista conhecida como arianismo , que consiste em uma leitura, uma adaptacao, por parte dos povos barbaros, do cristianismo romano, que tera maior destaque no periodo da dominacao visigotica na peninsula.

A partir deste periodo de desestruturacao do Imperio Romano, o Cristianismo intensifica seu processo de consolidacao como religiao oficial, quando a  Igreja Catolica surge como alternativa de aparato burocratico e administrativo, perante o esfacelamento do Estado romano, tonando-se responsavel por manter a comunicacao entre os regentes e os demais individuos, visto que ocupava “o seio imperial e o coracao dos homens”. [ 4 ]

Alem disso, cabe ressaltar a importancia destas migracoes enquanto um dos fatores que impulsionaram o movimento de “fuga” para o campo, ocasionado pelo crescimento demografico gerado pela insercao destes barbaros em territorios romanos, e o proprio medo decorrente de sua imagem como selvagens e violentos. Esta migracao para as zonas rurais, teve como uma de suas consequencias o fortalecimento das oligarquias locais, que serao de grande relevancia na estrutura politico-economica conhecida como " feudalismo ", um dos aspectos mais recorrentes da Idade Media.

Bibliografia [ editar | editar codigo-fonte ]

  • BANNIARD, Michel. A Alta Idade Media Ocidental. Lisboa: Europa-America, 1985.
  • CARVALHO, Margarida Maria de, VIOTTI, Ana Carolina de Carvalho e GONCALVES, Bruna Campos. Barbarizacao do exercito romano e renovacao historiografica: Novas perspectivas sobre o tema. Disponivel em http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/historia/article/viewFile/15299/10290 Acesso em 22/04/2016;
  • CASTRO, Carlos Jair Gomes de, MEDEIROS, Jefferson Augusto de A., SIQUEIRA, Salles Romildo de A. ICAR: Dos primordios do Cristinianismo, passando por sua formacao hierarquica ate sua submissao ao Poder Franco na alta Idade Media. Disponivel em https://web.archive.org/web/20160804173121/http://coopex.fiponline.com.br/images/arquivos/documentos/11.pdf Acesso em 26/04/2016;
  • CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionario Etimologico da Lingua Portuguesa. 3 ª Ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2007;
  • FRIGHETTO, Renan. Estruturas Sociais na Antiguidade Tardia Ocidental (seculos IV- VIII). In: Repensando o Imperio Romano-Perspectiva socioeconomica, politica e cultural. SILVA, Gilvan Ventura da; MENDES, Norma Musco(orgs.). EDUFES. Espirito Santo :2006;
  • FRIGHETTO, Renan. Religiao e politica na Antiguidade Tardia: os godos entre o arianismo e o paganismo no seculo IV. IN: Dimensoes- Revista de Historia da Ufes. Vol. 25, 2010. Disponivel em http://www.periodicos.ufes.br/dimensoes/article/view/2546/2042 Acesso em 26/04/2016;
  • GUERRAS, Maria Sonsoles. Os Povos Barbaros. Sao Paulo: Atica, 1987;
  • HEATHER, Peter. The Huns and The End of the Roman Empire in Western Europe. Diponivel em http://ehr.oxfordjournals.org/content/CX/435/4.full.pdf+html Acesso em 22/04/2016;
  • LE GOFF, Jacques. A Instalacao dos barbaros ( seculos V-VII). In: A Civilizacao do Ocidente Medieval. Lisboa: Editora Estampa, 1983. Vol. I;
  • LE GOFF, J. A Idade Media Explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007;
  • MACEDO, Jose Rivair. Conquistas Barbaras. In: MAGNOLI, Demetrio (Org.). Historia das Guerras. Sao Paulo : Contexto, 2006.
  • RUQUOI, Adeline. A Antiguidade Tardia (409-711). In: Historia Medieval da Penisula Iberica. Lisboa: Estampa, 1995;
  • SOUZA, Rodrigo Goncalves de, VENTURINI, Renata Lopes Biazoto. O fortalecimento do Cristianismo no mundo romano: O conflito entre as ideias cristas e os paganismo. Disponivel em http://www.pph.uem.br/cih/anais/trabalhos/515.pdf Acesso em 13/05/2016.


Referencias [ editar | editar codigo-fonte ]

  1. GUERRAS, Maria Sonsoles. Os Povos Barbaros. Sao Paulo: Atica, 1987 . [S.l.: s.n.]  
  2. LE GOFF, J. A Idade Media Explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007; . [S.l.: s.n.]  
  3. RUQUOI, Adeline. A Antiguidade Tardia (409-711). In: Historia Medieval da Penisula Iberica. Lisboa: Estampa, 1995 . [S.l.: s.n.]  
  4. ≪CASTRO, Carlos Jair Gomes de, MEDEIROS, Jefferson Augusto de A., SIQUEIRA, Salles Romildo de A. ICAR: Dos primordios do Cristinianismo, passando por sua formacao hierarquica ate sua submissao ao Poder Franco na alta Idade Media.≫ (PDF) . Arquivado do original (PDF) em 4 de agosto de 2016  

Ver tambem [ editar | editar codigo-fonte ]