Manuel Portela Valladares
(
Pontevedra
,
31 de janeiro
de
1867
?
Bandol
,
29 de abril
de
1952
) foi um
politico
espanhol
de ideologia
liberal
centrista
. Foi ministro durante o reinado de
Afonso XIII
e ocupou o lugar de
presidente do governo
durante a
Segunda Republica Espanhola
de 1935 a 1936.
Filho de Juan Portela Deus e Teresa Valladares Rial, ficou orfao de pai com apenas dez anos. Foi acolhido pela sua tia, Juana Portela Deus, mulher do impressor Jose Villas. Estudou no colegio de jesuitas de Camposancos em
A Guarda
, para posteriormente seguir a carreira de Direito na
Universidade de Santiago de Compostela
, graduando-se em 1889.
Ate 1899 residiu na cidade de
Pontevedra
, onde trabalhou como redator do
Diario de Pontevedra
, exerceu de juiz municipal e foi decano do Colegio de Advogados. Em 1898, com apenas 31 anos, conseguiu vaga de registrador da propriedade em
Madrid
.
Instalado em Madrid, entrou no mundo da politica da mao de
Montero Rios
, sendo eleito deputado a Cortes em 1905. Em 1910 foi de novo eleito pelo distrito
lugues
da
Fonsagrada
. Em 1909 foi fundador, com outros intelectuais e politicos, da Liga Agraria de
Accion Gallega
que lideraria
Basilio Alvarez
, a quem ligava uma grande amizade.
Homem de confianca de
Jose Canalejas
, foi nomeado em 1910 Governador Civil de Barcelona e dois anos mais tarde fiscal do Tribunal Supremo. Em 1923 exerceu como ministro de Fomento do ultimo gabinete liberal de
Garcia Prieto
anterior a
ditadura de Primo de Rivera
.
Em 1924 fundou em
Vigo
El Pueblo Gallego
, jornal democratico que abriu as portas a intelectuais republicanos e
galeguistas
, fazendo campanha em prol de uma regeneracao da vida politica espanhola.
Em 1930, Portela Valladares foi um dos assinantes do chamado
Pacto de Barrantes
, no qual participaram os mais destacados lideres republicanos e nacionalistas do momento na Galiza, entre eles
Alfonso Daniel Rodriguez Castelao
, com quem compartia a necessidade de
autonomia
para a Galiza e a quem uniria uma mutua relacao de amizade.
Em 1931 contraiu matrimonio com a aristocrata catala Clotilde Puig i Mir, que lhe deu o titulo de conde de Brias e proporcionou-lhe uma importante fortuna.
Durante a
Republica
foi de 1931 a 1933 parlamentar por
Lugo
e em 1936 pela
provincia de Pontevedra
.
Em 1935, sob o governo direitista de
Alejandro Lerroux
, foi governador geral da Catalunha (Marco-Abril 1935) e ministro da Governacao em duas ocasioes. No fim de ano, o presidente da Republica
Alcala Zamora
encomendou-lhe a presidencia do Governo. O governo centrista que presidiu exerceu as suas funcoes ate a tomada de posse em Fevereiro de 1936 do governo resultante das eleicoes gerais. Apesar das pressoes golpistas dos grupos direitistas, reconheceu a vitoria da
Frente Popular
e entregou o poder aos vencedores legitimos a 19 de fevereiro.
Apos estourar esse mesmo ano a
Guerra Civil
, Portela permaneceu leal a Republica, sendo fiel a sua ideologia liberal e reformista. Desde
Barcelona
, onde se encontrava quando a sublevacao de 18 de Julho, retirar-se-ia a
Nice
, para posteriormente retornar a Espanha e oferecer os seus servicos ao governo republicano de
Juan Negrin
. Participou nas cortes de Valencia reunidas em Outubro de 1937.
Finalizada a contenda em 1939, viu-se obrigado a sair novamente para a
Franca
, onde foi apresado pela
Gestapo
. Embora o regime franquista instalado na Espanha solicitasse a sua extradicao, esta nao foi concedida.
Faleceu no
exilio
em
Bandol
, perto de
Marselha
, em 1952.
- Ante el estatuto. Unificacion y diversificacion de las nacionalidades
. Ed. do resumo da conferencia de 1932 por Manoel Carrete em
Vento do Leste
. Barcelona: Federacion de Entidades Culturais Galegas de Catalunya.
- Dietario (1936-1950)
. Edicion de Jose Antonio Duran (1988):
Dietario de dos guerras (1936-1950): notas, polemicas y correspondencia de un centrista espanol
. Sada, A Coruna: Edicions do Castro.
- Memorias (1952)
. Ed. de Jose Antonio Duran (1988):
Memorias dentro del drama espanol
. Madrid: Alianza Editorial.
- A Nosa Terra e Nos. Escritos em galego
. Ed, de Xose Enrique Acuna (1992). Pontevedra: Casal.
Referencias