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Mario Barradas

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Mario Barradas
Mario Barradas
Mario Barradas a representar O proprietario Puntilla e o seu criado Matti em 1975, no Centro Cultural de Evora
Nome completo Mario de Melo dos Santos Barradas
Nascimento 7 de agosto de 1931
Ponta Delgada
Nacionalidade Portugal Portuguesa
Morte 19 de novembro de 2009  (78 anos)
Lisboa
Ocupacao Encenador e ator
Outros premios
Medalha de Merito Cultural (1998)

Mario de Melo dos Santos Barradas ( Ponta Delgada , 7 de agosto de 1931 ? Lisboa , 19 de novembro de 2009 ) foi um encenador e ator portugues, fundador na decada de 1960 do Teatro Universitario de Mocambique e, mais tarde, do Centro Dramatico de Evora (CENDREV). Foi uma das figuras mais marcantes do panorama teatral portugues apos a Revolucao de 25 de Abril de 1974 . [ carece de fontes ? ]

Biografia [ editar | editar codigo-fonte ]

Como tantos outros, comecou a interessar-se pelo Teatro no Liceu Nacional Antero de Quental , em Ponta Delgada , onde nasceu.

De 1949 a 1954, licencia-se em Direito pela Universidade de Lisboa , e em 1954 assina a sua primeira encenacao com a peca O Mestre Escola de Keita Fodebado , um grande poeta da Guine Conacri , com traducao de Mario Pinto de Andrade . Entretanto dizia poemas em diversos locais, Barreiro, Coimbra, Casa dos Estudantes do Imperio e Cooperativa dos Trabalhadores de Portugal.

Em 1956, como militar, partiu para Timor , e ai montou espetaculos, entre os quais A Farsa de Mestre Pathelin , de autor anonimo do seculo XV .

Em 1962 partiu para Mocambique, onde fundou o Teatro de Amadores de Lourenco Marques (TALM) e onde, ate abril de 1969, montou e interpretou 19 textos de teatro, entre os quais textos de Giraudaux, Cervantes, Lorca, O'Casey, Albee, Ghelderode, Brecht, e outros. Exerceu advocacia nesse periodo. Colaborou como encenador com o ja existente Teatro dos Estudantes Universitarios de Mocambique (TEUM) em Auto de El-Rei Seleuco , O Avejao e Medida por Medida .

Em outubro de 1969, com uma bolsa da Fundacao Calouste Gulbenkian , ingressou, como aluno, na Escola Superior de Arte Dramatica do Teatro Nacional de Estrasburgo, onde, em 1971, foi convidado para professor assistente. Em junho de 1972, a convite de Madalena Perdigao , dirigiu o espetaculo final dos primeiros alunos da nova reforma do Conservatorio Nacional , tendo a partir de outubro integrado a respetiva Comissao e passado a dirigir o mesmo Conservatorio.

Ligou-se entretanto ao grupo de Teatro Independente Os Bonecreiros, onde encenou A Mosqueta de Ruzante, A Grande Imprecacao Diante das Muralhas da Cidade de Dorst e Noite de Guerra no Museu do Prado , de Rafael Alberti , esta ja depois da Revolucao de 25 de Abril de 1974 .

A partir de maio de 1974 iniciou, com Norberto Avila , a preparacao da primeira companhia da Descentralizacao Teatral em Portugal e em 2 de janeiro de 1975 fundou o Centro Cultural de Evora, mais tarde Centro Dramatico de Evora (CENDREV), com sede no ja centenario Teatro Garcia de Resende .

Encenou entretanto espetaculos em Viana do Castelo, Porto, Braga, Vila Real, no Teatro da Beira (Covilha), em Coimbra, nos Acores, e em diversos outros locais.

Dirigiu cursos de formacao de atores em inumeras localidades do pais.

Em Evora, fundou, com o encenador Luis Varela, a Escola de Formacao Teatral do CENDREV.

Encenou e interpretou textos de Aristofanes , Moliere , Corneille, Merimee, Buchner, Marivaux, Shakespeare, Goldoni, Tchekov, Turrini, Dorst, Bernard-Marie Koltes, de quem foi colega e amigo, Vinaver, Bond, Gil Vicente, Sa de Miranda , Chiado, Garrett, Raul Brandao e muitos outros.

Fundou o Teatro da Malaposta , com Jose Peixoto e Jose Martins .

Foi presidente indigitado do Instituto Portugues das Artes do Espectaculo, por nomeacao do ministro Manuel Maria Carrilho , em 1997, cargo de que se demitiu.

Foi diretor da revista ADAGIO, do CENDREV. Com a sua acao, deu um contributo activo e fundamental para o desenvolvimento do panorama teatral portugues nas ultimas decadas , razao pela qual recebeu a Medalha de Ouro da Cidade de Evora , a medalha de Merito Cultural do Ministerio da Cultura , e em 21 de agosto de 1990 foi agraciado pelo Presidente da Republica Portuguesa com o grau de Comendador da Ordem do Merito . [ 1 ]

A morte inesperada impediu-o de realizar o ultimo projeto em que, com grande entusiasmo, trabalhou: a encenacao de Troilus e Cressida , de William Shakespeare , coproducao entre a Companhia Teatro de Almada, a Companhia de Teatro do Algarve e a Companhia de Teatro de Braga, cuja estreia estava prevista para 22 de abril de 2010. Em sua substituicao, e em homenagem a Mario Barradas, a peca foi encenada pelo ator e encenador suico Michel Kullemann, com cenografia e figurinos de Christian Ratz, cenografo frances do Teatro Nacional de Estrasburgo. [ 2 ]

Foi sepultado no Cemiterio do Alto de Sao Joao , em Lisboa.

Foi casado com Maria Joana de Faria Bento Pessoa, com quem teve tres filhos, Rui, Miguel, e Nuno.

Acaba a sua autobiografia [ 3 ] com a frase Duas ultimas observacoes. Partilho a ideologia marxista-leninista e tenho nojo daquilo em que Portugal se esta a transformar. E sou um homem de teatro, actor e encenador, mas nunca me misturei com o que considero o gosto do dinheiro, o facilitismo e a falta de rigor .

Notas

  1. ≪Entidades Nacionais Agraciadas com Ordens Portuguesas≫ . Resultado da busca de "Mario de Melo dos Santos Barradas". Presidencia da Republica Portuguesa . Consultado em 23 de julho de 2020  
  2. ≪22 novembro 2009≫  
  3. Jornal de Letras , 29 de julho - 11 de agosto de 2009