Luis Garcia Meza Tejada
(
La Paz
,
8 de agosto
de
1929
? La Paz,
29 de abril
de
2018
) foi um
politico
e militar
boliviano
,
presidente de seu pais
entre 17 de julho de 1980 a agosto de 1981.
Garcia Meza foi ditador e presidente de fato da Bolivia, por meio de um sangrento golpe de estado em 17 de julho de 1980, derrubando a sua prima e presidente constitucional interina
Lidia Gueiler Tejada
,
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e impossibilitando que o Dr.
Hernan Siles Zuazo
, que 18 dias antes havia ganho as eleicoes presidenciais com 34% dos votos, fosse novamente presidente da Republica.
Considerado um dos mais crueis ditadores sul-americanos e ligado ao cartel de produtores de
cocaina
do pais, estima-se que cerca de 1 000 pessoas tenham sido mortas pelo exercito e forcas de seguranca bolivianos em apenas 13 meses, desde que assumiu o poder.
Depois de renunciar ao cargo devido a grande pressao internacional e substituido por outro militar,
Celso Torrelio
, deixou o pais, onde foi julgado
in absentia
por crimes contra os
direitos humanos
. Extraditado do
Brasil
em 1995, onde se refugiava, e condenado a trinta anos de prisao, cumpriu pena na prisao de Chonchocoro, nas cercanias de
La Paz
.
Em seu livro,
The Big White Lie
, o ex-agente da
DEA
e escritor norte-americano Michael Levine, descreve como a DEA e a
CIA
trabalharam para levar Meza e os produtores de coca boliviana, considerados de direita, ao poder, no intuito de impedir que o governo esquerdista de
Siles Zuazo
, eleito dias antes, assumisse o poder na Bolivia. Por causa das denuncias contidas no livro, em 2007 o presidente
Evo Morales
expulsou a DEA do pais.
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A ditadura narco-militar de Garcia Meza e considerada a primeira e unica vez que um cartel de narcotraficantes assumiu de fato o poder constitucional de um pais.
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Garcia Meza morreu em 29 de abril de 2018, devido a uma obstrucao respiratoria.
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Em fevereiro de 1986, o Congresso Nacional, atual
Assembleia Legislativa Plurinacional
, determinou que havia indicios de culpa de Luis Garcia Meza no desaparecimento forcado de pessoas durante seu governo e outras acoes, estabelecendo a necessidade de iniciar um julgamento de seus colaboradores mais proximos. A Suprema Corte de Justica da Bolivia abriu um processo de responsabilidade contra ele por seus atos praticados durante sua ditadura, sendo julgado por 8 crimes.
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Quando o julgamento comecou em 1986, havia 58 pessoas envolvidas sendo processadas pela justica boliviana. Ao longo do julgamento, 5 deles morreram. Dos 53, apenas 6 foram considerados absolvidos ou inocentes. Os 47 envolvidos restantes receberam sentencas de diferentes magnitudes comecando por Garcia Meza e seu principal colaborador Luis Arce Gomez.
Em 21 de abril de 1993, o tribunal finalmente decidiu e proferiu as seguintes sentencas:
- Luis Garcia Meza Tejada (presidente de fato da Bolivia) foi condenado a 30 anos de prisao.
- Luis Arce Gomez (ministro do interior) foi condenado a 30 anos de prisao.
- Waldo Bernal Pereira (ex-integrante da junta de comandantes) foi condenado a 5 anos de prisao.
- Armando Reyes Villa (Ministro da Defesa e Comandante em Chefe das
Forcas Armadas da Bolivia
) foi condenado a 2 anos de prisao.
O advogado Juan del Granado, depois deputado e prefeito de La Paz, foi uma figura chave no processo de Luis Garcia Meza.
Luis Garcia Meza esteve presente em Chuquisaca para testemunhar no julgamento, no qual foi declarado culpado de crimes contra os direitos humanos.
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Garcia Meza fugiu para o Brasil onde viveu clandestinamente, fugindo da justica boliviana. Em 11 de marco de 1994, Garcia Meza foi capturado pela
Policia Federal
brasileira na cidade de Sao Paulo. O processo de extradicao do Brasil para a Bolivia durou quase um ano ate que o
Supremo Tribunal de Justica
do Brasil finalmente aprovou a extradicao.
Garcia Meza chegou ao Aeroporto Internacional El Alto, na cidade de La Paz, em 15 de marco de 1995, de onde foi imediatamente transferido para a prisao de seguranca maxima de Chonchocoro.
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Garcia Meza passou cerca de 13 anos na prisao de Chonchocoro de 1995 a 2008
Hospital Cossmil e ultimos anos (2008-2018)
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Nos ultimos dez anos de sua vida, Garcia Meza Tejada cumpriu pena no COSSMIL (Hospital Militar), desde o ano de 2008 ate sua morte em 2018, sem cumprir a totalidade da pena, o que o obrigou a passar na prisao ate 15 de marco 2025. Ele morreu de obstrucao respiratoria em 29 de abril de 2018.
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Referencias