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Lucio Elio Sejano

Origem: Wikipedia, a enciclopedia livre.
  Nota: Para o primeiro filho adotivo de Adriano e pai do imperador Lucio Vero , veja Lucio Elio .
Lucio Elio Sejano
Prefeito do Pretorio do Imperio Romano
Consul do Imperio Romano

Moeda emitida durante o consulado conjunto de Tiberio e Sejano.
Antecessor(a) Lucio Seio Estrabao
Sucessor(a) Quinto Nevio Sutorio Macro
Nascimento 20 a.C.
  Volsinios , Etruria
Morte 18 de outubro de 31  (50 anos)
  Roma
Nome completo Lucius Aelius Seianus
Pai Lucio Seio Estrabao
Mae Cosconia Lentula Maluginense

Lucio Elio Sejano (em latim : Lucius Aelius Seianus ; Volsinios , 20 a.C. ? 18 de outubro de 31 d.C ) foi prefeito da guarda pretoriana e em dada altura o homem mais influente na Roma Antiga , durante o reinado do imperador Tiberio .

De origem humilde, Sejano subiu na hierarquia militar ate se tornar lider dos pretorianos, a guarda de elite do imperador, conhecida como a Guarda Pretoriana, da qual foi Prefeito de 14 ate a sua morte em 31. Rapidamente se tornou o braco armado das politicas de repressao impostas por Tiberio, apos seu auto- exilio em Capri . Sejano tentou entrar para a familia imperial ao casar com a viuva do filho do imperador, mas foi impedido; passou entao a alimentar rancor para com Tiberio. Em 31, Sejano foi nomeado consul e organizou uma conspiracao contra o proprio imperador e tomar o seu lugar; Tiberio, no entanto, descobriu o plano por intermedio de Antonia, a Jovem , e mandou executa-lo.

Embora a Guarda Pretoriana fosse estabelecida e organizada pelo primeiro imperador romano Cesar Augusto , Sejano, ao ser designado Prefeito do Pretorio, introduziu uma serie de reformas no corpo que o transformaram de um simples grupo de guarda-costas a um poderoso ramo governamental de grande influencia que participava da administracao civil e da seguranca publica. Os cambios introduzidos por Sejano teriam um grande impacto durante o Principado .

Durante a decada de 20, Sejano acumulou gradualmente poder politico, consolidando a influencia que exercia sobre Tiberio e eliminando os seus adversarios politicos, entre eles o filho do imperador, Julio Cesar Druso . Quando Tiberio se retirou para a ilha de Capri em 26 , Sejano ficou na posse de toda a administracao e agia como governante de facto . O Prefeito tornou-se num dos homens mais poderosos e temidos da cidade. Finalmente, a sua carreira terminou em 31, quando ele e os seus seguidores foram executados devido a existencia de suspeitas de conspirar contra Tiberio.

Familia [ editar | editar codigo-fonte ]

Sejano nasceu em 20 a.C. , em Volsinios , Etruria , no seio da familia de Lucio Seio Estrabao e Cosconia Lentula Maluginense . [ 1 ] [ 2 ] A familia do futuro prefeito pertencia a ordem equestre , uma das duas classes mais altas da sociedade romana, somente superadas pela elite, formada pelos patricios e os senadores . O avo de Sejano, porem, mantinha relacoes com a classe senatorial atraves da sua amizade com Terencia, a mulher de Caio Mecenas , um dos mais poderosos aliados politicos do imperador Augusto. [ 3 ]

O pai de Sejano, Estrabao, reforcou as relacoes com a elite atraves do seu primeiro matrimonio com Elia, filha do consul Quinto Elio Tuberao , [ 3 ] com a que teve um filho chamado Lucio Seio Tuberao , que foi consul sufecto em 18 . [ 3 ] Apos a morte de Elia, Estrabao casou-se com Cosconia Lentula Maluginense, irma de Servio Cornelio Lentulo Maluginense (consul sufecto em 10 ) e Publio Cornelio Lentulo Cipiao , consul sufecto em 2 , e meia irma de Quinto Junio Bleso , consul sufecto em 10. [ 3 ] Com Cosconia, Estrabao teve um filho chamado Lucio Seio, que mais tarde seria adotado na gente Elia por Elio Galo (ou por Sexto Elio Cato ) e passaria a chamar-se Lucio Elio Sejano ou Sejano. [ 3 ]

A familia adotiva de Sejano contava com dois consules, Quinto Elio Tuberao (consul em 11 a.C. ) e Sexto Elio Cato (consul em 4 ). O tio de Sejano, Lucio Bleso distinguiu-se como comandante militar e foi eleito proconsul da provincia da Africa em 21 . Obteve as honras do triunfo ao suprimir a rebeliao de Tacfarinas . [ 4 ]

Segundo o antigo historiador Tacito , Sejano foi tambem amigo do rico Marco Gavio Apicio , [ 1 ] cuja filha pode ter sido a primeira esposa de Sejano. Com a sua primeira esposa teve tres filhos, [ 5 ] dois filhos e uma filha: Estrabao, Capito Eliano e Junilla. [ 2 ]

Ascenso ao poder [ editar | editar codigo-fonte ]

Prefeito do Pretorio [ editar | editar codigo-fonte ]

E provavel que Estrabao, o pai de Sejano chamasse a atencao de Augusto atraves da amizade que manteve o seu avo com a mulher do aliado do imperador Caio Mecenas . Em algum momento entre 2 e 6 , [ 6 ] foi designado membro da Guarda Pretoriana , uma das posicoes mais privilegiadas que um cavaleiro podia ostentar no Imperio Romano . Sejano realizou satisfatoriamente as suas funcoes ate a morte do imperador em 14 d.C. Pouco se sabe desta parte da vida de Sejano, embora, segundo relata Tacito, acompanhasse o herdeiro adotivo de Augusto Caio Cesar durante as suas campanhas na Armenia de 1 a.C. [ 1 ] Quando Tiberio sucedeu Augusto em 14 , Sejano foi designado Prefeito do Pretorio como colega do seu pai Estrabao.

A Guarda Pretoriana era um corpo de guarda-costas de elite, criado por Augusto em 27 a.C. , com a funcao especifica de proteger a vida do imperador e do restante de membros da familia imperial. [ 7 ] Posteriormente os pretorianos foram adquirindo poder e chegaram a administrar os assuntos civis e a seguranca publica. [ 8 ] A sua presenca servia alem de recordatorio para o povo e para o Senado da forte base de poder que sustentava os imperadores. [ 9 ] Augusto porem, buscando nao ofender os republicanos, nao permitiu que a guarda estivesse composta por mais de nove coortes (menos tropas que uma legiao romana ), as quais eram comandadas por dois prefeitos. [ 10 ]

Quando Estrabao foi nomeado governador do Egito em 15 , Sejano tornou-se comandante unico das forcas pretorianas e iniciou uma serie de reformas que reforcariam o poder dos pretorianos, que se tornaram numa ferramenta principal para atingir o trono. [ 11 ] [ 12 ] Os vinte acampamentos, dispersos pela cidade, foram concentrados em um unico, nas cercanias da cidade, [ 13 ] e o numero de coortes aumentou de nove a doze, uma das quais acompanhariam ao longo do dia a familia imperial. Quebrou-se a tradicional cooperacao entre dois prefeitos pretorianos, e Sejano nomeava como se fosse um autocrata a tribunos e centurioes . [ 13 ] As reformas de Sejano supunham a disponibilidade e lealdade de uma forca de 12 000 soldados acampados nas cercanias de Roma. Tiberio abandonou a prudencia de Augusto e exibiu a Guarda nos desfiles. [ 14 ]

Disputa com Druso [ editar | editar codigo-fonte ]

Julho Cesar Druso, filho de Tiberio e inimigo de Sejano.

Em qualidade de Prefeito do Pretorio, Sejano tornou-se depressa num assessor e conselheiro de confianca de Tiberio. Em 23 ja exercia uma consideravel influencia sobre as decisoes tomadas pelo imperador, quem referia Sejano como " o meu companheiro ". [ 13 ] A essas alturas, Sejano ja atingira o pretorado , uma posicao que nao era habitual que ostentassem membros da ordem equestre . [ 11 ] Erigiu-se uma estatua na sua honra no Teatro de Pompeu [ 15 ] e no Senado os seus seguidores foram promovidos a postos privilegiados. [ 13 ] Contudo, a classe senatorial nao via com bons olhos a ascensao de Sejano e ganhou a inimizade da familia imperial, sobretudo do filho de Tiberio, Julio Cesar Druso .

A inimizade entre Sejano e Druso remontava a 15 d.C., ano em que estouraram disturbios entre as legioes estacionadas na Germania e na Panonia . Embora o seu filho adotivo Julio Cesar Germanico sufocasse com sucesso a rebeliao, Tiberio enviou o seu proprio filho Druso acompanhado por duas coortes comandadas por Sejano. [ 16 ] Druso sufocou depressa o restante do motim e executou os lideres que o instigaram. Os executores dos assassinatos foram os pretorianos. [ 17 ] Apesar deste sucesso, ao longo dos seguintes anos observa-se uma crescente animosidade entre Sejano e Druso.

Apos a ascensao de Tiberio ao trono, o imperador conferira gradualmente poder ao seu filho biologico confirmando-o como o seu sucessor ao ceder-lhe o comando das legioes da Iliria em 18 . [ 18 ] e o consulado conjunto com Tiberio em 21 . [ 19 ] Contudo, Sejano exercia como a mao direita do imperador e ambicionado ampliar o seu poder. Em 20 d.C. tentou reforcar a sua relacao com a familia imperial ao oferecer em matrimonio a sua filha Junila a Claudio Druso, o filho de Claudio . [ 20 ] Nesse momento a menina tinha apenas quatro anos, mas o matrimonio foi impedido ao falecer o moco acidentalmente. [ 21 ] Quando fracassou na sua tentativa de ingressar na familia imperial, Sejano focou a sua atencao em eliminar o seu rival Druso. A inimizade entre ambos chegara a um ponto critico em 23 , assim, Druso ferrara um soco a Sejano [ 5 ] lamentando-se abertamente de que "um estrangeiro participasse no governo enquanto estava vivo o filho do imperador". [ 22 ]

Quando Tiberio ja tinha chegado aos sessenta anos de idade, a ascensao ao trono de Druso via-se cada vez mais perto. Para assegurar a sua posicao e a sua vida, Sejano conseguiu seduzir a mulher de Druso, Livila , [ 5 ] e entre os dois conspiraram para assassinar o enganado esposo. Livila envenenou lenta e letalmente a Druso, que faleceu a 13 de setembro de 23 . [ 23 ]

Consolidacao de poder [ editar | editar codigo-fonte ]

Busto de Tiberio.

Tiberio, durante o seu reinado, fora delegando progressivamente as suas tarefas em outros, ate finalmente retirar-se para a ilha de Capri, deixando grande parte da administracao do Imperio nas maos de Sejano. A perda do filho foi um grande golpe, tanto pessoal quanto politico para Tiberio, acostumado a delegar gradualmente as suas responsabilidades imperiais no seu filho a medida que este crescia. [ 24 ] A morte de Druso frustrou os seus planos e Tiberio renegou definitivamente das suas responsabilidades, cedendo todo o poder a Sejano, na espera de que crescessem os filhos do grande general Germanico . [ 23 ]

Germanico morrera em 19 em circunstancias suspeitosas na Siria [ 25 ] (provavelmente envenenado por Cneu Calpurnio Pisao ), e por causa da sua morte, a sua esposa Agripina, a Maior voltara para Roma com os seus filhos e unira-se a um grupo de senadores que se opunham ao crescente poder de Sejano. As relacoes entre Agripina e o imperador eram mas, devido a que a sua chegada a capital manifestara a sua conviccao inequivoca de que o assassino de Germanico fora contratado por Tiberio. [ 26 ] Tambem surgiu uma grande inimizade com a viuva de Augusto, Livia Drusila , que se opunha as ambicoes de Agripina. [ 27 ] Pela sua vez, Sejano via uma potencial ameaca nos filhos de Agripina, Nero Cesar , Druso Cesar e Caio Caligula . [ 27 ]

Sejano tentou novamente ingressar na familia imperial ao solicitar o matrimonio com Livila em 25 , apos ter-se divorciado em duas ocasioes da sua primeira esposa. Possivelmente Sejano procurava com este matrimonio ingressar na familia imperial e, gracas a sua condicao de membro da dinastia julio-claudiana , ser um possivel candidato a sucessao. [ 28 ] O imperador recusou a proposta do pretoriano, ao que advertiu de que corria perigo de se ultrapassar na sua posicao. [ 29 ] Esta inesperada replica fez com que o ambicioso Sejano mudasse de planos e tentasse isolar Tiberio em Roma. A crescente paranoia que experimentava o imperador e os seus receios para Agripina e para o Senado, fizeram que se retirasse para a Campania em 26 e finalmente para Capri em 27 , onde permaneceria ate a sua morte em 37 . [ 30 ] Ao ter acesso a correspondencia imperial, Sejano controlava por completo a informacao que circulava entre o Senado e Tiberio. [ 31 ]

A retirada de Tiberio implicou que todo o poder ficasse nas maos de Sejano, que agiu satisfatoriamente ate a morte de Livia em 29 . [ 32 ] A partir da morte de Livia, Sejano iniciou uma serie de juizos na cidade, mediante os quais eliminava os seus inimigos politicos, aos que proscrevia aumentando o Tesouro e a sua propria fortuna. Muitas das vitimas que eram falsamente acusadas por redes de espias e informantes optaram por se suicidar em lugar de ser condenados em juizos amanhados e, por conseguinte, executados. [ 33 ] Entre os que cairam estava Caio Asinio Galo , influente senador que se opunha a Tiberio e que estava vinculado a faccao de Agripina. [ 34 ] A propria Agripina e dois dos seus filhos foram exilados em 30 , e faleceram de inanicao em suspeitosas circunstancias. [ 35 ] O unico filho de Germanico que conseguiu sobreviver a Sejano foi Caligula, que foi para Capri com Tiberio em 31 . [ 36 ]

Queda [ editar | editar codigo-fonte ]

Juizo [ editar | editar codigo-fonte ]

Em 31 , apesar da sua categoria equestre, Sejano compartilhou o consulado com Tiberio in absentia , [ 37 ] e finalmente casou-se com Livila . O imperador nao aparecera por Roma desde 26 d.C., e Sejano tornou-se no governante de facto do Imperio . Os senadores e os cavaleiros tratavam-no como se fosse tal, [ 38 ] o seu aniversario celebrava-se pelas ruas de Roma e erigiram-se estatuas na sua honra. [ 38 ] Apos esmagar os seus opositores politicos, a posicao de Sejano tornou-se praticamente intocavel. Diao Cassio descreve-o assim:

Durante muitos anos de intrigas e maquinacoes ao servico do imperador, Sejano forjara o seu proprio caminho para se tornar o homem mais poderoso do Imperio. Porem, no final de 31 foi detido, julgado, condenado e executado sem contemplacoes. As razoes da sua subita queda nao sao totalmente claras: [ 40 ] os antigos historiadores acreditavam que a conspiracao que iniciara Sejano contra o imperador chegara a ouvidos de Tiberio e este decidira agir, [ 41 ] enquanto os modernos historiadores acreditam que Sejano nao sonhava com obter o poder para si mesmo, mas ambicionava agir como regente de Tiberio Gemelo , filho de Druso ou do filho de Germanico, Caligula. [ 41 ] A parte da obra de Tacito Anais que relata este tema perdeu-se. Segundo o historiador judeu - romano Flavio Josefo foi Antonia Menor , mae de Livila , que alertou Tiberio da conspiracao de Sejano ao enviar uma carta a Capri. O portador da carta foi o famoso liberto Marco Antonio Palas . [ 42 ] [ 43 ]

O historiador Diao Cassio proporciona informacao detalhada dos fatores que terminaram na queda do pretoriano na sua obra Historia Romana , escrita 200 anos depois. Parece que, ao ter Tiberio noticias de que Sejano usurpara a sua autoridade em Roma, tomou de imediato medidas para o expulsar, mas deu-se conta de que condena-lo poderia iniciar uma rebeliao armada. [ 33 ] O imperador enviou uma serie de cartas contraditorias para o Senado, em algumas das quais elogiava Sejano e os seus seguidores e em outras condenava-os. Tiberio demitiu das suas funcoes como consul, obrigando Sejano a fazer o mesmo. [ 44 ] [ 45 ] Caligula foi investido com as honras do sacerdocio, reavivando o apoio popular para a casa de Germanico. [ 46 ] A confusao resultante das acoes do imperador fez com que muitos dos partidarios de Sejano o abandonassem ate ficar o assunto aclarado, e ampliou a influencia de Tiberio em Roma. [ 46 ]

Quando se tornou evidente que Tiberio retirara o apoio a Sejano e que este ficara desprovido de muitos apoios, com os que o imperador temia enfrentar-se, Tiberio escolheu Nevio Sutorio Macro , prefeito dos vigiles (corpo de policia e bombeiros romanos) [ 47 ] alinhando-o como possivel sucessor de Sejano. [ 48 ] A 18 de outubro de 31 Tiberio convocou Sejano ao Senado, comunicando-lhe numa carta os seus desejos de investi-lo com os poderes tribunicios . Ao entrar no Senado, ao amanhecer, os senadores felicitaram-no pelo seu novo cargo, mas enquanto isso, Macro estava assumindo a prefeitura dos pretorianos um corpo de vigiles rodeara o edificio. [ 48 ] Quando leram a carta, os senadores acusaram Sejano e ordenaram a sua detencao, os vigiles irromperam na Camara e levaram Sejano para o carcere. [ 49 ]

Execucoes e consequencias [ editar | editar codigo-fonte ]

O Senado emitiu uma Damnatio memoriae sobre Sejano, e todas as recordacoes do pretoriano foram eliminadas. Moeda com a inscricao Lucius Aelius Seianus

Em 31 Sejano foi detido e condenado a morte . O Senado emitiu uma Damnatio memoriae sobre ele e, portanto, foram destruidas todas as estatuas que se erigiram na sua honra e o seu nome desapareceu de todos os registros publicos. As moedas nas quais figurava desapareceram da circulacao. A noite do dia em que foi detido, o Senado celebrou uma sessao no Templo da Concordia e condenou-o formalmente. Sacaram Sejano do carcere e estrangularam-no, o seu corpo foi arrojado pelas Escadas Gemonias , onde uma multidao enfurecida rasgou-o em pedacos. [ 50 ]

Os disturbios que se seguiram a morte do Prefeito eram relacionados ao regime de terror que ele levara a cabo. Os pretorianos, pela sua vez, comecaram a saquear casas quando foram acusados de agir por afeto ao seu antigo prefeito. [ 51 ] O filho maior de Sejano, Estrabao foi detido e executado a 24 de outubro . [ 41 ] Ao saber da morte do seu filho, a primeira mulher de Sejano suicidou-se a 26 de outubro , apos enviar uma carta a Tiberio relacionando Sejano com a morte de Druso, e alegando que contava com a cumplicidade de Livila. [ 50 ] As acusacoes da finada esposa foram corroboradas por uma serie de confissoes de Livila, nas quais admitia ter envenenado Druso. [ 52 ]

Enfurecido, Tiberio ordenou celebrar uma serie de execucoes sistematicas na cidade. A propria Livila suicidou-se ou, como conta a lenda, foi obrigada a falecer de fome pela sua propria mae Antonia. [ 50 ] Os outros filhos de Sejano, Capito Eliano e Junilla foram detidos e executados em dezembro desse mesmo ano. [ 2 ] [ 53 ] Segundo antigos historiadores nao existia precedente na execucao de uma virgem, e portanto, Junilla foi violada antes de ser estrangulada. [ 50 ] [ 53 ] Em principios desse mesmo ano, foi aplicada uma damnatio memoriae sobre Livila. [ 54 ]

Embora num primeiro momento Roma se regozijasse da morte de Sejano, a cidade pronto caiu presa de uma serie de juizos que Tiberio ordenou com o objetivo de capturar todos os que pudessem ter apoiado Sejano. [ 55 ] As filas do Senado foram dizimadas e os que mais sofreram foram os integrantes da dinastia julio-claudiana . [ 41 ] Nada escapou da ira de Tiberio. [ 56 ] As detencoes e execucoes eram agora supervisadas pelo novo Prefeito do Pretorio, Quinto Nevio Sutorio Macro. [ 57 ] Esta politica de agitacao continuou ate a morte de Tiberio em 37 d.C., quando foi sucedido pelo filho de Germanico Caio Caligula .

Legado [ editar | editar codigo-fonte ]

Guarda Pretoriana [ editar | editar codigo-fonte ]

Desde a morte do primeiro imperador, Augusto, a 19 de agosto de 14 , a Guarda Pretoriana comecou a empregar a sua forca militar para impor os seus criterios e ambicoes dentro da administracao do Imperio. [ 58 ] A mais importante das reformas de Sejano foi a fundacao do acampamento base da Guarda, o Acampamento pretoriano ( Castra praetoria ), que unificava todas as forcas da cidade. [ 59 ] O poder politico da Guarda tornou-se evidente, precisando Tiberio, em 31 , empregar alguns vigiles como guarda. [ 60 ] pessoal. [ 48 ]

Quando Sejano alcancou o poder atraves da sua prefeitura da Guarda, validou a predicao que realizara Caio Mecenas ao imperador Augusto de que era perigoso deixar um so homem no comando da Guarda. [ 61 ] O historiador Diao Cassio argumenta que, apos a morte de Sejano, somente um Prefeito do Pretorio alcancou tanto poder, Caio Fulvio Plauciano . [ 62 ] A partir da morte de Sejano, a Guarda comecou a desempenhar uma politica ambiciosa e sangrenta, atraves da qual alcancou riqueza e poder assassinando, ocasionalmente,os proprios imperadores e intimidando os seus proprios integrantes ou o povo romano . Em 41 , o sucessor de Tiberio, Caligula , foi assassinado pela propria Guarda, que colocou Claudio no trono, acreditando que o aparentemente indolente anciao seria facil de manejar. O Senado, porem, atreveu-se a opor-se a Guarda. [ 63 ]

Historiografia [ editar | editar codigo-fonte ]

Exceto Veleio Paterculo , os historiadores antigos coincidem em condenar Sejano, [ 1 ] [ 64 ] [ 65 ] embora difiram na teoria de quem manipulou, se Sejano manipulou Tiberio ou Tiberio manipulou Sejano. [ 41 ] Segundo Suetonio , Sejano foi apenas um instrumento de Tiberio, a mao executora na queda de Germanico e a sua familia, ao que o imperador eliminou quando deixou de ser util. [ 66 ] Tacito , afirma porem, que o governo de Tiberio sofreu uma degradacao apos a chegada da corruptora influencia de Sejano, embora tambem se amostre duro com o proprio imperador. [ 67 ]

Entre os escritores que foram vitimas do regime de terror do prefeito, encontram-se os historiadores Aulo Cremucio Cordo , Veleio Paterculo e o poeta Fedro . Cordo foi conduzido a juizo por Sejano, em 25 , sob acusacoes de traicao. O poeta foi acusado de elogiar Marco Junio Bruto e Caio Cassio Longino , falando deles como os "ultimos autenticos romanos", [ 68 ] o que era considerado um delito em virtude da Lex Maiestas , e portanto, o Senado ordenou a queimada dos seus escritos. [ 69 ]

Fedro tornou-se suspeitoso de ter aludido a Sejano nas suas Fabulas , e por isso recebeu ameacas de morte (Cf. Fabulas I.1, I.2.24, e I.17). [ 70 ] Veleio Paterculo foi um historiador e contemporaneo de Sejano cujos dois volumes da sua grande obra, a Historia Romana falam de Roma, da Queda de Troia ate a morte de Livia Drusila em 29 . Na sua obra, Paterculo fala bem tanto de Sejano quanto de Tiberio, e ate mesmo defende a posicao do primeiro no governo apesar da sua classe equestre. [ 71 ] E desconhecida, no entanto, se a defesa de Paterculo era devida a uma autentica admiracao ou a simples interesse, embora se conheca que foi assassinado na qualidade de amigo de Sejano durante as purgas ordenadas por Tiberio apos a morte do pretoriano. [ 72 ]

Ver tambem [ editar | editar codigo-fonte ]

Consul do Imperio Romano
Precedido por:
Lucio Cassio Longino

com Marco Vinicio
com Lucio Nevio Surdino (suf.)
com Caio Cassio Longino (suf.)

Tiberio V
31

com Lucio Elio Sejano
com Fausto Cornelio Sula Luculo (suf.)
com Sexto Tedio Valerio Catulo (suf.)
com Publio Memio Regulo (suf.)
com Lucio Fulcinio Triao (suf.)

Sucedido por:
Cneu Domicio Enobarbo

com Lucio Arruncio Camilo Escriboniano
com Aulo Vitelio (suf.)


Precedido por
Lucio Seio Estrabao
Prefeito do Pretorio
14 - 31
Sucedido por
Nevio Sutorio Macro

Notas [ editar | editar codigo-fonte ]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Lucio Elio Sejano

Referencias

  1. a b c d Tacito, Anais IV.1
  2. a b c Adams, Freemam (1955). ≪The Consular Brothers of Sejanus.≫. The American Journal of Philology . 76 : 70?76  
  3. a b c d e Adams, 76
  4. Tacito, Anais III.72 , III.73
  5. a b c Tacito, Anais IV.3
  6. Desde que a Guarda Pretoriana fora criada por Augusto em 27 a.C., nao fora nomeado o primeiro Prefeito do Pretorio ate 2 a.C. Ver Bingham, p. 39.
  7. Bingham, p. 30.
  8. Bingham, p. 238.
  9. Bingham, p. 232
  10. Bingham, p. 231-240
  11. a b Diao Cassio Historia romana LVII.19 ( LacusCurtius ).
  12. Bingham, p. 43.
  13. a b c d Tacito, Anais IV.2 .
  14. Diao Cassio Historia Romana LVII.22
  15. Seneca, o Jovem, Ensaios, Ad Marciam, de Consolatione XXII.4-6 .
  16. Tacito, Anais I.24
  17. Tacito, Anais I.29 , I.30 .
  18. Tacito, Anais II.44 , II.62
  19. Tacito, Anais III.31
  20. Tacito, Anais III.29 .
  21. Suetonio, As vidas dos doze cesares , Vida de Claudio 27 .
  22. Tacito, Anais IV.7
  23. a b Tacito, Anais IV.8 .
  24. Tacito, Anais III.56
  25. Tacito, Anais II.72 .
  26. Tacito, Anais IV.52 , IV.53 , IV.54 .
  27. a b Tacito, Anais IV.12
  28. Tacito, Anais IV.39 .
  29. Tacito, Anais IV.40 .
  30. Tacito, Anais IV.57 , IV.67
  31. Tacito, Anais IV.41 .
  32. Tacito, Anais V.3
  33. a b Diao Cassio Historia Romana LVIII.4
  34. Diao Cassio Historia Romana LVIII.3
  35. Tacito, Anais , VI.23 ? VI.25 .
  36. Tacito, Anais VI.3 .
  37. Suetonio, As vidas dos doze cesares , Vida de Tiberio 65
  38. a b Diao Cassio Historia Romana LVIII.1
  39. Diao Cassio Historia Romana LVIII.5
  40. Bingham, p. 66.
  41. a b c d e Boddington, Ann (janeiro de 1963). ≪Sejanus. Whose Conspiracy?≫. The American Journal of Philology . 84 (1): 1?16  
  42. Flavio Josefo, Antiguidadees dos judeus XVIII.6.6
  43. Palas tornaria-se, anos depois, no secretario imperial de Claudio e de Nero
  44. Diao Cassio Historia Romana LVIII.6
  45. Diao Cassio Historia Romana LVIII.7
  46. a b Diao Cassio Historia Romana LVIII.8
  47. Bingham, p. 63.
  48. a b c Diao Cassio Historia Romana LVIII.9
  49. Diao Cassio Historia Romana LVIII.10
  50. a b c d Diao Cassio Historia Romana LVIII.11
  51. Diao Cassio Historia Romana LVIII.12
  52. Tacito, Anais IV.11
  53. a b Tacito, Anais V.9
  54. Tacito, Anais VI.2
  55. Tacito, Anais VI.19
  56. Tacito, Anais VI.10
  57. Tacito, Anais VI.29
  58. Marcel Durry (1938). Les Cohortes Pretoriennes . Paris: Editions De Boccard. 156 paginas  
  59. Bingham, p. 234-235.
  60. Bingham, p. 65-66.
  61. Diao Cassio, Historia Romana LII.24
  62. Diao Cassio, Historia Romana LVIII.14
  63. Suetonio As vidas dos doze cesares , Vida de Claudio 10
  64. Seneca, o Jovem, Ensaios , To Marcia On Consolation
  65. Filo, Embaixada a Caio XXIV
  66. Suetonio, As vidas dos doze cesares , Vida de Tiberio 55
  67. Tacito, Anais III.7 , VI.51
  68. Tacito, Anais IV.34-35
  69. Seneca, o Jovem , Ensaios I.2-4
  70. Fedro, Fabulas Book III, preface
  71. Veleio Paterculo, Historia Romana II.127-128
  72. Cruttwell, C.T. (1877). A History of Roman Literature . Oxford, Livro 3, capitulo I.