Necropole de Carenque

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Necropole de Carenque

A Necropole de Carenque e um sitio arqueologico constituido por tres sepulcros coletivos escavados nos afloramentos calcarios do Tojal de Vila Cha, freguesia da Mina de Agua , no municipio da Amadora , Portugal . [ 1 ]

Estes sepulcros ou tumulos, genericamente designados como grutas artificiais por terem sido escavados na rocha (hipogeus), integram-se numa tradicao cultural-funeraria mediterranica, numa fase tardia do megalitismo . A construcao e as primeiras deposicoes de cadaveres remontam ao final do Neolitico (4.º milenio a.C.), [ 2 ] encontrando-se igualmente registada a sua posterior utilizacao no Calcolitico .

Foram descobertas e escavadas por Manuel Heleno em 1932.

Estao classificadas como Monumento Nacional (Decreto n.º 26235 de 20 de janeiro de 1936). [ 1 ]

Possuem uma arquitetura carateristica, com acesso por um corredor que comunica com uma camara funeraria atraves de um pequeno portal de formas arredondadas. Tanto o corredor como esta claraboia estavam cobertos por lajes de calcario, fechando a estrutura ao exterior.

Dos mortos ali sepultados pouco se sabe. Nao e certo que provenham todos de um mesmo povoado ou que tenham pertencido a alguma formacao social especifica com acesso exclusivo a necropole . Dos rituais a que foram submetidos tambem se desconhece quase tudo, mas aceita-se, pelo que se sabe desta cultura, que nas deposicoes mais antigas os cadaveres possam ter sido acocorados de encontro as paredes, em posicao fetal e rodeados das respetivas oferendas.

O espolio e constituido por algumas ossadas de individuos representativos dos tipos humanos que habitavam entao o sul da Estremadura . Recolheram-se tambem ceramicas, materiais liticos e metalicos, bem como materiais votivos, que acompanhavam os mortos no ritual funerario. Os mais frequentes sao idolos em calcario, que variam desde os cilindros lisos ou decorados as representacoes de utensilios como a enxo, tendo igualmente sido recolhidas placas de xisto e lunulas (crescentes lunares) em calcario, ambas com orificios para suspensao. Estes artefactos encontram-se em deposito no Museu Nacional de Arqueologia em Lisboa , integrando pontualmente exposicoes desenvolvidas por esta instituicao.

Ver tambem [ editar | editar codigo-fonte ]

Bibliografia [ editar | editar codigo-fonte ]

  • ENCARNACAO, G.; MIRANDA, J.; ROCHA, E., (1999), Catalogo da Exposicao do Paleolitico ao Romano, Amadora, Museu Municipal de Arqueologia.
  • HELENO, M., (1933), Grutas artificiais do Tojal de Vila Cha (Carenque)- Comunicacao feita ao Congresso Luso-Espanhol de 1932, Lisboa, Tipografia da Empresa do Anuario Comercial.
  • MIRANDA, J. A., ENCARNACAO, G., VIEGAS, J. C., ROCHA, E., GONZALEZ, A. (1999), Carta Arqueologica do Paleolitico ao Romano (Amadora), Amadora, Camara Municipal da Amadora.
  • ROCHA, E., NETO, N., LUCAS, J. (2008), Cla de Carenque, Uma Comunidade do Neolitico, Amadora, ARQA.

Referencias

  1. a b Ficha na base de dados SIPA
  2. ≪Nucleo Monografico da Necropole de Carenque≫ . Camara Municipal da Amadora . Consultado em 8 de outubro de 2020  
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Ligacoes externas [ editar | editar codigo-fonte ]

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