Camera fotografica de grande formato.
Fotografia
: do
grego
φ?? [
fos
] ("luz") e γραφ?? [
grafis
] ("instrumento para escrever, gravar, desenhar ou pintar") ou γραφ? [
grafe
] (“escrita”), significa "escrever ou desenhar com luz e contraste"; noutros termos,
[
1
]
e essencialmente a
tecnica de criacao
de
imagens
por meio de exposicao
luminosa
, fixando-as em uma superficie sensivel.
[
2
]
A primeira fotografia reconhecida remonta ao ano de 1826 e e atribuida ao frances
Joseph Nicephore Niepce
.
[
3
]
Contudo, a invencao da fotografia nao e obra de um so autor, mas um processo de acumulo de avancos por parte de muitas pessoas, trabalhando, juntas ou em paralelo, ao longo de muitos anos. Se por um lado os principios fundamentais da fotografia se estabeleceram ha decadas e, desde a introducao do
filme fotografico colorido
, quase nao sofreram mudancas, por outro, os avancos tecnologicos tem sistematicamente possibilitado melhorias na qualidade das imagens produzidas, agilizacao das etapas do processo de producao e a reducao de
custos
, popularizando o uso da fotografia.
Camera fotografica em operacao.
Atualmente, a introducao da
tecnologia digital
tem modificado drasticamente os
paradigmas
que norteiam o mundo da fotografia. Os equipamentos, ao mesmo tempo que sao oferecidos a precos cada vez menores, disponibilizam ao usuario medio recursos cada vez mais sofisticados, assim como maior qualidade de imagem e facilidade de uso. A simplificacao dos processos de captacao, armazenagem,
impressao
e reproducao de imagens proporcionados intrinsecamente pelo ambiente digital, aliada a facilidade de integracao com os recursos da
informatica
, como organizacao em albuns, incorporacao de imagens em
documentos
e distribuicao via
Internet
, tem ampliado e democratizado o uso da imagem fotografica nas mais diversas aplicacoes. A incorporacao da
camera fotografica
aos aparelhos de
telefonia movel
tem definitivamente levado a fotografia ao cotidiano particular do individuo.
Dessa forma, a fotografia, a medida que se torna uma experiencia cada vez mais pessoal, devera ampliar, atraves dos diversos perfis de fotografos amadores ou profissionais, o ja amplo espectro de significado da experiencia de se conservar um momento em uma imagem.
A fotografia nao e a obra final de um unico criador. Ao longo da historia, diversas pessoas foram agregando conceitos e processos que deram origem a fotografia como a conhecemos. O mais antigo destes conceitos foi o da
camara escura
, descrita pelo napolitano
Giovanni Baptista Della Porta
, ja em 1558, e conhecida por
Leonardo da Vinci
[
4
]
que, como outros artistas no seculo XVI, a usava para esbocar pinturas.
O cientista italiano
Angelo Sala
, em 1604, percebeu que um composto de
prata
escurecia ao
Sol
, supondo que esse efeito fosse produzido pelo
calor
. Foi entao que
Johann Heinrich Schulze
, fazendo experiencias com
acido nitrico
,
prata
e
gesso
em 1724, determinou que era a prata
halogena
, convertida em prata metalica, e nao o calor, que provocava o escurecimento.
Imagem da primeira fotografia permanente do mundo feita por
Nicephore Niepce
, em 1826.
A primeira fotografia reconhecida e uma imagem produzida em 1826 pelo frances
Joseph Nicephore Niepce
numa placa de
estanho
coberta com um derivado de
petroleo
fotossensivel chamado
Betume
da
Judeia
.
A imagem foi produzida com uma camera, sendo exigidas cerca de oito horas de exposicao a
luz solar
. Niepce chamou o processo de "heliografia", gravura com a luz do Sol.
Em 1833, o franco-brasileiro
Hercules Florence
realizou, em
Campinas
, o mais antigo registro fotografico conhecido da
America
por meio de um papel sensibilizado via cloreto de prata
[
5
]
e sendo considerado por alguns como um dos inventores do termo "fotografia".
[
6
]
Posteriormente,
Daguerre
, outro frances, produzia com uma camera escura efeitos visuais em um espetaculo denominado "Diorama". Daguerre e Niepce trocaram correspondencia durante alguns anos, vindo finalmente a firmarem sociedade.
Apos a morte de Niepce, Daguerre desenvolveu um processo com
vapor
de
mercurio
que reduzia o tempo de revelacao de horas para minutos. O processo foi denominado
daguerreotipia
. Daguerre descreveu seu processo a Academia de Ciencias e Belas Artes, na Franca, e logo depois requereu a
patente
do seu invento na Inglaterra. A popularizacao dos daguerreotipos
[
7
]
deu origem as especulacoes sobre o "fim da pintura", inspirando o
Impressionismo
.
[
8
]
O britanico
*William Fox Talbot
, que ja efetuava pesquisas com papeis fotossensiveis, ao tomar conhecimento dos avancos de Daguerre, em 1839, decidiu apressar a apresentacao de seus trabalhos a
Royal Institution
e a
Royal Society
, procurando garantir os direitos sobre suas invencoes. Talbot desenvolveu um diferente processo denominado
calotipo
, usando folhas de papel cobertas com
cloreto de prata
, que posteriormente eram colocadas em contato com outro papel, produzindo a imagem positiva. Este processo e muito parecido com o processo fotografico em uso hoje, pois tambem produz um
negativo
que pode ser reutilizado para produzir varias imagens positivas. A epoca,
Hippolyte Bayard
tambem desenvolveu um metodo de fotografia. Porem, por demorar a anuncia-lo, nao pode mais ser reconhecido como seu inventor.
Imagem da primeira fotografia colorida da historia, tirada por
James Clerk Maxwell
em 1861.
No Brasil, o frances radicado em
Campinas
(
Sao Paulo
),
Hercules Florence
, conseguiu resultados superiores aos de Daguerre, pois desenvolveu negativos. Contudo, apesar das tentativas de disseminacao do seu invento, ao qual denominou
"Photographie"
- foi o legitimo inventor da palavra - nao obteve reconhecimento a epoca. Sua vida e obra so foram devidamente resgatadas em 1976 por
Boris Kossoy
.
[
9
]
A fotografia entao popularizou-se como produto de consumo a partir de 1888. A empresa
Kodak
abriu as portas com um discurso de
marketing
onde todos podiam tirar suas fotos, sem necessitar de fotografos profissionais com a introducao da camera tipo "caixao" e pelo
filme
em rolos substituiveis criados por
George Eastman
.
[
10
]
Desde entao, o mercado fotografico tem experimentado uma crescente evolucao tecnologica, como o estabelecimento do filme colorido como padrao e o
foco
automatico, ou exposicao automatica. Essas inovacoes indubitavelmente facilitam a captacao da imagem, melhoram a qualidade de reproducao ou a rapidez do processamento, mas muito pouco foi alterado nos principios basicos da fotografia.
A grande mudanca recente, produzida a partir do final do seculo XX, foi a digitalizacao dos sistemas fotograficos. A
fotografia digital
mudou
paradigmas
no mundo da fotografia, minimizando custos, reduzindo etapas, acelerando processos e facilitando a producao, manipulacao, armazenamento e transmissao de imagens pelo mundo. O aperfeicoamento da tecnologia de reproducao de imagens digitais tem quebrado barreiras de restricao em relacao a este sistema por setores que ainda prestigiam o tradicional filme, e assim, irreversivelmente ampliando o dominio da fotografia digital.
[
11
]
A lua em P&B.
A fotografia nasceu em
preto e branco
, mais precisamente como o preto sobre o branco, no inicio do seculo XIX.
[
12
]
Desde as primeiras formas de fotografia que se popularizaram, como o
daguerreotipo
- aproximadamente na decada de 1823 - ate aos
filmes preto e branco
atuais, houve muita evolucao tecnica e diminuicao dos custos. Os filmes atuais tem uma grande gama de tonalidade, superior ate mesmo aos coloridos, resultando em fotos muito ricas em detalhes. Por isso, as fotos feitas com filmes PB sao superiores as fotos coloridas convertidas em PB.
As fotografias em preto e branco destacam-se pela riqueza de tonalidades; a fotografia colorida nao tem o mesmo
alcance dinamico
.
Na fotografia
P&B
se costuma utilizar a luz e a sombra de forma mais proeminente para criar efeitos esteticos ha quem prefira fotografar apenas em filme preto e branco, mesmo com a maior facilidade e menor custo do equipamento digital. Os
sensores
das cameras digitais ainda possuem alcance dinamico muito menor do que a fotografia P&B e mesmo da colorida, estando mais proximo do
slide
.
Foto de 1942 de um carpinteiro trabalhando. Exemplo historico das primeiras fotografias coloridas.
A
fotografia colorida
[
13
]
foi explorada durante o seculo XIX e os experimentos iniciais em cores nao puderam fixar a fotografia, nem prevenir a cor de enfraquecimento. Durante a metade daquele seculo as
emulsoes
disponiveis ainda nao eram totalmente capazes de serem sensibilizadas pela cor verde ou pela vermelha - a total sensibilidade a cor vermelha so foi obtida com exito total no comeco do
seculo XX
.
[
14
]
A primeira fotografia colorida permanente foi tirada em 1861 pelo fisico
James Clerk Maxwell
. O primeiro filme colorido, o
Autocromo
, somente chegou ao mercado no ano de 1907 e era baseado em pontos tingidos de extrato de batata.
O primeiro filme colorido moderno, o
Kodachrome
, foi introduzido em 1935 baseado em tres emulsoes coloridas. A maioria dos filmes coloridos modernos, exceto o
Kodachrome
, sao baseados na tecnologia desenvolvida pela Agfa-color em 1936. O
filme colorido instantaneo
foi introduzido pela
Polaroid
em 1963.
A fotografia colorida pode formar imagens como uma transparencia positiva, planejada para uso em
projetor de slides
(diapositivos) ou em negativos coloridos, planejado para uso de ampliacoes coloridas positivas em papel de revestimento especial. O ultimo e atualmente a forma mais comum de filme fotografico colorido (nao digital), devido a introducao do equipamento de foto impressao automatico.
A fotografia panoramica, assim como a palavra
panorama
, refere-se a uma vista inteira de uma area circunvizinha. As fotografias panoramicas tentam capturar tal vista.
A maquina fotografica 360° e uma camera fotografica capaz de fazer uma unica fotografia panoramica completa (abrangendo toda a volta) a partir de um determinado ponto.
Fotografia digital
e uma imagem digital obtida por meio de uma
camera digital
. Sendo um arquivo digital, pode, utilizando um computador, ser editada, impressa, enviada por
e-mail
ou armazenada em qualquer
dispositivo de armazenamento
digital.
A fotografia tradicional era um fardo consideravel para os fotografos que trabalhavam em localidades distantes - como correspondentes de orgaos de imprensa - sem acesso as instalacoes de producao. Com o aumento da competicao com a
televisao
, houve um aumento na urgencia para se transferir imagens aos jornais mais rapidamente.
O sensor de CCD que substitui o filme nas cameras digitais.
Fotografos em localidades remotas carregariam um minilaboratorio fotografico com eles, e alguns meios de transmitir suas imagens pela
linha telefonica
. Em 1990, a Kodak lancou o
DCS 100
, a primeira camera digital comercialmente disponivel. Seu custo impediu o uso em
fotojornalismo
e em aplicacoes profissionais, mas a
fotografia digital
surgiu neste momento.
Em 10 anos, as cameras digitais se tornaram produtos de
consumo
, e estao, de modo irreversivel, substituindo gradualmente suas equivalentes tradicionais em muitas aplicacoes, pois o preco dos componentes eletronicos cai e a qualidade da imagem melhora.
A Kodak anunciou em janeiro de 2004 o fim da producao da cameras reutilizaveis de 35 milimetros apos o termino daquele ano. Entretanto, a fotografia "liquida" ira perdurar, pois os amadores dedicados e artistas qualificados preservam o uso de materiais e tecnicas tradicionais.
Ate chegar ao que hoje e tecnologia de ponta, houve varios processos onde desenvolveram ainda mais a composicao fotografica.
Na fotografia digital, a luz sensibiliza um sensor, chamado de
CCD
ou
CMOS
, que por sua vez converte a luz em um codigo eletronico digital, uma matriz de numeros digitais (quadro com o valor das cores de todos os
pixels
da imagem), que sera armazenado em um
cartao de memoria
. Tipicamente, o conteudo desta
memoria
sera mais tarde transferido para um
computador
. Ja e possivel tambem transferir os dados diretamente para uma
impressora
gerar uma imagem em papel, sem o uso de um computador. Uma vez transferida para fora do cartao de memoria, este podera ser apagado e reutilizado.
Revelacao de fotos online e o nome vulgarmente dado ao procedimento de envio eletronico de arquivos digitais de imagens para processamento e producao de copias impressas por empresas especializadas. O termo nao e tecnicamente correto, porque este processo dispensa justamente a etapa tradicionalmente conhecida como
revelacao fotografica
, porem, tem sido largamente incorporado ao
vocabulario
popular.
Com a popularizacao da fotografia digital, surgiram paginas da
Internet
especializadas em armazenar fotografias. Desse modo, suas imagens podem ser vistas por qualquer pessoa do planeta que acesse a rede. Elas ficam organizadas por pastas e podem ser separadas por assuntos a livre escolha.
Os albuns virtuais podem ser usados com varios propositos, abaixo estao listados alguns exemplos destes:
- Portfolio
: Muito usado por
fotografos
amadores/profissionais para mostrarem seus trabalhos;
- Armazenamento
: Quem nao deseja ocupar espaco em seu
HD
pode usar o album para armazenar suas fotografias;
- Negocios
: Outros usam os albuns para vender seus trabalhos fotograficos.
A fotografia se estabiliza como processo industrial no seculo XX articulando uma camera ou camara escura, como dispositivo formador da imagem e um modo de gravacao da imagem luminosa ? uma superficie fotossensivel, que pode ser
filme fotografico
, o
papel fotografico
ou, no caso da
fotografia digital
, um sensor digital
CCD
/
CMOS
que transforma a luz em um mapa de impulsos eletricos, que serao armazenados como informacao em um
cartao digital de armazenamento
. Nesse processo fica evidente a relacao entre a fotografia e seus processos analogos. Por exemplo, a
fotocopia
ou maquina
xerografica
, forma imagens permanentes, mas usa a transferencia de
cargas eletricas
estaticas
no lugar do filme fotografico. Disso provem o termo
eletrofotografia
. Na
raiografia
, divulgada por
Man Ray
em 1922, imagens sao produzidas pelas sombras de objetos no papel fotografico, sem o uso de camera. E podem-se colocar objetos diretamente do
digitalizador
(
scanner
) para produzir figuras electronicamente.
Fotografos controlam a camera ao expor o material fotossensivel a luz, o que se altera qualitativa e quantitativamente segundo as possibilidades de cada aparelho. Os controles sao geralmente inter-relacionados. Por exemplo, a exposicao varia segundo a abertura (que determina a quantidade de luz) multiplicado pela velocidade do obturador (que determina um tempo de exposicao), o que varia o tom da foto, a
profundidade de campo
fotografico e o grau de corte temporal do modelo fotografado. Diferentes distancias focais das lentes permitem variar a conformacao da profundidade da imagem, bem como seu angulo.
Os controles das cameras podem incluir:
Para entender um pouco de objetivas, uma de 24 mm equivale a um campo de visao de 75
graus
, e uma objetiva de 300 mm equivale a um campo de visao de 12 graus. Com a lente olho de peixe de 6 mm, 8 mm ou 12 mm, o fotografo inclui um campo de visao de mais de 190 graus. Uma 500 mm (aquelas que se veem em jogos de futebol, por exemplo) consegue fotografar so o guarda-redes do outro lado do campo de futebol. Ou seja, as lentes com valores inferiores a 50 mm sao consideradas grandes angulares, e com valores acima de 150 mm sao consideradas teleobjetivas.
A relacao que se tem para se considerar uma objetiva como grande angular ou teleobjetivas, vem da comparacao do tamanho da objetiva com a diagonal do filme utilizado. As objetivas em torno de 50 mm sao consideradas normais, por possibilitarem na area do filme uma imagem com as caracteristicas e um campo de visao semelhante ao olho humano.
Um rolo de filme 3mm
Entre 2006 e 2007, as vendas de cameras fotograficas digitais cresceram 5% nos
Estados Unidos
, enquanto as de cameras com filme cairam em mesma quantidade.
[
11
]
A despeito do irreversivel e crescente dominio da imagem digital no mundo da fotografia, o filme fotografico ainda ocupa, por variados motivos, um espaco cativo no trabalho de muitos profissionais e aficionados que prometem a essa midia uma sobrevida assegurada de varios anos.
[
15
]
O tempo durante o qual o
obturador
permanece aberto determina a quantidade de luz que chega ao filme. Ao selecionar uma velocidade do obturador, verifica-se se a camara esta suficientemente firme. Quanto mais firme estiver, mais baixa podera ser a velocidade do obturador utilizada. Mesmo um movimento minusculo durante a exposicao podera fazer com que toda a imagem fique tremida. Usar um tripe e a unica maneira de garantir o exito de uma fotografia que exija um tempo de exposicao mais longo. Com uma teleobjetiva, a instabilidade da camara e mais notavel do que com uma
grande-angular
, por isso, quanto maior for a objetiva, maior sera a velocidade de obturador necessaria. Alem de "congelar" a accao, a velocidade do obturador permite criar efeitos que sugerem movimentos, ou efeitos especiais com o
zoom
.
Nem sempre e necessario usar uma velocidade do obturador tao alta. Muitas vezes pode acompanhar-se o movimento enquanto se dispara, para o compensar, usa-se uma tecnica chamada "
panning
".
A velocidade do obturador desempenha um papel importante na transformacao de motivos em movimento em uma imagem estatica. Quanto menos tempo o obturador permanecer aberto, menos o motivo se movera dentro do enquadramento e mais nitido ficara. Por isso utiliza-se uma maior velocidade ao fotografar um motivo em movimento, como um cavalo a correr.
Ha ainda outros fatores a considerar. Primeiro, a velocidade real do motivo nao indica necessariamente a rapidez com que a imagem ira mudar no visor. Se um motivo se dirigir directamente para a camara ou se se afastar dela, a imagem mudara mais lentamente do que se ele passar perpendicularmente, e sera necessaria menos velocidade do obturador para "congelar" o movimento. Um movimento em diagonal no enquadramento necessitara de uma velocidade de obturador intermediaria. O tamanho da imagem tambem e importante: um
comboio
visto como um ponto no
horizonte
nao parecera mover-se tao depressa como uma
papoila
oscilando em uma brisa suave em frente da objectiva. Quanto maior a distancia focal e mais proximo do motivo, maior a velocidade do obturador.
A fotografia pode ser classificada como tecnologia de confeccao de imagens e atrai o interesse de cientistas e artistas desde o seu comeco. Os cientistas usaram sua capacidade para fazer gravacoes precisas, como
Eadweard Muybridge
em seu estudo da
locomocao humana
e animal (1887). Artistas igualmente se interessaram por este aspecto, e tambem tentaram explorar outros caminhos alem da representacao fotomecanica da
realidade
, como o movimento pictural. As
forcas armadas
, a
policia
e forcas de seguranca usam a fotografia para
vigilancia
, identificacao e
armazenamento de dados
.
Fotografias aereas eram utilizadas para levantamento do
uso da terra
e planejamento de uma determinada regiao.
A fotografia pode ser utilizada no processo de investigacao do cotidiano de nossos estudantes, a fim de que mediante as imagens obtidas da escola, da familia, da vizinhanca, da cidade e das coisas que os cercam, eles sejam orientados, atraves de uma metodologia especifica, para analise e estudo desses "momentos documentados" e suas correlacoes historicas, sociais, geograficas, etnicas e economicas; na educacao, a simples disponibilidade do aparato tecnologico nao significa facilitar o processo ensino-aprendizagem. E preciso que o professor alie os recursos tecnologicos com os seus conhecimentos e estrategias de ensino, visando alcancar um objetivo: o conhecimento real da imagem fornecida atraves da fotografia.
Migrant Mother
de
Dorothea Lange
, 1936. Um exemplo de fotografia jornalistica que retrata
Florence Owens Thompson
e sua familia durante a
Grande Depressao
(
ver:
100 Fotografias que Mudaram o Mundo
).
O
fotojornalismo
preenche uma funcao bem determinada e tem caracteristicas proprias. O impacto e elemento fundamental. A informacao e imprescindivel.
E na fotografia de
imprensa
, um braco da
fotografia documental
, que se da um grande papel da fotografia de informacao, o fotojornalismo. E no fotojornalismo que a fotografia pode exibir toda a sua capacidade de transmitir informacoes. E essas informacoes podem ser passadas, com beleza, pelo simples
enquadramento
que o fotografo tem a possibilidade de fazer. Nada acontece hoje nas
comunicacoes impressas
ou na
midia
sem o endosso da fotografia.
Existem, basicamente, quatro generos de fotografia jornalistica:
- As fotografias sociais: Nessa categoria estao incluidas a fotografia politica, de
economia
e
negocios
e as fotografias de fatos gerais dos acontecimentos da cidade, do estado e do pais, incluindo a fotografia de tragedia;
- As fotografias de
esporte
: Nessa categoria, a quantidade de informacoes e o mais importante e o que influi na sua publicacao;
- As fotografias culturais: Esse tipo de fotografia, tem como funcao chamar a atencao para a noticia antes de ela ser lida e nisso a fotografia e unica. Neste item podemos colocar um grande segundo grupo, a esportiva, pois no fotojornalismo o que mais vende apos a policia e o esporte;
- As fotografias policiais: muitos, quase todos os jornais exploram do
sensacionalismo
para mostrar
acidentes
com morte, marginais em flagrante, para vender mais jornais e fazer uma media com os assinantes. Pode-se dizer que ha uma rivalidade entre os jornais para ver qual aquele que mostra a cena mais chocante num
assalto
, morte, acidente de grande vulto.
Foto oficial de
Barack Obama
, referente ao primeiro mandato como
Presidente dos Estados Unidos
.
Foto oficial ou retrato oficial e uma producao fotografica de registro e divulgacao de personalidades importantes, notadamente de reis, presidentes e governadores. Geralmente e ornada com cores e simbolos oficiais, como bandeira,
faixas presidenciais
e brasao dos paises, estados ou municipios. Ha tambem conotacao como imagem divulgadora de ocasioes, produtos e reunioes.
[
16
]
Uma das vantagens de um
estudio
grande e permitir uma maior distancia entre o motivo e o fundo. Em condicoes com pouco espaco, e dificil iluminar os dois separadamente, e ha o perigo de as sombras do motivo se formarem sobre o fundo.
Iluminando o fundo independentemente, ele pode ser transformado de centenas maneiras. De-lhe uma iluminacao gradual, iluminando a parte superior e a parte inferior de maneiras diferentes. Em alternativa, projecta formas ou cores sobre o fundo, colocando sobre as luzes mascaras (chamadas
gobos
) ou
acetatos
coloridos.
Os rolos de papel branco ou preto sao os fundos mais utilizados e os mais versateis. Os rolos podem ser suspensos do alto da parede de um estudio, e depois puxados ate baixo e estendidos sobre o chao do estudio, criando uma curvatura de forma a que a juncao da parede com o chao nao seja visivel nas fotografias. A medida que o papel se vai estragando ou sujando, corta-se essa parte e puxa-se mais papel de rolo.
Ha uma grande variedade de fundos a venda nas lojas da especialidade, mas saiba que os fundos simples muitas vezes resultam melhor, uma vez que nao desviam a atencao, e porque num estudio pequeno nem sempre e possivel desfocar as formas mais elaboradas que o fundo possa ter.
Fotomontagem feita a partir de duas fotos.
A discussao sobre se a fotografia e
arte
ou nao e longa e envolve uma diversidade de opinioes.
[
17
]
De acordo com Barthes,
[
18
]
muitos nao a consideram arte, por ser facilmente produzida e reproduzida, mas a sua verdadeira
alma
esta em interpretar a
realidade
, nao apenas copia-la. Nela ha uma serie de simbolos organizados pelo artista e o receptor os interpreta e os completa com mais simbolos de seu repertorio.
Fazer fotografia nao e apenas apertar o disparador. Tem de haver
sensibilidade
, registrando um momento unico, singular. O fotografo recria o mundo externo atraves da realidade
estetica
.
Em um mundo dominado pela comunicacao visual, a fotografia so vem para acrescentar, pode ser ou nao arte, tudo depende do contexto, do momento, dos
icones
envolvidos na imagem. Cabe ao observador interpretar a imagem, acrescentar a ela seu repertorio e sentimento.
“
|
Fotografar e colocar na mesma linha de mira a cabeca, o olho e o coracao.
|
”
|
Um fotografo em atividade no
centro
da cidade de Sao Paulo, Brasil.
Fotografo
e a pessoa que tira (registra) fotografia, usando uma camera. E geralmente considerado um artista, pois faz seu produto (a foto) com a mesma dedicacao e da mesma forma que qualquer outro artista visual.
Faz parte da cultura brasileira a figura do
Fotografo Lambe-lambe
, profissional que ficava nas pracas tirando fotos comercialmente, quando adquirir uma maquina fotografica era algo muito dificil devido ao seu alto valor comercial.
Quando um determinado autor de fotografias baseia grande parte do seu rendimento monetario nesta atividade, diz-se ser um
fotografo profissional
.
Por vezes, o
adjetivo
profissional e usado erroneamente na fotografia para valorizar uma determinada imagem fotografica ou pericia de um autor. Na realidade, a qualidade da fotografia nem sempre esta relacionada com o fato do seu autor ser ou nao profissional. Muitos amadores realizam com regularidade imagens mais bem sucedidas que muitos profissionais.
Na realidade "profissional" refere-se apenas a profissao do autor, e nao a qualidade do trabalho. Ao mesmo tempo que um profissional pode realizar um trabalho mal feito, pode-se entender melhor, adiante no parte de "arte".
O adjetivo amador, quando atribuido a um fotografo, pode ter um significado muito vasto. Pessoas que apenas fotografam a sua familia e vida, para uso pessoal, consideram-se fotografas amadores. Outros fotografos amadores chegam a publicar livros, realizar exposicoes e dedicam uma vida inteira ao estudo da fotografia.
Uma vez que na atualidade a fotografia serve um vasto campo de assuntos e objetivos, foram criadas especializacoes. O fotografo especializa-se para melhor dominar a tecnica de um determinado tipo de fotografia ou assunto. As especializacoes mais conhecidas sao a foto reportagem (de eventos sociais),
moda
, o
fotojornalismo
, a
paisagem
, o
retrato
, a
publicitaria
, (arte da fotografia de objetos em estudio) e a foto em natureza, ( fotos de aves, animais, borboletas, insetos, repteis, todos livres, nao cativeiro e nem de laboratorio para esta modalidade).
A formacao em fotografia numa
escola de arte
pode realizar-se atraves de um curso de fotografia ou de varias disciplinas de fotografia integradas em cursos de arte,
design
,
pintura
,
multimidia
,
cinema
,
jornalismo
e etc. Normalmente estes cursos estao orientados para o exercicio da fotografia enquanto arte. Porem muitos fotografos sao autodidatas acabam procurando formacao so depois de anos de experiencia na pratica.
Numa escola profissional, a formacao em fotografia esta mais orientada para o exercicio da fotografia enquanto profissao comercial.
A discussao sobre o uso da Fotografia e precedido pela tentativa de compreender sua imagem, o que ocorre desde seu desenvolvimento por diversos fotografos ao longo do seculo XIX (como afirma
Geoffrey Batchen
). Seu carater artistico evidente constitui um entrave a seu uso pelas
ciencias sociais
, enquanto seu carater cientifico a tornou uma especie de subalterna no campo da arte, caracteristicas que parecem se reverter na segunda metade do seculo XX, na medida em que o estudo desse meio se aprofundou, as ciencias sociais se abriram para a impossibilidade de completa objetividade, e o campo da arte passou a lidar fortemente com a ideia, em oposicao a uma enfase na forma artistica.
Os estudos historicos sobre a foto iniciam por volta de cem anos apos sua invencao. Ja os estudos teoricos sobre a Fotografia parecem iniciar no pos-guerra, e a principal teoria usada para caracterizar a Fotografia advem do campo da
semiotica
, ou seja, declina da Semiologia de
Saussure
.
Numa leitura estrita da obra de
Charles Sanders Peirce
, definidora do campo da semiotica, a Fotografia se definiria a partir das tres categorias de
signo
, que existem numa ordem de importancia e dependencia umas das outras: o
icone
, que e uma representacao qualitativa de um objeto - por exemplo, por
analogia
(e o caso da imagem fotografica), o
indice
, que caracteriza um signo que refere-se ao significante pela
causalidade
ou pela contiguidade (as vezes diferenciado como
index
, como na leitura de
Umberto Eco
), e o
simbolo
, cuja relacao com o significante e arbitraria e definida por uma convencao (e o caso de uma bandeira de um pais, por exemplo).
Ora, os estudos iniciais da Fotografia, bem como os artistas ao longo dos seculos XIX e XX se preocupavam com o problema da iconicidade da Fotografia, isto e, o potencial de sua imagem e o carater de seu
realismo
.
O primeiro sinal de problematizacao dessa modalidade de discurso esta na obra de
Walter Benjamin
, cujo texto "A obra de arte na era de sua reprodutibilidade tecnica", revela uma preocupacao com a modificacao da recepcao da Fotografia e do cinema em relacao aos meios tradicionais da arte, estudo pioneiro e extremamente influente que leva instancias ineditas, como o problema da aura (o que a diferencia da
arte classica
) bem como o da multiplicacao macica da imagem.
E na obra de
Roland Barthes
que vemos um segundo momento da tentativa de tratar da Fotografia como meio. A obra de Barthes passa pela construcao do
estruturalismo
, e sua leitura da obra de Peirce. Mas o universo de Barthes nao se resume ao universo do signo; sua obra evidencia uma reatualizacao da questao do mito e o campo de problemas relativos a morte do autor. Seu grande livro sobre Fotografia, "Camara Clara", possui um ponto de vista fenomenologico (que refere a Foto ao
noema,
conceito da fenomenologia de Husserl), bem como utiliza elementos da
psicanalise
lacaniana. Ao longo da obra de Barthes, a Foto e lida inicialmente numa chave dialogica caracteristica do estruturalismo, implicando a criacao de conceitos tais como
conotacao
e
denotacao
, ou ainda obtuso e o obvio. O exame continuado do meio leva o autor a perceber a necessidade de abrir o pensamento estrutural: o par
studium
/
punctum
nao se relaciona dialeticamente verdadeiramente
.
Os termos constituem-se como instancias fenomenologicas da Fotografia: como
studium,
a Fotografia se exibe como objeto indiferente de estudo, enquanto a expressao punctum define a instauracao de um fenomeno no qual sujeito e foto se afetam.
Um dos legados da leitura de Barthes sobre a fotografia e a percepcao da importancia do conceito de "indice", que e desenvolvido posteriormente nas obras de
Rosalind Krauss
(em "O Fotografico", e em "A originalidade da Vanguarda"), de Jean-Marie Schaeffer ("A imagem precaria"), e
Philippe Dubois
("O Ato Fotografico"). Tal relacao nao apenas tem sido utilizada no campo da arte, como indica Krauss, mas vem permitindo o uso da Fotografia de modo crescente nas ciencias sociais.
Fotografia e memoria.
Na fotografia encontra-se a ausencia, a lembranca, a separacao dos que se amam, as pessoas que ja faleceram, as que desapareceram.
Para algumas pessoas, fotografar e um ato
prazeroso
, de estar figurando ou imitando algo que existe. Ja para outras, e a necessidade de prolongar o contato, a proximidade, o desejo de que o vinculo persista.
Strelczenia, 2001, apud Debray (1986, p. 60) assinala que a imagem nasce da morte, como negacao do nada e para prolongar a vida, de tal forma que entre o representado e sua representacao haja uma transferencia de alma. A imagem nao e uma simples metafora do desaparecido, mas sim "uma
metonimia
real, um prolongamento sublimado, mas ainda fisico de sua carne".
A foto faz que as pessoas lembrem do seu passado e que fiquem conscientes de quem sao. O conhecimento do real e a essencia de identidade individual dependem da memoria. A memoria vincula o passado ao presente, ela ajuda a representar o que ocorreu no tempo, porque unindo o antes com o agora temos a capacidade de ver a transformacao e de alguma maneira decifrar o que vira.
A fotografia captura um instante, poe em evidencia um momento, ou seja, o tempo que nao para de correr e de ter transformacoes. Ao olhar uma fotografia e importante valorizar o salto entre o momento em que o objeto foi clicado e o presente em que se contempla a imagem, porem a ocasiao fotografada e capaz de conter o antes e depois.
Confia-se, portanto, na capacidade da camera fotografica para guardar os instantes que se consideram valiosos. Tirar fotografias ajuda a combater o nada, o esquecimento. Para recordar e necessario reter certos fragmentos da experiencia e esquecer o resto. Sao mais os instantes que se perdem que os que podemos conservar. Segundo Strelczenia (2001), "A memoria se premia recordando, fazendo memoravel; se castiga com o esquecimento".
Fotografa-se para recordar, porque os acontecimentos terminam e as fotografias permanecem, porem nao sabemos se esses momentos foram significativos em si mesmos ou se tornaram memoraveis por terem sido fotografados.
A memoria e constitutiva da condicao humana: desde sempre o homem tem se ocupado em produzir sinais que permanecam mais alem do futuro, que sirvam de marca da propria existencia e que lhe deem sentido. A fotografia traz consigo mais daquilo do que se ve. Ela nao somente capta imagens do mundo, mas pode registrar o "gesto revelador, a expressao que tudo resume, a vida que o movimento acompanha, mas que uma imagem rigida destroi ao seccionar o tempo, se nao escolhemos a fracao essencial imperceptivel" (CORTAZAR, 1986,p. 30)
Todo esse campo de interpretacao que a fotografia permite parte de varios fatores, ingredientes que agem profundamente (nem sempre visiveis) no significado da imagem. Segundo
Lucia Santaella
e
Winfried Noth
(2001), esses elementos sao: o fotografo, como agente; o fotografo, a maquina e o mundo, ou seja, o ato fotografico, a fenomenologia desse ato; a maquina como meio; a fotografia em si; a relacao da foto com o referente; a distribuicao fotografica, isto e, a sua reproducao; a recepcao da foto, o ato de ve-la.
E no ensaio fotografico que a pessoa busca a emocao, algo que ela nunca tenha sentido. A fotografia e capaz de ferir, de comover ou animar uma pessoa. Para cada um ela oferece um tipo de afeto. Na composicao de significado da foto, segundo Barthes (1984), ha tres fatores principais: o fotografo (
operator
), o objeto (
spectrum
) e o observador (
spectator
). O fotografo lanca seu olhar sobre o assunto, ele o contamina e faz as fotos segundo seu ponto de vista. O objeto (ou modelo) se modifica na frente de uma lente, simulando uma coisa que nao e. No caso do observador, ele gera mais um campo de significado, lancando todo o seu repertorio e alterando mais uma vez a imagem.
Barthes (1984, p. 45) observa ainda a presenca de dois elementos na fotografia, aquilo que o fotografo quis transmitir e chamado de studium, ou seja, e o obvio, aquilo que e intencional. Ja quando ha um detalhe que nao foi pre-produzido pelo autor, recebe o nome de punctum. Esse ultimo gera um outro significado para o observador, fere, atravessa, mexe com sua interpretacao.
Reconhecer o studium e fatalmente encontrar as intencoes do fotografo, entrar em harmonia com elas, aprova-las, discuti-las em mim mesmo, pois a
cultura
(com que tem a ver o studium) e um contrato feito entre os criadores e os
consumidores
. (…) A esse segundo elemento que vem contrariar o studium chamarei entao punctum. Dessa vez, nao sou eu que vou busca-lo, e ele que parte da cena, como uma flecha, e vem me transpassar
(BARTHES, 1984, p. 48).
Por meio das fotografias descobre-se a capacidade de obter camadas inteiras e de emocoes que estao escondidas na memoria. Tambem se pode descobrir e obter novas significacoes que naqueles momentos nao estavam explicitas.
As imagens sao aparentemente silenciosas. Sempre, no entanto, provocam e conduzem a uma infinidade de discursos em torno delas.
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