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Filosofia do tempo

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A filosofia do tempo , muitas vezes indissociada do conceito de espaco como filosofia do espaco e do tempo, e o ramo da filosofia preocupada com as questoes que envolvem a ontologia , epistemologia e carater do tempo e do espaco . Embora essas ideias tenham sido centrais para a filosofia desde o seu inicio, a filosofia do espaco e do tempo foi uma inspiracao e um aspecto central da filosofia analitica inicial. O assunto enfoca uma serie de questoes basicas, incluindo se o tempo e o espaco existem independentemente da mente, se existem independentemente um do outro, o que explica o fluxo aparentemente unidirecional do tempo, se existem outros momentos alem do momento atual e perguntas sobre a natureza da identidade (particularmente a natureza da identidade ao longo do tempo).

Registros mais antigos sobre o tempo [ editar | editar codigo-fonte ]

A filosofia ocidental do tempo registrada mais antiga foi exposta pelo pensador egipcio antigo Ptahotep (c. 2650?2600 a. C.), que disse:

Siga o seu desejo enquanto viver, e nao realize mais do que e ordenado, nao diminua o tempo de seguir o desejo, pois a perda de tempo e uma abominacao para o espirito ...
11ª maxima de Ptahotep [ 1 ]

Os Vedas , os primeiros textos sobre filosofia indiana e filosofia hindu , datados do final do segundo milenio a. C. , descrevem a cosmologia hindu antiga, na qual o universo passa por repetidos ciclos de criacao, destruicao e renascimento, com cada ciclo durando 4.320.000 anos. [ 2 ]

Os incas consideravam o espaco e o tempo como um conceito unico, chamado pacha (em quichua : pacha , em aimara : pacha ) [ 3 ] [ 4 ] [ 5 ]

Nas teogonias e cosmovisoes dos povos do Oriente Proximo e Medio , a acao do tempo comecou a ser personificada em deuses proprios e descrita em narrativas sobre a criacao e ordenacao do universo, muitas vezes designando-lhes na arqueoastronomia como os responsaveis pelo movimento celeste e ciclos regulares como as estacoes, alem de intervencoes providenciais divinas ao longo da temporalidade e eras. No Egito Antigo , Re era considerado Senhor da Eternidade e representante do movimento do Sol, e, na ogdoade , Thoth era associado as fases lunares e ciclos, portanto ao tempo. [ 6 ] Entre os fenicios , Moco de Sidon , cita um deus Oulomos, que e associado ao grego Chronos como tempo primordial e cujo nome participa da raiz proto-semitica do termo hebraico olam , tempo remoto. [ 7 ] Na India Vedica , tambem havia narrativa associando Kala e Prajapati a respectivamente o Tempo primordial e, o segundo, sua progenie como ordenador do universo, [ 8 ] e entre os persas , o conceito pode ser encontrado na entidade Zurvan . [ 7 ] As influencias semiticas dos canaanitas ( Filon de Biblos equivale El a Kronos), egipcios e possivelmente as dos persas foram transmitidas as teogonias gregas, aparecendo na cosmogonia orfica . [ 6 ] [ 7 ] Nela, um ovo cosmico primordial, junto a Caos e Eter , foram formados pelo Tempo, que, representado como uma serpente em volta do Ovo, apertou-o ate que quebrasse. [ 6 ] [ 7 ] A nocao de ovo cosmico e presente tambem em outras tradicoes e repercutiu como nome original da teoria do Big Bang de Georges Lemaitre . [ 9 ] [ 10 ]

De fato, o Tempo (Χρ?νο?), aquele que nunca entra em decadencia, de conselho imortal, gerou Aither e um vasto Abismo aberto deste lado e daquele, e um pequeno depois ... Grande Chronos (Tempo) moldou no divino Eter um ovo branco brilhante. —fragmentos orficos 66 e 70 [ 7 ] [ 11 ]

Sempre florescente, pai de deuses abencoados e tambem dos homens, Tu de conselho engenhoso, puro, grande em forca, poderoso Tita, Tu que consomes tudo e por ti mesmo fazes crescer novamente, Tu que seguras tuas correntes inquebraveis sobre o infinito cosmo, Kronos, todo-gerador do tempo, Kronos de pensamento engenhoso. — Hino Orfico a Kronos [ 6 ]

Na mitologia grega, desenvolveu-se uma dicotomia entre os deuses Cronos (em grego, com K) e Chronos , conforme aparece por exemplo na cosmogonia de Ferecides de Siro [ 12 ] e no orfismo . [ 13 ] Ambos representaram tambem o duplo aspecto do tempo como conservador - Cronos para a nao-temporalidade e a eternidade, enquanto protege o Ceu e reserva os deuses em seu ventre como "devorador"; e Chronos, como portador dos eventos em seu desenrolar no tempo, tornando-os a destruicao na mudanca. [ 14 ] Chronos era tambem figurado como uma cobra, animal associado a deuses do rio, porque serpentes podem nadar na correnteza, o que tambem pode simbolizar o fluxo do tempo, alem de serem simbolos da saude e eternidade . [ 6 ]

Os deuses gregos estariam envolvidos em um tempo imperecivel. No tempo, pois estao sujeitos a mudanca (nascem e crescem); na imperecibilidade, pois estao no tempo desde sempre e para sempre. Essa ideia corresponde a visao grega do tempo que costuma expressar as nocoes de sucessao e mudanca, da corrupcao das coisas no tempo. A passagem desse tempo seria ciclica, nao em repeticoes, mas em movimentos de mudanca como as estacoes do ano . As ideias de inicio e de fim temporal inexistiam para os gregos, para quem o mundo e os deuses existem desde sempre. [ 15 ]

A Teogonia expressa a nocao de que historia divina tem uma direcao orientada por Zeus . Nesse contexto, os humanos tem de somente viver o tormento que o tempo os impoem - nascer, envelhecer, morrer. Como o homem e efemero, tem sua condicao de existencia ligada ao tempo que e ciclico de modo a orienta-lo, trazendo sempre as mesma estacoes e mudancas. Essa nocao e tambem expressa na Iliada: [ 15 ]

Simile as folhas e a geracao dos homens, o vento faz cair as folhas sobre a terra. Verdecendo, a selva enfolha outra mais, vinda a primavera. Assim e a linhagem dos homens: nascem e perecem. (Iliada, canto 6, 128-129)

Na Iliada ha a expressao da ideia de que os deuses controlariam o espaco e o tempo humano. [ 15 ] Os deuses nao saberiam o que significa experienciar o tempo, pois as forcas do universo nao se aplicariam a eles. Porem, durante a historia da Guerra de Troia , na qual deuses do Olimpo participam, eles estariam sujeitos a uma certa aproximacao do tempo humano. Isso aconteceria toda vez que um Deus cai em batalha, ficando preso em um momento de queda que seria semelhante ao momento da morte de um soldado. Ainda assim, como o Deus e imortal, nao pode sofrer o mesmo destino humano, mas chega o mais perto possivel de ter a experiencia da morte: ficar brevemente suspenso no tempo. Ou seja, para um Deus, ter a experiencia do tempo humano (que traz mudancas e envelhecimento) seria estar quase em uma situacao de mortalidade. Para Zeus , isso seria um sinal positivo, pois como controlador do tempo e espaco humano, ter a possibilidade de levar um Deus para perto da mortalidade seria uma punicao possivel de impor e, logo, reafirmar seu poder. [ 16 ]

Antiguidade [ editar | editar codigo-fonte ]

Filosofia Grega [ editar | editar codigo-fonte ]

Os conceitos cosmogonicos foram incorporados depois na filosofia dos gregos antigos ; Anaximandro considera a acao cosmica do Tempo: "A fonte do vir-a-ser para as coisas existentes e aquela na qual a destruicao, tambem, ocorre de acordo com a Necessidade; pois elas pagam multa e retribuicao umas as outras por sua injustica de acordo com a afericao do Tempo". [ 17 ] Parmenides e Heraclito , escreveram ensaios sobre a natureza do tempo. [ 18 ] Heraclito enfocou em seus fragmentos o fluxo do tempo nos fenomenos mutaveis, do devir ou vir-a-ser, afirmando que nada persiste, salvo o proprio fluxo e o logos que o rege em unidade: [ 19 ]

"Diferentes e novamente diferentes aguas fluem" —fragmento 12
"Pisamos e nao pisamos nos mesmos rios, somos e nao somos." —fragmento 49a
"O cosmos, o mesmo para todos, nenhum dos deuses nem dos seres humanos fez, mas sempre foi e e e deve ser: um fogo sempre vivo sendo aceso em medidas e extinto em medidas" —fragmento 30
"Deus e noite-dia, inverno-verao, paz-guerra, fome-saciedade; sofre alteracoes na maneira como o fogo, quando misturado com especiarias, e nomeado de acordo com o perfume de cada uma delas." —fragmento B67

E possivel fazer uma leitura sobre o tempo nos poucos fragmentos que restam de Parmenides . Nao ha, ate hoje, porem, uma interpretacao que de conta de explicar toda a sua cosmogonia. Em seu poema, Parmenides expoem que a Deusa indica dois caminhos: o que e ( caminho da verdade) e o que nao e (caminho da mentiras e da opiniao dos mortais). Parece propor um Ser eterno imutavel, fora da temporalidade, rejeitando que aquilo que verdadeiramente e/existe poderia tornar-se ou sofrer mudanca. [ 20 ] [ 21 ]

"Aquilo que e nunca foi e nunca sera, uma vez que e agora, todo junto, um , continuo. Pois qual nascimento voce buscara dele [do ser]? Como e de onde ele cresceu? Nao permitirei que voce diga nem pense do nao-ser ; pois nao se pode dizer nem pensar que ele [o ser] nao e: e que necessidade o teria acionado mais tarde ao inves de antes, comecando a crescer do nada? Portanto, ele deve ser completamente ou nao ser absolutamente nada ... E como poderia aquilo que e ser no futuro? Como poderia vir a ser? Pois, se ele veio a ser, ele nao e: nem ele e se algum dia sera no futuro. Portanto o vir a ser esta extinto e nao se ouve falar do perecer." — Poema de Parmenides

Platao , no Timeu , identificou o tempo com o periodo de movimento dos corpos celestes e o espaco como aquilo em que as coisas acontecem, seguindo a linha mitologica que associava os deuses a astronomia e alegorizava ideias abstratas. Em sua Teoria das Ideias , ele identificou os fenomenos mutaveis da temporalidade no mundo sensivel como o tornar-se , imagens transitorias que sao manifestacoes das Ideias eternas, como parte do Ser permanente alem do tempo. [ 22 ] [ 23 ] No seu dialogo Parmenides ele aborda o ser no tempo e os conceitos de kinesis e stasis para descrever seu movimento e permanencia. [ 24 ] Ele aborda tambem o conceito de tempo e espaco em relacao ao Um , retomando o apeiron (ilimitado) e limite (peras) de Anaximandro e Melisso . [ 25 ] A mudanca, segundo Platao, ocorre por um momento fora do tempo, entre o repouso e o movimento, o "de repente" ou "instante" ( exaiphnes). [ 24 ] [ 25 ]

"Pois nao e a partir do repouso, ainda em repouso, que a coisa muda, nem a partir do movimento, ainda em movimento, que ela muda. Mas esta natureza, a do instante, uma estranha natureza, situa-se entre o movimento e o repouso, estando em tempo nenhum [...]"—Platao, Parmenides, 156d-e

Na cosmologia do Timeu , a organizacao do mundo (totalidade do sensivel) e descrita pelo personagem Timeu, que da nome a obra, como ocorrendo apos o estabelecimento do movimento do Ceu por um demiurgo . Esse utilizaria o imutavel como arquetipo e modelo e tudo que criaria seria belo, uma copia de seu modelo. Nesse contexto, o tempo seria aquilo que faria a copia mais semelhante ao arquetipo (imutavel). O Demiurgo tenta tornar o mundo perpetuo, como seu modelo. Porem, consegue construir uma "imagem movente da eternidade". Na copia, a unidade e limitada e numericamente avanca/progride pelo tempo, que e o que permite entender e contar os movimentos sensiveis. O tempo (deveniente) seria entao uma manifestacao sensivel do ordenamento dos astros , imutaveis. [ 26 ]

"Ele comecou a fazer este Universo, tanto quanto podia, de um tipo semelhante. Mas, visto que a natureza da Criatura Vivente era eterna, essa qualidade era impossivel anexar em sua totalidade ao que e gerado; portanto Ele planejou fazer uma imagem movel da Eternidade e, conforme pos em ordem o Ceu, daquela Eternidade que habita na unidade Ele fez uma imagem eterna, movendo-se de acordo com Numero, ate mesmo aquilo a que chamamos de Tempo ( chronos ). Pois, simultaneamente com a construcao do Ceu, Ele planejou a producao de dias e noites e meses e anos, que nao existiam antes do Ceu existir. E todos esses sao porcoes do Tempo; assim mesmo como “Foi” e “Sera” sao formas geradas de Tempo, embora as apliquemos erroneamente, sem perceber, ao Ser Eterno. Pois dizemos que “e” ou “era” ou “sera”, ao passo que, na verdade, “e”, sozinho, e o termo apropriado; “foi” e “sera”, por outro lado, sao termos apropriadamente aplicaveis ??ao Devir que procede no Tempo, uma vez que ambos sao nocoes; mas nao pertencem aquilo que e sempre imutavel em sua uniformidade a ponto de nao se tornar mais velho ou mais jovem com o tempo, nem nunca ter se tornado, nem ser assim agora, nem estar prestes a se-lo no futuro, nem em geral estar sujeito a qualquer uma das condicoes que o Devir impoe as coisas que se movem no mundo dos Sentidos, sendo estas formas geradas de Tempo, que imita a Eternidade e circunda de acordo com Numero."— Timeu 37d?38a [ 27 ]

"O Tempo, entao, passou a existir junto com o Ceu, a ponto de que, tendo sido gerados juntos, eles tambem poderiam ser dissolvidos juntos, se alguma vez ocorresse uma dissolucao deles; e foi feito segundo o padrao da Natureza Eterna, para que pudesse ser tao semelhante quanto possivel; pois enquanto o paradigma existe por toda a eternidade, a copia, por outro lado, perpassa todo o tempo, continuamente tendo existido, existindo e estando prestes a existir. Portanto, como consequencia deste raciocinio e designio da parte de Deus, com vistas a geracao do Tempo, o sol e a lua e cinco outras estrelas, que levam a denominacao de "planetas", passaram a existir para a determinacao e preservacao dos numeros do Tempo."— Timeu 38b?c [ 28 ]

Aristoteles depois rejeitaria essa passagem do Timeu , abominando a nocao de um comeco do universo e do proprio tempo. [ 26 ]

No dialogo platonico Parmenides , sao elaborados diversos paradoxos sobre o tornar-se mais velho e tornar-se mais jovem, e a condicao do Um em relacao a isso. Como por exemplo que, ao se adicionar uma igual quantidade de tempo a duas quantidades de tempo distintas, resultara uma menor diferenca na proporcao entre os dois periodos: como quando alguem tem idade de 20 anos e outro de 10 anos, na proporcao de 1/2 entre o mais jovem e o mais velho, daqui a 10 anos a proporcao sera maior, de 2/3 (20 anos/30 anos) e sempre se aproximara de 1. [ 29 ]

"se adicionarmos tempo igual a um tempo maior e a um tempo menor ... o maior difere do menor tempo por uma porcao menor do que antes"— Parmenides 154c?d
"como estao sempre indo em direcoes opostas, eles se tornam opostos um ao outro, os mais jovens mais velhos do que os mais velhos, e os mais velhos mais jovens do que os mais jovens"— Parmenides 154e?155b

Isso leva a aporias e conclusoes permeadas de oposicao, como a exposicao resultante do argumento 2: "O Um e e fica mais velho e mais jovem do que Ele e os outros, e nem e, nem fica mais velho ou mais jovem do que Ele ou os outros" (155c?d). [ 29 ]

Aristoteles , no livro IV de sua Fisica , definiu o tempo como o numero de mudancas em relacao ao antes e depois, e o lugar de um objeto como o limite mais intimo e imovel do que o cerca. O tempo esta em todas as coisas e seria diferente da mudanca mas algo como ela, um aspecto de seu movimento. [ 30 ]

Vendo a mudanca como medida do tempo, as mudancas que ocorrem no universo sao explicadas como atualizacao de potencialidade [ 30 ] e a modalidade da existencia das coisas e definida de acordo com a frequencia temporal, sendo essas ou necessidade (algo eterno que desde sempre existe independentemente), ou possibilidade (existem por algum tempo) , ou contingencia . O universo seria necessario e eterno, sendo Deus sua causa final . [ 31 ]

Segundo Aristoteles, o tempo nao seria algo em si, mas algo com caracteristicas peculiares. As partes do tempo nao existem: ou deixaram de existir (passado) ou ainda nao vieram a existir (futuro). Alem disso, o "agora" ou o "instante" nao faz parte do tempo, pois esse e inextenso e nao pode constituir partes. Ele tambem nao e sucessivo pois um "agora" existe de modo que nao se sobrepoem a outro "agora". Em uma linha de partes sucessivas, que compoem o tempo, o "agora" e o que separa as partes: passado e futuro. [ 30 ]

Presente tambem em Aristoteles foi a recepcao do duplo aspecto do tempo, segundo Pierre Aubenque : [ 14 ]

"O tempo tem duas faces: como destruidor da natureza, que ele erode e mina atraves da acao combinada de calor e frio ( Meteorologia , I, 14, 351a 26 e Fisica IV, 13, 222b 19), e o auxiliar benevolente da acao humana; e embora ele nao seja um criador, ele e pelo menos um inventor, permitindo o progresso tecnologico ( Etica a Nicomaco , I, 7, 1098a 24)".

Em Sobre o Ceu , Aristoteles defende que nada do que e gerado no tempo pode ser eterno, enquanto que aquilo que nao e gerado e necessariamente indestrutivel: "todo o Ceu nao e gerado nem pode ser destruido, como alguns disseram, mas e unico e eterno, nao tendo comeco nem fim de sua duracao, tendo e abarcando um tempo ilimitado em si mesmo". Contra Platao, ele assim afirmou que o proprio tempo, junto ao cosmos, e eterno e ilimitado. [ 32 ] Esse argumento contra o finitismo temporal levou a amplas discussoes entre filosofos medievais islamicos , judeus e cristaos , pois resultava em conflito com as visoes criacionistas que interpretavam um comeco do universo e do tempo. [ 33 ] [ 34 ] Entre os neoplatonistas , Iamblico e considerado por academicos como tendo realizado uma inovacao na filosofia do tempo. Ele critica a visao de Aristoteles e propoe solucoes aos paradoxos temporais deste ultimo. Baseando-se em Pseudo-Arquitas, ele define o Tempo como sendo uma Ideia preexistente, originario apos a Alma e que e elemento intermediario de ligacao entre Eternidade e Cosmos. Por ser inteligivel, nao possui extensao em sua hipostase transcendente , porem o "tempo inferior" no mundo sensivel do "cosmos" tem extensao. Os proprios conceitos de "antes" e "depois" na alma dependem da ordenacao preexistente do Tempo. E inaugural, portanto, sua consideracao de que o paradigma preexistente do Tempo e o responsavel por ordenar os movimentos, pois ha, por exemplo, uma ordem necessaria na sua direcao. Esse Tempo superior e simultaneo aos eventos temporais e todos os eventos temporais dele participam no "Agora", que e sempre diferente, porem que sempre se apresenta em unidade com o todo inteligivel. [ 35 ]

"um tempo intelectual que transcende o cosmos e governa o mundo psiquico (...) esta disposto no mundo noetico. (...) o numero do movimento automovente [considerado] como uma monada semelhante ao tempo. (...) [E] a extensao em relacao a ordem de movimento preexistente, em que o antes e o depois se ordenam de antemao e dao ordem as acoes e movimentos. Pois nao se pode inferir o anterior e o posterior das coisas sem a preexistencia do tempo per se , ao qual tambem se refere a ordem das acoes."―Iamblico, citado por Simplicio [ 35 ]

Eternalismo e aniquilacionismo no budismo [ editar | editar codigo-fonte ]

O problema do tempo e espaco foi importante nas discussoes filosoficas budistas desde as escolas iniciais , pois era necessaria a sua definicao na interpretacao quanto ao periodo de existencia e persistencia dos fenomenos psicofisicos ( darmas ), que surgem e desaparecem em fluxo segundo a teoria da originacao dependente . Afirmar a existencia de um tempo infinito incorreria no eternalismo , enquanto determinar um comeco ou fim a ele resultaria em aniquilacionismo; ambas as posturas extremas de consideracao da realidade eram evitadas pelo Buda em sua doutrina do Caminho do Meio , pois elas estendem ilegitimamente a aplicacao de conceitos empiricos a alegacoes transcendentes. [ 36 ] As visoes de que o mundo ou um eu sao eternos, ou que cessarao, ou que sao finitos, ou que sao infinitos, ou que possuem um inicio ou fim ultimos, foram todas consideradas "visoes erradas" no Vibhanga ( Canone Pali ). [ 37 ]

Na linha do Abidarma , a tradicao sarvastivada sustentava a visao de que os darmas existem em todos os tres tempos ? passado, presente, futuro; dai o nome de sua escola significa "teoria de que tudo existe". [ 38 ] As escolas Sautrantica , Vibhajyav?da e Teravada argumentaram contra essa visao eternista em favor do presentismo (so existe o momento presente). [ 39 ] Nas conjecturas sobre carma , houve tradicoes do budismo que eram endurantistas nao reducionistas, em que a pessoa existe atualmente e persiste ao longo do tempo independente das mudancas das colecoes dos agregados , de forma que estas compoem os varios estados da pessoa e a sequencia causal e uma entidade em si, nao redutivel apenas aos seus componentes temporais; e outras que eram perdurantistas, por reduzirem a existencia apenas a cada feixe de agregados momentaneos no espaco-tempo como unidades isoladas. [ 40 ]

Filosofia Medieval [ editar | editar codigo-fonte ]

No livro 11 das Confissoes , Santo Agostinho pensa sobre a natureza do tempo, perguntando: "O que e entao o tempo? Se ninguem me pergunta, eu sei: se desejo explicar a alguem que pede, nao sei." Ele continua comentando a dificuldade de pensar sobre o tempo, apontando a imprecisao do discurso comum: "Pois poucas coisas existem sobre as quais falamos adequadamente; da maioria das coisas falamos incorretamente, ainda assim as coisas pretendidas sao entendidas". [ 41 ] Mas Agostinho apresentou o primeiro argumento filosofico para a realidade da Criacao no contexto de sua discussao sobre o tempo, dizendo que o conhecimento do tempo depende do conhecimento do movimento das coisas e, portanto, o tempo nao pode estar onde nao ha criaturas para medir sua passagem. [ 42 ] Ele tambem defendeu para isso que Deus esta fora do tempo e que criou todos os tempos. [ 43 ]

Em contraste com alguns filosofos gregos antigos que acreditavam que o universo tinha um passado infinito sem comeco, filosofos e teologos medievais desenvolveram o conceito de universo com um passado finito com um comeco. O filosofo cristao Joao Filopono apresentou argumentos iniciais, adotados pelos filosofos e teologos cristaos posteriores da forma "argumento da impossibilidade da existencia de um infinito atual ", que afirma: [ 44 ]

"Um infinito atual nao pode existir."
"Um regressao temporal infinita de eventos e um infinito atual."
"∴ Um regressao temporal infinita de eventos nao pode existir."

No inicio do seculo XI, o fisico muculmano Ibn al-Haitham (Alhacen ou Alhazen) discutiu a percepcao do espaco e suas implicacoes epistemologicas em seu Livro de Optica (1021). Ele tambem rejeitou a definicao de topos de Aristoteles ( Fisica IV) por meio de demonstracoes geometricas e definiu lugar como uma extensao espacial matematica. [ 45 ] Sua prova experimental do modelo de intromissao de visao levou a mudancas no entendimento da percepcao visual do espaco, ao contrario da anterior teoria da emissao da visao , apoiada por Euclides e Ptolomeu . Ao "vincular a percepcao visual do espaco a experiencia corporal anterior, Alhazen rejeitou inequivocamente a intuitividade da percepcao espacial e, portanto, a autonomia da visao. Sem nocoes tangiveis de distancia e tamanho para correlacao, a visao pode nos dizer quase nada sobre essas coisas." [ 46 ]

Realismo e antirrealismo [ editar | editar codigo-fonte ]

Tradicionalmente, os realistas na ontologia sobre o tempo e o espaco defendem a existencia deles separadamente da mente humana. Os idealistas , por outro lado, negam ou duvidam da existencia de objetos independentes do mental. Alguns antirrealistas , cuja posicao ontologica e que objetos fora da mente existem, nao obstante, duvidam da existencia independente de tempo e espaco.

Em 1781, Immanuel Kant publicou a Critica da Razao Pura , uma das obras mais influentes da historia da filosofia do espaco e do tempo. Ele descreve o tempo como uma nocao a priori que, juntamente com outras nocoes a priori , como o espaco , permite compreender a experiencia sensorial . Kant sustenta que nem o espaco nem o tempo sao substancias , entidades em si mesmas ou aprendidas pela experiencia; ele sustenta, antes, que ambos sao elementos de uma estrutura sistematica que usamos para estruturar nossa experiencia. As medidas espaciais sao usadas para quantificar a distancia dos objetos e as medidas temporais sao usadas para comparar quantitativamente o intervalo entre (ou a duracao) dos eventos . Embora o espaco e o tempo sejam considerados transcendentalmente ideais nesse sentido, eles tambem sao empiricamente reais - ou seja, nao sao meras ilusoes. [ 47 ] A definicao fenomenologica fundamentalmente intuitiva de Kant e a impossibilidade de se conhecer a coisa-em-si externa afasta-o, no entanto, da posicao realista. [ 48 ]

Alguns escritores idealistas, como J. M. E. McTaggart em A Irrealidade do Tempo , argumentaram que o tempo e uma ilusao (ver tambem O fluxo do tempo , abaixo).

Os escritores discutidos aqui sao na maioria realistas a esse respeito; por exemplo, Gottfried Leibniz sustentava que suas monadas existiam, pelo menos independentemente da mente do observador.

Absolutismo e relacionalismo [ editar | editar codigo-fonte ]

Leibniz e Newton [ editar | editar codigo-fonte ]

O grande debate entre definir nocoes de espaco e tempo como objetos reais ( absolutos ), ou meras ordenacoes sobre objetos reais ( relacionais ), comecou entre os fisicos Isaac Newton (via seu porta-voz, Samuel Clarke ) e Gottfried Leibniz nos papeis da correspondencia Leibniz?Clarke .

Argumentando contra a posicao absolutista, Leibniz oferece uma serie de experimentos mentais com o objetivo de mostrar que ha contradicao ao assumir a existencia de fatos como localizacao e velocidade absolutas. Esses argumentos se baseiam fortemente em dois principios centrais a sua filosofia: o principio da razao suficiente e a identidade dos indiscerniveis . O principio da razao suficiente sustenta que, para todo fato, existe uma razao suficiente para explicar o que e por que e assim e nao o contrario. A identidade dos indiscerniveis afirma que, se nao ha como distinguir duas entidades, elas sao uma e a mesma coisa.

Destaca-se na resposta de Clarke (e Newton) aos argumentos de Leibniz o argumento do balde : a agua em um balde, pendurado em uma corda e posto para girar, comecara com uma superficie plana. A medida que a agua comeca a girar no balde, a superficie da agua se torna concava. Se o balde for parado, a agua continuara girando e, enquanto o giro continuar, a superficie permanecera concava. Aparentemente, a superficie concava nao e o resultado da interacao do balde e da agua, uma vez que a superficie e plana quando o balde comeca a girar, torna-se concava quando a agua comeca a girar e permanece concava quando o balde para.

O exemplo que Leibniz usa envolve dois universos propostos situados no espaco absoluto. A unica diferenca discernivel entre eles e que o ultimo esta posicionado um metro e meio a esquerda do primeiro. O exemplo so e possivel se existir espaco absoluto. Tal situacao, no entanto, nao e possivel, segundo Leibniz, pois, se fosse, a posicao de um universo no espaco absoluto nao teria razao suficiente, pois poderia muito bem estar em qualquer outro lugar. Portanto, contradiz o principio da razao suficiente, e poderia existir dois universos distintos que eram de todas as maneiras indiscerniveis, contradizendo assim a identidade dos indiscerniveis.

Nesta resposta, Clarke defende a necessidade da existencia de espaco absoluto para explicar fenomenos como rotacao e aceleracao que nao podem ser explicados por um relato puramente relacionalista . Clarke argumenta que, como a curvatura da agua ocorre no balde rotativo e no balde estacionario contendo agua em rotacao, isso so pode ser explicado ao afirmar que a agua esta girando em relacao a presenca de alguma terceira coisa - espaco absoluto.

Leibniz descreve um espaco que existe apenas como uma relacao entre objetos e que nao existe alem da existencia desses objetos. O movimento existe apenas como uma relacao entre esses objetos. O espaco newtoniano forneceu o quadro de referencia absoluto dentro do qual os objetos podem ter movimento. No sistema de Newton, o quadro de referencia existe independentemente dos objetos contidos nele. Esses objetos podem ser descritos como se movendo em relacao ao proprio espaco. Por quase dois seculos, a evidencia de uma superficie concava da agua manteve a autoridade.

Mach [ editar | editar codigo-fonte ]

Outra figura importante nesse debate e o fisico do seculo XIX Ernst Mach . Embora ele nao negasse a existencia de fenomenos como o visto no argumento do balde, ele ainda negava a conclusao absolutista, oferecendo uma resposta diferente sobre a que o balde estava girando em relacao: as estrelas fixas .

Mach sugeriu que experimentos de pensamento como o argumento do balde sao problematicos. Se imaginassemos um universo que contem apenas um balde, no relato de Newton, esse balde poderia girar em relacao ao espaco absoluto, e a agua que ele continha formaria a superficie concava caracteristica. Mas, na ausencia de mais alguma coisa no universo, seria dificil confirmar que o balde estava realmente girando. Parece igualmente possivel que a superficie da agua no balde permaneca plana.

Mach argumentou que, com efeito, o experimento com agua em um universo vazio permaneceria plano. Mas se outro objeto fosse introduzido neste universo, talvez uma estrela distante, haveria agora algo em relacao ao qual o balde poderia ser visto girando. A agua dentro do balde poderia ter uma ligeira curva. Para explicar a curva que observamos, um aumento no numero de objetos no universo tambem aumenta a curvatura na agua. Mach argumentou que o momento de um objeto, angular ou linear, existe como resultado da soma dos efeitos de outros objetos no universo ( Principio de Mach ).

Einstein [ editar | editar codigo-fonte ]

Albert Einstein propos que as leis da fisica deveriam basear-se no principio da relatividade . Este principio sustenta que as regras da fisica devem ser as mesmas para todos os observadores, independentemente do quadro de referencia usado, e que a luz se propaga na mesma velocidade em todos os referenciais. Essa teoria foi motivada pelas equacoes de Maxwell , que mostram que as ondas eletromagneticas se propagam no vacuo a velocidade da luz . No entanto, as equacoes de Maxwell nao dao indicacao do que e essa velocidade. Antes de Einstein, pensava-se que essa velocidade era relativa a um meio fixo, chamado eter luminifero . Por outro lado, a teoria da relatividade especial postula que a luz se propaga a velocidade da luz em todos os quadros inerciais e examina as implicacoes desse postulado.

Todas as tentativas de medir qualquer velocidade relativa a esse eter falharam, o que pode ser visto como uma confirmacao do postulado de Einstein de que a luz se propaga na mesma velocidade em todos os quadros de referencia. A relatividade especial e uma formalizacao do principio da relatividade que nao contem um quadro de referencia inercial privilegiado, como o eter luminifero ou o espaco absoluto, de onde Einstein deduziu que esse quadro nao existe.

Einstein generalizou a relatividade a quadros de referencia que nao eram inerciais. Ele conseguiu isso postulando o Principio da Equivalencia , que afirma que a forca sentida por um observador em um determinado campo gravitacional e aquela sentida por um observador em um quadro de referencia acelerado sao indistinguiveis. Isso levou a conclusao de que a massa de um objeto distorce a geometria do espaco-tempo ao seu redor, conforme descrito nas equacoes de campo de Einstein .

Na fisica classica, um referencial inercial e aquele em que um objeto que nao experimenta forcas nao acelera. Na relatividade geral, um referencial inercial e aquele que segue uma geodesica do espaco-tempo. Um objeto que se move contra uma geodesica experimenta uma forca. Um objeto em queda livre nao experimenta uma forca, porque segue uma geodesica. Um objeto que esta na Terra, no entanto, experimentara uma forca, pois esta sendo mantida contra a geodesica pela superficie do planeta.

Einstein defende parcialmente o principio de Mach em que estrelas distantes explicam a inercia porque elas fornecem o campo gravitacional contra o qual ocorrem aceleracao e inercia. Mas, contrariamente ao relato de Leibniz, esse espaco-tempo distorcido e tao integrante uma parte de um objeto, assim como suas outras caracteristicas definidoras, como volume e massa. Se alguem sustenta, ao contrario das crencas idealistas, que os objetos existem independentemente da mente, parece que a relativistica os compromete a sustentar tambem que o espaco e a temporalidade tem exatamente o mesmo tipo de existencia independente.

Com a teoria da relatividade espacial, o conceito de tempo principal abordado na fisica deixou de ser absoluto newtoniano e vale-se de diferentes medidas para diferentes observadores em relacao aos seus estados de movimento. [ 49 ] Seguindo Einstein, Hermann Minkowski postulou cada ponto do espaco como constituindo um relogio proprio e que deve ser considerada uma quarta dimensao espacotemporal nos calculos. [ 47 ] [ 49 ] Einstein incrementou essa matriz quadridimensional em sua teoria da relatividade e considerou que as medidas do espaco-tempo deveriam ser atraves da atuacao de relogios fisicos nas condicoes de referencia naquele ponto e sistema. Enquanto para Newton, os relogios reais seriam apenas medidores relativos da duracao absoluta, [ 49 ] separada e metafisica, para Einstein, o conceito de tempo e puramente fisico e, como verificacionista, nao tem sentido sem referencia a relogios, [ 50 ] sejam eles os tempos proprios em observadores no sistema da relatividade especial, um relogio em repouso no sistema inercial de um experimento de verificacao da dilatacao do tempo ou em medidas da relatividade geral. [ 49 ]

A teoria da relatividade nao e questionada em suas previsoes matematicas e descricoes do comportamento de entidades fisicas no espaco, sendo comprovada atraves de inumeros experimentos, mas sua generalizacao da definicao de duracoes temporais foi criticada por alguns fisicos e filosofos—o tempo nao se restringiria apenas ao movimento das particulas de relogios fisicos (como relogios atomicos), e a contracao e dilatacao de oscilacoes em relogios nao e o proprio conceito metafisico de tempo em si, independente de movimentos periodicos fisicos; [ 51 ] alem de que considerar o tempo proprio do observador nao anula a conceituacao de um tempo universal absoluto, o que ja foi feito na cosmologia teorica. [ 52 ]

A filosofia do tempo de Einstein teve debate significativo apos sua discussao por Henri Bergson , o qual levantou-lhe ressalvas e foi mal compreendido em sua critica a teoria da relatividade, por afirmar que os filosofos teriam uma competencia diferente daquela dos fisicos na interpretacao do tempo. [ 53 ] Bergson aceitava os avancos da teoria da relatividade, conhecia a matematica de Lorentz e admirava Einstein, mas questionava a generalizacao filosofica do significado de tempo a partir da teoria fisica, criticando alguns experimentos mentais e sua conceitualizacao matematica, por exemplo as diferentes condicoes no paradoxo dos gemeos que levariam a diferentes medidas do tempo ou o movimento relativo. [ 53 ]

"O senso comum acredita em um tempo unico, o mesmo para todos os seres e todas as coisas... a ideia de um tempo universal, comum a seres conscientes e coisas, e uma hipotese simples. Mas e uma hipotese que acredito ser fundamentada e que, na minha opiniao, nao contem nada incompativel com a teoria da relatividade." [ 54 ]

Ele afirmava um conceito de tempo subjetivo como real, parte da intuicao e que essa sua duracao era independente das condicoes de espaco e seus referenciais:

"Se eu procuro na profundidade do meu ser ... encontro ... um fluxo continuo que nao e comparavel a qualquer fluxo que ja vi. Ha uma sucessao de estados, cada um dos quais anuncia o que segue e contem aquele que o precede ... O desenrolar de nossa duracao se assemelha em alguns de seus aspectos a unidade de um movimento em avanco e em outros a multiplicidade de estados em expansao ... Por mais que eu manipule os conceitos ... nunca obtenho nada que se assemelhe a intuicao simples que tenho de duracao." — Uma Introducao a Metafisica [ 55 ]

Einstein rejeitou firmemente as observacoes de Bergson:

"o tempo dos filosofos nao existe, resta apenas um tempo psicologico que difere do fisico"

"O tempo do filosofo, acredito, e um tempo psicologico e fisico ao mesmo tempo.", e que para ele o tempo psicologico nao tem valor: "Isso nada mais e do que construcoes mentais, entidades logicas". [ 53 ]

Martin Heidegger posteriormente seguiu uma linha retomando argumentos de Bergson sobre o conceito filosofico de tempo: "Uma vez que o tempo seja definido como o tempo do relogio, nao ha mais esperanca de chegar novamente ao seu significado original." [ 56 ]

Outro contemporaneo que fez uma abordagem alternativa da filosofia do tempo em relacao ao modelo de Minkowski-Einstein foi Alfred North Whitehead , em sua filosofia do processo , que identificava o conceito de tempo com aquele de duracoes dos eventos atuais encadeados do universo como um continuum extensivo, formado por blocos sucessivos do que ele chamou de "ocasioes de experiencia". [ 47 ]

Em revisao sobre conceitos de tempo e suas medidas na fisica contemporanea, Claudio Borghi afirmou:

Toda idealizacao teorica, de Newton a Einstein, ate a mecanica quantica e a gravidade quantica, embora use diferentes modelos matematicos como instrumentos para interpretar a complexidade dos fenomenos, baseia-se em uma clara preconcepcao indiscutivel sobre uma realidade de tempo externa a corpos e relogios. [ 49 ]

Ele conclui que:

A teoria relativistica do tempo nao diz nada definitivo sobre a vida util media das amostras radioativas ou, na provavel hipotese de que tambem relogios biologicos nao se comportam como relogios atomicos, sobre as diferentes taxas de envelhecimento de organismos vivos, apenas fornecendo medidas relacionadas ao potencial gravitacional ou pseudo-gravitacional em que o instrumento esteve durante o curso de um fenomeno... Em segundo lugar, deve-se notar que as teorias, embora se refiram ao mesmo material de investigacao, geralmente nao sao extensoes uma da outra, mas representacoes da realidade entre elas em grande parte inconciliaveis. A evidencia clara e indiscutivel, alem da correspondencia limitada entre medidas obtidas por relogios reais e previsoes relativisticas, e dada pela diferenca substancial entre o conceito de tempo interno evolutivo e o de tempo proprio que, em retrospectiva, ja esta escrito na linha do mundo e, portanto, nao contem nenhuma informacao sobre a taxa de evolucao de corpos e relogios que o descrevem. [ 49 ]

Convencionalismo [ editar | editar codigo-fonte ]

A posicao do convencionalismo afirma que nao ha fato da questao quanto a geometria do espaco e do tempo, mas que isso e decidido por convencao. O primeiro proponente de tal visao, Henri Poincare , reagindo a criacao da nova geometria nao euclidiana , argumentou que a geometria aplicada a um espaco foi decidida por convencao, uma vez que diferentes geometrias descreverao igualmente um conjunto de objetos com base em consideracoes do seu mundo-esfera .

Essa visao foi desenvolvida e atualizada para incluir consideracoes da fisica relativistica por Hans Reichenbach . O convencionalismo de Reichenbach, aplicado ao espaco e ao tempo, concentra-se na ideia de definicao coordenativa .

A definicao coordenativa tem duas caracteristicas principais. A primeira tem a ver com unidades coordenadas de comprimento com certos objetos fisicos. Isso e motivado pelo fato de nunca podermos compreender diretamente o comprimento. Em vez disso, devemos escolher algum objeto fisico, diga-se o Metro Padrao no Bureau International des Poids et Mesures (Escritorio Internacional de Pesos e Medidas), ou o comprimento de onda do cadmio para permanecerem como nossa unidade de comprimento. A segunda caracteristica trata de objetos separados. Embora possamos, presumivelmente, testar diretamente a igualdade de comprimento de duas hastes de medicao quando elas estao proximas uma da outra, nao podemos descobrir tanto quanto para duas hastes distantes uma da outra. Mesmo supondo que duas hastes, sempre que aproximadas umas das outras, sejam vistas como iguais em comprimento, nao temos justificativa em afirmar que elas sempre sao iguais em comprimento. Essa impossibilidade mina nossa capacidade de decidir a igualdade de comprimento de dois objetos distantes. A uniformidade do comprimento, pelo contrario, deve ser estabelecida por definicao.

Tal uso da definicao coordenativa esta em vigor, no convencionalismo de Reichenbach, na Teoria Geral da Relatividade, em que a luz e assumida, isto e, nao descoberta, como marcando distancias iguais em tempos iguais. Com base nessa configuracao de definicao coordenativa, no entanto, a geometria do espaco-tempo e estabelecida.

Como no debate absolutismo/relacionalismo, a filosofia contemporanea ainda discorda quanto a corretude da doutrina convencionalista.

Estrutura do espaco-tempo [ editar | editar codigo-fonte ]

Partindo de uma mistura de ideias dos debates historicos do absolutismo e do convencionalismo, bem como refletindo sobre a importacao do aparato tecnico da Teoria Geral da Relatividade, detalhes quanto a estrutura do espaco-tempo constituiram uma grande proporcao de discussoes dentro a filosofia do espaco e do tempo, bem como a filosofia da fisica . A seguir, e apresentada uma pequena lista de topicos.

Relatividade da simultaneidade [ editar | editar codigo-fonte ]

De acordo com a relatividade especial, cada ponto do universo pode ter um conjunto diferente de eventos que compoem seu instante atual. Isso foi usado no argumento de Rietdijk-Putnam para demonstrar que a relatividade prediz um universo em bloco no qual os eventos estao fixos em quatro dimensoes. [ carece de fontes ? ]  

Invariancia vs. covariancia [ editar | editar codigo-fonte ]

Levantando para suportar as licoes do debate absolutismo/relacionalismo com as poderosas ferramentas matematicas inventadas nos seculos XIX e XX, Michael Friedman traca uma distincao entre invariancia a transformacao matematica e covariancia sobre transformacao.

Invariancia, ou simetria, se aplica a objetos , isto e, o grupo de simetria de uma teoria do espaco-tempo designa quais caracteristicas dos objetos sao invariantes ou absolutas e quais sao dinamicas ou variaveis.

A covariancia se aplica a formulacoes de teorias, ou seja, o grupo de covariancia designa em que faixa de sistemas de coordenadas as leis da fisica se aplicam.

No caso classico, o grupo de invariancia, ou simetria, e o grupo de covariancia coincidem, mas eles se separam na fisica relativistica. O grupo de simetria da teoria geral da relatividade inclui todas as transformacoes diferenciaveis, ou seja, todas as propriedades de um objeto sao dinamicas, isto e, nao ha objetos absolutos. As formulacoes da teoria geral da relatividade, diferentemente das da mecanica classica, nao compartilham um padrao, ou seja, nao existe uma formulacao unica emparelhada com transformacoes. Como tal, o grupo de covariancia da teoria geral da relatividade e apenas o grupo de covariancia de toda teoria.

Essa distincao pode ser ilustrada revisitando o experimento mental de Leibniz, no qual o universo e deslocado para um metro e meio. Neste exemplo, a posicao de um objeto e vista como nao sendo uma propriedade desse objeto, ou seja, a localizacao nao e invariavel. Da mesma forma, o grupo de covariancia para a mecanica classica sera qualquer sistema de coordenadas obtido entre si por mudancas de posicao, bem como outras traducoes permitidas por uma transformacao galileana .

Quadros historicos [ editar | editar codigo-fonte ]

Uma aplicacao adicional dos metodos matematicos modernos, aliada a ideia de grupos de invariancia e covariancia, e tentar interpretar visoes historicas do espaco e do tempo na linguagem matematica moderna.

Nessas traducoes, uma teoria do espaco e do tempo e vista como uma variedade pareada com espacos vetoriais , quanto mais espacos vetoriais, mais fatos existem sobre objetos nessa teoria. O desenvolvimento historico das teorias do espaco-tempo e geralmente visto a partir de uma posicao em que muitos fatos sobre objetos sao incorporados naquela teoria e, a medida que a historia avanca, mais e mais estruturas sao removidas.

Por exemplo, o espaco e o tempo aristotelicos tem ambos posicao absoluta e lugares especiais, como o centro do cosmos e a circunferencia. O espaco e tempo newtoniano tem posicao absoluta e e invariantes de Galileu , mas nao possui posicoes especiais.

Buracos [ editar | editar codigo-fonte ]

Com a teoria geral da relatividade, o debate tradicional entre absolutismo e relacionalismo mudou para se o espaco-tempo e uma substancia, uma vez que a teoria geral da relatividade exclui amplamente a existencia de, por exemplo, posicoes absolutas. Um argumento poderoso contra o substantivalismo no espaco-tempo, oferecido por John Earman , e conhecido como " argumento do buraco ".

Este e um argumento matematico tecnico, mas pode ser parafraseado da seguinte maneira:

Defina uma funcao d como a funcao de identidade sobre todos os elementos sobre a variedade M, exceto um pequeno bairro H pertencente a M. Sobre H, d vem a diferir da identidade por uma funcao suave .

Com o uso dessa funcao d , podemos construir dois modelos matematicos , onde o segundo e gerado aplicando d a elementos proprios do primeiro, de modo que os dois modelos sejam identicos antes do tempo t = 0, onde t e uma funcao de tempo criada por uma foliacao do espaco-tempo, mas diferem apos t =0.

Essas consideracoes mostram que, como o substantivalismo permite a construcao de buracos, o universo deve, nessa visao, ser indeterminista. O que, argumenta Earman, e um caso contra o substantivalismo, pois o caso entre determinismo ou indeterminismo deve ser uma questao de fisica, nao de nosso compromisso com o substantivalismo.

Singularidade [ editar | editar codigo-fonte ]

Seguindo a teoria do Big Bang , a "proposta sem limite" de James Hartle e Stephen Hawking popularizou-se em descrever uma formalizacao do periodo da singularidade tanto do espaco quanto do tempo no comeco do universo. [ 57 ] Hawking tornou conhecidas as afirmacoes: "... o universo nao existiu para sempre. Antes, o universo e o proprio tempo tiveram um comeco no Big Bang, cerca de 15 bilhoes de anos atras." [ 58 ]

"Perguntar o que veio antes do Big Bang nao faz sentido, de acordo com a proposta sem limites, porque nao ha nocao de tempo disponivel para referencia ... Seria como perguntar o que fica ao sul do Polo Sul." [ 57 ]

A direcao do tempo [ editar | editar codigo-fonte ]

A fisica contemporanea traz alguns problemas de interesse a filosofia do tempo, e o problema da direcao do tempo e um deles. O problema da direcao do tempo surge diretamente de dois fatos contraditorios entre as leis da natureza e nossa experiencia . Primeiro, as leis fisicas fundamentais sao invariantes para reversao do tempo; se um filme cinematografico fosse tirado de qualquer processo descrito por meio das leis acima mencionadas e depois reproduzido para tras, ele ainda retrataria um processo fisicamente possivel. Em segundo lugar, nossa experiencia do tempo, no nivel macroscopico , nao e invariante para reversao de tempo. [ 59 ] Nao experimentamos ele como algo reversivel. Os copos podem cair e quebrar, mas os cacos de vidro nao podem se remontar e voar sobre as mesas. Temos lembrancas do passado e nenhuma do futuro. Sentimos que nao podemos mudar o passado, mas podemos influenciar o futuro que esta aberto, e nao o contrario.

Ha tres solucoes principais para o problema da direcao do tempo: a solucao via causacao, a solucao pela termodinamica, e a solucao pelas caracteristicas das leis da fisica.

Solucao via causacao [ editar | editar codigo-fonte ]

Uma das duas principais familias de solucoes para esse problema tem carater epistemologico e metafisico . Nessa visao, tracamos a visao de uma direcao no tempo por causa da assimetria da causacao . Sabemos mais sobre o passado porque os elementos do passado sao causas do efeito que e nossa percepcao . Sentimos que nao podemos afetar o passado, e podemos afetar o futuro, porque de fato nao podemos afetar o passado, e podemos afetar o futuro.

Tradicionalmente ha duas objecoes principais a essa visao. A mais importante e a dificuldade e definir a causacao de tal modo que a prioridade temporal da causa sobre o efeito nao seja meramente estipulativa. Se tal e o caso, nosso uso da nocao de causacao para construir uma ordenacao temporal e circular. A segunda dificuldade nao ameaca a consistencia da visao, mas ataca seu poder explicativo, pois a solucao via causacao, embora de conta de assimetrias temporais ligada a fenomenos como a percepcao e a acao , nao resolve problemas ligados a varios outros fenomenos assimetricos, como, por exemplo, o copo que se quebra (ver acima).

No entanto, a assimetria da causacao pode ser observada de maneira nao arbitraria, que nao e metafisica no caso de uma mao humana deixar cair um copo de agua que se quebra em fragmentos num piso duro, derramando o liquido. Nesta ordem, as causas do padrao resultante de fragmentos de copo e derramamento de agua sao facilmente atribuiveis em termos de trajetoria do copo, irregularidades em sua estrutura, angulo de impacto no piso, etc. No entanto, aplicando o mesmo evento ao contrario, e dificil explicar por que os varios pedacos do copo devem voar para a mao humana e remontar precisamente na forma de um copo, ou por que a agua deve se posicionar inteiramente dentro do copo. As causas da estrutura e forma resultantes do copo e o encapsulamento da agua pela mao dentro do copo nao sao facilmente atribuiveis, pois nem a mao nem o piso podem atingir essas formacoes do copo ou da agua. Essa assimetria e percebida por duas caracteristicas: i) a relacao entre as capacidades de agente da mao humana (ou seja, o que e e o que nao e capaz e para que serve) e a agencia nao animal (ou seja, quais pisos sao e nao sao capazes e para que servem) e ii) que os pedacos do copo passaram a possuir exatamente a natureza e o numero daqueles de um copo antes da montagem. Em suma, essa assimetria e atribuivel a relacao entre i) direcao temporal e ii) as implicacoes da forma e da capacidade funcional.

A aplicacao dessas ideias de forma e capacidade funcional apenas dita a direcao temporal em relacao a cenarios complexos que envolvem agencia especifica nao metafisica que nao depende apenas da percepcao humana do tempo. Contudo, esta ultima observacao por si so nao e suficiente para invalidar as implicacoes do exemplo para a natureza progressiva do tempo em geral.

A solucao termodinamica [ editar | editar codigo-fonte ]

A segunda principal familia de solucao para esse problema, e de longe a que gerou mais literatura, afirma que a existencia da direcao do tempo e relacionada a natureza da termodinamica.

A resposta da termodinamica classica afirma que, enquanto nossa teoria fisica basica tem, de fato, simetria da reversao do tempo, a termodinamica nao. Em particular, a segunda lei da termodinamica afirma que a entropia de um sistema fechado nunca diminui, a isso explica porque nos frequentemente vemos vidro quebrar, mas nao juntar-se novamente.

Mas na mecanica estatistica , as coisas se tornam mais complicadas. Por um lado, a mecanica estatistica e muito superior a termodinamica, ja que pode demonstrar que os comportamentos termodinamicos, vidro quebrando, pode ser explicado pelas leis fundamentais da fisica em conjunto com um postulado estatistico. Por outro lado, entretanto, a mecanica estatistica, diferentemente da termodinamica classica, e simetrica quanto a reversao temporal. A segunda lei da termodinamica, no contexto da mecanica estatistica, meramente afirma que e muitissimo provavel que a entropia aumente, mas isso nao e uma lei absoluta.

As solucoes termodinamicas atuais para o problema da direcao do tempo buscam encontrar algum novo fato ou propriedade das leis da natureza que expliquem essa discrepancia.

A solucao das leis [ editar | editar codigo-fonte ]

Um terceiro tipo de solucao ao problema da direcao do tempo, ainda que muito menos representado, argumenta que as leis nao tem simetria de reversao temporal. Por exemplo, alguns processos na mecanica quantica , relacionados a forca nuclear fraca , sao tidos como nao reversiveis, tendo em mente que no ambito da mecanica quantica a reversibilidade do tempo e composta por uma definicao mais complexa.

A maioria dos comentadores acha esse tipo de solucao insuficiente porque a) os tipos de fenomeno que tem simetria na mecanica quantica sao muito poucos para serem responsaveis pela assimetria no nivel macroscopico e b) nao ha garantia que a mecanica quantica e a descricao final ou correta dos processos fisicos.

Um proponente recente da solucao das leis e Tim Maudlin , que argumenta que as leis fundamentais da fisica sao leis de evolucao temporal: [ 60 ] adicionalmente ao fenomeno da mecanica quantica, nossa fisica basica de espaco-tempo, isto e, a Teoria Geral da Relatividade, e assimetrica. Esse argumento e baseado numa negacao dos tipos de definicao, frequentemente bastante complicados, que nos permitem encontrar simetrias, argumentando que as proprias definicoes sao a causa de aparentemente existir um problema da direcao do tempo. No entanto, em outros lugares, Maudlin argumenta: "[a] passagem do tempo e uma assimetria intrinseca na estrutura temporal do mundo... E a assimetria que fundamenta a distincao entre sequencias que correm do passado para o futuro e sequencias que correm do futuro para o passado" [ 61 ] Portanto, e sem duvida dificil avaliar se Maudlin esta sugerindo que a direcao do tempo e uma consequencia das leis ou e ela propria primitiva.

Fluxo do tempo [ editar | editar codigo-fonte ]

Talvez o mais famoso argumento contra a realidade do tempo seja o de McTaggart . [ 62 ] O problema do fluxo do tempo, como tratado na filosofia analitica, deve seu inicio a um artigo escrito por J. M. E. McTaggart , no qual diz que podemos distinguir duas "series temporais" ou caracteristicas do tempo, a serie-A e a serie-B , que chamaremos de caracteristicas-A e caracteristicas-B. [ 63 ] A primeira serie, que significa explicar nossas intuicoes sobre o devir temporal, ou o Agora em movimento, e chamada de serie A. A serie A ordena os eventos de acordo com seu passado, presente ou futuro, simplesmente e comparados entre si. A serie B elimina todas as referencias ao presente e as modalidades temporais associadas do passado e do futuro, e ordena todos os eventos pelas relacoes temporais anterior a e posterior a . Em outras palavras, as nocoes de passado , presente e futuro sao as caracteristicas-A, e as nocoes de antes' e depois , ou anterior e posterior , sao as caracteristicas-B.

McTaggart, em seu artigo " A Irrealidade do Tempo ", argumenta que o tempo e irreal, ja que a) a serie A e inconsistente e b) a serie B por si so nao pode explicar a natureza do tempo, pois a serie A descreve um recurso essencial dela. Segundo McTaggart, as caracteristicas-B sao redutiveis as caracteristicas-A, e as caracteristicas-A nos levam ao regresso ao infinito . Tome-se como exemplo um evento presente, a leitura deste artigo da Wikipedia. Esse evento e presente , foi futuro e sera passado . Ser presente e ser presente no presente , ter sido futuro no passado e vir a ser passado no futuro . Ser presente no presente e ser presente no presente no presente , ter sido futuro no passado no presente , vir a ser passado no futuro no presente etc. Resumindo, por levarem ao regresso ao infinito as caracteristicas-A nao podem ser atribuidas ao tempo. Como, apos a reducao das caracteristicas-B as caracteristicas-A, nao ha outras caracteristicas do tempo, McTaggart conclui que o tempo nao tem caracteristica alguma por ser irreal . Em suma, ele diz que o tempo nao existe, embora tenhamos a ilusao do tempo. [ 64 ]

Com base nessa estrutura, dois campos de solucao foram oferecidos. A primeira, a solucao do teorico de A, toma o vir-a-ser como caracteristica central do tempo e tenta construir a serie B a partir da serie A, oferecendo uma explicacao de como os fatos B saem dos fatos A. O segundo campo, a solucao do teorico de B, toma como decisivos os argumentos de McTaggart contra a serie A e tenta construir a serie A a partir da serie B, por exemplo, por indexicais temporais.

Dualidades [ editar | editar codigo-fonte ]

Os modelos de teoria quantica de campos mostraram que e possivel que teorias em dois contextos espaciais diferentes, como AdS/CFT ou dualidade T , sejam equivalentes.

Presentismo e eternalismo [ editar | editar codigo-fonte ]

Segundo o presentismo , o tempo e uma ordem de varias realidades . Em um determinado momento, algumas coisas existem e outras nao. Essa e a unica realidade com a qual podemos lidar e nao podemos, por exemplo, dizer que Homero existe, porque no momento ele nao existe. Um eternalista , por outro lado, sustenta que o tempo e uma dimensao da realidade em pe de igualdade com as tres dimensoes espaciais e, portanto, que todas as coisas—passado, presente e futuro—podem ser consideradas tao reais quanto as presentes. De acordo com esta teoria, entao, Homero realmente existe, embora ainda temos que usar uma linguagem especial quando se fala de alguem que existe em um tempo distante—da mesma forma que usaria linguagem especial quando se fala de algo distante (as proprias palavras perto, longe , acima , abaixo e tais sao diretamente comparaveis a frases como no passado , ha um minuto e assim por diante).

Endurantismo e perdurantismo [ editar | editar codigo-fonte ]

As posicoes sobre a persistencia de objetos sao um pouco semelhantes. Um endurantista sustenta que, para que um objeto persista ao longo do tempo, ele exista completamente em momentos diferentes (cada instancia da existencia podemos considerar de alguma forma separada das instancias anteriores e futuras, embora ainda numericamente identica a elas). Um perdurantista , por outro lado, sustenta que, para que uma coisa exista atraves do tempo, ela exista como uma realidade continua e que, quando consideramos a coisa como um todo, devemos considerar um agregado de todas as suas " partes temporais " ou instancias de existir. O endurantismo e visto como a visao convencional e flui de nossas ideias pre-filosoficas (quando falo com alguem acho que estou falando com essa pessoa como um objeto completo, e nao apenas como parte de um ser intertemporal), mas perdurantistas como David Lewis atacaram essa posicao. Eles argumentam que o perdurantismo e a visao superior por sua capacidade de levar em conta as mudancas nos objetos.

No geral, os presentistas tambem sao endurantistas e eternistas tambem sao perdurantistas (e vice-versa), mas essa nao e uma relacao necessaria e e possivel afirmar, por exemplo, que a passagem do tempo indica uma serie de realidades ordenadas, mas que objetos dentro essas realidades de alguma forma existem fora da realidade como um todo, mesmo que as realidades como todos nao estejam relacionadas. No entanto, essas posicoes raramente sao adotadas.

Ver tambem [ editar | editar codigo-fonte ]

Estudiosos:

Notas

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  48. Apesar de dizer "claro que o tempo e algo real [...]", Kant e cetico quanto a realidade do tempo no sentido relevante para a discussao entre realismo e antirrealismo acerca do tempo. A frase completa deixa o carater mental do tempo para Kant mais evidente: "Claro que o tempo e algo real, a saber, a forma real da intuicao interna" (Immanuel Kant, Critica da Razao Pura , em Victor Civita (ed.), Os Pensadores: Kant , Sao Paulo: Abril Cultural, 1983, trad. Valerio Rohden e Udo Baldur Moosburger, B53). Nao e dessa maneira que os realistas falam da realidade do tempo. Eles rejeitam o que Kant diz logo adiante da passagem acima citada, que "o tempo nada mais e que a forma da nossa intuicao interna" (B54). Para os realistas o tempo e mais do que isso, e algo que e o que e independentemente de nos humanos (ou nos seres dotados de mente) e da nossa "intuicao interna".
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Bibliografia [ editar | editar codigo-fonte ]

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Leitura adiciona [ editar | editar codigo-fonte ]

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  • Sorabji, Richard (2006). Time, Creation, and the Continuum: Theories in Antiquity and the Early Middle Ages . University of Chicago Press.

Ligacoes externas [ editar | editar codigo-fonte ]