Na literatura,
Elegia
e uma
poesia
triste, melancolica ou complacente, especialmente composta como musica para funeral, ou um lamento de morte.
e Na
Literatura Grega
antiga o termo "elegeia" (?λεγε?α) originariamente referia-se a qualquer verso escrito em
distico elegiaco
cobrindo uma vasta gama de assuntos, entre eles, os epitafios para tumulos. A elegia na
Literatura Latina
foi mais erotico ou mitologico. Devido ao seu potencial estrutural para efeitos retoricos, o distico elegiaco foi tambem utilizada pelos
poetas
gregos
e
romanos
para assuntos espirituosos, engracados e satiricos.
Modernamente,
elegia
e uma
poesia
de tom terno e triste. Geralmente e uma lamentacao pelo falecimento de um personagem publico ou um ser querido. Vale ressaltar que na
elegia
tambem ha digressoes
moralizantes
destinadas a ajudar ouvintes ou leitores a suportar momentos dificeis. Por extensao, designa toda reflexao poetica sobre a
morte
: a elegia, assim como a
Ode
, tem extensoes variadas. O que as difere e que a elegia trata de acontecimentos infelizes.
Na literatura inglesa, geralmente elegia e um lamento pelos mortos. No entanto, de acordo com
The Oxford Handbook of the Elegy
, "apesar de toda a sua difusao ... a 'elegia' permanece notavelmente mal definida: as vezes usada como um termo generico para denominar textos de tom sombrio ou pessimista, as vezes como para monumentalizacao textual, e as vezes estritamente como um sinal de lamento pelos mortos".
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Na
antiguidade
, a elegia era uma composicao da
poesia lirica monodica
(ou seja, declamada pelo proprio poeta, geralmente, e acompanhada por um so instrumento musical - como a
lira
; ao contrario da lirica coral, apresentada por um
coro
, como ou sem acompanhamento musical), aparentada a epica pela sua forma. No entanto, o metro utilizado era o
distico elegiaco
.
Havia varios tipos de elegia, conforme seu conteudo:
elegia marcial
ou guerreira,
elegia amorosa
e hedonista,
elegia moral
e filosofica, elegia gnomica...
Inicialmente definida pelo metro especifico, chamado metro elegiaco, a elegia passou a designar um
genero poetico
que se caracterizou nao pela forma, mas pelo assunto: a tristeza dos amores interrompidos pela infidelidade ou pela morte.
A elegia surgiu na
Grecia antiga
, com
Calino de Efeso
(seculo VII a.C.),
Tirteu
e
Mimnermo
. Seus poemas eram cantos guerreiros que incitavam a luta.
Calimaco
, importante poeta alexandrino do seculo III a.C., foi um dos primeiros a escrever elegias no sentido do moderno termo, ou seja, como poemas liricos e tristes. Sua elegia
Os cabelos de Berenice
, da qual so restaram fragmentos, constituiu o primeiro modelo do
genero
.
Entre os
romanos
, o primeiro grande poeta elegiaco foi
Tibulo
. Seus tres livros sentimentais, muito lidos durante a
Idade Media
, influenciaram fortemente os poetas da
Renascenca
. Foram preferidos as elegias de
Propercio
, que inauguraram um subgenero, com poemas ardentemente eroticos. O mais importante dos elegiacos romanos foi
Ovidio
: os
Poemas tristes
e as
Cartas do Ponto
, que lamentavam seu exilio, se aproximam bastante das elegias modernas.
No seculo XVI, a elegia transformou-se num dos generos poeticos mais cultivados, embora ainda pouco definido. Em
Portugal
, o primeiro escritor de elegias foi
Sa de Miranda
, mas
Camoes
foi o principal: da edicao de 1595 de suas obras completas, constam quatro elegias, tidas pelas melhores em lingua portuguesa. Na
Franca
da Renascenca, destacou-se no genero
Pierre de Rosnard
.
Na poesia inglesa, a elegia apareceu com
Astrophel
, lamento funebre de
Edmund Spenser
. Durante quase tres seculos produziram-se, dentro desse modelo, alguns dos maiores poemas da literatura inglesa, como
Lycidas
, de
Milton
(1638), Adonais, de
Shelley
(1821), sobre a morte de Keats, e muitas outras. Contudo a mais famosa elegia da lingua inglesa foi
Elegy Written in a Country Church Yard
(1751; Elegia escrita num cemiterio da aldeia), de
Thomas Gray
, meditacao sobre a morte de gente humilde e anonima e uma das obras capitais do pre-romantismo europeu.
Em outras literaturas, a elegia assumiu caracteristicas
pagas
, como as belas e eroticas
Romische Elegien
(1797; Elegias romanas), de
Goethe
, obra prima da
literatura alema
. No seculo XX, a obra mais importante do genero foi sem duvida
Duineser Elegien
(1923;
Elegias de Duino
), do poeta alemao
Rainer Maria Rilke
. No Brasil, o mais importante autor de elegias foi
Fagundes Varela
, no seculo XIX. Destacam-se ainda
Cristiano Martins
,
Vinicius de Moraes
,
Cecilia Meireles
(em Solombra) e
Dantas Mota
, no seculo XX.1
Referencias