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Eduardo I de Inglaterra

Origem: Wikipedia, a enciclopedia livre.
(Redirecionado de Eduardo I da Inglaterra )
Eduardo I
Rei da Inglaterra
Lorde da Irlanda e Duque da Aquitania
Eduardo I de Inglaterra
Rei da Inglaterra
Reinado 16 de novembro de 1272
a 7 de julho de 1307
Coroacao 19 de agosto de 1274
Antecessor(a) Henrique III
Sucessor(a) Eduardo II
 
Nascimento 17 / 18 de junho de 1239
  Palacio de Westminster , Londres , Inglaterra
Morte 7 de julho de 1307  (68 anos)
  Burgh by Sands, Cumberland, Inglaterra
Sepultado em Abadia de Westminster , Londres , Inglaterra
Esposas Leonor de Castela
Margarida de Franca
Descendencia Leonor, Condessa de Bar
Joana de Acre
Afonso, Conde de Chester
Margarida da Inglaterra
Maria de Woodstock
Isabel de Rhuddlan
Eduardo II de Inglaterra
Tomas de Brotherton, 1.º Conde de Norfolk
Edmundo de Woodstock, 1.º Conde de Kent
Casa Plantageneta
Pai Henrique III de Inglaterra
Mae Leonor da Provenca
Religiao Catolicismo

Eduardo I ( 17 / 18 de junho de 1239 ? 7 de julho de 1307 ), chamado de Eduardo Pernas Longas e o Martelo dos Escoceses , foi o Rei da Inglaterra de 1272 ate sua morte. Primeiro filho de Henrique III e Leonor da Provenca , Eduardo se envolveu desde cedo nas intrigas politicas do reinado do pai, que incluiram uma rebeliao dos baroes ingleses. Ele brevemente ficou do lado do movimento de reforma baronial em 1259, apoiando as Provisoes de Oxford. Depois de se reconciliar com Henrique, Eduardo permaneceu leal durante o subsequente conflito armado, conhecido como a Segunda Guerra dos Baroes . Foi feito prisioneiro pelos baroes na Batalha de Lewes , porem escapou alguns meses depois e juntou-se a luta contra Simao de Montfort . Montfort foi derrotado na Batalha de Evesham em 1265 e a rebeliao foi suprimida em dois anos. Com a Inglaterra em paz, Eduardo partiu em cruzada para a Terra Santa . Ele realizou pouco e estava voltando para casa em 1272 ao ser informado da morte de Henrique. Eduardo voltou devagar e chegou na Inglaterra em 1274, sendo coroado em 19 de agosto.

Ele passou grande parte de seu reinado reformando a administracao real e o direito comum . Atraves de extensos inqueritos, Eduardo investigou a duracao de varias liberdades feudais ao mesmo tempo que reformava as leis sobre criminalidade e propriedade por meio de estatutos reguladores. Porem, cada vez mais o rei focou sua atencao em assuntos militares. Depois de suprimir uma pequena rebeliao em Gales entre 1276 e 1277, Eduardo respondeu a um segunda revolta com uma grande guerra de conquista . Ele subjugou Gales a Inglaterra, construiu varios castelos e cidades no campo e os povoou com ingleses. Em seguida, Eduardo direcionou seus esforcos contra a Escocia . Convidado inicialmente para arbitrar uma disputa sucessoria, ele reivindicou suserania feudal sobre o reino. Os escoceses venceram a guerra , mesmo com a vitoria inglesa sendo aparente em varios momentos. Ao mesmo tempo existiam problemas internos. Suas extensas campanhas militares forcaram um grande aumentos nos impostos na decada de 1290 e Eduardo enfrentou oposicao popular e eclesiastica. As crises inicialmente foram evitadas, porem questoes ficaram sem resolucao. Quando morreu em 1307, ele deixou para seu filho Eduardo II uma guerra contra a Escocia e muitos problemas financeiros e politicos.

Eduardo era alto para sua epoca, dai seu apelido "Pernas Longas". Era temperamental e isso, junto com sua estatura, o transformavam em um homem intimidador, frequentemente inspirando medo em seus contemporaneos. Mesmo assim, era respeitado por seus suditos pelo modo que personificava o ideal medieval de rei: soldado, administrador e homem de fe. Historiadores modernos estao divididos sobre sua avaliacao como governante: enquanto alguns o elogiaram por sua contribuicao as leis e administracao, outros criticaram suas atitudes sem compromisso com a nobreza. Atualmente, Eduardo e creditado por muitas realizacoes durante seu reinado, incluindo restaurar a autoridade real apos o reinado de seu pai, estabelecer o parlamento como uma instituicao permanente e, assim, tambem um sistema funcional para a arrecadacao de impostos, reformando leis atraves de estatutos. Ao mesmo tempo, ele e frequentemente criticado por outras acoes, como seu brutal tratamento dos escoceses e publicacao do Edito de Expulsao em 1290, em que os judeus foram expulsos da Inglaterra. O edito permaneceu em efeito pelo restante da Idade Media , sendo formalmente anulado por Oliver Cromwell mais de 350 anos depois em 1656.

Inicio de vida [ editar | editar codigo-fonte ]

Infancia e casamento [ editar | editar codigo-fonte ]

Manuscrito do seculo XIV de Eduardo e sua esposa Leonor. O artista talvez tenha tentado representar a ptose dele, caracteristica que herdou de seu pai. [ 1 ]

Eduardo nasceu no Palacio de Westminster , Londres , na noite entre os dias 17 e 18 de junho de 1239 , [ nota 1 ] filho do rei Henrique III de Inglaterra e sua esposa Leonor da Provenca . [ 2 ] Eduardo e um nome anglo-saxao, assim sendo nao era comumente dado entre a aristocracia inglesa depois da conquista normanda , porem Henrique era muito devoto de Eduardo, o Confessor , e decidiu nomear seu primeiro filho em homenagem ao rei santo. [ nota 2 ] [ 4 ] Dentre seus amigos de infancia estava Henrique de Almain, filho de seu tio Ricardo, 1.º Conde da Cornualha . [ 5 ] Ele permaneceria um amigo proximo de Eduardo, tanto atraves da guerra civil que se seguiu quanto da posterior cruzada. [ 6 ] Eduardo ficou aos cuidados de Hugo Giffard, pai do futuro chanceler Godofredo Giffard, ate ele morrer em 1246, quando foi substituido por Bartolomeu Pecche. [ 7 ]

Existiram preocupacoes sobre sua saude quando Eduardo era crianca, com ele adoecendo em 1246, 1247 e 1251. [ 5 ] Mesmo assim, acabou se tornando um homem imponente: seus 1,88 m de altura lhe faziam mais alto que a grande maioria de seus contemporaneos, e assim Eduardo acabou ganhando seu epiteto de "Pernas Longas". O historiador Michael Prestwich afirma que seus "bracos longos lhe deram vantagem como espadachim, coxas longas como cavaleiro. Na juventude seu cabelo encaracolado era loiro; na maturidade escureceu e na velhice ficou branco. Suas caracteristicas eram marcadas pela queda da palpebra esquerda. Seu discurso, apesar de balbuciador, dizia-se ser persuasivo". [ 8 ]

Em 1254, o temor de uma invasao castelhana na entao provincia inglesa da Gasconha , no continente, fez o rei Henrique arranjar um casamento potencialmente vantajoso entre seu filho de catorze anos e Leonor , meia-irma do rei Afonso X de Castela . [ 9 ] Eduardo e Leonor se casaram no dia 1 de novembro de 1254 no Mosteiro de Las Huelgas em Castela . [ 10 ] Ele recebeu terras de valor anual de quinze mil marcos como parte do acordo de casamento. [ 11 ] Apesar do dote que Henrique conseguiu ter sido consideravel, ele oferecia pouca independencia para Eduardo. Ele ja havia recebido em 1249 a Gasconha, porem Simao de Montfort, 6.° Conde de Leicester havia sido nomeado tenente real no ano anterior e consequentemente ficou com a renda da terra, entao na pratica Eduardo nao possuia a autoridade nem os lucros da provincia. [ 12 ] A concessao que conseguiu em 1254 incluia boa parte da Irlanda , alem de vastas terras em Gales e na Inglaterra , incluindo o Condado de Chester , porem o rei manteve boa parte do controle das terras em questao, principalmente na Irlanda, entao o poder de Eduardo ficava limitado la tambem, com Henrique recebendo a maioria das rendas. [ 13 ]

Eduardo ficou sob a influencia, entre 1254 e 1257, dos parentes de sua mae, conhecidos como saboianos, [ 14 ] com o mais notavel sendo Pedro II, Conde de Saboia e tio da rainha. [ 15 ] Eduardo ficou cada vez mais proximo das faccoes lusinha e poitevina depois de 1257 ? os meio-irmaos de Henrique [ nota 3 ] ? liderados por homens como Guilherme de Valence, 1.º Conde de Pembroke. [ 17 ] Essa associacao foi significante ja que os dois grupos de estrangeiros privilegiados eram ressentidos pela aristocracia inglesa, se tornando o centro do movimento baronial de reforma que se seguiu. [ 18 ] Havia relatos de condutas indisciplinadas e violentas por parte de Eduardo e dos Lusinhao, levantando questoes sobre as qualidades pessoais do herdeiro do trono. Os anos seguintes acabariam por formar o carater de Eduardo. [ 19 ]

Primeiras ambicoes [ editar | editar codigo-fonte ]

Eduardo mostrava independencia politica desde 1255, quando se aliou com a familia Soler na Gasconha no conflito existente entre os Soler e os Colomb. Isso ia de encontro com a politica de seu pai de mediacao entre as faccoes locais. [ 20 ] Um grupo de magnatas escreveu um documento em maio de 1258 para reformar o governo real ? as chamadas Provisoes de Oxford ? principalmente contra os Lusinhao. Eduardo ficou do lado de seus aliados politicos e se opos fortemente as provisoes. Entretanto, o movimento conseguiu limitar a influencia dos estrangeiros e gradualmente a atitude de Eduardo mudou. Ele entrou em uma alianca formal com Ricardo de Clare, 6.º Conde de Gloucester e um dos principais reformistas, em marco de 1259. Entao em 15 de outubro anunciou que apoiava os objetivos dos baroes e seu lider, Simao de Montfort. [ 21 ]

O motivo da mudanca de atitude de Eduardo pode ter sido puramente pragmatico; Simao estava em melhor posicao para apoiar sua causa na Gasconha. [ 22 ] Seu comportamento virou pura insubordinacao quando o rei foi para a Franca em novembro. Ele fez varias nomeacoes para avancar a causa dos reformistas, fazendo com que Henrique acreditasse que seu filho estava considerando um golpe de estado. [ 23 ] O rei inicialmente se recusou a ver Eduardo depois de voltar da Franca, porem os dois se reconciliaram depois de mediacoes de Ricardo da Cornualha e de Bonifacio de Saboia, o Arcebispo da Cantuaria . [ 24 ] Eduardo foi enviado para o exterior e se uniu novamente aos Lusinhao em novembro de 1260, que estavam exilados em territorio frances. [ 25 ]

Eduardo voltou para a Inglaterra e se desentendeu com alguns de seus antigos aliados Lusinhao no inicio de 1262 por questoes financeiras. Henrique o enviou no ano seguinte em uma campanha em Gales contra Llywelyn ap Gruffudd , porem teve resultados limitados. [ 26 ] Simao estava longe da Inglaterra desde 1261, porem retornou por volta da mesma epoca e reiniciou o movimento baronial de reforma. [ 27 ] Foi nesse momento importantissimo que Eduardo comecou a assumir o controle da situacao, ja que o rei parecia estar disposto a ceder para as exigencias dos baroes. Considerando que tinha sido ate aquele momento imprevisivel e equivocado, a partir de entao ele permaneceu firmemente dedicado a proteger os direitos reais de seu pai. [ 28 ] Ele se reuniu com alguns dos homens que havia alienado no ano anterior ? dentre os quais estavam seu amigo de infancia Henrique de Almain e tambem Joao de Warenne, 6.º Conde de Surrey? e tomou o Castelo de Windsor dos rebeldes. [ 29 ] Um acordo foi alcancado entre os dois lados atraves da arbitracao do rei Luis IX de Franca . O Mise de Amiens era bem favoravel aos realistas, algo que acabou plantando as sementes para o conflito subsequente. [ 30 ]

Guerra civil e cruzadas [ editar | editar codigo-fonte ]

Segunda Guerra dos Baroes [ editar | editar codigo-fonte ]

Ver artigo principal: Segunda Guerra dos Baroes

A Segunda Guerra dos Baroes ocorreu entre os anos de 1264 e 1267, em que as forcas baroniais lideradas por Simao de Montfort lutaram contra aqueles que permaneciam leais a Henrique. A primeira cena de batalha aconteceu na cidade de Gloucester , que Eduardo conseguiu retomar do inimigo. Ele negociou uma tregua com Roberto de Ferrers, 6.º Conde de Derby, quando este veio ajudar os rebeldes, um acordo que ele mais tarde quebrou. Eduardo entao capturou Northampton do filho de Simao, tambem chamado Simao, embarcando em seguida numa campanha retaliatoria contra as terras de Roberto. [ 31 ] As forcas baroniais e realistas se enfrentaram finalmente na Batalha de Lewes em 14 de maio de 1264 . Eduardo comandou a ala direita e foi bem, logo derrotando o contingente londrino das forcas de Simao. Entretanto, ele insensatamente seguiu o inimigo disperso e ao retornar descobriu que o restante de seu exercito havia sido derrotado. [ 32 ] Eduardo e seu amigo Henrique de Almain foram entregues como refens ao inimigo como parte de um acordo chamado Mise de Lewes. [ 33 ]

Manuscrito medieval mostrando a mutilacao de Simao na Batalha de Evesham.

Eduardo permaneceu em cativeiro ate marco, sendo mantido sob estreita vigilancia mesmo depois de sua soltura. [ 34 ] Ele conseguiu escapar de seus captores em 28 de maio e se junto as forcas de Gilberto de Clare, 7.º Conde de Gloucester, que havia desertado para o lado do rei. [ nota 4 ] [ 35 ]

O apoio de Simao estava diminuindo e Eduardo retomou Worcester e Gloucester com relativa facilidade e pouco esforco. [ 36 ] Enquanto isso, Simao fez uma alianca com Llywelyn e comecou a ir para oeste a fim de se juntar as forcas de seu filho Simao. Eduardo conseguiu realizar um ataque surpresa no Castelo de Kenilworth , onde o jovem Simao foi esquartejado, e depois prosseguiu para atacar o pai. [ 37 ] As duas forcas se encontraram na segunda grande batalha da Guerra dos Baroes, a Batalha de Evesham no dia 4 de agosto de 1265 . Simao teve poucas chances contra as superiores forcas reais, sendo morto e mutilado depois da batalha. [ 32 ]

Eduardo ganhou a reputacao de desonesto atraves de episodios como a enganacao de Roberto em Gloucester. Porem, ele comecou a aprender com seus erros durante a campanha do verao e passou a agir de modo a ganhar o respeito e admiracao de seus contemporaneos. [ 38 ] A guerra nao acabou com a morte de Simao e Eduardo participou das campanhas que se seguiram. No Natal, ele chegou a um acordo com Simao de Montfort, o Jovem, e seus associados na ilha de Axholme, Lincolnshire , liderando em marco um ataque bem sucedido aos Cinque Ports. [ 39 ] Um contingente de rebeldes manteve o praticamente inexpugnavel Castelo de Kenilworth e nao se renderam ate a assinatura do conciliatorio Dictum de Kenilworth. [ nota 5 ] [ 40 ] Em abril parecia que se Roberto tomasse a causa reformista a guerra civil continuaria, porem os dois lados chegaram a um acordo depois da renegociacoes dos termos do Dictum de Kenilworth. [ nota 6 ] [ 41 ] Entretanto, Eduardo esteve pouco envolvido nas negociacoes de pos-guerra; nesse momento seu principal foco estava no planejamento de sua cruzada . [ 42 ]

Cruzadas e ascensao [ editar | editar codigo-fonte ]

Operacoes de Eduardo durante a Nona Cruzada.

Eduardo assumiu a cruz das cruzadas em 24 de junho de 1268 durante uma elaborada cerimonia junto de Henrique de Almain e seu irmao Edmundo, 1.º Conde de Lencastre. Alguns de seus antigos adversarios se comprometeram com a Nona Cruzada ? como Ricardo de Clare, que no final acabou nao participando. [ 43 ] Com o pais em paz, o maior impedimento do projeto era alcancar seu financiamento. [ 44 ] Luis IX, que era o lider da cruzada, fez um emprestimo de 17,5 mil libras . Porem nao foi o suficiente; o restante teve de ser arrecadado atraves de um imposto nos laicatos, que nao eram taxados desde 1237. [ 45 ] O parlamento aprovou em maio de 1270 um imposto de um vigesimo, [ nota 7 ] em troca Henrique concordou em reafirmar a Magna Carta e impor restricoes nos emprestimos dos judeus. [ 46 ] Eduardo partiu de Dover para a Franca em 20 de agosto. [ 47 ] Historiadores nao conseguiram determinar com certeza o tamanho da forca, porem Eduardo provavelmente levou consigo 225 cavaleiros e no total menos de mil homens. [ 44 ]

Os cruzados originalmente tinham a intencao de libertar o sitiado forte cristao de Acre , porem Luis se desviou para Tunes . O rei frances e seu irmao Carlos de Anjou haviam decidido atacar o emirado para estabelecer um forte cristao no Norte da Africa. Os planos falharam quando as forcas francesas foram afligidas em 25 de agosto por uma epidemia, tirando a vida do proprio Luis. [ nota 8 ] Carlos ja havia assinado um acordo com o emir na epoca que Eduardo chegou a Tunes, nao havendo nada alem de voltar para a Sicilia. A cruzada foi adiada ate a primavera seguinte, porem uma tempestade devastadora na costa da Sicilia dissuadiu Carlos e Filipe III , sucessor de Luis, de uma nova campanha. [ 48 ] Eduardo decidiu continuar sozinho, finalmente chegando em Acre no dia 9 de maio de 1271. [ 49 ]

A situacao da Terra Santa nessa epoca era precaria para os cristaos. Jerusalem havia caido em 1244, com Acre passando a ser o centro do estado cristao . [ 50 ] Os estados muculmanos estavam ofensivos sob a lideranca de Baibars , e agora ameacavam Acre. Apesar dos homens de Eduardo terem sido uma adicao importante para a guarnicao, eles tinham poucas chances contra as forca superiores de Baibars, e um ataque em junho a Sao Jorge-de-Lebeyne foi em grande parte inutil. [ 51 ] Uma embaixada no Ilcanato de Abaca ajudou a trazer um ataque mongol a Alepo no norte, distraindo as forcas de Baibars. [ 52 ] Eduardo liderou em novembro um ataque contra Qaqun, porem tanto seu ataque quanto a invasao mongol falharam. As coisas pareciam estar cada vez mais desesperadoras quando Hugo III do Chipre, rei nominal da Jerusalem, assinou em maio de 1272 um tregua de dez anos com os muculmanos. [ 53 ] Eduardo foi contra, porem um ataque em junho de um assassino muculmano o forcou a abandonar a campanha. Apesar de ter conseguido matar o assassino, foi atingido no braco por um adaga possivelmente envenenada e ficou muito enfraquecido nos meses seguintes. [ nota 9 ] [ 55 ]

Eduardo deixou Acre apenas no dia 24 de setembro. Ao chegar a Sicilia , recebeu a noticia que seu pai havia morrido no dia 16 de novembro . [ 56 ] Eduardo ficou muito triste, porem fez uma viagem vagarosa de volta para casa ao inves de se apressar. Isso se deu parcialmente por sua saude ainda nao estar perfeita, mas tambem pela falta de urgencia. [ 57 ] A situacao politica na Inglaterra estava estavel depois de mudancas no meio do seculo e Eduardo foi proclamado rei logo apos a morte de Henrique, e nao durante sua coroacao como era o costume. [ nota 10 ] [ 58 ] O reino foi governado na ausencia do novo rei por um conselho real liderado pelo bispo Roberto Burnell. [ 59 ] Ele fez uma longa jornada passando pela peninsula Italica e pela Franca, visitando o Papa Gregorio X e suprimindo uma rebeliao na Gasconha entre outras coisas. [ 60 ] Ele chegou a Inglaterra apenas em 2 de agosto de 1274, sendo coroado no dia 19. [ 61 ]

Inicio de reinado [ editar | editar codigo-fonte ]

Guerras galesas [ editar | editar codigo-fonte ]

Conquista [ editar | editar codigo-fonte ]

Gales depois do Tratado de Montgomery em 1267.
   Principado de Llywelyn ap Gruffudd
   Territorios conquistados por Llywelyn
   Territorios dos vassalos de Llywelyn
   Senhorios dos baroes das Bordas
   Senhorios do rei da Inglaterra

Llywelyn ap Gruffudd conseguiu uma situacao muito vantajosa depois da Guerra dos Baroes. Com o Tratado de Montgomery de 1267 ele obteve oficialmente as terras que havia conquistado em Perfeddwlad e teve seu titulo de Principe de Gales reconhecido. [ 62 ] Mesmo assim os conflitos armados continuaram, particularmente contra Lordes das Bordas insatisfeitos, como Gilberto de Clare, 7.º Conde de Gloucester, Rogerio Mortimer, 1.º Barao Mortimer, e Humberto de Bohun, 3.º Conde de Hereford. [ 63 ] Os problemas pioraram em 1274 quando Gruffydd ap Gwenwynwyn e Dafydd ap Gruffydd, irmao de Llywelyn, deserdaram para a Inglaterra depois de falharem em uma tentativa de assassinato ao principe. [ 64 ] Llywelyn recusou-se a prestar homenagem a Eduardo por causa das hostilidades e o fato do rei estar abrigando seus inimigos. [ 65 ] Uma nova provocacao contra Eduardo veio quando o principe planejou se casar com Leonor, filha de Simao de Montfort. [ 66 ]

A guerra foi declarada em novembro de 1276. [ 67 ] Operacoes iniciais foram lancadas sob a lideranca de Rogerio, Edmundo irmao de Eduardo e Guilherme de Beauchamp, 9.º Conde de Warwick. [ nota 11 ] [ 67 ] O apoio a Llywelyn era fraco ate entre seus conterraneos. [ 68 ] Eduardo invadiu em julho de 1277 com uma forca de 15.500, dos quais nove mil eram galeses. A campanha nunca chegou a uma grande batalha porque o principe logo percebeu que nao tinha outra escolha alem de se render. [ 69 ] Pelo Tratado de Aberconwy assinado em novembro de 1277, Llywelyn ficou apenas com o territorio de Venedocia , porem lhe foi permitido manter o titulo de Principe de Gales. [ 70 ]

A guerra estourou novamente em 1282, porem desta vez era totalmente diferente. Para os galeses era uma guerra pela identidade nacional, tendo amplo apoio provocado particularmente pelas tentativas de impor o Direito da Inglaterra sobre Gales. [ 71 ] Ela se tornou uma guerra de conquista para Eduardo ao inves de apenas uma expedicao punitiva como a campanha anterior. [ 72 ] O conflito comecou com uma rebeliao de Dafydd, que estava insatisfeito com a recompensa que havia recebido do rei em 1277. [ 73 ] Llywelyn e outros chefes galeses logo se juntaram, tendo inicialmente sucessos militares. Gilberto de Clare foi derrotado em junho na Batalha de Llandeilo Fawr. [ 74 ] Lucas de Tany, comandante de Eduardo em Anglesey , decidiu realizar um ataque surpresa contra os galeses enquanto Joao Peckham, o Arcebispo da Cantuaria , conduzia negociacoes de paz. Uma ponte flutuante havia sido construida, porem os homens de Lucas foram emboscados pouco depois de atravessa-la e sofreram grandes perdas na Batalha de Moel-y-don. [ 75 ] Os avancos galeses terminaram em 11 de dezembro quando Llywelyn foi atraido para uma emboscada e morto na Batalha da Ponte de Orewin. [ 76 ] A conquista de Venedocia foi completada em junho de 1283 com a captura de Dafydd, que foi levado ate Shrewsbury e executado como traidor alguns meses depois. [ 77 ]

Outras rebelioes ocorreram entre 1287?88 e uma mais seria em 1294 sob a lideranca de Madog ap Llywelyn, um parente distante de Llywelyn ap Gruffudd. O ultimo conflito exigiu a atencao pessoal do rei, porem nos dois casos as rebelioes foram suprimidas. [ 78 ]

Colonizacao [ editar | editar codigo-fonte ]

Gales foi incorporado a Inglaterra em 1284 com o Estatuto de Rhuddlan e recebeu um sistema administrativo similar ao ingles, com os condados sendo policiados por xerifes. [ 79 ] O direito ingles foi introduzido para casos criminais, porem os galeses receberam permissao para manterem suas proprias leis para disputas de propriedades. [ 80 ] Eduardo embarcou em um grande projeto de colonizacao em Gales depois de 1277 e principalmente depois de 1283, criando novas cidades como Flint, Aberystwyth e Rhuddlan. [ 81 ] Os novos residentes eram migrantes ingleses, com os galeses locais sendo banidos de viverem nas novas cidades, com muitas sendo protegidas por grandes muralhas. [ 82 ]

Foi iniciado tambem um grande projeto de construcao de castelos sob a direcao do mestre Jaime de Sao Jorge, um arquiteto prestigiado que Eduardo havia conhecido em Saboia durante sua volta das cruzadas. [ 83 ] Isso incluia os castelos de Beaumaris , Caernarfon , Conwy e Harlech , que serviam tanto como fortalezas quanto palacios reais. [ 84 ] [ 85 ] Seu programa de construcao de castelos em Gales marcou a ampla introducao do uso de balestreiros nas muralhas de castelos pela Europa, inspirado em influencias orientais. Outro produto das cruzadas foi o projeto de castelo concentrico, com quatro dos oito castelos que Eduardo ergueu em Gales seguindo esse desenho. [ 86 ] As fortificacoes faziam uma afirmacao clara sobre as intencoes do rei de governar o Norte de Gales permanentemente, usando um imagetico associado ao Imperio Bizantino e ao Rei Artur em uma tentativa de legitimar seu novo regime. [ 87 ] [ 88 ]

Eduardo fez em 1284 com que seu ultimo filho com Leonor, o futuro Eduardo II , nascesse no Castelo de Caernarfon, provavelmente para fazer uma declaracao deliberada sobre a nova ordem politica em Gales. David Powel, um clerigo do seculo XVI, sugeriu que o bebe foi oferecido aos galeses como um principe "que nasceu em Gales e nunca poderia falar uma palavra de ingles", porem ha poucas evidencias para apoiar essa afirmacao. [ 89 ] [ 90 ] Na cidade de Lincoln em 1301, o jovem Eduardo tornou-se o primeiro principe ingles a ser investido como Principe de Gales. [ nota 12 ] Ao mesmo tempo seu pai lhe conferiu o Condado de Chester e terras no Norte de Gales. O rei esperava que isso fosse ajudar na pacificacao da regiao e daria uma maior independencia financeira ao filho. [ 92 ]

Diplomacia e guerra [ editar | editar codigo-fonte ]

Eduardo (direita) prestando homenagem a Filipe IV.

Eduardo nunca mais partiu em uma cruzada depois de voltar para a Inglaterra em 1274, porem manteve a intencao e tomou a cruz novamente em 1287. [ 93 ] Essa intencao guiou boa parte de sua politica religiosa pelo menos ate 1291. Para organizar uma cruzada era essencial impedir o conflito entre os grandes principes europeus do continente. Um dos maiores obstaculos era o conflito entre a francesa Casa de Anjou que governava o sul da Italia e o Reino de Aragao . Os cidadaos de Palermo rebelaram-se em 1282 contra Carlos de Anjou e pediram a ajuda de Pedro de Aragao , naquilo que ficou conhecido como Vesperas Sicilianas . Carlos de Salermo , filho de Carlos de Anjou, foi feito prisioneiro pelos aragoneses na guerra que se seguiu. [ 94 ] Os franceses comecaram a planejar um ataque contra Aragao, aumentando ainda mais as perspectivas de uma guerra continental. Era imperativo para Eduardo que tal conflito fosse evitado, e ele acabou conseguindo uma tregua entre a Franca e Aragao em 1286 que tambem ajudou na libertacao de Carlos. [ 95 ] Em relacao as cruzadas, os esforcos do rei ingles foram infrutiferos. Um golpe devastador para seus planos ocorreu quando os muculmanos capturaram Acre em 1291, eliminando o ultimo refugio cristao da Terra Santa. [ 96 ]

O papel internacional de Eduardo mudou apos a queda de Acre de um diplomata para um antagonista. Ele sempre esteve muito envolvido nos assuntos relacionados a Gasconha. Ele encarregou uma comissao de investigacao em 1278 ao seus fieis associados Oto de Grandson e o chanceler Roberto Burnell, que causou a substituicao do senescal Lucas de Tany. [ 97 ] O rei visitou a regiao em 1286 e ficou la por quase tres anos. [ 98 ] O problema perene era a situacao do ducado dentro do reino da Franca e o papel de Eduardo como vassalo do rei frances. Ele prestou homenagem ao novo rei Filipe IV de Franca em sua missao diplomatica de 1286, porem Filipe declarou em 1294 que a Gasconha era agora sua quando Eduardo se recusou a comparecer perante ele para discutir os conflitos recentes entre marinheiros ingleses, gascoes e franceses, que resultou na captura de varios navios franceses ao mesmo tempo que o porto de La Rochelle foi saqueado. [ 99 ]

Leonor de Castela morreu em 28 de novembro de 1290 . Diferentemente de outros casamentos do periodo, o casal se amava. Alem disso, assim como seu pai, Eduardo era dedicado a esposa e foi fiel durante toda a vida de casado ? uma raridade dentre os monarcas da epoca. Ele ficou muito abalado por sua morte. Eduardo demonstrou sua dor ao erguer doze Cruzes de Leonor , uma em cada lugar onde o cortejo funerario da rainha parou para passar a noite. [ 100 ] Foi concordado como parte do acordo de paz com a Franca em 1294 que Eduardo se casaria com Margarida , a meia-irma de Filipe IV, porem o casamento foi adiado por causa de guerras. [ 101 ]

Eduardo forjou aliancas com o rei germanico, os condes de Flandres e Gueldria e com os borgonheses, que atacariam a Franca pelo norte. [ 102 ] Entretanto, as aliancas mostraram-se volateis e Eduardo enfrentou problemas internos, tanto em Gales quanto na Escocia. Foi apenas em agosto de 1297 que ele conseguiu partir para Flandres, momento em que seus aliados la ja haviam sofrido derrotas. [ 103 ] O apoio germanico nunca se materializou e ele foi forcado a procurar a paz. Seu casamento em 1299 com Margarida terminou a guerra, porem todo o caso foi custoso e inutil para a Inglaterra. [ nota 13 ] [ 104 ]

A Grande Causa [ editar | editar codigo-fonte ]

O Trono de Eduardo, o Confessor, na Abadia de Westminster. Originalmente, a Pedra do Destino ficava no vao em baixo do acento.

A relacao entre as nacoes da Inglaterra e Escocia era de relativa coexistencia harmoniosa por volta da decada de 1280. [ 105 ] A questao da homenagem nao chegou ao mesmo nivel de controversia como havia acontecido em Gales; o rei Alexandre III da Escocia prestou homenagem a Eduardo em 1278, porem aparentemente apenas para as terras que tinha na Inglaterra. [ 106 ] Os problemas surgiram apenas no inicio da decada de 1290 com a crise da sucessao escocesa. Os dois filhos e a filha de Alexandre morreram em rapida sucessao entre 1281 e 1284. O proprio rei morreu em 1286 e o trono da Escocia passou para a princesa Margarida da Noruega , sua neta de tres anos filha de sua filha Margarida e do rei Erico II da Noruega . [ 107 ] O Tratado de Birgham acertou que Margarida se casaria com Eduardo de Caernarfon , o filho de um ano de idade de Eduardo, porem a Escocia permaneceria livre do senhorio ingles. [ 108 ]

Margarida, entao com sete anos, partiu da Noruega para a Escocia no outono de 1290, porem adoeceu no caminho e morreu nas Orcades . [ 109 ] Isso deixou o pais sem nenhum monarca obvio e levou a uma disputa de sucessao que entrou para a historia como a Grande Causa. [ nota 14 ] [ 110 ]

Apesar de catorze reivindicantes terem se apresentado para assumir o trono, a verdadeira disputa ficou entre Joao Balliol e Roberto de Bruce, 5.º Lorde de Annandale . [ 111 ] Os magnatas escoceses pediram para Eduardo arbitrar a disputa. [ 112 ] Anteriormente em Birgham, com a perspectiva de uma futura uniao pessoal entre os dois reinos, a questao da suserania nao havia sido de grande importancia para o rei ingles. Agora Eduardo insistia que, caso realmente fosse resolver a disputa, ele deveria ser reconhecido como o senhor feudal da Escocia. [ 113 ] Os escoceses estavam relutantes em fazer tal concessao e responderam que nao havia ninguem com a autoridade de tomar essa decisao, ja que o pais estava sem rei. [ 114 ] O problema foi contornado quando os competidores concordaram que o reino seria entregue a Eduardo ate o herdeiro de direito ser encontrado. [ 115 ] Joao Balliol foi o escolhido em 17 de novembro de 1292 depois de muitas discussoes e consideracoes. [ nota 15 ] [ 116 ]

Eduardo continuou a assertar sua autoridade sobre a Escocia mesmo apos a ascensao de Balliol. Ele concordou em ouvir apelos dos casos resolvidos pela corte de guardioes que governaram o reino durante o interregnum , mesmo com as objecoes dos escoceses. [ 117 ] Mais provocacoes vieram no caso de Macduff, filho de Malcolm II, Conde de Fife, em que Eduardo exigiu que Balliol comparecesse em pessoa diante do parlamento ingles para responder as acusacoes. [ 118 ] O rei escoces acatou e compareceu, porem a provocacao final foi a exigencia de Eduardo que os magnatas escoceses oferecessem auxilio militar na guerra contra a Franca. [ 119 ] Isso foi inaceitavel para eles; os escoceses acabaram formando uma alianca com a propria Franca e lancaram um ataque mal sucedido contra Carlisle . [ 120 ] Eduardo respondeu invadindo a Escocia em 1296 e tomando a cidade de Berwick-upon-Tweed em um ataque sangrento. [ 121 ] A resistencia escocesa foi esmagada definitivamente na Batalha de Dunbar . [ 122 ] Eduardo confiscou a Pedra do Destino ? a pedra de coroacao escocesa ? levando-a para Westminster e colocando no Trono de Eduardo, o Confessor ; ele depos Balliol e o fez prisioneiro na Torre de Londres , colocando ingleses para governar a Escocia. [ 123 ] A campanha foi um sucesso, porem o triunfo ingles duraria pouco. [ 124 ]

Governo e leis [ editar | editar codigo-fonte ]

Personalidade [ editar | editar codigo-fonte ]

Tavola redonda feita por Eduardo, hoje no Castelo de Winchester.

Eduardo tinha a reputacao de ter um temperamento feroz e intimidador; uma historia conta como o Decano de St. Paul, querendo confronta-lo em 1295 sobre os altos impostos, desmaiou e morreu assim que esteve na presenca do rei. [ 8 ] Quando seu filho Eduardo de Caernarfon exigiu um condado para seu favorito Piers Gaveston , Eduardo explodiu de raiva e supostamente arrancou punhados de cabelo do filho. [ 125 ] Alguns de seus contemporaneos o consideravam como assustador, particularmente no inicio de sua vida. A Cancao de Lewes o descreve como um leopardo, um animal considerado como particularmente poderoso e imprevisivel. [ 126 ]

Entretanto, apesar das caracteristicas assustadoras, contemporaneos consideravam Eduardo como um rei capaz e ate mesmo ideal. [ 127 ] Apesar de nao ser amado por seus suditos, ele era temido e respeitado. [ 128 ] Ele se encaixava nas expectativas contemporaneas em seu papel de soldado capaz e determinado, incorporando os ideais de cavalaria. [ 129 ] Sua observacao dos ritos religiosos tambem cumpriam as expectativas da epoca: ele ia regularmente a igreja e dava esmolas generosas. [ 130 ]

Eduardo era muito interessado na historias sobre o Rei Artur , que eram bem populares na Europa durante seu reinado. [ 131 ] [ 132 ] Ele visitou a Abadia de Glastonbury em 1278 para abrir uma tumba que se acreditava pertencer a Artur e Genebra , recuperando a "coroa de Artur" de Llywelyn apos a conquista do Norte de Gales, enquanto seus castelos eram inspirados no mito arturiano em seu desenho e local. [ 133 ] Eduardo realizou eventos de "Tavola Redonda" em 1284 e 1302, envolvendo torneios e banquetes, com os cronicos comparando ele e seus eventos da corte a Artur. [ 134 ] [ 135 ] Em alguns casos o rei aparentemente usou seu interesse em mitos arturianos para seus proprios interesses politicos, incluindo a legitimacao de seu dominio sobre Gales e descreditando a crenca galesa que Artur poderia voltar como um salvador. [ 136 ]

Administracao e leis [ editar | editar codigo-fonte ]

Uma moeda groat de Eduardo.

Eduardo comecou a restaurar a ordem e a restabelecer a autoridade real assim que assumiu o trono depois do final de reino desastroso de seu pai. [ 137 ] Para realizar isso ele ordenou uma grande mudanca no pessoal administrativo. A mais importante alteracao foi a nomeacao de Roberto Burnell como chanceler , que permaneceu no posto como um dos conselheiros mais proximos do rei ate 1292. [ 138 ] Eduardo em seguida substituiu a maioria dos oficiais locais, como embargadores e xerifes. [ 139 ] Essa medida foi uma preparacao para um enorme inquerito por toda a Inglaterra, que ouviu reclamacoes sobre abuso de poder por oficiais reais e estabelecer quais propriedades e direitos da coroa haviam sido perdidos durante o reinado de Henrique III. [ 140 ] O inquerito produziu os chamados Cem Rolos, a partir da subdivisao administrativa da centena . [ 141 ]

Os Cem Rolos formaram a base para os posteriores inqueritos legais chamados de os procedimentos Quo warranto . O proposito desses inqueritos era estabelecer por qual autoridade varias liberdades de terra ocorreram. [ nota 16 ] Se o acusado nao conseguisse mostrar a autorizacao real para provar a concessao da liberdade, era entao a opiniao da coroa ? baseada nas obras de Henrique de Bracton, um influente academico juridico do seculo XIII ? que ela deveria voltar para as maos do rei. [ 142 ]

Isso causou grande consternacao dentre a aristocracia, que insistia que o uso por si so constituia uma licenca. [ 143 ] Um meio termo foi alcancado em 1290, onde uma liberdade era considerada legitima contanto que pudesse ser mostrada que era exercida desde a coroacao do rei Ricardo I em 1189. [ 144 ] Os ganhos reais dos procedimentos Quo warranto foram insignificantes; poucas liberdades voltaram para o rei. [ 145 ] Mesmo assim Eduardo conseguiu uma vitoria significante, estabelecendo claramente o principio que todos as liberdades essencialmente vinham da coroa. [ 146 ]

O Quo warranto de 1290 era parte de um esforco legislativo muito maior, que foi uma das maiores contribuicoes do reinado de Eduardo. [ 147 ] O periodo de reformas legislativas ja havia comecado na epoca da revolta baronial; o Estatuto de Marlborough de 1267 continha elementos tanto das Provisoes de Oxford quanto do Dictum de Kenilworth. [ 148 ] A compilacao dos Cem Rolos foi seguida pouco depois em 1275 pelo Estatuto de Westminster I, que assertava a prerrogativa real e delimitava restricoes nas liberdades. [ 149 ] No Estatuto de Mortmain de 1279 a questao abordada foi as terras dadas a igreja. [ 150 ] A primeira clausula do Estatuto de Westminster II de 1285, conhecida como De donis conditionalibus , lidava com assentamentos familiares de terras. [ 151 ] O Estatuto Mercante de 1285 estabeleceu regras rigidas sobre a recuperacao de dividas, [ 152 ] enquanto o Estatuto de Winchester do mesmo ano lidava com a manutencao da paz em nivel local. [ 153 ] Quia emptores , emitido junto com Quo warranto , tinha a intencao de remediar disputas resultantes da alienacao de terras pela subinfeudacao. [ 154 ] O periodo de grandes estatutos praticamente terminou em 1292 com a morte de Roberto Burnell. [ 155 ]

Economia, parlamento e judeus [ editar | editar codigo-fonte ]

Ilustracao do seculo XVII de Eduardo presidindo o parlamento. A cena mostra Alexandre III e Llywelyn ap Gruffudd ao lado de Eduardo, algo que nunca ocorreu.

As frequentes campanhas militares de Eduardo prejudicaram a nacao economicamente. [ 156 ] Havia varios meios pelos quais o rei podia arrecadar dinheiro para guerras, incluindo impostos, emprestimos e subsidios. Eduardo negociou um acordo em 1275 com a comunidade mercante nacional que assegurou um imposto permanente na la. Um acordo similar foi alcancado com mercadores estrangeiros em 1303 em troca de certos privilegios e direitos. [ 157 ] Os lucros dos impostos eram entregues aos riccardi, um grupo de banqueiros de Luca , na Peninsula Italica . [ 158 ] Isso era em troca por seus servicos como agiotas para a coroa, ajudando a financiar as guerras em Gales. O rei frances confiscou os recursos dos riccardi quando comecou a guerra entre a Franca e a Inglaterra, assim o banco faliu. [ 159 ] Depois disso, a familia Frescobaldi de Florenca assumiu o papel de agiotas da coroa inglesa. [ 160 ]

Outra fonte de renda para a coroa eram os judeus ingleses. Os judeus eram propriedade pessoal do rei e ele podia cobrar impostos do grupo como desejar. [ 161 ] Os judeus foram tao explorados que por volta de 1280 eles ja nao eram mais de grande uso financeiro para a coroa, porem ainda assim podiam ser usados como barganhas politicas. [ 162 ] Seus negocios de usura , proibidos para cristaos, deixaram muitas pessoas endividadas com eles e criou um sentimento de ressentimento geral. [ 163 ] Eduardo havia emitido o Estatuto do Judaismo em 1275, que criminalizava a usura e encorajava os judeus a procurarem novas profissoes; [ 164 ] ele prendeu os chefes de varias familias judaicas em 1279 no contexto da falha do desvalorizacao da moeda, fazendo com que aproximadamente trezentos fossem executados. [ 165 ] O rei mandou em 1280 que todos os judeus comparecessem a sermoes especiais pregados por frades dominicanos na esperanca de persuadi-los a se converterem, porem isso nao aconteceu. [ 166 ] O ataque final veio com o Edito de Expulsao de 1290, em que Eduardo formalmente expulsou todos os judeus da Inglaterra. [ 167 ] Esse ato acabou gerando rendas a partir da apropriacao de emprestimos e propriedades judaicas, e tambem deu ao rei capital politico para negociar um subsidio consideravel com o parlamento. [ 168 ] A expulsao durou ate 1656 [ 169 ] e virou um precedente seguido por outros monarcas europeus: Filipe II de Franca expulsou em 1182 todos os judeus de seus territorios; Joao I, Duque da Bretanha , fez o mesmo em seu ducado em 1239; e Luis IX de Franca expulsou os judeus no final da decada de 1240 de seus dominios reais antes de ir para o oriente. [ 166 ]

Eduardo realizava parlamentos razoavelmente regulares durante seu reinado. [ 170 ] Porem, uma mudanca significativa ocorreu em 1295. Para esse parlamento, alem dos lordes seculares e eclesiasticos, foram convocados dois cavaleiros vindos de cada provincia e dois representantes de cada bairro. [ 171 ] Nao era novo a representacao dos comuns no parlamento; o que diferente era a autoridade com que esses representantes foram convocados. Enquanto os comuns anteriormente eram chamados simplesmente para concordar com decisoes ja tomadas pelos magnatas, agora eles deveriam se reunir com total autoridade de suas comunidades para dar parecer favoravel as decisoes tomadas pelo parlamento. [ 172 ] O rei agora tinha total apoio para cobrar subsidios de toda a populacao. Esses subsidios eram impostos cobrados por uma determinada fracao dos bens moveis de todos os homens leigos. [ 173 ] Enquanto Henrique cobrou apenas quatro desses durante seu reinado, Eduardo cobrou nove. [ 174 ] O formato eventualmente se tornou o padrao para todos os parlamentos, com os historiadores nomeando essa assembleia como o "Parlamento Modelo". [ nota 17 ] [ 175 ]

Ultimos anos [ editar | editar codigo-fonte ]

Crise constitucional [ editar | editar codigo-fonte ]

As guerras incessantes da decada de 1290 colocaram uma grande pressao financeira em cima dos ingleses. Enquanto Eduardo cobrou apenas tres subsidios ate 1294, quatro desses impostos foram cobrados nos anos de 1294?97, arrecadando mais de vinte mil libras. [ 176 ] Junto com isso vieram a apropriacao de comida, tomada de la e couro e a cobranca de um imposto impopular sobre a la, chamada de maltolt . [ 177 ] As exigencias fiscais do rei sobre seus suditos criaram ressentimentos, com isso eventualmente levando a uma oposicao politica seria. Entretanto, a resistencia inicial se deu pelos subsidios clericais e nao pelos subsidios leigos. Eduardo exigiu em 1294 uma subvencao de metade de todas as rendas clericais. Houve certa resistencia, porem o rei respondeu ameacando-os com criminalizacao e a subvencao foi concedida. [ 178 ] O cargo de Arcebispo da Cantuaria estava vago na epoca, ja que Roberto Winchelsey estava na peninsula Italica para receber sua consagracao. [ nota 18 ] [ 179 ] Winchelsey voltou em janeiro de 1295 e teve que concordar com outra subvencao em novembro. Porem, ele mudou de posicao no ano seguinte ao receber a bula pontificia Clericis laicos . A bula proibia o clero de pagar impostos para autoridades leigas sem a explicita aprovacao do papa. [ 180 ] Eduardo respondeu com criminalizacao quando o clero seguiu a bula e se recusou a pagar. [ 181 ] Winchelsey ficou no dilema entre sua lealdade ao rei e a defesa da bula pontificia, decidindo deixar que cada clerigo pagasse se assim quisessem. [ 182 ] Uma solucao foi oferecida no final do ano pela nova bula Etsi de statu , que autorizava os impostos clericais em caso de grande urgencia. [ 183 ]

Eduardo
Por Deus, Senhor Conde, ou va ou fique
Rogerio Bigod
Por esse mesmo juramento, O Rei, eu devo nem ir nem ficar

Cronica de Valter de Guisborough [ 184 ]

A oposicao dos leigos demorou mais para aparecer. Essa resistencia se focava em duas coisas: o direto do rei de exigir o servico militar e seu direito de cobrar impostos. Rogerio Bigod, 5.º Conde de Norfolk, em sua capacidade como Earl Marshal , se opos as convocacoes militares reais em fevereiro de 1297 durante o parlamento. Ele argumentou que a obrigatoriedade militar estendia-se apenas para o servico junto ao rei; se o rei viajasse para Flandres, ele nao poderia enviar seus suditos para a Gasconha. [ 185 ] Bigod e Humberto de Bohun, 3.º Conde de Hereford e Condestavel da Inglaterra, elaboraram em julho uma serie de reclamacoes que expressaram objecoes contra o nivel exorbitante de impostos. [ 186 ] Eduardo nao se deixou abater e pediu outro subsidio. Este foi particularmente provocador ja que o rei buscou o consentimento de apenas um grupo pequeno de magnatas, ao inves de representantes das comunidades no parlamento. [ 187 ] Enquanto Eduardo estava em Winchelsea se preparando para sua campanha em Flandres, Bigod e Humberto foram para o Tesouro a fim de impedir a coleta dos impostos. [ 188 ] A Inglaterra parecia estar a beira de uma guerra civil ja que o rei deixou no reino apenas uma pequena forca militar. [ 189 ] A derrota inglesa para os escoceses na Batalha de Stirling Bridge acabou resolvendo a situacao. A nova ameaca contra o pais deu a Eduardo e os magnatas uma causa em comum. [ 190 ] O rei assinou a Confirmatio Cartarum ? uma confirmacao da Magna Carta e da Carta da Floresta ? e a nobreza concordou em servir com Eduardo em campanha na Escocia. [ 191 ]

Mesmo assim os problemas de Eduardo nao acabaram. Pelos anos seguintes ele seria cobrado pelas promessas que havia feito, particularmente sobre manter a Carta da Floresta. O rei acabou forcado no parlamento de 1301 a ordenar uma avaliacao das florestas reais, porem conseguiu em 1305 uma bula papal que o libertava dessa concessao. [ 192 ] No final, a oposicao contra Eduardo chegou ao fim pela falta de pessoal. Humberto morreu em 1298 logo depois de voltar da campanha na Escocia. [ 193 ] Ja Bigod conseguiu chegar a um acordo com o rei em 1302 que era benefico para ambos: o conde, que nao tinha filhos, nomeou Eduardo como seu herdeiro e em troca recebeu uma generosa pensao anual. [ 194 ] O rei conseguiu sua vinganca contra Winchelsey em 1305, quando Clemente V foi eleito papa. Este era um gascao simpatico a Eduardo e acabou por suspender Winchelsey do cargo. [ 195 ]

Retorno a Escocia [ editar | editar codigo-fonte ]

Reconstrucao dos aposentos de Eduardo na Torre de Londres .

A situacao na Escocia parecia resolvida quando Eduardo deixou o pais em 1296, porem a resistencia logo surgiu sob a lideranca de William Wallace . Uma grande forca inglesa liderada por Joao de Warenne, 6.º Conde de Surrey, e Hugo de Cressingham foi atacada em 11 de setembro de 1297 na Ponte de Stirling por uma forca escocesa bem menor comandada por Wallace e Andre Moray . [ 196 ] A derrota criou indignacao na Inglaterra e preparacoes comecaram imediatamente para uma campanha de retaliacao. Eduardo rapidamente voltou de Flandres e seguiu para o norte. [ 197 ] O rei conseguiu derrotar as forcas de Wallace em 22 de julho de 1298 na Batalha de Falkirk . [ 198 ] Entretanto, Eduardo nao conseguiu tirar vantagem do momento e os escoceses conseguiram recapturar o Castelo de Stirling no ano seguinte. [ 199 ] O rei fez outras campanhas na Escocia em 1300, quando cercou e capturou o Castelo Caerlaverock , e em 1301, porem os escoceses nao o enfrentaram em campo aberto e preferiram atacar os campos ingleses em pequenos grupos. [ 200 ]

Os franceses secretamente incitaram os escoceses a apelarem ao papa a fim de fazer valer sua reivindicacao de suserania da Escocia sobre os ingleses. A bula papal enderecada a Eduardo nesses termos foi firmemente rejeitada em nome do rei atraves de uma carta escrita pelos baroes em 1301. A Inglaterra conseguiu subjugar a Escocia por outros meios. Um acordo de paz entre a Inglaterra e a Franca foi alcancado em 1303 e efetivamente quebrou a alianca franco-escocesa. [ 201 ] Roberto de Bruce, 7.º Lorde de Annandale e neto do reivindicante ao trono em 1291, aliou-se aos ingleses no inverno de 1301?02. [ 202 ] A maioria dos nobres do pais tambem juraram lealdade a Eduardo por volta de 1304, mesmo ano em que a Inglaterra retomou o Castelo de Stirling. [ 203 ] Uma grande vitoria de propaganda aconteceu em 1305 quando Wallace foi traido por sir Joao de Menteith e entregue aos ingleses, que o levaram para Londres e o executaram publicamente. [ 204 ] Com a Escocia sob seu controle, Eduardo colocou varios ingleses e escoceses colaboradores para governar o pais. [ 205 ]

A situacao mudou novamente em 10 de fevereiro de 1306, quando Roberto matou seu rival Joao III Comyn, Lorde de Badenoch, e se coroou Rei da Escocia pouco depois em 25 de marco. [ 206 ] Roberto partiu em uma campanha para restaurar a independencia escocesa e tomou os ingleses de surpresa. [ 207 ] Eduardo estava com a saude debilitada na epoca e incapaz de liderar ele proprio a expedicao, dessa forma passando diferentes comandos militares para Aymer de Valence, 2º Conde de Pembroke , e Henrique de Percy, 1.º Barao Percy, enquanto o principal exercito real ficou sob a lideranca de seu filho Eduardo, Principe de Gales . [ 208 ] Os ingleses inicialmente tiveram sucesso; Aymer enfrentou Roberto em 19 de junho na Batalha de Methven, [ 209 ] forcando o escoces a se esconder e recapturando territorios e castelos perdidos. [ 210 ]

Eduardo respondeu com grande brutalidade contra os aliados de Roberto. A irma deste, Maria, foi deixada presa dentro de uma jaula pendurada do lado de fora do Castelo de Roxburgo durante quatro anos. Isabel MacDuff, Condessa de Buchan e a pessoa que havia coroado Roberto, tambem ficou presa por quatro anos em uma jaula do lado de fora do Castelo de Berwick. Neil, irmao mais jovem de Roberto, foi executado atraves de enforcamento, afogamento e esquartejamento; ele tinha sido capturado depois dele e sua guarnicao terem repelido forcas inglesas que estavam atras da esposa, filha e irmas do rei escoces. [ 211 ]

Ficou claro que Eduardo considerava o conflito nao como uma guerra entre duas nacoes, mas sim como uma rebeliao de suditos desleais. [ 212 ] Entretanto, ao inves de intimidar os escoceses, a brutalidade teve o efeito contrario, de aumentar ainda mais o apoio de Roberto. [ 213 ]

Morte [ editar | editar codigo-fonte ]

Roberto reapareceu em fevereiro de 1307 e reuniu seus homens, derrotando o exercito de Aymer em maio na Batalha de Loudoun Hill . [ 214 ] Eduardo tambem tinha reunido seus homens e seguiu ele mesmo para o norte. Entretanto, ele desenvolveu disenteria no caminho e sua condicao deteriorou. O rei acampou no vilarejo de Burgh by Sands em 6 de julho, ao sul da fronteira escocesa. Eduardo morreu nos bracos de seus serventes na manha do dia seguinte quando estes vieram acorda-lo para o desjejum. [ 215 ]

Ilustracao da tumba de Eduardo, feita em 1774 quando foi aberta.

Varias historias surgiram sobre os desejos de Eduardo em seu leito de morte; de acordo com uma tradicao, ele pediu que seu coracao fosse levado para a Terra Santa junto com um exercito para combater os infieis. Uma historia mais duvidosa conta que ele queria que seus ossos fosse carregados para futuras expedicoes contra os escoceses. Outro relato sobre seu leito de morte e mais crivel; de acordo com um cronico, o rei chamou Henrique de Lacy, 3.º Conde de Lincoln; Guido de Beauchamp, 10.º Conde de Warwick; Aymer de Valence e Roberto Clifford, 1.º Barao Clifford, e os encarregou de cuidarem de seu filho Eduardo. Particularmente eles deveriam impedir que Piers Gaveston voltasse para a Inglaterra. [ 216 ] Este ultimo desejo foi ignorado por seu filho, com ele trazendo seu favorito do exilio quase imediatamente. [ 217 ] O novo rei Eduardo II permaneceu no norte ate agosto, abandonando a campanha e indo para o sul. [ 218 ] Ele foi coroado em 25 de fevereiro de 1308. [ 219 ]

O corpo de Eduardo foi levado de volta para o sul, ficando na Abadia de Waltham ate ser enterrado em 27 de outubro na Abadia de Westminster. Existem poucos registros de seu funeral, porem sabe-se que custou 473 libras. [ 220 ] Sua tumba foi incomum ja que consistia apenas de um sarcofago simples feito de marmore, sem nenhuma efigie , provavelmente pela falta de dinheiro no tesouro real apos a morte do rei. [ 221 ] Pode ser que o sarcofago fosse normalmente coberto com um rico manto, talvez originalmente cercado por bustos entalhados com imagens religiosas, porem tudo se perdeu. [ 222 ] A Sociedade dos Antiquarios abriu a tumba em 1774, descobrindo que o corpo estava bem preservado ao longo de 467 anos, aproveitando a oportunidade para determinar a altura de Eduardo. [ 223 ] E possivel ver ate hoje na lateral da tumba tracos da inscricao em latim Edwardus Primus Scottorum Malleus hic est, 1308. Pactum Serva ("Aqui esta Eduardo I, Martelo dos Escoceses, 1308. Mantenha a Promessa"), fazendo referencia a sua promessa de vinganca contra Roberto de Bruce. [ 224 ] Isso fez com que Eduardo recebesse dos historiadores o epiteto de "Martelo dos Escoceses", que nao e de origem contemporanea mas sim adicionado no seculo XVI pelo abade Joao Feckenham. [ 225 ]

Historiografia [ editar | editar codigo-fonte ]

As primeiras historias de Eduardo nos seculos XVI e XVII se baseavam principalmente na obra de cronicos contemporaneos e semi-contemporaneos e usaram muito pouco dos registros oficiais do periodo. [ 226 ] Elas se limitavam a comentarios gerais sobre sua significancia como monarca e repetiam os elogios dos cronicos sobre suas realizacoes. [ 227 ] O advogado sir Edward Coke do seculo XVII escreveu bastante sobre as legislacoes de Eduardo, chamando o rei de o "Justiniano Ingles" em homenagem ao renomado legislador bizantino imperador Justiniano I . [ 228 ] Mais tarde no mesmo seculo, historiadores utilizaram os registros disponiveis para comentar o papel do parlamento sob Eduardo, elaborando comparacoes entre seu reinado e as disputas politicas do seculo XVII. [ 229 ] Historiadores do seculo seguinte estabeleceram uma imagem do rei como um monarca capaz, mesmo que implacavel, condicionado pelas circunstancias de sua epoca. [ 230 ]

O influente historiador vitoriano bispo William Stubbs por sua vez sugeriu que Eduardo ativamente moldou a historia nacional, formando leis e instituicoes inglesas, e ajudando o pais a desenvolver seu parlamento e governo constitucional. [ 231 ] Suas qualidades e defeitos como governante foram consideradas emblematicas do povo ingles como um todo. [ 232 ] Thomas Tout, aluno de Stubbs, inicialmente adotou a mesma perspectiva, porem mudou de visao apos grandes pesquisas sobre a criadagem real, apoiado por outras pesquisas de contemporaneos sobre o parlamento do periodo. [ 233 ] Tout passou a ver Eduardo como um lider conservador e interesseiro, que usou o sistema parlamentar como "o dispositivo perspicaz de um autocrata, ansioso para usar a massa do povo como um controle de seus adversario hereditarios dentre a grande baronagem". [ 234 ] [ 235 ]

Historiadores dos seculos XX e XXI realizaram extensas pesquisas sobre Eduardo e seu reinado. [ 232 ] A maioria concluiu que este foi um periodo de grande importancia na historia medieval inglesa, com alguns indo alem e descrevendo Eduardo como um dos maiores reis medievais do pais, mesmo com a maioria concordando que seus ultimos anos no trono foram bem menos sucedidos que suas primeiras decadas. [ 232 ] [ 236 ] [ nota 19 ] Tres grandes narrativas academicas foram produzidas nesse periodo. [ 232 ] [ 242 ] Os volumes de Frederick Powicke publicados em 1947 e 1953 formaram as obras padroes sobre Eduardo por varias decadas, sendo amplamente positivas ao elogiar as realizacoes de seu reinado, particularmente seu foco na justica e leis. [ 243 ] Michael Prestwich produziu em 1988 uma nova biografia do rei, focando-se em sua carreira politica e ainda representando-o de maneira simpatica, mesmo destacando as consequencias de algumas de suas politicas fracassadas. [ 244 ] Seguiu-se a biografia de Marc Morris em 2008, elaborando com mais detalhes a personalidade de Eduardo e geralmente sendo mais severo com suas fraquezas e caracteristicas menos agradaveis. [ 232 ] [ 245 ]

Descendencia [ editar | editar codigo-fonte ]

Eduardo e Leonor tiveram pelo menos catorze filhos, talvez ate chegando em dezesseis. Deles, cinco filhas chegaram a idade adulta, porem apenas um dos meninos sobreviveu a Eduardo, o futuro Eduardo II . Afirma-se que Eduardo I temia pelo fracasso do filho em viver as expectativas de um herdeiro da coroa, em determinado momento decidindo exilar o favorito dele Piers Gaveston . [ 246 ]

Com Margarida, ele teve dois filhos que ambos viveram ate a idade adulta e uma filha que morreu crianca. [ 247 ] A cronica de Abadia de Hailes indica que Joao Botetourt pode ter sido um filho ilegitimo de Eduardo, porem a afirmacao nao tem fundamentos. [ 248 ]

Nome Nascimento Morte Notas
Com Leonor de Castela
Filha maio de 1255 29 de maio de 1255 Natimorta ou que morreu pouco depois.
Catarina c. 17 de junho de 1264 5 de setembro de 1264 Enterrada na Abadia de Westminster .
Joana c. janeiro de 1265 c. 7 de setembro de 1265 Enterrada na Abadia de Westminster.
Joao 13 de julho de 1266 3 de agosto de 1271 Morreu em Wallingford aos cuidados do tio-avo Ricardo, 1.º Conde da Cornualha .
Enterrado na Abadia de Westminster.
Henrique 6 de maio de 1268 12 de outubro de 1274 Enterrado na Abadia de Westminster.
Leonor c. 18 de junho de 1269 19 de agosto de 1298 Casou-se com Henrique III, Conde de Bar, com descendencia.
Enterrada na Abadia de Westminster.
Juliana c. maio de 1271 5 de setembro de 1271 Nasceu e morreu enquanto seus pais estavam em Acre.
Joana 1272 23 de abril de 1307 Casou-se com Gilberto de Clare, 7.º Conde de Gloucester, com descendencia.
Casou-se com Raul de Monthermer, 1.º Barao Monthermer, com descendencia.
Alfonso 24 de novembro de 1273 19 de agosto de 1284 Enterrado na Abadia de Westmisnter.
Margarida 15 de maio de 1275 c. 11 de maio de 1333 Casou-se com Joao II, Duque de Brabante , com descendencia.
Berengaria 1 de maio de 1276 c. 7 de junho de 1277/78 Enterrada na Abadia de Westminster.
Filha dezembro de 1277 janeiro de 12778 Enterrada na Abadia de Westminster.
Maria 11/12 de marco de 1279 29 de maio de 1332 Freira beneditina em Amesbury .
Filho 1280/81 Poucas evidencias existentes.
Isabel c. 7 de agosto de 1282 5 de maio de 1316 Casou-se com Joao I, Conde da Holanda , sem descendencia.
Casou-se com Humberto de Bohun, 4.º Conde de Hereford, com descendencia.
Eduardo II 25 de abril de 1284 21 de setembro de 1327 Casou-se com Isabel de Franca , com descendencia.
Com Margarida de Franca
Tomas 1 de junho de 1300 4 de agosto de 1338 Casou-se com Alice Hales, com descendencia.
Casou-se com Maria Brewes, sem descendencia. [ 249 ]
Edmundo 1 de agosto de 1301 19 de marco de 1330 Casou-se com Margarida Wake, 3.ª Baronesa Wake de Liddell , com descendencia. [ 250 ]
Leonor 6 de maio de 1306 1310 [ 251 ]

Ancestrais [ editar | editar codigo-fonte ]

Notas

  1. Como as fontes dizem simplesmente que ele nasceu na noite entre 17 e 18 de junho, nao e possivel saber a data exata do nascimento de Eduardo. [ 2 ]
  2. Numeros regios nao eram comumente usados na epoca de Eduardo. Como primeiro rei pos-conquista a ter esse nome, [ 3 ] ele era chamado simplesmente de "Rei Eduardo" ou "Rei Eduardo, filho do Rei Henrique". Foi apenas depois da ascensao de seu filho e neto, ambos com o mesmo nome, que "Eduardo I" passou a ser utilizado. [ 4 ]
  3. Isabel de Angouleme , mae de Henrique III, se casou com Hugo X de Lusinhao depois da morte do rei Joao . [ 16 ]
  4. Este Gilberto de Clare era filho do supracitado Gilberto de Clare. [ 35 ]
  5. O dictum restaurava as terras dos rebeldes deserdados em troca do pagamento de multas espituladas por seu nivel de envolvimento no conflito. [ 40 ]
  6. A principal concessao era que o deserdado poderia tomar posse de suas terras antes de pagarem a multa. [ 41 ]
  7. Significando uma concessao de 1/20 de todos os bens moveis.
  8. A doenca era disenteria ou tifo epidemico . [ 48 ]
  9. A anedota que Leonor de Castela salvou a vida de Eduardo ao sugar o veneno de sua ferida e quase certamente uma invencao posterior. [ 54 ] Outros relatos contam que Leonor foi levada embora por Joao de Vescy e sugerem que foi Oto de Grandson, um dos amigos de Eduardo, quem tentou sugar o veneno. [ 55 ]
  10. Apesar de nao existirem provas escritas, acredita-se que essa acordo foi feito antes da partida de Eduardo. [ 58 ]
  11. O posto de Edmundo foi mantido por Payne de Chaworth ate abril de 1275. [ 67 ]
  12. Esse titulo tornou-se o tradicional titulo do herdeiro aparente do trono ingles. Eduardo nao nasceu como herdeiro aparente, porem se tornou em 1284 com a morte de seu irmao mais velho Alfonso, Conde de Chester . [ 91 ]
  13. Prestwich estima que o total gasto foi de aproximadamente quatrocentas mil libras. [ 104 ]
  14. O termo e uma invencao do seculo XVIII. [ 110 ]
  15. Apesar do principio de primogenitura nao ser aplicado necessariamente para descendentes atraves da linhagem feminina, havia poucas duvidas que a reivindicacao de Balliol era a mais forte. [ 116 ]
  16. Gilberto de Clare, 9.º Conde de Gloucester, estava dentre aqueles destacados pelos juizes legais, que foi visto impiedosamente iviolando os direitos reais nos anos anteriores. [ 142 ]
  17. O termo foi cunhado por William Stubbs. [ 175 ]
  18. A consagracao de Winchelsey havia sido adiada pela eleicao papal de 1292?1294 . [ 179 ]
  19. Templeman argumentou em 1950 que "e geralmente reconhecido que Eduardo I merece um lugar alto na historia da Inglaterra medieval". [ 237 ] Mais recentemente, Michael Prestwich afirma que "Eduardo foi um rei formidavel; seu reinado, tanto em seus sucessos quanto em suas decepcoes, foi otimo" e que ele "sem nenhuma duvida foi um dos maiores governantes de seu tempo". [ 238 ] John Gillingham sugere que "nenhum rei da Inglaterra teve impacto maior no povo da Gra-Bretanha do que Eduardo I" e que "historiadores modernos do estado ingles ... sempre reconheceram o reino de Eduardo I como crucial". [ 239 ] Fred Cazel comenta de maneira similar que "ninguem pode duvidar da grandeza de seu reinado". [ 240 ] Mais recentemente, Andrew Spencer concordou com Prestwich ao argumentar que o reinado de Eduardo "foi realmente ... otimo". [ 241 ] Por fim, Caroline Burt afirma que "Eduardo I foi sem duvida um dos maiores reis a governar a Inglaterra". [ 232 ]

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Bibliografia [ editar | editar codigo-fonte ]

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Ligacoes externas [ editar | editar codigo-fonte ]

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Eduardo I de Inglaterra
Casa de Plantageneta
17 de junho de 1239 ? 7 de julho de 1307
Precedido por
Henrique III

Rei da Inglaterra , Lorde da Irlanda
e Duque da Aquitania

16 de novembro de 1272 ? 7 de julho de 1307
Sucedido por
Eduardo II
Precedido por
Joana
Conde de Ponthieu
1279 ? 28 de novembro de 1290
com Leonor