| Esta pagina ou secao foi marcada para revisao devido a incoerencias ou dados de confiabilidade duvidosa.
Se tem algum conhecimento sobre o tema, por favor, verifique e
melhore
a coerencia e o rigor deste artigo. Pode encontrar ajuda no
WikiProjeto Banda desenhada
.
Se existir um
WikiProjeto
mais adequado, por favor corrija esta predefinicao.
|
Nota:
Se procura outros usos, veja
Ebal
.
A
Editora Brasil-America Limitada
, mais conhecida pelo
acronimo
Ebal
, foi uma das mais importantes editoras de
historia em quadrinhos
do
Brasil
. Fundada em
18 de maio
de
1945
por
Adolfo Aizen
, o "Pai das Historias em Quadrinhos do Brasil", foi de extrema importancia por difundir o genero no pais. Em seu periodo aureo, a editora era dirigida, tambem, por
Paulo Adolfo Aizen
e
Naumin Aizen
, ambos filhos de Adolfo Aizen, bem como pelo jornalista
Fernando Albagli
.
Antes de criar a EBAL, Aizen foi proprietario da editora "Grande Consorcio de Suplementos Nacionais" (editora que atuou entre os anos de
1934
e
1942
), onde editava publicacoes como
Suplemento Juvenil
,
O Mirim
e
O Lobinho
(nos quais debutaram muitos dos personagens da
Era de Ouro dos Quadrinhos
, como
Falcao da Noite
,
The Flash
(
Joel Ciclone
),
Superman
,
Batman
e outros), ja era um profissional experiente quando fundou a Editora Brasil-America.
[
1
]
O primeiro titulo lancado por ela foi
Selecoes Coloridas
em
1946
, que durou apenas 17 edicoes. Suas paginas traziam
historias da Disney
, entre elas as primeiras de
Carl Barks
publicadas no Brasil.
[
1
]
A revista foi publicada em parceria com a editora argentina
Editorial Abril
de
Cesar Civita
(irmao do jornalista
Victor Civita
), Civita possuia a
licenca
dos personagens Disney e uma moderna
impressora
colorida
, anos mais tarde (
1950
), o irmao de Cesar, Victor fundaria a Editora Primavera (atual
Editora Abril
).
[
1
]
O primeiro titulo sem o auxilio da editora argentina foi
O Heroi
(sem acento mesmo), trazendo a principio historias de
aventura
da
Fiction House
(editora que publicou os
herois das selvas
:
Sheena, a rainha das selvas
, Kaanga (traduzido para Kionga), Tabu, entre outros) alem de
Edicao Maravilhosa
(versao brasileira das revista
Classics Illustrated
e Classic Comics)que trazia adaptacoes de classicos da literatura.
[
1
]
A publicacao ja era um tremendo sucesso quando a editora lancou seu titulo mais longevo com um unico
super heroi
:
Superman
, publicado de novembro de
1947
ate outubro de
1983
.
[
2
]
A Ebal lancaria no Brasil varios autores estrangeiros, como
Alex Raymond
(
Flash Gordon
),
Lee Falk
(
O Fantasma
),
Quadrinhos Disney
(em
Selecoes Coloridas
),
Hal Foster
(
Principe Valente
), e
Chester Gould
(
Dick Tracy
), alem das publicacoes da
DC
e posteriormente da
Marvel Comics
.
[
1
]
Ja firmada como a principal editora do genero no Brasil nos
anos 50
e
60
, a editora era lider tambem nas bancas, vendendo anualmente milhoes de revistas e chegando a ter inclusive mais de 40 titulos mensais com tiragens superiores a 150 mil exemplares.
Alem de material importado, a Ebal publicou varias revistas com artistas brasileiros, como
Album Gigante
,
Serie Sagrada
, com biografias de
santos
catolicos
e
Episodios e Historia do Brasil
e
Figuras do Brasil
, com adaptacoes de fatos historicos.
[
1
]
Celebre na epoca foi tambem a estreia dos personagens da Marvel Comics. Uma parceria da editora com a
Rede Bandeirantes
(que exibia o bloco de animacao
The Marvel Super Heroes
, a Atma(que lancou bonecos dos personagens),
syndicate
APLA (Agencia Periodista Latino-Americana), que obteve licenca da editora atraves do Transworld Features Syndicate, e os
postos
Shell
, atraves de uma campanha de marketing pela Standard Propaganda.
[
3
]
[
4
]
No inicio da decada de 1970,
[
5
]
inaugurou o
Museu Permanente de Historias em Quadrinhos
, um antecessor das chamadas
gibitecas
com titulos de exemplares de varios lugares do mundo.
[
2
]
Era notavel como a editora traduzia o nome de alguns personagens. Estas traducoes interessantes, e que foram mantidas por editoras sucessoras, incluem
Ajax, o Cacador de Marte
(no original, somente Martian Manhunter; o nome Ajax e uma referencia a um heroi da
Guerra de Troia
),
Elektron
(no original, Atom); Miss America, como se convencionou a traduzir originalmente a Wonder Woman, mas que posteriormente, devido ao sucesso da serie da personagem passou a ser traduzida como
Mulher Maravilha
; Falcao da Noite, originalmente
Hawkman
;
Joel Ciclone
, originalmente
The Flash
. A editora tambem tinha uma preocupacao em desestimular o uso de palavroes entre os leitores. Muitas vezes isso incluiu traduzir o nome de alguns personagens para variacoes mais "comportadas" (como o caso dos personagens da DC Comics, Joker e King Kull, cuja traducao correta seriam respectivamente Curinga e
Rei Kull
, mas foram vertidos pela Ebal para
Coringa
e Rei Rull).
Ao longo dos
anos 80
a Ebal seguiria publicando esporadicamente alguns
albuns
de
Tarzan
e personagens de
faroeste
americanos. Em 1989, a EBAL investiu em revistas em quadrinhos estrelando os
herois japoneses
da
Toei Company
, inciando com
Jaspion
e
Changeman
, produzidas pelo Studio Velpa, com roteiros de
Ataide Braz
e arte de Roberto Kussumoto,
[
6
]
Neide Harue e Edson Kohatsu,
[
7
]
no ano seguinte, as series sao transferidas para a
Editora Abril
, a EBAL publica outras series da Toei, novamente produzida pelo Velpa:
Sharivan
,
Goggle Five
,
Machine Man
tiveram roteiros de um iniciante Alexandre Nagado.
[
8
]
A editora ainda publicou uma edicao anual de
Principe Valente
, mas com a morte de Aizen em
10 de maio
de
1991
ficou cada vez mais dificil seguir em frente. A ultima edicao de
Principe Valente
, Vol. XV, foi publicada em
1995
.
[
9
]
O acervo do
Museu Permanente de Historias em Quadrinhos
foi doado a
Biblioteca Nacional do Brasil
.
[
10
]
[
11
]
Durante suas primeiras quatro decadas a Ebal foi uma forte influencia em varias geracoes de editores, artistas e leitores, contribuindo decisivamente para a estabilizacao das historias em quadrinhos no Brasil. Atualmente fala-se muito do impacto das revistas em quadrinhos como uma forma de expressao artistica importante no mundo atual. Mas nas decadas de 50 e 60 as criticas e os ataques por parte de setores conservadores e clericais da sociedade eram constantes, propagando que o genero era prejudicial aos jovens.
Mas Adolfo Aizen defendeu de forma ferrenha os quadrinhos em inumeras entrevistas, artigos e campanhas, afirmando que as revistas, na realidade, estimulavam o habito de ler, sendo de uma importancia impar na educacao.
A propria trajetoria da Editora Brasil-America confunde-se com a evolucao da
imprensa
brasileira e seu impacto na sociedade. Apesar disso, o tema nunca ganhou o merecido destaque, so sendo visualizado em sua total dimensao com o lancamento em
2004
de
A Guerra dos Gibis: A Formacao do Mercado Editorial Brasileiro e a Censura aos Quadrinhos
(
ISBN 8535905820
) do jornalista e escritor
Goncalo Junior
, uma pesquisa ampla e sem precedentes da historia da Ebal.
Referencias
- Web