O
Dicionario de Historia de Portugal
, dirigido por
Joel Serrao
e publicado entre
1963
e
1971
, e uma das obras mais marcantes da
historiografia
portuguesa
.
[
1
]
Com um total de cerca de 3 500 paginas, o
Dicionario de Historia de Portugal
foi editado pela Livraria Figueirinhas, do
Porto
, e pelas Iniciativas Editoriais, de Lisboa. Como o nome indica, e uma
ordenacao alfabetica
de
entradas
, dedicadas a pessoas, conceitos, lugares e acontecimentos, cuja seleccao e redaccao se caracterizavam, a data da publicacao, pela grande variedade, modernidade e actualizacao.
O Dicionario de Historia de Portugal integra, nos seus sete volumes, um manancial de informacao que dificilmente se encontra actualmente em Portugal, mesmo nas melhores enciclopedias. A obra foi escrita de uma maneira que, para alem do seu caracter enciclopedico, atraisse o interesse do leitor, sendo patente a preocupacao dos redactores em tornar o texto leve e entre cortado de pormenores interessantes e exoticos.
O Dicionario Portugal foi uma obra comercializada de uma maneira inovadora para o seu tempo, tendo sido publicado em fasciculos, com assinatura previa pelos seus futuros leitores. Esta nova maneira, para Portugal, de encontrar clientes, que de outra maneira nao teriam capacidade, nem vontade, de adquirir uma obra tao extensa, facilitou a sua popularizacao.
- Volume I
: de "Abadagio" a "Castanheira" (520 pp.)
- Volume II
: de "Castanhoso" a "Fez" (574 pp.)
- Volume III
: de "Fianca" a "Lisboa" (532 pp.)
- Volume IV
: de "Lisboa" a "Pario" (544 pp.)
- Volume V
: de "Paroquia" a "Sintra" (595 pp.)
- Volume VI
: de "Sisa" a "Zurara" (725 pp.). Este volume inclui ainda uma "Adenda", diversos indices e uma "Cronologia Geral da Historia de Portugal".
Alguns dos artigos do
Dicionario de Historia de Portugal
converteram-se em classicos, como o de
Borges de Macedo
sobre o "Absolutismo" (vol. I, pp. 8-14), os de
Vitorino Magalhaes Godinho
sobre "Complexo Historico-Geografico" (vol. II, pp. 130-135) e "Financas Publicas e Estrutura do Estado" (vol. III, pp. 20-40), o de
Oliveira Marques
sobre "Pesos e Medidas" (vol. V, pp. 67-72), ou o de
Orlando Ribeiro
sobre a "Formacao de Portugal" (vol. V, pp. 130-149).
A obra teve o merito de, em termos globais, aplicar novas abordagens e conceitos historiograficas, concretamente os principios da
Escola dos Annales
de
Marc Bloch
e
Lucien Febvre
que, acompanhado por Oliveira Marques e Magalhaes Godinho, Joel Serrao introduziu em Portugal.
A obra, com seis volumes, tem merecido sucessivas reedicoes e teve, em
1999
e
2000
, uma "Actualizacao" em 3 volumes, coordenada por
Antonio Barreto
e
Maria Filomena Monica
, cobrindo o periodo de
1926
a
1974
.
Referencias