Clima de Urano

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O hemisferio sul de Urano em luz visivel (esquerda) e em comprimentos de onda maiores (direita), mostrando as faixas de nuvens fracas e a capa atmosferica, em observacoes da Voyager 2

O clima de Urano e fortemente influenciado pela inclinacao axial extrema do planeta, que induz intensas variacoes sazonais, e por sua falta de calor interno , que limita atividade atmosferica. A atmosfera de Urano e relativamente calma em comparacao com a dos outros planetas gigantes a que ele se assemelha em outros aspectos. [ 1 ] [ 2 ] Quando a sonda Voyager 2 sobrevoou Urano em 1986, ela observou um total de dez formacoes de nuvens por todo o planeta. [ 3 ] [ 4 ] Observacoes nas decadas seguintes por telescopios terrestres e pelo Telescopio Espacial Hubble revelaram nuvens brilhantes no planeta, predominantemente no hemisferio norte. Em 2006 uma mancha escura similar a Grande Mancha Escura de Netuno foi detectada. [ 5 ]

Estrutura, ventos e nuvens [ editar | editar codigo-fonte ]

Urano em 2005 pelo Telescopio Espacial Hubble ( ACS ). Sao visiveis os aneis do planeta , o colar sul e uma nuvem brilhante no hemisferio norte.

Em 1986 a sonda espacial Voyager 2 mostrou que o hemisferio sul de Urano pode ser dividido em duas regioes: uma brilhante capa polar e uma regiao equatorial mais escura. [ 3 ] A divisao entre elas esta situada a uma latitude de aproximadamente -45°. A mais brilhante grande formacao na superficie visivel de Urano e uma banda fina entre as latitudes -45 e -50°, chamada de colar sul. [ 3 ] [ 6 ] Acredita-se que a capa e o colar sao regioes com densas nuvens de metano localizadas na faixa de pressao de 1,3 a 2  bar . [ 7 ] O sobrevoo da Voyager 2 coincidiu com o solsticio de verao no hemisferio sul, e o hemisferio norte nao pode ser observado. A partir de decada de 1990, quando o hemisferio norte comecou a ser iluminado pelo Sol, o Telescopio Espacial Hubble (HST) e o Telescopio Keck inicialmente nao observaram nenhum colar ou capa polar no hemisferio norte, portanto Urano parecia ser assimetrico: brilhante em torno do polo sul e uniformemente escuro na regiao a norte do colar do sul. [ 6 ] Em 2007, no entanto, quando o planeta passou por seu equinocio , o colar sul comecou a desaparecer, enquanto um colar norte fraco comecou a surgir proximo da latitude +45°. [ 8 ] A estrutura latitudinal visivel de Urano e diferente das de Jupiter e Saturno , que apresentam varias bandas coloridas. [ 1 ]

Alem da estrutura em bandas em larga escala, a Voyager 2 observou dez nuvens pequenas, a maioria alguns graus a norte do colar. [ 3 ] Em todos os outros aspectos, Urano parecia um planeta sem qualquer atividade dinamica na atmosfera. No entanto, na decada de 1990 o numero observado de nuvens brilhantes discretas aumentou significativamente. [ 1 ] A maioria delas foi encontrada no hemisferio norte, que comecava a se tornar visivel. [ 1 ] A explicacao comum mas incorreta desse fato e que nuvens brilhantes sao mais faceis de serem identificadas na parte escura do planeta, enquanto no hemisferio sul o brilhante colar dificulta a visualizacao delas. [ 9 ] Mesmo assim, existem diferencas entre as nuvens de cada hemisferio. As nuvens no hemisferio norte sao menores, mais brilhantes e possuem bordas mais bem definidas. [ 10 ] Elas parecem estar em altitudes mais elevadas, o que esta conectado com o fato de que ate 2004 nenhuma nuvem no polo sul havia sido observada no comprimento de onda de 2,2  micrometros , [ 10 ] o qual e sensivel a absorcao de metano, enquanto nuvens no norte tem sido regularmente observadas nessa faixa. O tempo de vida das nuvens varia por varias ordens de magnitude ; algumas nuvens pequenas duram apenas horas, enquanto pelo menos uma nuvem no hemisferio sul persiste desde o sobrevoo da Voyager 2 . [ 1 ] [ 4 ] Observacoes recentes tambem descobriram que as nuvens uranianas tem muito em comum com as de Netuno , apesar do clima em Urano ser muito mais calmo. [ 1 ]

A primeira mancha escura observada em Urano. Imagem obtida em 2006 pelo Hubble (ACS).

Mancha escura [ editar | editar codigo-fonte ]

As manchas escuras comuns em Netuno nao tinham sido observadas em Urano ate 2006, quando a primeira foi fotografada. [ 11 ] Nesse ano, observacoes pelo Telescopio Espacial Hubble e Telescopio Keck revelaram uma pequena mancha escura no hemisferio norte do planeta. Ele se localizava na latitude 28 ± 1° norte e media aproximadamente 2° (1300 km) em latitude e 5° (2700 km) em longitude . [ 5 ] A formacao, que foi chamada Mancha Escura de Urano (UDS), se movia na direcao prograda (no mesmo sentido da rotacao de Urano) com uma velocidade media de 43,1 ± 0,1 m/s , quase 20 m/s mais rapido que as nuvens na mesma latitude. [ 5 ] A latitude da UDS permaneceu aproximadamente constante. A formacao tinha aparencia e tamanho variaveis e era frequentemente acompanhada de nuvens brancas brilhantes, que se moviam com a mesma velocidade que a UDS. [ 5 ]

O comportamento e aparencia da UDS e suas manchas companheiras era similar a da Grande Mancha Escura (GDS) de Netuno e suas companheiras, apesar de que a formacao em Urano era significativamente menor. Essa similaridade sugere que as duas tiveram a mesma origem. Acredita-se que a GDS foi um vortice anticiclonico na atmosfera de Netuno, enquanto as nuvens acompanhantes eram nuvens de metano formados em lugares com ar ascendente ( nuvens orograficas ). [ 5 ] A UDS deve ter uma natureza similar, apesar de ter aparecido diferente da GDS em alguns comprimentos de onda; a GDS tinha o maior contraste a 0,47 μm, enquanto a UDS nao era visivel nesse comprimento de onda, e a UDS demonstrou o maior contraste a 1,6 μm, onde a GDS nao foi detectada. [ 5 ] Isso implica que as manchas escuras nos dois gigantes de gelo estao localizadas em niveis de pressao diferentes; a formacao uraniana provavelmente perto de 4 bar. A coloracao escura pode ter sido causada pela diminuicao das nuvens de sulfeto de hidrogenio ou hidrossulfeto de amonio , localizadas embaixo das nuvens de metano. [ 5 ]

Velocidade de ventos zonais em Urano. As areas sombreadas mostram o colar sul e o futuro colar norte. A curva vermelho e um ajuste simetrico aos dados.

O surgimento de uma mancha escura no hemisferio de Urano que estava em escuridao por muitos anos indica que perto do equinocio o planeta entra em um periodo de atividade climatica elevada. [ 5 ]

Ventos [ editar | editar codigo-fonte ]

O monitoramento de varias nuvens discretas permitiu a determinacao de ventos zonais (na mesma direcao das linhas de latitude) na troposfera superior de Urano. [ 1 ] No equador os ventos sao retrogrados, soprando no sentido contrario ao da rotacao planetaria, e possuem velocidade de -100 a -50 m/s. [ 1 ] [ 6 ] A velocidade do vento diminui com o afastamento do equador, alcancando zero perto da latitude ±20°, onde o minimo de temperatura da troposfera esta situado. [ 1 ] [ 12 ] Mais perto dos polos, os ventos alternam para o sentido progrado, soprando junto com a rotacao. A velocidade dos ventos continua aumentando ate um maximo perto da latitude ±60°, e entao cai para zero nos polos. [ 1 ] Na latitude proxima de -40°, a velocidade dos ventos e de 150 a 200 m/s. Como o colar obscurece todas as nuvens abaixo desse paralelo, nao e possivel medir as velocidades entre ele o polo sul. [ 1 ] Em contraste, no hemisferio norte velocidades maximas de ate 240 m/s sao observadas perto da latitude +50°. [ 1 ] [ 6 ] Apesar da maior velocidade maxima no hemisferio norte, na verdade, latitude por latitude, os ventos sao um pouco mais lentos no norte, especialmente nas latitudes intermediarias de ±20 a ±40°. [ 1 ] Nao existem evidencias claras de que houve mudancas na velocidade dos ventos desde 1986, [ 1 ] [ 6 ] [ 13 ] e nada e conhecido sobre os muito mais lentos ventos meridionais (na direcao das linhas de longitude). [ 1 ]

Variacoes sazonais [ editar | editar codigo-fonte ]

A magnitude aparente de Urano, ajustada para distancia, em duas bandas espectrais visiveis (grafico de cima), [ 14 ] temperatura efetiva em micro-ondas (grafico de baixo). [ 15 ] Ambos os graficos possuem maximos no solsticio de 1986.

O estudo das variacoes sazonais de Urano e dificil porque dados de alta qualidade sobre a atmosfera do planeta existem por menos de 84 anos, o periodo orbital de Urano, mas varias descobertas foram feitas. Observacoes fotometricas desde a decada de 1950 mostraram variacoes regulares no brilho aparente do planeta, com maximos de brilho nos solsticios e minimos nos equinocios. [ 14 ] Uma variacao periodica similar, com maximo no solsticio, foi notada em medicoes em micro-ondas da temperatura troposferica que comecaram na decada de 1960. [ 15 ] Medicoes da temperatura da estratosfera comecando na decada de 1970 tambem mostraram valores maximos perto do solsticio de 1986. [ 16 ]

Boa parte dessa variabilidade acontece devido a mudancas na geometria de visualizacao. Urano e um esferoide oblato , o que causa sua area visivel ser maior quando seus polos estao voltados para a Terra. Isso explica parcialmente a aparencia mais brilhante do planeta nos solsticios. [ 14 ] Alem dessa variacao, Urano tambem exibe fortes variacoes meridionais em albedo (ver secao acima). [ 9 ] Por exemplo, a regiao polar sul de Urano e muito mais brilhante do que as faixas equatoriais. [ 3 ] Ambos os polos tambem possuem brilho elevado na parte de micro-ondas do espectro, [ 17 ] e sabe-se que a estratosfera polar e mais fria que a equatorial. [ 16 ] De forma resumida, as mudancas sazonais acontecem da seguinte forma: os polos, que sao mais brilhante nas faixas espectrais do visivel e de micro-ondas, sao iluminados pelo Sol nos solsticios, resultando em um planeta mais brilhante, enquanto o equador, mais escuro, e visivel principalmente perto dos equinocios. [ 9 ]

Imagens do Telescopio Hubble mostram mudancas na atmosfera de Urano durante a chegada do equinocio (imagem da direita)

Alem dessas variacoes, existem evidencias de mudancas em Urano ao longo de suas estacoes, causadas pela inclinacao axial extrema do planeta. Apesar de ser conhecida a existencia de uma regiao polar sul brilhante, o polo norte parece ser mais escuro, o que seria incompativel com o padrao de brilho observado; [ 18 ] durante o ultimo solsticio de verao no hemisferio norte, em 1944, Urano apresentou um alto brilho, sugerindo que o brilho do polo norte nao foi sempre baixo. [ 14 ] Isso implica que o polo iluminado do planeta fica brilhante antes do solsticio e escurece apos o equinocio. [ 18 ] Analise detalhada de dados na faixa visivel e de micro-ondas revelou que as mudancas periodicas de brilho nao sao completamente simetricas em torno dos solsticios, o que indica variacoes no padrao de albedo. [ 18 ] Os dados de micro-ondas tambem mostraram aumento no contraste polo-equador apos o solsticio de 1986. [ 17 ]

Na decada de 1990, conforme Urano se afastou do solsticio, o Telescopio Espacial Hubble e telescopios terrestres revelaram que a capa polar sul escureceu consideravelmente (com excecao do colar sul, que permaneceu claro), [ 7 ] enquanto o hemisferio norte demonstrou atividade aumentada, [ 4 ] como formacoes de nuvens e ventos fortes, reforcando as expectativas de que ele ficaria mais brilhante. [ 10 ] Em particular, esperava-se encontrar um analogo do colar polar sul no hemisferio norte, [ 18 ] o que de fato aconteceu em 2007 quando Urano passou pelo equinocio: um fraco colar norte apareceu, enquanto o colar sul ficou quase invisivel. O perfil dos ventos zonais, por outro lado, permaneceu assimetrico, com os ventos do norte sendo um pouco mais lentos que os do sul. [ 8 ] Apos o equinocio de 2007, Urano continuou com um alto nivel de atividade atmosferica, principalmente no hemisferio norte, e em 2014 foi registrada a tempestade mais brilhante ja vista no planeta, localizada na latitude +15° e no nivel de pressao de 0,33 bar. Nos proximos anos, com a aproximacao do solsticio em 2028, espera-se que o hemisferio norte fique mais calmo e coberto por nevoa, similar ao hemisferio sul quando visto pela Voyager 2 em 1986. [ 19 ]

O mecanismo de mudancas fisicas nao e claro. [ 18 ] Nos solsticios de verao e inverno, os hemisferios de Urano alternam entre luz solar continua e escuridao completa. O aumento do brilho do hemisferio iluminado pelo Sol pode ser o resultado do aumento local de nuvens de metano e de camadas de nevoa na troposfera. [ 7 ] O colar brilhante na latitude -45° tambem esta conectado a nuvens de metano. [ 7 ] Outras mudancas na regiao polar sul podem ser explicadas por mudancas nas camadas mais inferiores de nuvens. [ 7 ] A variacao na emissao em micro-ondas de Urano e provavelmente causada por mudancas na circulacao na troposfera profunda, porque muitas nuvens polares e nevoa podem impedir a conveccao. [ 17 ]

Modelos de circulacao [ editar | editar codigo-fonte ]

Varias solucoes foram propostas para explicar o clima relativamente calmo de Urano. Uma possivel explicacao para a ausencia de grandes nuvens e que o calor interno do planeta e significativamente inferior ao dos outros planetas gigantes; em outras palavras, Urano tem um baixo fluxo termal interno. [ 1 ] [ 12 ] O motivo do fluxo termal de Urano ser tao pequeno tambem nao e conhecido. Netuno, que e quase identico a Urano em tamanho e composicao, irradia 2,61 vezes mais energia para o espaco do que recebe do Sol. [ 1 ] Urano, por contraste, praticamente nao apresenta excesso de calor, irradiando no infravermelho distante uma potencia total igual a 1,06 ± 0,08 vezes a energia solar absorvida em sua atmosfera. [ 20 ] [ 21 ] De fato, o fluxo termal de Urano e de apenas 0,042 ± 0,047  W/m², que e menor que o fluxo termal interno da Terra de cerca de 0,075 W/m². [ 20 ] A menor temperatura registrada na tropopausa de Urano e 49 K (?224 °C), tornando-o o planeta mais frio no Sistema Solar, mais frio que Netuno. [ 20 ] [ 21 ]

Uma possivel explicacao para essa discrepancia sugere que quando Urano foi atingido pelo impactor gigante que resultou em sua obliquidade extrema, o evento tambem ocasionou a perda da maior parte de seu calor primordial, deixando-o com uma baixa temperatura no nucleo. Outra hipotese e que alguma barreira existe nas camadas superiores de Urano que impede que o calor do nucleo alcance a superficie. [ 22 ] Por exemplo, conveccao pode ocorrer de forma isolada em conjuntos de camadas de diferentes composicoes, inibindo o transporte de calor para cima. [ 20 ] [ 21 ]

Referencias

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