Carlota Joaquina de Bourbon

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Carlota Joaquina
Carlota Joaquina de Bourbon
Rainha Consorte do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves
Reinado 20 de marco de 1816
a 7 de setembro de 1822
Rainha Consorte de Portugal e Algarves
Reinado 7 de setembro de 1822
a 10 de marco de 1826
Predecessor(a) Pedro de Portugal
Sucessora Maria Leopoldina de Austria
Imperatriz Titular Consorte do Brasil
Reinado 15 de novembro de 1825
a 10 de marco de 1826
 
Nascimento 25 de abril de 1775
  Palacio Real de Aranjuez , Aranjuez , Espanha
Morte 7 de janeiro de 1830  (54 anos)
  Palacio Real de Queluz , Queluz , Portugal
Sepultado em Panteao Real da Dinastia de Braganca , Mosteiro de Sao Vicente de Fora , Lisboa , Portugal
Nome completo  
Carlota Joaquina Teresa Marcos Caetana Coleta Francisca de Sales Rafaela Vicenta Ferrer Joana Nepomucena Fernanda Josefa Luisa Singorosa Antonia Francisca Bibiana Maria Casilda Rita Januaria e Pasquala de Bourbon
Marido Joao VI de Portugal
Descendencia Maria Teresa, Princesa da Beira
Francisco, Principe da Beira
Maria Isabel de Portugal
Pedro I do Brasil & IV de Portugal
Maria Francisca de Portugal
Isabel Maria de Portugal
Miguel I de Portugal
Maria da Assuncao de Portugal
Ana de Portugal
Casa Bourbon (por nascimento)
Braganca (por casamento)
Pai Carlos IV da Espanha
Mae Maria Luisa de Parma
Religiao Catolicismo
Assinatura Assinatura de Carlota Joaquina
Brasao

Carlota Joaquina de Bourbon ( Aranjuez , 25 de abril de 1775 ? Queluz , 7 de janeiro de 1830 ), mais conhecida como Dona Carlota Joaquina , foi a esposa do rei D. Joao VI e Rainha Consorte do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e depois Reino de Portugal e Algarves de 1816 ate 1826. Tambem foi Imperatriz titular do Brasil . [ 1 ] [ 2 ] [ 3 ] [ nota 1 ]

Nascida como uma infanta da Espanha , ela era a filha primogenita do rei Carlos IV da Espanha e da sua esposa, a princesa Maria Luisa de Parma . Casou-se em 8 de maio de 1785 , aos dez anos, com o entao infante de Portugal D. Joao, Duque de Beja , segundo filho da rainha D. Maria I de Portugal e futuro rei D. Joao VI de Portugal, num tradicional casamento entre as familias reais de Espanha e Portugal . Apos a morte do filho mais velho e herdeiro de D. Maria em 1788, Carlota e o marido tornam-se herdeiros da coroa portuguesa e assumem o titulo de Principe e Princesa do Brasil .

Conspiradora e com pretensao a politica, Carlota Joaquina comecou a conspirar contra o marido, alegando que ele nao tinha capacidade mental para governar Portugal e suas possessoes, querendo assim estabelecer uma regencia . Ambiciosa, ela tambem almejava a coroa espanhola para sua familia, que na epoca tinha sido usurpada por Jose Bonaparte , irmao de Napoleao Bonaparte . Duas das suas filhas vieram a casar com Carlos, Conde de Molina , seu irmao, pretendente carlista ao trono espanhol.

Com a volta da familia real a Portugal em 1821, Carlota foi confinada no Palacio Real de Queluz , periodo em que foi apelidada de a "Megera de Queluz", onde morreu solitaria e abandonada pelos filhos em 7 de janeiro de 1830, aos 54 anos. Apos sua morte, Carlota Joaquina, principalmente no Brasil, tornou-se parte da cultura popular e uma figura historica importante, sendo o assunto de varios livros, filmes e outras midias. Alguns estudiosos acreditam que ela tenha tido um comportamento rude e calculista, atribuindo-lhe o facto de ela odiar viver no Brasil. [ 4 ]

Primeiros anos e casamento [ editar | editar codigo-fonte ]

Carlota Joaquina com 10 anos de idade em 1785, por Mariano Salvador Maella

Nascida as 8 horas da manha do dia 25 de abril de 1775 no Palacio Real de Aranjuez , Carlota Joaquina Teresa Marcos Caetana Coleta Francisca de Sales Rafaela Vicenta Ferrer Joana Nepomucena Fernanda Josefa Luisa Singorosa Antonia Francisca Bibiana Maria Casilda Rita Januaria e Pasquala era filha de Carlos IV da Espanha e sua esposa Maria Luisa de Parma , na altura entao Principes das Asturias . [ 1 ] [ 5 ]

Dona Carlota recebeu uma educacao cuidadosa do Padre Scio; a infanta dominava geografia , historia , latim , frances , portugues e espanhol , ademais era dotada de um talento valioso de facilidade para se expressar e boa escrita. [ 6 ] Posteriormente, quando da sua chegada em Portugal, sua solida e extensa cultura chamaria a atencao da corte lusitana. [ 7 ] [ nota 2 ] Teve uma infancia feliz, era a neta preferida do rei Carlos III da Espanha . [ 6 ]

Aos dez anos, em 1785, casou-se com o entao Duque de Beja , o futuro rei Joao VI de Portugal , filho de Dona Maria I ; as negociacoes de casamento tinham-se iniciado em 1778, com o contrato matrimonial sendo firmado em 8 de maio de 1785, quando Carlota tinha apenas dez anos e seu marido dezoito. [ 7 ] No dia em que iria a Portugal, Carlota Joaquina pediu a sua mae para que fizessem uma pintura sua com seu vestido vermelho para colocar na parede, no lugar do quadro da infanta D. Margarida de Habsburgo (a qual Carlota dizia superar em beleza). [ carece de fontes ? ] Viajaram com a infanta o padre Felipe Scio, famoso teologo espanhol e erudito, D. Emilia O’Dempsy, a acafata, e D. Anna Miquelina, criada particular da princesa; Dom Joao e Dona Carlota casaram em pessoa no dia 9 de junho.

Sobre sua aparencia, segundo a descricao de Albert Savine, Dona Carlota carecia de todos os aspectos fisicos que fazem uma mulher bonita: de baixa estatura, aparencia delicada e enferma, com uma cabeca desproporcional e feicoes que careciam de finura . [ 9 ] [ nota 3 ] [ nota 4 ] Ainda sobre sua aparencia, Savine descreve:

≪A Princesa do Brasil mal tinha um metro e meio na parte mais alta de seu corpo. Era manca, provavelmente um resultado de uma queda do cavalo que ele; suas costas estavam igualmente tortas na mesma direcao. O busto do princesa era, como o resto do corpo, um misterio da natureza, que havia se empolgado em deforma-la. A cabeca, que poderia ter remediado aquela deformidade, era a cabeca mais bizarramente monstruosa que jamais poderia andar pelo mundo. Os olhos eram pequenos e muito proximos. Seu nariz, como consequencia de seu amor pela caca e vida livre e errante, estava quase sempre inchado e vermelho como o de um suico. Sua boca, a parte mais curiosa de sua figura repugnante era guarnecida com muitas fileiras de dentes pretos, verdes, brancos e amarelos, colocados obliquamente como um instrumento composto por varias juntas de dimensoes diferentes. A pele era aspera e bronzeada e havia muitas espinhas nela, quase sempre em supuracao, apresentando sua figura um aspecto repugnante. Colocadas no final de seus bracos, suas maos eram deformadas e escuras. O seu cabelo preto era ericado, sendo impossivel doma-los com uma escova, pente ou creme, parecia uma crina. [ 11 ]

Vida na corte lusitana [ editar | editar codigo-fonte ]

Retrato de Carlota Joaquina, por Giuseppe Troni , 1787

Carlota Joaquina nao se adaptou bem a vida na corte portuguesa. O clima na corte dos Braganca diferenciava em muitos aspectos da alegre corte espanhola; enquanto em outras partes do mundo ocidental representavam o marco de uma nova sociedade baseada nos principios iluministas , em Portugal a Igreja Catolica impoe normas proibindo todo tipo de divertimento. [ 12 ] Todavia, para o horror da camarilha lusa, Carlota provia festa espanholas nos jardins do Palacio de Queluz com dancas andaluzas e ao som de alegres castanholas. [ 7 ] A alegria e a vivacidade de Carlota eram as responsaveis pelas raras horas de descontracao da rainha Dona Maria. [ 12 ] Nesse interim, a saude da rainha Dona Maria piora e Dom Joao e declarado Principe Regente de Portugal.

Carlota (ao centro) com a familia real portuguesa em 1793

Por outro lado, o marido de Carlota, vitima de uma melancolia invencivel, vivia vagando silenciosamente pelos claustros escuros do palacio, oprimido pela triste perspectiva de uma revolucao. [ 12 ] Dona Carlota e o marido tiveram nove filhos [ 13 ] e depois do nascimento da ultima crianca o casal aparecia junto apenas em cerimonias da corte; eles viveram quase separados. Mesmo no Rio de Janeiro, onde o principe e a infanta viviam cada um no seu palacio; Dom Joao vivendo com a mae e os infantes Pedro e Pedro Carlos , enquanto que Dona Carlota vivia rodeada das filhas e do infante Miguel . [ 13 ]

A vida privada de Carlota enquanto infanta portuguesa sempre foi alvo de pesquisa por muitos historiadores, que dizem que O Infante D. Miguel nao era filho do Principe Regente, mas a paternidade correspondia a um escudeiro da Infanta, segundo alguns, ou a um medico de Lisboa, segundo outros. Fundamentam tal afirmacao dizendo que o referido Infante nao tinha nenhuma semelhanca fisica com o resto da descendencia do principe . [ 14 ]

Apesar de todos os rumores em torno de sua figura, Dona Carlota Joaquina possuia qualidades notaveis; sua educacao era esmerada, era uma excelente mae ? educou pessoalmente seus filhos, era dotada de um extraordinario talento para os altos negocios politicos ? dedicando varias horas de seu dia para os estudos, interessava-se, nao so pelos assuntos de Portugal, mas tambem pelos que diziam respeito a Espanha; sua posterior atuacao no Rio de Janeiro a favor dos interesses do Vice-Reino do Rio da Prata e o desenvolvimento do movimento politico Carlotismo [ 15 ] sao provas de tal favorecimento espanhol. [ 6 ]

Suas aspiracoes politicas e favorecimento espanhol sao confirmados por volta do ano de 1806, quando, apos o Principe Regente adoecer gravemente, formou-se a Conspiracao do Alfeite , composta pelo Conde do Sabugal, o Marques de Ponte Lima e outras figuras importantes da Corte, para elevar a Infanta Carlota a Regencia. Sobre este fato, temos duas cartas da Infanta Dona Carlota, enderecadas a seu pai Carlos IV e sua mae Maria Luisa. Na primeira carta, a infanta diz ao pai sobre a doenca do Principe Regente e o motivo da corte lusa solicitar a sua intervencao no governo, com o objetivo de evitar uma guerra civil entre seus partidarios e os do principe, garantindo um governo equilibrado. Carlota ainda suplica asilo politico para si e seus filhos ao pai caso o plano falhe. A carta enderecada a sua mae Maria Luisa e apenas para ela apoiar efetivamente a anterior reclamacao perante Carlos IV. Tais cartas marcam a primeira intervencao documentada de Dona Carlota nos assuntos politicos. [ 16 ] Contudo o plano foi descoberto; [ 17 ] o Conde de Vila Verde propos a abertura de um inquerito e a prisao dos implicados; Dom Joao, desejando evitar um escandalo publico, opos-se a prisao de sua esposa, preferindo confina-no-la no Palacio de Queluz , enquanto ele mesmo ia morar para no Palacio de Mafra , separando-se dela.

Transferencia da corte para o Brasil [ editar | editar codigo-fonte ]

Antecedentes [ editar | editar codigo-fonte ]

No fim de 1806 a situacao internacional se aproximava de um ponto critico. A Franca decretara o Bloqueio Continental , pretendendo isolar a Inglaterra dos seus aliados e romper sua rede comercial. Ao mesmo tempo, a invasao do Reino de Portugal e a deposicao do seu monarca pareciam iminentes, e uma defesa armada era considerada inutil, diante da forca do inimigo. Assim, em meados de 1807 ressurgiu a ideia da transferencia da familia real e da corte para o Brasil, que ja havia sido cogitada em outras epocas de crise.

Na mesma altura, em julho de 1807, foram assinados os Tratados de Tilsit , entre a Franca e Russia, e de Fontainebleau , entre a Franca e Espanha, onde definiu-se a conquista e partilha de Portugal; sobre o Tratado de Fontainebleau, Carlota Joaquina escreveu para o pai advertindo sobre a alianca firmada com o imperador frances:

≪[…] Como pode confiar V M. Senhor no dito Governo [Napoleonico]? Esta aparente que felicitado com uma mao; com a outro ele esta arquitetando sua derrocada!. [ 18 ]
Embarque da Familia Real Portuguesa

No Rio de Janeiro [ editar | editar codigo-fonte ]

Em 1808, as tropas francesas de Napoleao Bonaparte avancam em direcao a Portugal atraves da Espanha natal de Carlota; afim de evitar uma usurpacao da dinastia Bragantina pelos Bonapartes ocorre a transferencia da corte portuguesa para o Brasil . [ 19 ]

Em 29 de novembro de 1807, o embarque da familia real portuguesa para o Brasil tomou lugar no cais de Belem; o Principe Regente embarcou no navio Principe Real acompanhado pelo Infante da Espanha Pedro Carlos, enquanto a Princesa Carlota Joaquina embarcou no navio Reina de Portugal , acompanhada das suas filhas e senhoras. Durante o caminho para o cais, a carruagem da rainha Dona Maria I estava em alta velocidade, afim de evitar manifestacoes do povo, ao que a rainha exclamou: Como fugir e sem ter lutado? Nao corra tanto, eles vao pensar que estamos fugindo . [ 20 ] Durante a travessia do oceano Atlantico , Dona Carlota e as filhas foram obrigadas a rasparem os cabelos e a usarem chapeus de musselina branca, devido a uma endemia de piolhos abordo. [ 21 ] A chegada ao Rio de Janeiro foi no dia 27 de fevereiro; ao chegar Carlota Joaquina teria dito: Que horror. Antes Luanda, Mocambique ou Timor . [ 22 ]

Foi durante a estada no Rio de Janeiro, entre os anos de 1808 e 1821, quando Dom Joao VI pode realmente governar pessoalmente o Imperio Portugues, que Carlota Joaquina demonstrou muitas das facetas de sua personalidade.

Carlota Joaquina

E fato sabido que ela tinha um fetichismo confesso em relacao aos sapatos:

Assim como alguns contam carneirinhos para dormir, ha quem diga que Carlota contava sapatos. Carneirinhos aparentemente sao iguais, sapatos existem tantos quantos propoe o imaginario. Haja tempo para dormir! Carlota tinha, sem exagero, dezenas de pares, onde destacavam-se os vermelhos e os de salto alto. Homem sabio este, porque, os estudiosos do assunto juram que a cor vermelha e a cor da seducao. Mas, certamente nao levou isto tao a serio, ja que os mesmos estudiosos ainda nos lembram que o vermelho e tambem a cor do poder e da dominacao. Carlota com seu instinto agucado aprendeu desde menina que os sapatos de salto alto e ainda vermelhos, eram muito poderosos. Como a cor possui uma intensa forca de comunicacao, a vaidosa Carlota preferia os vermelhos acima de qualquer outra cor e os usava ? altos ? impedindo que alguem esquecesse quem ela era. Como se fosse possivel. Entao, o vermelho da Imperatriz do Brasil evidencia sua posicao, comanda atitudes, ordena aos que a rodeiam. Segundo os especialistas ainda, o vermelho tambem e uma cor erotica e, talvez seja a mensagem de cor mais direta que se pode enviar, paixao e poder sao claramente comunicados. Viajantes, surpreendiam-se com a quantidade de sapatarias existentes no Rio de Janeiro ? capital do Imperio Portugues na America ? repletas de trabalhadores nesta cidade onde, de cada seis habitantes, cinco andavam descalcos. Mais ainda, ao observarem que as senhoras brasileiras, usavam sapatos de seda para andar em qualquer tempo nas calcadas de pedras desniveladas e mal cuidadas, esgarcando em pouco tempo o delicado tecido do calcado. Nao esquecendo que naquele momento, tambem este tecido era tido como erotico consequentemente, os sapatos confeccionados com ele, representavam pecas insinuantes. Assim, as senhoras tambem tinham objetos que por elas falavam. Apesar dos extremos das cores, as senhoras da Corte tinham sua municao e com ela comunicavam suas intencoes, esperando serem admiradas como mulheres desejaveis, sem apelos diretos, que podiam estar sendo compreendidos como ameacadores a sua posicao de “senhora” numa sociedade patriarcal como a da epoca, bem como de enfrentamento a Carlota. [ 23 ]

Ainda durante a sua estada no Rio de Janeiro, Dona Carlota morava em Botafogo e costumava tomar banho nua na praia da enseada. [ 24 ] Ademais, era acostumada a passar as tardes na varanda da casa de Botafogo fumando a diamba e a preparar misturas com frutas e alcool que se assemelhavam a atual caipirinha . [ 24 ] [ 25 ]

Tramas politicas [ editar | editar codigo-fonte ]

Ver artigo principal: Carlotismo
Carlota Joaquina - Manuel Antonio de Castro, 1827
Biblioteca Nacional de Portugal

Por ser descartada das decisoes muitas vezes, Carlota Joaquina organizou a sua volta um partido com o objetivo de tirar as redeas do poder ao principe regente, prendendo-o e declarando-o incapaz de cuidar dos assuntos do Estado, tal como sua mae.

Retrato equestre de Carlota Joaquina - Domingos Sequeira , c. 1820
Museu Imperial , Petropolis

Numa altura em que as mulheres nao tinham voz, a nao ser para urdir surdas intrigas, Carlota era uma mulher de elevada cultura politica, com rasgos de extraordinaria sagacidade, para alem de mae atentissima, sobretudo no que concerne a saude de seus filhos, e ainda de filha dedicada, de esposa muitas vezes terna, contra tudo o que dela se propalou ". [ 26 ]

O historiador Octavio Tarquinio de Sousa , em ≪Historia dos Fundadores do Imperio do Brasil≫, em 1957 diz: D. Carlota Joaquina e que se nao resignava a inacao politica a que se via condenada, decidida, como estava, a dominar como soberana; e comecando a lavrar no Rio da Prata os primeiros sintomas de emancipacao, concebeu o projecto de levantar para si um trono nas provincias espanholas da America, ou pelo menos, de governar como regente em nome de seu irmao Fernando VII . Auxiliada pelo vice-almirante ingles Sydney Smith , e nao encontrando oposicao do marido, foram enviados agentes ao Rio da Prata, onde formaram um grande partido. As intrigas principiaram entao a desenvolver-se mais crueis e enredadoras .

Tal movimento ficou conhecido como Carlotismo , um movimento politico que tinha como objetivo criar no Vice-Reino do Rio da Prata uma monarquia independente, cujo monarca seria a infanta Carlota Joaquina de Bourbon. [ 15 ]

D. Joao pediu a Londres transferencia do vice-almirante. Satisfeito o pedido, Sydney Smith retirou-se, vindo substitui-lo o almirante de Courcy. No entretanto, as divergencias eram enormes. No proprio governo havia correntes muito opostas. D. Joao, entao cedeu e, pediu que nao a contrariassem sempre que suas exigencias nao fossem impossiveis de satisfazer. Anulados afinal os planos da Rainha, nem assim ela esmoreceu. Procurou ser agradavel aos castelhanos, e conseguir, na falta de seu pai Carlos IV e de seu irmao, prisioneiros na Franca, ser nomeada regente da Espanha , e vir talvez a ser a herdeira de Carlos IV, abolindo-se a lei salica . Para realizar o projeto, teve de sustentar acesa luta com o embaixador ingles, tendo a astucia de alcancar que o governo da regencia lhe permitisse enviar secretamente ao general Elio, que estava em Montevideu , viveres e dinheiro, para o que nao hesitou em vender as joias. Afinal, e visto nao ser possivel narrar detidamente as variadas peripecias desta luta de orgulhos e de ambicoes, o sonho dissipou-se.

Retorno a Portugal, conspiracoes e morte [ editar | editar codigo-fonte ]

Carlota Joaquina
Manuel Dias de Oliveira , 1815
Museu Historico Nacional
Partida da Rainha Carlota Joaquina a Lisboa
Thierry Freres , 1839 - Acervo Digital Afro-Brasileiro

Aliada aos frades, aos nobres, aos que se mostravam pouco simpaticos ao novo regime, urdia a conspiracao chamada da rua Formosa, destinada a obrigar o rei a abdicar e a destruir a constituicao. Falhando esse plano, as cortes de 15 de maio de 1822 decidiram deportar a rainha para o Palacio do Ramalhao , em Sintra , por ela se recusar a jurar a constituicao, alvitre que ela aceitou com jubilo, pois lhe permitia continuar a sua obra perturbadora. Opondo-se abertamente a Revolucao liberal do Porto , de 24 de agosto de 1820, foi a figura mais notavel do pais a recusar-se a jurar a Constituicao de 1822 , liberal , juntamente com o cardeal - patriarca de Lisboa , D. Carlos da Cunha e Menezes .

E nessa altura que escreve uma carta, de consulta publica que esta na Biblioteca da Ajuda, " com as razoes que a levaram a nao jurar a referida constituicao ". [ 27 ]

Neste retiro do Ramalhao tramou ainda a queda da mesma; e servindo-se de D. Miguel , seu filho que ela educara e com quem vivia intimamente, que nessa altura se deslocara do Brasil a Portugal continental , conseguiu realizar o movimento conhecido por Vilafrancada em 26 de maio. Derrubados os opositores liberais e dissolvidas as cortes constituintes , foi levantado o desterro da rainha, e D. Joao VI a foi buscar a quinta do Ramalhao, conduzindo-a ao Paco da Bemposta .

Pouco tempo, porem, durou a harmonia entre os esposos, porque a rainha mudou a sua residencia para Queluz, e tornou-se cabeca do partido absolutista que dentro em pouco promoveu a Abrilada em 30 de abril de 1824. Tendo a rainha tomado parte manifesta no movimento, quando D. Joao VI, apoiado nos embaixadores frances e ingles, se decidiu a mandar sair do reino D. Miguel, ordenou que sua mulher se recolhesse ao paco de Queluz, e nunca mais aparecesse na corte.

Em consequencia desse ato, que a promoveu a figura de proa do partido reaccionario, a rainha foi exilada para Queluz , periodo em que ganhou o epiteto de a "Megera de Queluz", [ 28 ] vivendo uma vez mais separada do rei (que vivia no Palacio da Bemposta , em Lisboa ), onde continuou a exercer intensa atividade politica, promovendo varias conspiracoes para derrubar D. Joao VI e suspender a constituicao.

O seu Palacio ou quinta do Ramalhao tornou-se o principal foco da intriga absolutista, e a rainha e imputada enorme responsabilidade nos projectos dos principais levantamentos reaccionarios dos anos 1820 (a Vilafrancada, de 1823, e a Abrilada, de 1824), que procuraram abolir o constitucionalismo , afastar D. Joao VI do governo e colocar no trono infante D. Miguel , seu filho direto, a quem ela educara.

Apos a Vilafrancada, o rei acabou por suspender a constituicao, prometendo nao obstante para breve a convocacao de novas eleicoes, a fim de se redigir um novo texto constitucional. Foi entao buscar a esposa no retiro e durante alguns meses, reinou a harmonia entre os dois.

Carlota Joaquina de Borbon
Luis de la Cruz , c. 1825
Museu do Prado

Pouco tempo depois, esta harmonia desfez-se, apos o golpe da Abrilada, em que o infante D. Miguel tentou apossar-se do trono, com o auxilio de sua mae, a verdadeira cabeca do partido absolutista em Portugal. Com o apoio dos embaixadores frances e ingles, D. Joao retirou-se para um vaso de guerra estacionado no Tejo, exonerou D. Miguel do cargo de generalissimo do exercito e ordenou-lhe o exilio; quanto a sua esposa, decretou que fosse desterrada para sempre para Queluz, nunca mais devendo aparecer na corte. Sentindo a morte proxima (talvez porque fosse lentamente envenenado), D. Joao VI nomeou um conselho de regencia para lhe suceder apos a morte, o qual devia escolher o herdeiro do trono portugues e ao qual presidia a sua filha Isabel Maria de Braganca ? retirava desta forma a sua mulher uma prerrogativa que desde sempre na historia portuguesa havia cabido a rainha-viuva: o exercicio da regencia do reino durante a menoridade ou ausencia do herdeiro no pais. O documento que estabeleceu o conselho regencial tem sua veracidade hoje contestada, pois o rei ? segundo afirmam os medicos e estudiosos atuais que analisaram as suas visceras, enterradas em um jarro de porcelana chinesa sob uma laje, na capela dos Meninos de Palhava, no Mosteiro de Sao Vicente de Fora , e a grafologia da sua assinatura ? ja se encontrava, alegam, morto a sua data.

A 10 de marco de 1826 D. Joao VI faleceu no Palacio da Bemposta , tendo previamente nomeado regencia presidida por sua filha, a infanta D. Isabel Maria, e composta do cardeal patriarca, Duque de Cadaval , Marques de Valada , Conde dos Arcos e os seus ministros de Estado.

Instituira uma ordem exclusivamente destinada as senhoras, com a autorizacao do principe regente, seu marido, por decreto de 4 de novembro de 1801, com a designacao de Ordem das Damas Nobres de Santa Isabel , cujos estatutos foram confirmados pelo alvara de 25 de abril de 1804. [ 29 ]

Durante o governo de D. Miguel, que ascendeu ao trono em 1828, nao viria a ter papel relevante na governacao daquele que fora, para muitos, o seu filho predilecto, pois faleceu (ou suicidou-se) em 1830 em Queluz. De resto, o proprio principe nao a mandou chamar do desterro assim que subiu ao trono, pelo que faleceu so, esquecida, triste e amargurada. Segundo alguns historiadores, este facto e um dos varios indicadores de que teria existido um afastamento gradual entre mae e filho nos ultimos anos de vida daquela. Jaz no Panteao Real da Dinastia de Braganca , ao lado do seu desavindo marido, no Mosteiro de Sao Vicente de Fora em Lisboa. [ 30 ]

Historiografia [ editar | editar codigo-fonte ]

Retrato de Carlota Joaquina

A historiografia contemporanea ainda encontra dificuldades em desenhar o perfil historico da mulher de D. Joao VI, cuja figura esta envolta de anedoticas lendas e rumores, amplamente difundidas no imaginario popular. Assim como sua mae, a intrigante rainha Maria Luisa da Espanha , e demais rainhas do periodo em que Carlota Joaquina estava inserida, num contexto de desprestigio das tradicionais monarquias absolutistas, a rainha portuguesa sofreu uma serie de difamacoes que eram usadas como arma politica. [ 31 ]

Sua figura e associada a de uma mulher perversa e promiscua que insaciavelmente conspirava contra o marido o principe regente; [ 32 ] A simples mencao deste nome traz a imaginacao um cortejo de caprichos dissolutos e de intrigas politicas. Um dos maiores, senao o maior estorvo da vida de D. Joao , escreve o escritor Manuel de Oliveira Lima , [ 32 ] enquanto o cronista carioca Luiz Edmundo destaca que Na Corte de Lisboa, a mulher de D. Joao lembrava uma gata eternamente no cio […] ao procurar seus amantes […] tudo lhe servia, tudo desde que tivesse a forma aproximada de um homem . [ 33 ]

Recentemente, historiadores tem argumentado que a sua nacionalidade espanhola e envolvimento politico numa epoca em que esse nao era o papel usual de uma mulher, bem como o fato de a esposa de D. Joao pouco apreciar tanto a corte lusa como a posterior brasileira poderiam explicar o rancor e o desprezo que a Historia sente pela personagem; as biografias publicadas Carlota Joaquina a Rainha Intrigante (1949), de Marcus Cheke, e Carlota Joaquina, a rainha devassa (1968), de Joao Felicio dos Santos, bem como o filme satirico Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (1995), de Carla Camurati , reforcam essa imagem negativa de Carlota Joaquina. [ 34 ]

A historiadora Francisca Nogueira de Azevedo, autora do livro Carlota Joaquina na Corte do Brasil , afirma que O movimento liberal e as transformacoes sociais e politicas do seculo 19 exigiram reinvencoes do passado como forma de legitimar um presente que se queria construir. Carlota Joaquina, rainha portuguesa que nunca perdeu sua identidade espanhola, foi contra a vinda da familia real ao Brasil ? e declarou seu regozijo com a volta a Portugal ? , que defendeu o absolutismo e se recusou a assinar a Constituicao Liberal portuguesa, certamente nao servia para subir ao podio dos personagens dignos da memoria nacional . [ 34 ] O escritor argentino Marsilio Cassotti, diz que houve uma campanha sordida dos governo portugues e ingles para desmoralizar a rainha, que sempre defendeu os interesses politicos coloniais espanhois. [ 35 ]

Representacoes na cultura [ editar | editar codigo-fonte ]

Cinema [ editar | editar codigo-fonte ]

Televisao [ editar | editar codigo-fonte ]

Em 2007, a atriz Stella Miranda interpreta Carlota Joaquina no musical Imperio , de Miguel Falabella, que conta parte da historia do Imperio do Brasil .

Titulos, estilos e honrarias [ editar | editar codigo-fonte ]

Estilo imperial e real de tratamento de
Carlota Joaquina de Bourbon
Estilo imperial {{{imperial}}}
Estilo real {{{real}}}
Estilo alternativo Senhora

Titulos e estilos [ editar | editar codigo-fonte ]

  • 25 de abril de 1775 ? 8 de maio de 1785: Sua Alteza Real , a Infanta Carlota Joaquina da Espanha
  • 8 de maio de 1785 ? 20 de marco de 1816: Sua Alteza Real, a Princesa do Brasil, Duquesa de Braganca, etc.
  • 20 de marco de 1816 ? 7 de setembro de 1822: Sua Majestade Fidelissima , a Rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves
  • 7 de setembro de 1822 ? 10 de marco de 1826: Sua Majestade Fidelissima, a Rainha de Portugal e Algarves
    • 29 de agosto de 1825 ? 10 de marco de 1826: Sua Majestade Imperial e Fidelissima , a Imperatriz do Brasil
    • 10 de marco de 1826 ? 7 de janeiro de 1830: Sua Majestade Imperial e Fidelissima, a Imperatriz-Mae
    • 10 de marco ? 2 de maio de 1826: Sua Majestade Fidelissima, a Rainha-Mae
    • 2 de maio de 1826 ? 11 de julho de 1828: Sua Majestade Fidelissima, a Rainha Carlota Joaquina
    • 11 de julho de 1828 ? 7 de janeiro de 1830: Sua Majestade Fidelissima, a Rainha-Mae

Honrarias [ editar | editar codigo-fonte ]

Descendencia [ editar | editar codigo-fonte ]

Nome Imagem Nascimento Morte Observacoes [ 43 ] [ 13 ]
Maria Teresa 29 de abril de 1793 17 de janeiro de 1874 Casou-se com Pedro Carlos da Espanha e Portugal em 1810, com descendencia.
Casou-se com Carlos, Conde de Molina em 1838, com descendencia.
Francisco Antonio, Principe da Beira 21 de marco de 1795 11 de junho de 1801 Morreu na infancia.
Maria Isabel 19 de maio de 1797 26 de dezembro de 1818 Casou-se com Fernando VII da Espanha em 1816, com descendencia.
Pedro I do Brasil & IV de Portugal 12 de outubro de 1798 24 de setembro de 1834 Casou-se com Maria Leopoldina da Austria em 1817, com descendencia.
Casou-se com Amelia de Leuchtenberg em 1829, com descendencia.
Maria Francisca 22 de abril de 1800 4 de setembro de 1834 Casou-se com Carlos, Conde de Molina em 1816, com descendencia.
Isabel Maria 4 de julho de 1801 22 de abril de 1876 Nao se casou.
Miguel I de Portugal 26 de outubro de 1802 14 de novembro de 1866 Casou-se com Adelaide de Lowenstein-Wertheim-Rosenberg em 1851, com descendencia.
Maria da Assuncao 25 de junho de 1805 7 de janeiro de 1834 Nao se casou, morreu aos 28 anos.
Ana de Jesus Maria 28 de outubro de 1806 22 de junho de 1857 Casou-se com Nuno Jose de Moura Barreto, 2.º Marques de Loule em 1827, com descendencia.

Ancestrais [ editar | editar codigo-fonte ]

Notas e referencias

Notas

  1. Pelo tratado do Rio de Janeiro , firmado entre Portugal e Brasil em 1825 , que colocou termos a guerra da independencia do Brasil , reconhecia-se a autonomia do antigo reino, mas reservava-se o titulo de Imperador do Brasil a D. Joao VI . Por conseguinte, seu conjuge, D. Carlota Joaquina de Bourbon , tornou-se a Imperatriz do Brasil ( consorte ) . Com a morte do marido, sete meses depois, D. Carlota perde o titulo tanto do trono portugues quanto do brasileiro, tornando-se rainha-mae e imperatriz-mae .
  2. Em outubro de 1785, a Gazeta de Lisboa publicava o resultado de uma serie de exames publicos que Carlota teve que submeter-se diante da corte espanhola e dos embaixadores portugueses, enviados em nome da rainha D. Maria I de Portugal para avaliar os dotes da princesa: ≪Tudo satisfez tao completamente que nao se pode expressar a admiracao que deve causar uma instrucao tao vasta em uma idade tao tenra: mas […] o decidido talento com que Deus dotou esta serenissima Senhora, a sua prodigiosa memoria, compreensao e desembaraco, mostrarao que tudo e possivel, principalmente com o desvelo e capacidade com que o sobredito mestre lhe promove tao uteis e gloriosas aplicacoes. [ 8 ]
  3. "Posteriormente, Dona Leopoldina, uma de suas noras, que casou com Dom Pedro I, Imperador do Brasil, quando a viu pela primeira vez, achou-a tao feia que "baixou os olhos como nao querendo voltar a ve-la; as marcas da variola, o corte de cabelo, cordoes e mais cordoes de perolas e pedras preciosas enroladas em seus cabelos, pendendo de seus cachos gordurosos como cobras". [ 10 ]
  4. Laura Junot , mulher do general que comandou a primeira invasao francesa a Portugal, Laura Junot afirma sobre Carlota: "a sua fealdade, seus cabelos sujos e revoltos, seus labios muito finos e arroxeados adornados por um buco espesso, seus dentes, desiguais como a flauta de Pa" [...] Nao podia convencer-me de que ela era uma mulher e, entretanto, sabia de fatos nessa epoca que provavam fartamente o contrario.

Referencias

  1. a b Lacerda, Lu (18 de janeiro de 2021). ≪Instituto descobre nome completo de D. Carlota Joaquina e mais algumas curiosidades≫ . LuLacerda, o site do Rio . Consultado em 9 de setembro de 2021  
  2. superuser (29 de outubro de 2013). ≪Morre Carlota Joaquina de Bourbon, princesa do Brasil≫ . HISTORY . Consultado em 31 de agosto de 2020  
  3. ≪O reconhecimento da Independencia do Brasil≫ . Mundo Educacao . Consultado em 23 de abril de 2023  
  4. ≪A mulher que amamos odiar≫ . Revista Pesquisa Fapesp. 1 de fevereiro de 2004 . Consultado em 11 de novembro de 2019  
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  6. a b c Giedroyc 1875 , p. 7.
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  8. Pereira 1999 , p. 26.
  9. Savine 1912 , p. 111.
  10. ≪Bairro do Catete, op. cit.≫ . Bairrodocatete.com.br  
  11. Savine 1912 , p. 112.
  12. a b c Azevedo 2008 , p. 30.
  13. a b c Giedroyc 1875 , p. 8.
  14. Rubio 1920 , p. 14.
  15. a b "El carlotismo" . Historia Argentina: la cuestion monarquica . Arquivado em 26 de abril de 2009
  16. Rubio 1920 , p. 17.
  17. ≪Biografia, NetSaber≫ . Biografias.netsaber.com.br  
  18. Cana de Carlota Joaquina a Carlos IV, Lisboa, 21/07/1789. Arch. Hist. Nac. (Madri): Est. Leg. 4459, n.2-3.
  19. ≪Parte do livro "Imperio a Deriva: A Corte Portuguesa no Rio de Janeiro, 1808-1821".≫  
  20. (Rubio, 1920, p. 4)
  21. ≪Maria Isabel of Braganza - An obstetric tragedy≫ . History of Royal Women (em ingles). 10 de julho de 2020 . Consultado em 16 de marco de 2022  
  22. BUENO, Eduardo. Brasil: uma historia. Sao Paulo: Atica, 2003. p.137.
  23. Os sapatos de Carlota - por Claudia Kiewel≫  
  24. a b Carlota Joaquina em Japeri Por Luiz Antonio Simas ? Professor e historiador. Consultado em 04 de julho de 2022.
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  26. ≪Uma carta inedita de Dona Carlota Joaquina≫, Teresa Martins Marques, Navegacoes, vol. 2, n. 1, p. 53-56, jan./jun. 2009
  27. Carlota Joaquina de Bourbon, Escritoras
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  29. a b Resenha das familias titulares do reino de Portugal, por Joao Carlos Feo Cardozo de Castello Branco e Torres, Manuel de Castro Pereira de Mesquita, Imprensa Nacional, Lisboa, 1838, pag. 36
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  31. MATURANA, ANTONIO CALVO (2020). ≪ MARIA LUISA DE PARMA: REINA DE ESPANA, ESCLAVA DEL MITO ≫. Editorial Universidad de Granada, p. 6.
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  42. ≪Era Uma Vez Uma Historia (2017)≫ . IMDb . Consultado em 4 de julho de 2022  
  43. Amaral, Manuel. "Joao VI" . In: Portugal - Dicionario Historico, Corografico, Heraldico, Biografico, Bibliografico, Numismatico e Artistico , Volume III, 2000-2010, pp. 1051-1055

Bibliografia [ editar | editar codigo-fonte ]

  • Robles do Campo, Carlos ≪ Los infantes de Espana bajo la Ley Salica ≫. Anales de la Real Academia Matritense de Heraldica y Genealogia , vol. 10, 2007, pag. 329-330.
  • Giedroyc, Romuald ≪ Resume de l'histoire du Portugal au XIXe siecle ≫. Amyot, 1875, pag 7.
  • Rubio, Julian Maria ≪La infanta Carlota Joaquina≫ y la politica de Espana en America (1808-1812) . Imprensa de Estanislao Maestre, 1920, pag. 13.
  • Pereira, Sara Marques ≪D. Carlota Joaquina e os espelhos de Clio≫. Livros Horizonte, 1999, pag. 26.
  • AZEVEDO, Francisca Nogueira de. Carlota Joaquina na Corte do Brasil. Rio de Janeiro: Civilizacao Brasileira, 2003.
  • AZEVEDO, Francisca Nogueira de. Carlota Joaquina: cartas ineditas. Rio de Janeiro, Casa da Palavra, 2007.
  • CASSOTTI, Marsilio. Carlota Joaquina - O Pecado Espanhol. Lisboa, A Esfera dos Livros, 2009.
  • CHEKE, Marcus. Carlota Joaquina, a Rainha Intrigante. 1949.
  • LIMA, Oliveira. D. Joao VI no Brasil. Topbooks.
  • PEREIRA, Sara Marques (1999), D. Carlota Joaquina e os Espelhos de Clio - Actuacao Politica e Figuracoes Historiograficas , Livros Horizonte, Lisboa, 1999.
  • PEREIRA, Sara Marques (2008), D. Carlota Joaquina Rainha de Portugal , Livros Horizonte, Lisboa, 2008.
  • SANTOS, Joao Felicio dos. Carlota Joaquina, a Rainha Devassa. 1968.
  • LAZARO, Alice, La Menina - Retrato de Dona Carlota Joaquina nas Cartas Familiares (1785-1790) , Chiado Editora, 2011.
  • LOUSADA, M.ª Alexandre e PEREIRA, M.ª de Fatima Melo, D. Miguel, Circulo de Leitores, Lisboa, 2005
  • Resenha das familias titulares do reino de Portugal, por Joao Carlos Feo Cardozo de Castello Branco e Torres, Manuel de Castro Pereira de Mesquita, Imprensa Nacional, Lisboa, 1838, pag.s 35 e 36
  • BUENO, Eduardo. Brasil: uma historia. Sao Paulo: Atica, 2003. p.137.

Ligacoes externas [ editar | editar codigo-fonte ]

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Carlota Joaquina de Bourbon
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7 de setembro de 1822 ? 10 de marco de 1826
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20 de marco de 1816 ? 7 de setembro de 1822
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