O cargo de
Capitao-Mor do Mar
como
capitao-general
foi criado, em
1373
, pelo
Rei D. Fernando I
para complementar o
Almirante de Portugal
no comando da
Marinha Portuguesa
no decorrer da
Segunda Guerra Fernandina
.
Como o almirante
Lancarote Pessanha
se tivesse revelado ineficaz na defesa maritima de Lisboa, permitindo o desembarque e subsequente incendio da capital pelas forcas de
Henrique II de Castela
, o monarca portugues destituiu-o do cargo, nomeando Almirante de Portugal
Joao Afonso Teles de Menezes
, Conde de Barcelos e de Ourem, e criando o cargo de capitao-mor-do-mar, ficando este a comandar as
naus
da
armada real
, e aquele, como comandante das
gales
(pelo que, aparentemente, portanto, a distincao entre o almirante e o capitao-mor-do-mar residiria no tipo de embarcacoes que cada um capitaneava)
[
1
]
.
Este titulo e respetiva funcao foi, pela primeira vez, atribuido partir de 23 de Julho de
1423
por
D. Joao I
. Depois, na vaga de
Afonso Furtado
[
2
]
, dado pelo seu filho D.
Duarte I de Portugal
em 5 de Julho de
1434
, a D.
Alvaro Vaz de Almada
e da-lhe poder para que "
possa prender todos aqueles que lhe mal mandados forem, e nao quiserem fazer o que lhes mandar ao nosso servico (..) e possa em eles fazer justica (..)
". Debaixo dessa alcada "
estao patroes, alcaides,
arrais
,
petintais
,
comitres
,
besteiros
,
galiotes
,
mareantes
e
marinheiros
". Acrescentando que daria apelacao ao rei de penas corporais ou sentencas ate 10 cruzados de ouro, podendo mandar executar de imediato a sua decisao nos outros casos
[
3
]
.
A sua jurisdicao era igual ao de Almirante, e executava as suas sentencas sem
apelacao
, tirando o caso de morte que era obrigado da-la ao
monarca
[
4
]
.
O capitao-mor do mar deveria ter tambem possibilidade de ter a seu cargo outros importantes oficiais pois a 12 de Novembro de
1469
, D.
Afonso V
concede licenca a D.
Fernando de Almada
, seu
conselheiro regio
e capitao-mor do reino, para poder nomear na cidade do
Porto
, um
alcaide do mar
[
5
]
.
No
seculo XVII
o cargo de Capitao-Mor passou a designar-se "
Capitao-General da Armada Real dos Galeoes de Alto Bordo do Mar Oceano
", ja quase meramente honorifico.
Tera sido
Martinho de Melo e Castro
,
Secretario de Estado da Marinha e Ultramar
durante o governo de
D. Maria I
, que o viria a suprimir
[
1
]
assunindo-o para si.
Lista de Capitao-General da Armada Real dos Galeoes de Alto Bordo do Mar Oceano
[
editar
|
editar codigo-fonte
]
Patente mais importante a seguir ao de
vice-rei
.
Referencias
- ↑
a
b
c
d
e
Capitao-mor, Navegacoes Portuguesas, Instituto Camoes, 2006
- ↑
]
A ribeira de Lisboa: descripcao historica da margem do Tejo desde a Madre-de-Deus ate Santos-o-Velho, por Julio de Castilho, Imprensa Nacional, 1893, pag. 21
- ↑
Crimes do Mar e Justicas da Terra, Luis Miguel Duarte, Revista da Faculdade de Letras, pag. 61
- ↑
a
b
Noticias de Portugal, por Manoel Severim De Faria, Lisboa, 1740, fac-simile Editorial Maxtor, 2/02/2010, pag. 66
- ↑
D. Afonso V privilegia D. Fernando de Almada, conselheiro regio e capitao-mor do reino, concedendo-lhe licenca para poder nomear na cidade do Porto, um alcaide do mar, para que exerca este oficio tal como o foi o alcaide da cidade de Lisboa, Chancelaria de D. Afonso V, liv. 31, fl. 126v, 12 de Novembro de 1469, ANTT
- ↑
A sociologia da representacao politico-diplomatica no Portugal de D. Joao I, por Maria Alice Pereira dos Santos, Doutoramento em Historia Medieval, Universidade Aberta, Lisboa ? Janeiro de 2015, nota 1453 pag. 366, cf. Joao Martins da Silva Marques, Descobrimentos Portugueses ? documentos para a sua Historia, Vol. I, op. cit., 245, pp. 262-263.
- ↑
Antonio Caetano de Sousa, Provas da Historia genealogica da casa real portugueza, tiradas dos instrumentos dos archivos da Torre do Tombo, da serenissima casa de Braganca, de diversas cathedraes, mosteiros e outros particulares deste reyno..., Officina Sylviana da Academia real, 1744, pag.s 323 e 324
- ↑
RELACAO DAS NAOS E ARMADAS DA INDIA (VI) ? 1504, Leonel Vicente, Janeiro 2007
- ↑
Historia do descobrimento e conquista de India pelos Portuguezes, Fernao Lopez de Castanheda, Typographia Rollandiana, Coimbra, 1833, p. 102
- ↑
O Dever de Exaltar um dos Maiores Herois da Historia de Portugal: D. Joao de Castro, Capitao David Miguel Pascoal Rosado, Revista Militar, 27 de Maio de 2011
- ↑
Castro (D. Joao de), Portugal - Dicionario Historico, Corografico, Heraldico, Biografico, Bibliografico, Numismatico e Artistico,, Edicao em papel Joao Romano Torres - Editor Volume II, pags. 926-929, ano 1904-1915, Edicao electronica de Manuel Amaral, ano 2000-2003