Nota:
Este artigo e sobre o politico. Se procura o municipio paulista, veja
Candido Mota
.
Candido Mota Filho
(
Sao Paulo
,
16 de setembro
de
1897
?
Rio de Janeiro
,
4 de fevereiro
de
1977
) foi um
advogado
,
professor
,
magistrado
,
jornalista
,
escritor
,
ensaista
e
politico
brasileiro
.
Seu pai foi advogado e professor de Direito Penal na
Faculdade de Direito de Sao Paulo
, deputado, senador e Secretario de Estado dos Negocios da Agricultura do Estado de Sao Paulo.
Motinha, assim o chamavam seus amigos mais chegados e os sempre irreverentes estudantes da Academia, tambem se formou pela mesma Faculdade, turma de 1919, e, tal como o pai, fez parte do corpo docente como professor catedratico de Direito Constitucional. Mais tarde, seria nomeado para o cargo de Ministro do
Supremo Tribunal Federal
, deixando a docencia.
Na mocidade, engajou-se ao
movimento modernista
tendo participado ativamente de
Semana de Arte Moderna
de 1922.
Com
Cassiano Ricardo
,
Menotti del Picchia
e
Plinio Salgado
, fundou o Movimento Verde-Amarelo, que procurava imprimir novos rumos nacionais a literatura brasileira. Pouco mais tarde, com a maior parte dos integrantes desse movimento, fundou o grupo Bandeira, cujo pensamento valorizava um governo forte, baseado nas tradicoes nacionais, na disciplina e na hierarquia social.
Em
1929
, Mota Filho fundou, junto de
Jose de Alcantara Machado
,
Abelardo Vergueiro Cesar
e
Alarico Caiubi
, a
Acao Nacional do PRP,
uma corrente dentro do
Partido Republicano Paulista
inspirada no pensamento
nacionalista
de
Alberto Torres
que se propunha a lutar no Brasil por uma solucao politica contraria a teoria liberal.
Em janeiro de 1932, foi um dos fundadores da revista paulista
Politica
, a qual tambem dirigiu. Esse periodico refletia a convergencia ideologica antiliberal de parte da intelectualidade que, desiludida com a
Revolucao de 1930
e com as caracteristicas assumidas pela democracia liberal, pretendia encontrar novos caminhos para o Brasil.
Em fevereiro do mesmo ano, Mota Filho ingressou, ao lado de dezenas de outros jovens intelectuais, na
Sociedade de Estudos Politicos
(SEP), promovida por
Plinio Salgado
na sede de seu jornal
A Razao.
A SEP estava organizada em comissoes de estudo, tendo ele ficado nas comissoes de de
pedagogia
e de historia e
sociologia
.
Quando eclodiu a
Revolucao Constitucionalista de 1932
, Mota Filho alistou-se no Batalhao Republicano, tornando-se membro do gabinete do governador de Sao Paulo,
Pedro de Toledo
, ao lado de Menotti del Pichia e Cassiano Ricardo.
[
1
]
Opos-se a transformacao da SEP em uma organizacao politica, que, mais tarde, viria a se tornar a
Acao Integralista Brasileira
(AIB), movimento que congregou mais de um milhao de brasileiros e funcionou ate 1937. Ele chegou a fazer parte da comissao de redacao do Manifesto de Outubro, documento maximo da SEP, que serviria de base pro movimento. Da comissao, participaram tambem
Jose de Almeida Camargo
,
Ataliba Nogueira
e o proprio Plinio Salgado.
[
2
]
Nao obstante, Mota Filho recebeu ampla divulgacao na bibliografia integralista. Plinio Salgado reproduz em suas obras integralistas intensos comentarios aos seus ensaios "Introducao ao estudo do pensamento nacional", de 1926, e "Alberto Torres e o tema da nossa geracao", de 1931. A esse primeiro, embora apresente fortes criticas quanto a sua estrutura, Plinio denomina "o drama de Mota Filho" e o considera "uma contribuicao oportuna".
"Fundado no relato ou na observacao de Silvio, Verissimo, Ronald, Graca, Machado, tem pensamentos proprios, conclusoes suas e, principalmente, uma maneira oportuna de focalizar as montanhas mais culminantes da nossa cordilheira mental".
Baseado na tese de Mota Filho, Plinio delineia uma ideia propria para um "novo romantismo" genuinamente brasileiro.
[
3
]
Em relacao ao segundo, Plinio tece elogios a pessoa e a intelectualidade do autor, tracando um panorama sobre a relacao da obra de Alberto Torres, tema do ensaio, nos problemas contemporaneos, e caracterizando a publicacao como "mais um livro notavel".
[
4
]
Com a implantacao do
Estado Novo
, em 1937, o fechamento de todos os partidos politicos, e o subsequente
Levante Integralista de 1938
, em que um grupo de integralistas invadiu o
Palacio Guanabara
na tentativa de depor
Getulio Vargas
, Mota Filho foi colocado sob regime de
prisao domiciliar
devido ao seu envolvimento com a AIB.
Na decada de 1940, tornou-se chefe da secao paulista do
Departamento de Imprensa e Propaganda
(DIP), orgao criado pela ditadura estadonovista para divulgar as ideias do novo regime nacionalista e promover suas iniciativas.
Durante a presidencia de
Eurico Gaspar Dutra
, apos o fim do Estado Novo, Mota Filho exerceu o cargo de chefe de gabinete do Ministro do Trabalho,
Honorio Fernandes Monteiro
, de 23 de abril a 4 de maio de 1949. Em 1954, quando era vice-presidente do Partido Republicano, tornou-se Ministro da Educacao no governo interino de
Cafe Filho
. Apos a
eleicao presidencial de 1955
, em que venceram
Juscelino Kubitschek
e
Joao Goulart
, Mota Filho renuncia ao lado de todo o Ministerio, assumindo, pouco depois, a presidencia do Partido Republicano, com a morte de
Artur Bernardes
.
[
1
]
Foi casado com Elza Lichtenfels, com quem teve cinco filhos, entre os quais o advogado e escritor Nelson Candido Motta, pai do jornalista e produtor musical
Nelson Motta
.
[
5
]
- O Romantismo: Introducao ao estudo do pensamento nacional
, ensaio (1926);
- A funcao de punir
, direito (1928);
- Alberto Torres e o tema da nossa geracao
, critica (1931);
- Introducao ao estudo da politica moderna
, politica (1935);
- A defesa da infancia contra o crime
, direito (1936)
- Erasmo de Roterda
(1936)
- Da premeditacao
, direito (1937)
- Rui Barbosa, esse desconhecido
, ensaio (1937);
- Alcantara Machado
(1938);
- Do estado de necessidade
, direito (1939);
- Silvio Romero
(1941);
- Uma grande vida: biografia de Bernardino de Campos
, biografia (1941);
- O Poder Executivo e as ditaduras constitucionais
, politica (1942);
- O caminho das tres agonias: Alvares de Azevedo, Machado de Assis e padre Antonio Feijo
, critica (1944);
- Camoes
(1946);
- A declaracao de direitos
(1947);
- Castro Alves
(1947);
- Basilio Machado
(1948);
- Goethe
(1949);
- O conteudo politico das constituicoes
, politica (1950);
- Pela educacao
(1952);
- Doutrinas politicas contemporaneas
, politica (1952);
- Notas de um constante leitor
, critica (1958);
- A vida de Eduardo Prado
, biografia (1967);
- Ensaio sobre a timidez
, psicologia (1969);
- Contagem regressiva
, memorias (1972);
- Dias lidos e vividos
, memorias (1977).
Foi eleito em 7 de abril de 1960 para a cadeira 5 da
Academia Brasileira de Letras
, sucedendo
Aloisio de Castro
, e recebido em 20 de julho de 1960 pelo academico
Josue Montello
. Tambem ocupou a cadeira 2 da
Academia Paulista de Letras
, cuja posse ocorreu em 17 de outubro de 1935.
[
6
]
Em 1968 recebeu o
Premio Jabuti
, da
Camara Brasileira do Livro
, pela publicacao da obra
"A vida de Eduardo Prado",
uma
biografia
de
Eduardo Prado
.
Referencias
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Vice-presidente
| Nenhum
(1954?1955)
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Ministerios
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Orgaos
(ligados a
Presidencia da
Republica)
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Vice-presidente
| Nenhum
(1955)
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Ministerios
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Orgaos
(ligados a
Presidencia da
Republica)
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Tribunal Superior da Justica Eleitoral
(1932?1937)
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Tribunal Superior Eleitoral
(1945?atualmente)
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Cadeiras 1 a 10
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Cadeiras 11 a 20
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Cadeiras 21 a 30
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Cadeiras 31 a 40
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