한국   대만   중국   일본 
Branqueamento racial ? Wikipedia, a enciclopedia livre Saltar para o conteudo

Branqueamento racial

Origem: Wikipedia, a enciclopedia livre.
Obra Redencao de Can [ 1 ] (1895). Avo negra, filha mulata, genro e neto brancos, para o governo da epoca, a cada geracao o brasileiro ficaria mais branco. Quadro de Modesto Brocos y Gomes .

Clareamento racial , branqueamento racial ou simplesmente branqueamento , e uma ideologia que era amplamente aceita no Brasil entre finais do seculo XIX e inicio do seculo XX , como a solucao para o excesso de indigenas, mesticos e negros. [ 2 ] Simpatizantes [ quem? ] da ideologia de Branqueamento acreditavam que a raca negra iria avancar culturalmente e geneticamente, ou ate mesmo desaparecer totalmente, dentro de varias geracoes de miscigenacao entre brancos e negros. Esta ideologia ganhou o apoio da ideologia do racismo cientifico e do Darwinismo social . Combinando essas duas ideias, a elite branca da epoca acreditava que o sangue ''branco" era superior e inevitavelmente iria clarear as demais racas. [ carece de fontes ? ]

Uso da ideologia [ editar | editar codigo-fonte ]

O uso pratico da ideologia de Branqueamento parece ter ocorrido somente no Brasil, e nao foi visto na Europa ou nos Estados Unidos [ 2 ] . Muitos Europeus acreditavam que a mistura de racas pudesse produzir prole degenerada e eles temiam que a mistura poderia tornar-se uma ameaca para a raca branca, inclusive citando o Brasil como exemplo de que suas conviccoes eram veridicas. [ 3 ] [ 4 ] Nos Estados Unidos uma barreira entre negros e brancos foi formada pela segregacao , que proibiu a mistura entre os dois grupos, [ 4 ] enquanto o Brasil, ja tinha muitos mesticos. [ 4 ] Quando as crencas e ideias do racismo cientifico se tornaram mais proeminentes, na decada de 1850, a sociedade brasileira sentiu que precisava encontrar "seu lugar na ordem social" e, para isso, precisava resolver seu problema com as "racas" supostamente inferiores.

Historico [ editar | editar codigo-fonte ]

No final do seculo XIX , houve a disseminacao no Brasil de conceitos de superioridade racial que tinham se desenvolvido e adquirido grande prestigio no exterior. O pensamento cientifico brasileiro da epoca, que era fortemente marcado pelo positivismo , adotou "teses cientificas" de darwinismo social e eugenia racial para defender o branqueamento da populacao como fator necessario para o desenvolvimento do Brasil. A elite social e politica brasileira, que era majoritariamente branca, passou a considerar como certo que o pais nao se desenvolvia porque sua populacao era, em sua grande maioria, composta por negros e mesticos . A imigracao nao era considerada somente um meio de suprir a mao de obra necessaria na lavoura, ou de colonizar o territorio nacional coberto por matas virgens, mas tambem com meio de "melhorar" a populacao brasileira pelo aumento da quantidade de europeus. [ 5 ]

Refletindo o ideal de branqueamento , Joao Batista de Lacerda , diretor do Museu Nacional, e unico sul-americano a apresentar um relatorio no I Congresso Universal de Racas, em Londres , no ano de 1911, afirmou que: " no Brasil ja se viram filhos de metis apresentarem, na terceira geracao, todos os caracteres fisicos da raca branca[...]. Alguns retem uns poucos tracos da sua ascendencia negra por influencia dos atavismos (…) mas a influencia da selecao sexual (…) tende a neutralizar a do atavismo, e remover dos descendentes dos metis todos os tracos da raca negra(…) Em virtude desse processo de reducao etnica, e logico esperar que no curso de mais um seculo os metis tenham desaparecido do Brasil. Isso coincidira com a extincao paralela da raca negra em nosso meio ".

A proposta de "branqueamento" da populacao brasileira com imigrantes europeus sempre foi apresentada como se fosse ciencia comprovada. Entre seus defensores destacaram-se principalmente os medicos como Silvio Romero em Pernambuco , Nina Rodrigues na Bahia e Joao Francisco Lacerda no Rio de Janeiro , [ 6 ] alem do sociologo Francisco Jose de Oliveira Viana , autor do livro classico "Populacoes Meridionais do Brasil", publicado em 1918. [ 7 ] Nina Rodrigues , considerado o criador da Medicina Legal brasileira, escreveu nesta epoca: " a civilizacao ariana esta representada no Brasil por uma fraca minoria da raca branca a quem ficou o encargo de defende-la (…) (dos) atos anti-sociais das racas inferiores… ".

As politicas de imigracao brasileira foram fortemente influenciadas pelas propostas de branqueamento que impregnaram o imaginario social e politico brasileiro durante a primeira metade do seculo XX . [ 6 ] Embora incentivar a miscigenacao tenha sido fato restrito ao territorio brasileiro [ 8 ] , deve-se ressaltar que, no inicio do seculo XX, a incentivacao a imigracao europeia foi comum em quase todos os paises das Americas , Oceania e, ate, da Africa (a epoca, quase totalmente colonizada). Na America do Norte , no inicio do seculo XX, mesmo a imigracao de pessoas europeias chegou a ser indesejada: teorias racialistas circulavam na imprensa, promovendo teorias pseudo-cientificas que alegavam que os tipos " mediterraneos " (como portugueses , italianos e gregos ) eram inerentemente inferiores as pessoas oriundas do norte da Europa [ 9 ] . Ate hoje alguns destes paises, como por exemplo os Estados Unidos , ainda controlam a entrada de pessoas vindas de localidades como Africa e America Latina por meio da exigencia de um visto para turismo, o que na pratica dificulta a imigracao ilegal, enquanto beneficiam a entrada de pessoas oriundas da Europa atraves da isencao dos referidos vistos (ingleses, escoceses, alemaes, suecos, noruegueses, etc). [ 10 ]

Apesar disto, houve quem sugerisse a vinda de imigrantes da Africa ou da China para suprir a falta de mao de obra no Brasil . Chegou ate a haver uma incipiente imigracao de chineses, porem nao houve continuidade, pois apenas europeus eram considerados civilizados o suficiente para imigrarem para o Brasil. [ 11 ]

Consequencias [ editar | editar codigo-fonte ]

Cultural [ editar | editar codigo-fonte ]

Percepcao da raca branca no Brasil [ editar | editar codigo-fonte ]

No Brasil, a raca hoje e percebida de modo diferente do restante do mundo. As racas no Brasil podem ser definidas com as pessoas que estao na parte superior do sistema de classes como brancos e aqueles que se encontram na parte inferior da classe do sistema como pretos, podendo haver mobilidade quando se sobe na estrutura social , tal fenomeno so acontece no pais, devido ao alto grau de miscigenacao e ao fato do homem branco ser visto como o topo da hierarquia social. [ 12 ]

Classe e educacao tambem tem uma influencia na percepcao do nivel de brancura de um individuo, ou seja, alguem que alcanca o ensino superior e percebido como mais branco no Brasil. [ 13 ]

Ver tambem [ editar | editar codigo-fonte ]

Wikcionário
Wikcionario
O Wikcionario tem o verbete branqueamento .

Referencias

  1. Ciencia Hoje, ed. (15 de outubro de 2002). ≪Livro explica surgimento do Homo brasilis . Consultado em 4 de maio de 2015  
  2. a b Skidmore, Thomas (1974). Black Into White: Race and Nationality in Brazilian Thought (em ingles). [S.l.]: Oxford University Press  
  3. https://cidadeverde.com/fenelonrocha/97063/atos-contra-miscigenacao-recuam-o-mundo-150-anos
  4. a b c https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-01882016005008101&script=sci_abstract&tlng=ptM
  5. VAINFAS, Ronaldo. Dicionario do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p 152
  6. a b ENNES, Marcelo Alario. "Imigracao e Direitos na Regiao Noroeste Paulista". Estudos de Sociologia, Recife: Revista do Programa de Pos-Graduacao em Sociologia da UFPE, vol. 12, n. 1, pp.58-59 (Visitado em 16 de outubro de 2008)
  7. SUZUKI Jr, Matinas. Historia da discriminacao brasileira contra os japoneses sai do limbo in Folha de S.Paulo, 20 de abril de 2008 (visitada em 17 de agosto de 2008)
  8. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932002000400002
  9. https://www.loc.gov/classroom-materials/immigration/italian/under-attack/
  10. https://oficial-esta.pt/programa-de-isencao-de-visto/
  11. ≪LIMA, Silvio Cezar de Souza. Determinismo biologico e imigracao chinesa em Nicolau Moreira (1870-1890), pp. 104. Dissertation of Master degree in History of Health Sciences. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2005≫ (PDF) . fiocruz.br  
  12. Telles, Edward E. (5 de maio de 2002). ≪Racial ambiguity among the Brazilian population≫ . Ethnic and Racial Studies . 25 (3): 415-441. ISSN   0141-9870 . doi : 10.1080/01419870252932133  
  13. Davila, Jerry (2006). Diploma de Brancura: Politica Social E Racial No Brasil, 1917-1945 . [S.l.]: Editora UNESP. ISBN   9788571396524  

Ligacoes externas [ editar | editar codigo-fonte ]