A
Catedral Basilica de Saint Denis
(em
frances
:
Cathedrale royale de Saint-Denis
, ou apenas
Basilique Saint-Denis
, antigamente chamada de
Abbaye de Saint-Denis
) e uma ampla igreja abacial na
comuna
de
Saint-Denis
, atualmente um suburbio ao norte de
Paris
. A igreja abacial foi nomeada catedral em 1966 e e a residencia do Bispo de Saint-Denis, Pascal Michel Ghislain Delannoy. O edificio e de grande importancia historica e arquitetonica. Embora seja universalmente conhecido como a "Basilica de Saint-Denis" na verdade, tem oficialmente o titulo "Catedral-Basilica".
[
1
]
[
2
]
Desde 1966, a abadia tornou-se catedral e sede da diocese de Saint-Denis.
[
3
]
[
1
]
Fundada no
seculo VII
por
Dagoberto I
onde
Sao Dinis
, um
santo
padroeiro da Franca, foi sepultado, a igreja se tornou um local de
peregrinacao
e o
mausoleu
dos reis franceses, quase todos os reis do
seculo X
ao XVIII foram sepultados la, assim como muitos dos seculos anteriores. (A igreja nao foi utilizada para a coroacao de reis, este papel sendo designado a
Catedral de Reims
; no entanto, rainhas eram comumente coroadas la.) "Saint-Denis" logo se tornou a
abadia
de um crescente complexo monastico. No
seculo XII
o
Abade Suger
reconstruiu partes da abadia usando inovadas caracteristicas estruturais e decorativas, que foram extraidas de uma serie de outras fontes. Ao fazer isso, ele afirmou ter criado o primeiro edificio verdadeiramente
gotico
.
[
4
]
A nave do
seculo XIII
da basilica tambem e o prototipo do estilo
gotico radiante
, e forneceu um modelo de arquitetura para catedrais e mosteiros do norte da Franca, Inglaterra e outros paises.
Sao Dinis
e um
santo
padroeiro da Franca e, de acordo com a lenda, foi o primeiro
bispo de Paris
. Um santuario foi erguido no seu sepulcro. La,
Dagoberto I
, rei dos
Francos
, que reinou de 628 ate 637, fundou a
Abadia
of Sao Denis, um
mosteiro
beneditino
. O santuario foi construido por
Eloi
, um
ourives
de formacao. Esta descrito na
vita
inicial de Santo Eloi:
- Acima de tudo, Eloi fabricou um mausoleu para o santo martir Denis na cidade de Paris com um maravilhoso
ciborio
de marmore sobre ele, maravilhosamente decorado com ouro e pedras preciosas. Ele constituiu uma crista [no topo da tumba] e um frontal magnifico e cercou o trono do altar com eixos dourados em um circulo. Ele colocou macas douradas, redondas e cobertas de joias. Fez um
pulpito
e um portao de prata e um teto para o trono do altar de eixos prateados. Ele fez uma cobertura no local perante a tumba e fabricou um altar exterior aos pes do santo martir. Tanta diligencia ele esbanjou la, a pedido do rei, e derramou tanto que escassamente um unico ornamento foi deixado na
Galia
e esta e a maior de todas as maravilhas ate o dia de hoje.
[
5
]
Nada desta obra sobreviveu.
A Basilica de Saint Denis e um marco arquitetonico, uma vez que primeira estrutura principal da qual uma parte substancial foi projetada e construida em estilo gotico. Tanto estrutural quanto estilisticamente anunciava-se a mudanca da
Arquitetura romanica
para a
Arquitetura gotica
. Antes de o termo "gotico" cair no uso comum, ele foi conhecido como "Estilo Frances" (
Opus Francigenum
).
Tal como esta agora, a igreja e um enorme edificio cruciforme em forma de "basilica", isto e, possui uma nave central com corredores mais baixos e janelas em
clerestorio
. Tem um corredor adicional no lado norte formado por uma fileira de capelas. A fachada oeste tem tres portais, uma
rosacea
e uma torre, no lado sul. O extremo leste, que e construido sobre uma cripta, e absidal, rodeado por um
deambulatorio
e um
abside
de nove capelas radiadas.
O
Abade Suger
(circa 1081-1151), amigo e confidente dos reis franceses
Luis VI
e
Luis VII
, decidiu por volta de 1137 reconstruir a grande Abadia de St Denis, anexada a uma abadia que era tambem uma residencia real. Suger comecou com a
fachada oeste
, reconstruindo a fachada
carolingia
original com sua unica porta. Ele projetou a fachada de St Denis para ser uma lembranca do
Arco de Constantino
romano com sua divisao em tres partes e tres largos portais para aliviar o problema de congestionamento. Ha uma rosacea sobre o portal oeste. Embora janelas circulares neste posicao fossem comuns em igrejas Romanicas da Italia, acredita-se que esta e a primeira rosacea nesta posicao na Franca, e esta caracteristica tornou-se dominante nas fachadas de estilo gotico no norte da Franca, a ser logo imitada pela
Catedral de Chartres
e muitas outras.
[
6
]
Apos a conclusao da fachada oeste em 1140, o Abade Suger passou a reconstrucao do extremo leste, deixando a nave carolingia em uso. Ele projetou um
coro
que seria inundado de luz. Para atingir seus objetivos, os pedreiros de Suger basearam-se em muitos novos recursos que evoluiram ou foram introduzidos da arquitetura romanica: o arco ogival, a
abobada em cruzaria
, o
deambulatorio
(que mantem inalterado ate os dias atuais) com capelas radiais, as colunas agrupadas suportando arestas saltando em diferentes direcoes e os
arcobotantes
que permitiram a insercao das grandes janelas do
clerestorio
.
Foi a primeira vez que esses recursos foram desenhados em conjunto.
Erwin Panofsky
argumentou que Suger inspirou-se para criar uma representacao fisica da
Jerusalem
Celeste, no entanto, na medida em que Suger tinha qualquer objetivo mais que o prazer estetico tem sido posto em duvida pelos historiadores de arte mais recentes baseados nos proprios escritos de Suger.
[
carece de fontes
]
A nova estrutura foi terminada e dedicada em 11 de junho de 1144, na presenca do rei.
[
7
]
Assim, a Abadia de St Denis se tornou o prototipo para futuras construcoes no dominio real do norte da Franca. A partir de 1231 a velha nave de St Denis foi reconstruida, introduzindo o novo estilo Gotico Irradiante, ganhando, em seus transeptos, duas
rosaceas
espectaculares.
[
8
]
Atraves da regra da
dinastia Angevina
, o estilo foi introduzido na Inglaterra e se espalhou por toda Franca, os
Paises Baixos
,
Alemanha
,
Espanha
, Portugal, norte da
Italia
e
Sicilia
.
[
9
]
[
10
]
Dentre outras caracteristicas importantes estavam as estatuas-colunas flanqueando os portais da fachada oeste (atualmente destruidas mas conhecidas pelos desenhos de
Bernard de Montfaucon
). Uma planta de cerca de 1700 feita por Felibien mostra uma grande capela mortuaria na forma de uma cupula
rotunda
com colunas, adjacente ao transepto norte da basilica e contendo a tumba de
Valois
.
[
11
]
A basilica conserva vitrais de varios periodos, incluindo excepcionais vitrais modernos, e um conjunto de doze
misericordias
.
A abadia e onde os reis da Franca e suas familias eram sepultados atraves dos seculos e e, portanto, muitas vezes referida como o "
cemiterio
real da Franca". Todos, exceto tres dos
monarcas da Franca
do
seculo X
ate 1789 tem seus restos mortais la. Alguns monarcas, como
Clovis I
(465-511), nao foram originalmente sepultados neste local. Os restos mortais de Clovis I foram exumados da espoliada
Abadia de St Genevieve
que ele mesmo fundou.
A abadia contem bons exemplos de tumulos. As efigies de muitos dos reis e rainhas estao em seus proprias tumulos, mas durante a
Revolucao Francesa
estes foram abertos por trabalhadores sob ordens de oficiais revolucionarios. Os corpos foram removidos e despejados em dois grandes fossos proximos e dissolvidos com
cal
. O arqueologista
Alexandre Lenoir
salvou muitos dos monumentos dos mesmos oficiais revolucionarios reivindicando-os como obras de arte para o
Musee National des Monuments Francais
.
Os corpos dos
decapitados
rei
Luis XVI
, sua esposa
Maria Antonieta
, e sua irma
Madame Elisabete
nao foram inicialmente sepultados em Saint-Denis, mas sim no
adro
de
Madeleine
, onde foram cobertos com cal virgem. O corpo do jovem
Luis XVII de Franca
, que faleceu de uma enfermidade, foi enterrado numa cova anonima num adro parisiense perto da
Torre do Templo
.
Napoleao Bonaparte
reabriu a igreja em 1806, mas permitiu que os restos mortais reais fossem deixado em suas valas comuns. Durante seu exilio em
Elba
, os
Bourbons restaurados
ordenaram uma busca pelos cadaveres de Luis XVI e Maria Antonieta. Os poucos restos encontrados, alguns ossos que presumivelmente eram do rei e um amontoado de materia cinzenta contendo uma cinta-liga, foram encontrados em 21 de janeiro de 1815, trazidos a Saint-Denis e sepultados na
cripta
. Em 1817, as valas comuns contendo todos os outros restos mortais foram abertas, mas foi impossivel distinguir qualquer um da colecao de ossos. Os restos foram entao depositados em um
ossario
na cripta da igreja, atras de duas placas de marmore com os nomes de centenas de membros das sucessivas dinastias francesas que foram enterrados na igreja devidamente registrados.
O rei
Luis XVIII
, apos sua morte em 1824, foi sepultado no centro da cripta, proximo aos tumulos de Luis XVI e Maria Antonieta. Os caixoes dos membros da familia real que morreram de 1815 a 1830 tambem foram colocados nos jazigos. Sob a direcao do arquiteto
Eugene Viollet-le-Duc
, famoso por seu trabalho na
Notre-Dame parisiense
os monumentos que foram levados ao Museu de Monumentos Franceses retornaram a igreja. O cadaver do
rei Luis VII
, que foi enterrado na Abadia em Saint-Pont e cujo tumulo nao foi tocada pelos revolucionarios, foi trazido a Saint-Denis e sepultado na cripta.
Em 2004, o coracao mumificado do Delfim, o garoto que teria sido
Luis XVII
, foi selado dentro da parede da cripta.
- Roberto II, o Piedoso
(996?1031) e
Constanca de Arles
(? - 1032) (tumulo presente na basilica antes da Revolucao Francesa)
- Eudo de Franca
(888-898) (tumulo destruido durante a Revolucao Francesa)
- Hugo Capeto
(987-996) (tumulo destruido durante a Revolucao Francesa)
- Henrique I
(1031-1060) (tumulo presente na basilica antes da Revolucao Francesa)
- Luis VI
(1108-1137) (tumulo presente na basilica antes da Revolucao Francesa)
- Luis VII
(1137-1180) (tumulo transferido em 1817) e
Constanca de Castela
(1141-1160) (tumulo presente na basilica antes da Revolucao Francesa)
- Filipe II Augusto
(1180-1223) (tumulo destruido durante a
Guerra dos Cem Anos
)
- Luis VIII, o Leao
(1223-1226) (tumulo destruido durante a
Guerra dos Cem Anos
)
- Luis IX
, conhecido como
Sao Luis
(1226-1270) (tumulo destruido durante a
Guerra dos Cem Anos
)
- Margarida da Provenca
(1221-1295), esposa de Luis IX (tumulo destruido durante a
Guerra dos Cem Anos
)
- Carlos I da Sicilia
, tambem conhecido como Carlos, Conde de Anjou (1226 - 1285), foi rei de Sicilia e Napoles, e irmao de Luis IX; uma
efigie
cobre o
sepulcro de seu coracao
- Filipe III, o Ousado
(1270 - 1285) (tumulo presente na basilica antes da Revolucao Francesa) e
Isabel de Aragao
(1243 ? 1271) (tumulo presente na basilica antes da Revolucao Francesa)
- Luis d'Alencon
- Filipe IV, o Belo
(1268 - 1314)
- Leao V da Armenia
(1342 - 1393)
Carlos Vlll (1470 - 1498) morte emorragia cerebral, causa: impacto de uma queda batendo a cabeca no chao
- Henrique IV
(1553 - 1610) (tumulo destruido durante a Revolucao Francesa)
- Luis XIII
(1601 ? 1643) (tumulo destruido durante a Revolucao Francesa)
- Luis XIV
(1638 ? 1715) (tumulo destruido durante a Revolucao Francesa)
- Luis XV
(1710 ? 1774) (tumulo destruido durante a Revolucao Francesa)
- Luis XVI
(1754 ? 1793) e
Maria Antonieta
(1755 ? 1793)
- Luis XVII
(1785 - 1795) (Apenas seu coracao. Seu corpo foi despejado em uma cova anonima)
- Luis XVIII
(1755 - 1824)
- Nicolau Henrique, duque de Orleans
(1607-1611), filho de Henrique IV
- Gastao, Duque d'Orleaes
(1608-1660), filho de Henrique IV
- Maria de Bourbon, Duquesa de Montpensier
(1605-1627), esposa de Gastao
- Margarida de Lorena
(1615-1672), duquesa de Orleans e segunda esposa de Gastao
- Ana Maria Luisa de Orleaes
(1627-1693),
la Grande Mademoiselle
- Margarida Luisa de Orleaes
(1645-1721), gra-duquesa da
Toscana
- Joao Gastao de Orleaes
, (1650-1652), duque de Valois,
- Maria Ana de Orleaes
, (1652-1656),
Mademoiselle de Chartres
- Henriqueta Maria de Franca
(1609-1669), rainha consorte de
Carlos I da Inglaterra
- Filipe I, Duque de Orleaes
, (1640-1701), irmao de Luis XIV,
- Maria Teresa da Espanha
(1638-1683), esposa de Luis XIV (tumulo destruido durante a Revolucao Francesa)
- Luis, Grande Delfim de Franca
(1661?1711),
le Grand Dauphin
(tumulo destruido durante a Revolucao Francesa)
- Maria Ana Vitoria da Baviera
delfina da Franca, esposa de Luis
- Ana Isabel de Franca
, (1662), filha de Luis XIV
- Maria Ana de Franca
(1664), filha de Luis XIV
- Maria Teresa de Franca
(1664), filha de Luis XIV
- Filipe Carlos de Franca
(1668-1671), duque de Anjou, filho de Luis XIV
- Luis Francisco de Franca
(1672), duque de Anjou, filho de Luis XIV
- Filipe II, Duque d'Orleaes
(1674-1723), duque de Orleaes e regente de Franca
- Luis, Duque da Borgonha
(1682-1712), duque da Borgonha
- Carlos de Bourbon
(1686?1714), duque de Berry
- Maria Luisa Isabel de Orleaes
(1693-1714), duquesa de Berry,
- Na (nao batizada) d'Alencon (1711)
- Carlos d'Alencon(1713), duque de Alencon
- Maria Luisa Isabel d'Alencon (1714)
- Maria Leszczy?ska
(1703-1768), esposa de Luis XV, (tumulo destruido durante a Revolucao Francesa)
- Luisa Isabel da Franca
(1727-1759), Duquesa de Parma
- Henriqueta Ana de Franca
(1727-1752), filha de Luis XV e gemea da anteriormente descrita,
- Maria Luisa de Franca
(1728-1733), filha de Luis XV
- Luis da Franca
(1729?1765), Delfim da Franca
- Filipe de Franca
(1730-1733), duque de Anjou
- Adelaide de Franca
(1732-1800), filha de Luis XV,
- Vitoria de Franca
(1733-1799), filha de Luis XV
- Sofia Filipina de Franca
(1734-1782), filha de Luis XV
- Luisa Maria de Franca
(1737-1787), filha de Luis XV
- Luis Jose de Franca
(1781-1789), delfim de Franca, primeiro filho de Luis XVI e Maria Antonieta
- Sofia Helena Beatriz de Franca
(1786-1787), segunda filha de Luis XVI e Maria Antonieta Os restos mortais dos monarcas antecessores foram retirados da
Abadia de St Genevieve
que foi destruida.
- Princesa Rosa de Papur Alcalai (1864-1964), embora fosse prima de
Julia Clary
, rainha consorte de Napoles, esposa de
Jose Bonaparte
, seu titulo nao era dinastico, e sim, proveniente de um feudo na Franca.
-
Vitral
-
Nave
-
Adro
-
Cetro e tunica
Referencias
- ↑
a
b
MONUM - Le Centre des monuments nationaux.
≪Basilique cathedrale de Saint-Denis≫
. MONUM - Le Centre des monuments nationaux
. Consultado em 22 de Novembro de 2015
- ↑
≪Cathedrale Basilique de Saint-Denis≫
. Diocese de Saint-Denis en France
. Consultado em 29 de Novembro de 2015
- ↑
Basilicas of France
.
- ↑
Banister Fletcher,
A History of Architecture on the Comparative Method
.
- ↑
Vita S. Eligius
, edited by Levison,
on-line at Medieval Sourcebook
- ↑
William Chester Jordan,
A Tale of Two Monasteries: Westminster and Saint-Denis in the thirteenth century
(Princeton: Princeton University Press, 2009) Chapters 2-7.
- ↑
H. Honour and J. Fleming,
The Visual Arts: A History
. Upper Saddle River, NJ: Pearson Prentice Hall, 2005.
ISBN 0-13-193507-0
- ↑
Wim Swaan,
The Gothic Cathedral
- ↑
"L'art Gothique", section: "L'architecture Gothique en Angleterre" by Ute Engel: L'Angleterre fut l'une des premieres regions a adopter, dans la deuxieme moitie du XIIeme siecle, la nouvelle architecture gothique nee en France. Les relations historiques entre les deux pays jouerent un role preponderant: en 1154, Henri II (1154?1189), de la dynastie Francaise des Plantagenet, acceda au throne d'Angleterre." (
England was one of the first regions to adopt, during the first half of the 12th century, the new gothic architecture born in France. Historic relationships between the two countries played a determining role: in 1154, Henry II (1154?1189), of the French Plantagenet dynasty, assended to the throne of England
).
- ↑
John Harvey,
The Gothic World
- ↑
Images of Medieval Art and Architecture - Felibien
accessed March 29, 2009
- ↑
≪Plan des sepultures de la Basilique Saint-Denis≫
(PDF)
. Basilique de Saint-Denis
. Consultado em 30 de Junho de 2015
- Saint-Denis Cathedral, Alain Erlande-Brandenburg, Editions Ouest-France, Rennes