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Assassinato de Sidonio Pais

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Assassinato de Sidonio Pais
Assassinato de Sidonio Pais
Bilhete-Postal de 1919, retratando o assassinato do Presidente Sidonio Pais na Estacao do Rossio
Local Estacao do Rossio
Coordenadas 38° 42′ 51,7″ N, 9° 08′ 28″ O
Data 14 de dezembro de 1918
23h30min ( UTC+0 )
Tipo de ataque Assassinato
Alvo(s) Sidonio Pais (falecido no mesmo dia dos ferimentos)
Arma(s) Pistola F.N. Browning
Mortes 5 (Sidonio Pais e 4 civis)
Responsavel(is) Jose Julio da Costa (falecido no Hospital Miguel Bombarda , a 16 de marco de 1946)


O 4º Presidente da Republica Portuguesa , Sidonio Pais , foi baleado mortalmente na Estacao do Rossio , em Lisboa, Portugal, a 14 de Dezembro de 1918. O acto foi realizado pelo activista politico de esquerda Jose Julio da Costa . [ 1 ]

Antecedentes [ editar | editar codigo-fonte ]

Em Abril de 1918 as forcas do Corpo Expedicionario Portugues sao chacinadas na Batalha de La Lys , sem que o Governo portugues consiga os necessarios reforcos nem a manutencao de um regular aprovisionamento das tropas. A situacao atingiu um extremo tal que, apos o armisticio que marcou o final da guerra, o Estado portugues nao foi capaz de trazer de imediato as suas forcas de volta ao pais. A contestacao social aumentou ao ponto de se viver uma permanente situacao de sublevacao. Esta situacao foi o fim do estado de graca : sucederam-se as greves, as contestacoes e os movimentos conspiratorios. A partir do Verao de 1918 as tentativas de por fim ao regime sidonista vao escalando em gravidade e violencia, o que levou o Presidente a decretar o estado de sitio a 13 de Outubro daquele ano. Com aquele acto, e a dureza da repressao sobre os opositores, conseguiu recuperar momentaneamente o controlo da situacao politica, mas o seu regime estava claramente ferido de morte. Entra-se entao numa espiral de violencia que nao poupa o proprio presidente: a 5 de Dezembro de 1918, durante a cerimonia da condecoracao dos sobreviventes do NRP Augusto de Castilho , sofreu um primeiro atentado, do qual conseguiu escapar ileso.

Assassinato [ editar | editar codigo-fonte ]

O Presidente Sidonio Pais dirigia-se a Estacao Ferroviaria do Rossio depois de jantar no restaurante Silva, situado no Chiado . O Presidente, acompanhado do irmao e do filho, ia apanhar o comboio para o Porto para conferenciar com a Direccao das Forcas Armadas do Norte. Quando ele entrou na estacao por volta das 23h do dia 14 de dezembro de 1918, foi recebido pela Guarda Republicana que protegeria o presidente. Depois da tentativa fracassada de assassinato do presidente em 6 de dezembro, a seguranca foi reforcada maior do que nunca, mas isso nao arruinou o clima, pois uma banda tocou uma musica popular quando o presidente entrou na estacao.

O que o Presidente nao sabia era que Jose Julio da Costa o esperava, tendo consigo uma pistola que o assassino tinha escondido na sua Capa Alentejana. Quando o Presidente passou ao lado do assassino no primeiro andar da estacao do Rossio, o assassino penetrou no duplo cordao policial que envolvia o Presidente e disparou dois tiros com a pistola escondida sob o seu manto alentejano.

O primeiro tiro atingiu Sidonio no braco direito e a bala ficou alojada no seu braco, mas o segundo tiro atingiu o presidente no estomago, causando um ferimento fatal. O presidente caiu imediatamente no chao e o panico comecou. Durante a confusao, quatro transeuntes inocentes foram fatalmente feridos pelos guardas e o assassino que nao tentou escapar foi preso apos ser brutalmente espancado pela multidao.

O presidente ainda estava vivo neste momento e foi levado as pressas para o Hospital de Sao Jose , mas acabou por morreu dos seus ferimentos as 23h45min na Sala do Banco das Urgencias do Hospital. [ 2 ]

O reporter Reinaldo Ferreira , descreveu as supostas ultimas palavras de Sidonio Pais:

Morro bem! Salvem a Patria!

Consequencias [ editar | editar codigo-fonte ]

Sidonio Pais, Presidente da Republica, em camara ardente na Sala Luis XV, no Palacio de Belem a 17 de Dezembro de 1918
Tumulo de Sidonio Pais, no Panteao Nacional .

O assassinato de Sidonio Pais foi um momento traumatico para a Primeira Republica, marcando o seu destino: a partir dai qualquer simulacro de estabilidade desapareceu, instalando-se uma crise permanente que apenas terminou quase oito anos depois com a Revolucao Nacional de 28 de Maio de 1926 que pos termo ao regime.

Os funerais de Sidonio Pais foram momentosos, reunindo muitas dezenas de milhares de pessoas, num percurso longo e tumultuoso, interrompido por multiplos e violentos incidentes. Com este fim, digno de um verdadeiro Presidente Rei , Sidonio Pais entrou no imaginario portugues, em particular dos sectores catolicos mais conservadores, como um misto de salvador e de martir, mantendo-se durante decadas como uma figura fraturante no sistema politico.

A imagem de martir levou ao surgimento de um culto popular, semelhante ao que existe em torno da figura de Sousa Martins , que fez de Sidonio Pais um santo , com honras de promessas e ex-votos , que ainda hoje se mantem, sendo comum a deposicao de flores e outros elementos votivos junto ao seu tumulo.

Referencias

  1. Max Altan (14 de dezembro de 2021). Opera Mundi , ed. ≪Hoje na Historia: 1918 - Ditador portugues Sidonio Pais e assassinado em Lisboa≫ . Consultado em 17 de fevereiro de 2024  
  2. Jose, Hospital de Sao (14 de dezembro de 1918), Portugues: Registo de entrada de Sidonio Pais, no Hospital de Sao Jose , consultado em 21 de abril de 2022  

Ligacoes externas [ editar | editar codigo-fonte ]