Antonio Luis de Sousa Telo de Meneses
, mais conhecido como
Antonio de Sousa
(
6 de abril
de
1644
?
25 de dezembro
de
1721
), quarto
conde do Prado
em vida do pai, 2.º
Marques das Minas
, foi um militar superior portugues.
Desde 2015, o seu nome esta consagrado na toponimia de Lisboa atraves da Rua D. Antonio Luis de Sousa, situada junto a Cascalheira, na freguesia de
Campolide
.
[
1
]
Segundo o livro ≪
Nobreza de Portugal
≫, iniciou-se no exercito aos 13 anos, sob as ordens do pai, na campanha de defesa de Elvas em
1658
e
1659
, na
guerra da Restauracao
. Acompanhou-o ao Minho, assistiu a varias acoes. Em
1661
foi despachado
capitao
das guardas do exercito, comandado por seu pai, e em
1663
e
mestre-de-campo
de um
terco
de
Infantaria
. Nesta qualidade fez parte das forcas com que o pai tanto se distinguiu na fronteira do
Minho
. Entrou na tomada do forte de Gayao (
Goian
), e continuando a servir na provincia, estava nomeado em
26 de novembro
de
1665
general de batalha
. Em 1665, entrou na expugnacao da vila da Guardia. Em
1666
atuou brilhantemente junto a Valenca, derrotando os espanhois.
Firmada a paz, ficou
governando as armas
de
Entre Douro e Minho
em
1669
, enquanto o pai foi como
embaixador
a Roma.
Em
1671
, segundo comenta o livro "
Monstruosidades do tempo e da fortuna
", enfrentou o
marques de Fontes
, no
jogo da pela
. "
Estranharam os chapeus, porque os desconheceu a cabeca, e para que se se visse quais eram as cabecas, andaram as punhaladas sobre se trocarem os chapeus. Ambos ficaram feridos, confirmando em seu proprio sangue a fidalguia como se fora derramada em os campos de Africa; feneceu a batalha com Sua Alteza os mandar prender a ambos em suas proprias casas
".
Em
1674
sucedeu no titulo a seu pai.
A
6 de dezembro
do mesmo ano foi promovido a
mestre-de-campo general
mas no entretanto foi nomeado presidente do
Conselho Ultramarino
.
De
1684
a
1687
foi promovido a governador e capitao-general do Brasil, onde se distinguiu notavelmente, apesar de graves contrariedades.
≪Alcancou no curto prazo serenar as inquietacoes nascidas no tempo dos governadores antecedentes, e tornou-se diversas vezes notavel pelos servicos. Teve necessidade de recorrer a meios violentos para coibir os impetuosos arrebatamentos do governador de
Pernambuco
,
Joao da Cunha Sotomaior
. Depois, na terrivel epidemia tropical, a bicha que grassou na no e Pernambuco≫ (talvez um surto de febre amarela?), ≪pela primeira vez descrita por um medico, o Dr.
Joao Ferreira da Rosa
, mostrou dedicacao, pagando do seu bolso remedio e e hospitalizacoes. Outro caso grave sucedeu em 1684 - a revolta do
Maranhao
, provocada pela proibicao do trafico de escravos, liderada por
Manuel Beckman
e
Manuel Serrao de Castro
, que depuseram as autoridades e proclamaram a autonomia regional. Nessa altura, o tenente-general
Gomes Freire de Andrade
foi enviado do
Reino de Portugal
uma expedicao que sufocou a insurreicao, enforcando os lideres - para muitos autores, trata-se da primeira manifestacao nativista.
Regressando a Portugal em
1687
, sucedeu ao
Duque de Cadaval
no cargo de presidente da
junta do Tabaco
(
1698
-
1704
). Desde
9 de julho
de
1688
estava nomeado conselheiro de Guerra.
Quando despoletou a
Guerra de Sucessao da Espanha
, em
1701
, foi encarregado da
praca de Sao Juliao da Barra
e, depois do tratado de
16 de maio
de
1703
, partiu para a
Beira
, dispondo coisas do exercito. Juntou-se ao
Principe de Tilly
que entrara pelo
Alentejo
, tomou
Portalegre
; mas o
Marques de Villadanas
tomou o
Algarve
e
Castelo de Vide
. Desastroso o inicio das hostilidades para Portugal.
Havia grande talento no marques das Minas, mas estava quase sem recursos e viveres. O
Duque de Berwick
falava nele com enorme consideracao, mas o
Barao de Fagel
e
lord Galloway
eram os generais que tudo decidiam no exercito. Debalde quis o Marques entrar em Espanha.
Quando em 1701 se ajustou entre Portugal, a Franca e a Espanha o tratado de alianca para reconhecimento de
Filipe V
e garantia do testamento de Carlos II, e se tratou de guarnecer a capital e de por em defesa a margem do Tejo, foi encarregado do governo da praca de Sao Juliao da Barra, com o mando de todos os fortes desde
Paco de Arcos
ate
Cascais
; tendo, porem, depois D.
Pedro II de Portugal
ajustado com os
Paises Baixos
o Imperio e a
Inglaterra
, o
tratado de 16 de maio de 1703
em que Portugal se coligava com esses estados contra Filipe V, e tratando-se de adotar as prevencoes para a guerra em que nos iamos empenhar para defender o
Arquiduque Carlos
, foi enviado para a provincia da Beira, a fim de dispor as coisas pertencentes ao exercito que devia entrar em campanha.
Em
24 de junho
de 1703 foi nomeado governador das Armas da Beira, conselheiro de Estado em abril de
1704
.
≪Em
12 de junho
de 1704, governando a Beira, atacou e destrocou o inimigo comandado por D.
Francisco Ronqullo
, junto a
Monsanto
, ferindo-se em combate. Em
1705
, recuperou
Salvaterra do Extremo
e incendiou
Zarza
. Passou no mesmo ano a tomar o governo das Armas do Alentejo.≫
Diz a
Nobreza de Portugal
, tomo II, pag. 744: ≪(…) intentou apoderar-se de
Badajoz
, o que nao conseguiu por esta praca ter sido eficazmente socorrida pelos espanhois. A
7 de marco
de
1706
, fez nova investida, queimando a vila de
Brocas
e junto desta tiveram as suas tropas um choque com as que o Duque de Berwick comandava, do qual resultou a derrota das forcas deste ultimo, colhendo o nosso general 80 prisioneiros e 240 cavalos. A
9 de abril
do mesmo ano sitiou
Alcantara
, governada pelo general-de-batalha D.
Miguel Gasco
, conseguindo toma-la e aprisionar juntamente com o dito governador toda a sua guarnicao e 47 pecas de artilharia. Prosseguiu o Marques das Minas vitoriosamente a campanha, tomando consecutivamente
Ciudad Rodrigo
,
Salamanca
,
Coria
e
Plasencia
, e em
25 de junho
fez a sua vitoriosa entrada em
Madrid
, onde esteve instalado como senhor durante 40 dias, no Paco Real, recebendo a sujeicao dos poderes constituidos e tribunas, nao so da mesma cidade como de
Segovia
e
Toledo
, e fazendo ali proclamar Rei o referido Arquiduque D. Carlos, por cuja pretensao os aliados combatiam.≫
Diz outro autor: ≪Em lugar de desenvolverem uma atividade que poderia ter dado golpe decisivo na soberania de Filipe V, o governo de D. Pedro II e os arquiduques mostraram-se pouco energicos e decididos, e por, isso o duque de Berwick, abrindo a campanha, tomou Salvaterra e
Segura
que capitularam. Seguindo pela Beira, assenhoreou-se de grande numero de povoacoes, que nao resistiram por estarem desguarnecidas a excecao de Monsanto e de
Idanha-a-Nova
, onde os camponios portugueses fizeram uma bela defesa, e batendo o barao de Fagel nos desfiladeiros da
Serra da Estrela
prosseguiu ate
Vila Velha
, atravessou o Tejo, fez a sua juncao com o principe de Tilly, que entrara pelo Alentejo, e tomou Portalegre, ao passo que o
Marques de Villadanas
assolava o Algarve e tomava Castelo de Vide. Nao se podia imaginar mais desastroso comeco de hostilidades, mas tres coisas salvaram Portugal nessas apertadas e criticas circunstancias: as intrigas da corte de Madrid que estorvavam os designios de Berwick, a inabilidade do Principe de Tilly, e o talento do Marques das Minas que, entregue aos seus proprios recursos, quase sem viveres nem equipamentos para as tropas, porque os depositos estavam em
Castelo Branco
e para o lado do Alentejo, saiu de
Almeida
a
2 de junho
com uma pequena divisao e restabeleceu os negocios militares.
Joao de Sousa
, filho e herdeiro de D. Antonio de Sousa, acompanhou o pai na
Guerra da Sucessao Espanhola
como seu ajudante.
≪Sua intencao era cortar da linha de operacoes ao exercito de Berwick, mas este general, vendo que nao recebia reforcos de Madrid que o habilitassem a prosseguir na sua marcha vitoriosa, retirara para a fronteira, o que nao impediu um dos seus generais de ser rudemente batido pelas tropas do marques das Minas, que tinham sido reforcadas pelas do
Conde da Atalaia
e do
conde de Alvor
com os contingentes do Minho e de Tras-os-Montes. O Marques estreara-se tomando
Fuente Guinaldo
, e reconquistara depois finalmente as povoacoes portuguesas ocupadas pelas tropas de Berwick.
≪Tantos servicos prestados pelo Marques das Minas confessados pelos proprios inimigos, pois que o Duque de Berwick sempre falava dele com muita consideracao ao passo que votava um profundo desprezo aos outros generais que tinha na sua frente, tantos servicos pois pareciam que o indigitavam para o comando em chefe do exercito aliado, mas o holandes B de Fagel, quando D. Pedro II entrou em campanha, foi o verdadeiro general como se el-rei o quisesse recompensar pela derrota que sofrera, e que estivera quase abrindo ao inimigo as portas de Lisboa. Fagel e lorde Galloway eram os dois generais que tudo decidiam no exercito, e debalde quis o Marques das Minas entrar em Espanha impelindo adiante de si o general frances, que de bem poucas forcas dispunha. Prevaleceram as opinioes de Galloway e Fagel, e a pretexto de estar proximo o Inverno, os soberanos recolheram-se a Lisboa sem terem vingado o insulto das armas franco-espanholas, nem terem aproveitado os brilhantes sucessos do Marques das Minas.
A este respeito dizem Paquis e Dochez na sua ≪
Historia de Hespanha
≫: ≪Minas continuava a ser empreendedor, mas todos os seus planos eram paralisados pela inepcia de lorde Galloway≫.
No ano seguinte, o Marques das Minas continuou a ser posto de parte dando-se-lhe apenas o comando do exercito da Beira, ao passo que o
Conde das Galveias
, general distintissimo mas muito idoso, recebia o comando do exercito de Alentejo a que se tinham juntado as tropas estrangeiras, e que era destinado para as operacoes militares. A frente de um pequeno corpo de tropas viu-se o Marques obrigado a emprega-lo em acoes de pouca importancia, e limitou-se a reconquistar a praca de Salvaterra e a ocupar a povoacao de Sarca, mas por fim, apesar da ma vontade que pareciam ter na corte ao Marques das Minas, nao houve remedio senao confiar-lhe o comando principal do exercito de operacoes.
Tratou logo o general de fazer uma campanha de Outono, a fim de favorecer com uma diversao poderosa as operacoes realizadas na
Catalunha
pelo
conde de Peterborough
. Sem se demorar com o ataque e tomada de pequenas pracas, determinou imediatamente por cerco a Badajoz, que lhe devia servir de base de operacoes.
Nos principios de Outubro entrou em campanha, tracou em redor de Badajoz a linha de circunvalacao, o com tanta energia bateu a praca, que estava ja a brecha a ponto de ser praticavel quando o marechal
de Pesse
conseguiu passar o
rio Xevora
, por descuido ou por maldade de Galloway, e formar-se em batalha debaixo dos muros de Badajoz cobrindo-a dessa forma e tornando-a inexpugnavel. Ficaram desse modo inuteis todas as precaucoes que Minas tomara para que a praca nao fosse socorrida. Nao faltou quem atribuisse a inveja e a ma vontade dos generais estrangeiros a singularidade de passar um exercito inteiro quase a vista do nosso sem ser sentido, mas o Marques das Minas, tendo perdido ocasiao de dar golpe no poder do Rei de Espanha, tratou de levantar o cerco sem deixar nem uma peca nas maos do inimigo, levando ate dos arredores da praca tudo quanto entendeu que era util ao exercito. Dai a pouco Filipe V, obrigado pela noticia que lhe chegara da rendicao de
Barcelona
, chamou da fronteira portuguesa o marechal de Pesse com grande parte das forcas que ai militavam, e o Marques das Minas, ficando por isso com um pequeno exercito na sua frente, abriu a campanha de 1706 resolvido a marchar sobre Madrid.
≪Concentrando num so corpo todas as suas tropas, dirigiu se rapidamente para o Norte deixando Badajoz a sua direita, ocupou de surpresa os lugares de S. Vicente e de
Membrio
, e travou renhido combate com o inimigo em Brozas. Alcancando vitoria deixou o adversario retirar para
Caceres
, prosseguiu para Alcantara, que no fim de cinco dias de resistencia teve de se render, enviando o marques para Portugal em resultado dessa capitulacao 4.200 prisioneiros, entre os quais se contavam 6 generais e 128 oficiais, e assenhoreando-se por essa ocasiao de 47 pecas de artilharia, 2.961 espingardas fora as desarmadas, 3.900 arrobas de polvora, 1.800 balas de artilharia, 360 caixas de balas de chumbo, 6 morteiros, 400 moios de farinha, 100 de cevada, 200 toneis de vinho, 1.100 fardamentos novos, 105 cavalos, etc. ≫
≪Sem se demorar em Alcantara mais do que o tempo necessario para reunir abastecimentos e municoes, Minas seguiu em direcao a Madrid pela estrada de
Placencia
. Preparava-se Berwick para passar o Tejo, a fim de socorrer Alcantara, quando teve noticia de que a praca se rendera. Retirando entao para Placencia com o intento de cobrir a capital do reino sem se aventurar a uma batalha, comecou entre os dois habeis generais, que se achavam frente a frente, uma serie de marchas e contramarchas estrategicas em que Berwick e Minas se mostraram igualmente dignos. 0 Marques nao querendo empreender uma marcha tao audaciosa sem ter bem segura a comunicacao com Portugal, e sem sujeitar ao mesmo tempo ao poder de Carlos III uma larga extensao de territorio, enquanto marchava sabre Placencia, ocupando no caminho
Coria
e
Galisteo
, mandou destacamentos do seu exercito para ocuparem na sua direita Caceres e
Truxillo
. No dia 28 apareceu diante de Placencia onde, depois do Duque retirar para a margem esquerda do rio entrou logo fazendo ai aclamar Carlos III. Desse ponto continuou o exercito portugues rumo a Madrid pela estrada que, sendo cortada pelo Tretor atravessa
Naval-Moral
,
Talavera de Ia Reyna
e Toledo e pela qual se retirava Berwick fazendo um simulacro de resistencia, na ideia de atrair o Marques das Minas as estereis planicies da
Castela Nova
. Chegando a
Almaraz
o nosso general, compreendendo o fim do adversario, deixou de o perseguir, retirou subitamente para
Coria
e fazendo um grande rodeio, seguiu para o Norte a estrada de
Ciudad Rodrigo
e de
Salamanca
, colhendo assim a vantagem de marchar ao longo da fronteira da nossa provincia da Beira e de ser reforcado por tropas frescas, ao passo que o Duque de Berwick se pretendesse ir-lhe no alcance se via obrigado a enfraquecer ainda o seu pequeno exercito.≫
A
22 de maio
de 1706, quando o Duque de Berwick mal podia suspeitar as intencoes do Marques das Minas, dirigia-se o nosso exercito a marchas forcadas para Ciudad Rodrigo, e abdicando as condicoes da capitulacao para nao demorar a marcha, tomou posse dessa praca e encaminhou-se para Salamanca, onde ditou a lei prosseguindo logo depois para Madrid sem encontrar resistencia porque o duque ou nao teve forcas ou nao teve tempo para lhe disputar a passagem dos desfiladeiros do
Guadarrama
. A 24 de junho chegou perto de Madrid, ao sitio de
Nossa Senhora do Retamal
, e esperando ai noticias da capital para saber a atitude que ela tomaria contra o exercito vencedor, nao tardou a receber informacoes seguras.
≪A orgulhosa cidade mandava humildemente os seus deputados ao general portugues para pedir que nomeasse o
corregedor
que devia governar a cidade, e muitas cidades das provincias proximas tais como
Segovia
,
Toledo
,
Talavera de la Reina
,
Avila
e outras, enviaram tambem os seus emissarios implorarem a protecao do nosso general. No dia 28 finalmente fez o exercito entrada triunfal em Madrid e ao cabo de 126 anos o Marques das Minas vingava a afronta que Portugal sofrera com a entrada do
Duque de Alba
em Lisboa.
≪Entradas em Madrid as forcas do comando do Marques das Minas, este ordenou que se efetuasse com solenidade a aclamacao de
Carlos III
a 2 de julho, e ao mesmo tempo enviou recados sobre recados ao arquiduque, para que apressasse a sua vinda para a capital, mas esse principe fez muito devagar a viagem de
Barcelona
a Madrid, demorou-se em
Saragoca
, e paralisou todos os movimentos do marques com os avisos que lhe mandava de que nao tardaria a unir-se-lhe. Com todas essas delongas a juncao so veio a efetuar-se quando ja toda a Espanha estava em fogo, quando Berwick cortava as comunicacoes do exercito com o
Aragao
, como ja estavam cortadas com Portugal, e em ocasiao por fim em que o Marques das Minas, para nao ser envolvido pelas tropas regulares e pelos insurgentes, se viu obrigado a retirar para a fronteira do reino de
Valencia
, onde entrou intacto mantendo sempre a distancia o inimigo que lhe era superior em numero. Refazendo entao como pode o seu exercito, tomou a ofensiva, expugnou o castelo de
Vilena
, e procurou atacar o inimigo em Montalegre e em
Esla
, ate que os dois exercitos opostos se encontraram nos campos de Almanza a
25 de abril
de
1707
, onde as tropas portuguesas sofreram um terrivel reves.≫
Batalha de Almanza de 25 de abril de 1707.
Diz a ≪
Nobreza de Portugal
≫, tomo II, pag 744, apos entrada em Madrid: ≪Durou pouco este notavel triunfo das armas portuguesas, porque a extraordinaria lentidao do pretendente a ir a Madrid fazer-se aclamar, em pessoa, deu tempo a que a habil politica dos partidarios do Duque de Anjou, Filipe V, ganhasse numerosas adesoes para este Principe, fazendo ver aos Espanhois a sua causa como causa nacional. Apos vicissitudes diversas da guerra, feriu-se a 25 de abril de 1707 a
batalha de Almanza
, na qual a causa do Arquiduque se perdeu, tendo os franco-espanhois comandados por
Berwick
infligido severa derrota ao exercito aliado, que ali perdeu elevadissimo numero de mortos, feridos e prisioneiros. No meio deste desastre houve-se o Marques das Minas, cujas forcas estavam incorporadas no exercito vencido, nao so com a maior bravura, mas tambem com grande pericia estrategica, conseguindo retirar para Barcelona com o que restava de suas forcas e dali embarca-las para Lisboa, sob a protecao da esquadra anglo-holandesa.
≪A derrota em nada macula a reputacao militar do Marques das Minas, porque a previu e recuou, e se se aventurou a dar a batalha, foi obrigado pelo voto contrario de Galloway, que tinha grande peso como representante da nacao que entre os aliados tinha mais importancia, mas como sempre sucede Minas, que tao vistoriado fora quando entrara triunfalmente em Madrid, viu agora todo o seu prestigio perdido.
≪Recolhendo a Lisboa e pretendendo voltar ao governo das armas da provincia do Alentejo, nem isso lhe concederam. Quis demitir-se de todos os cargos e honras, mas a pedido do rei desistiu desse intento, e passou o resto da vida exercendo o lugar de
estribeiro-mor
da rainha.≫
Filho primogenito do segundo casamento de seu pai, Dom
Francisco de Sousa
, 1º Marques de Minas. Senhor das vilas de Beringel e Prado, com todas as jurisdicoes, incluindo o privilegio de nao serem entradas por corregedores das justicas reais, e padroados, e das vilas de Guvari e de Nossa Senhora da Escada, no Brasil. Mestre-de-campo general, estribeiro-mor, Governador e capitao general do Brasil. Foi ainda alcaide-mor de Beja, senhor de cinco comendas na
Ordem de Cristo
e de duas da ordem de Sant'Iago.
Casou em
1664
com sua prima D. Maria Madalena de Noronha (morta em
1707
), filha de D.
Alvaro Manoel
, 6º senhor da Atalaia, e D. Ines de Lima e Tavora, filha de D.
Alvaro Pires de Tavora
.
De Teresa Colen, senhora irlandesa, teve um filho:
- 6 - D. Luis Antonio de Sousa, (
1671
-
1749
), casado com Barbara Mascarenhas de Queiroz, senhora de Moroleiro. Provem deste bastardo o Sousa usado pelos morgados de Mateus, depois
Condes de Vila Real
.
Referencias
- Minas (D. Antonio Luis de Sousa, 4.º conde do Prado e 2.º marques das), Portugal - Dicionario Historico, Corografico, Heraldico, Biografico, Bibliografico, Numismatico e Artistico, Volume IV, pags. 1113-1115, Edicao em papel de Joao Romano Torres - Editor, 1904-1915, Edicao electronica de Manuel Amaral, 2000-2010
- Antonio Luis de Sousa, 2.º Marques das Minas, por Joao Luis Rodrigues Leal, Academia Militar, 1 de Setembro de 2014