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Ana Augusta de Castilho

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Ana Augusta de Castilho
Ana Augusta de Castilho
Ana Augusta de Castilho (c.1900)
Nascimento 16 de marco de 1860
Angra do Heroismo , Reino de Portugal
Morte 1 de dezembro de 1916  (56 anos)
Sao Jorge de Arroios , Lisboa , Portugal
Nacionalidade Portuguesa
Cidadania Portuguesa
Conjuge Joao Maria de Castilho
Ocupacao professora , escritora , propagandista , macom , militante republicana , activista feminista e defensora do Pensamento livre

Ana Augusta de Castilho ( Se , Angra do Heroismo , Ilha Terceira , Acores , 16 de marco de 1860 ? Sao Jorge de Arroios , Lisboa , 1 de dezembro de 1916 ), foi uma professora , escritora , propagandista , macom , militante republicana , activista feminista e defensora do Pensamento Livre . [ 1 ]

Foi pioneira na reivindicacao dos direitos das mulheres , sendo referida em alguns periodicos como " uma das mais prestigiadas defensoras dos direitos das mulheres ", tendo integrado varios movimentos e associacoes feministas, como a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas , o Grupo das Treze, a Associacao de Propaganda Feminista ou ainda a Cruzada das Mulheres Portuguesas , entre outras. Foi tambem uma das fundadoras da Comissao Feminina "Pela Patria" , criada com o objectivo de recolher donativos e materias-primas para enviar aos soldados portugueses mobilizados durante a Primeira Grande Guerra .

Biografia [ editar | editar codigo-fonte ]

Nascimento e Familia [ editar | editar codigo-fonte ]

Natural de Angra do Heroismo , sobre a infancia e juventude de Ana Augusta de Castilho pouco e conhecido, sendo inicialmente documentado que havia nascido em 1866 , tinha uma irma, de nome Maria Augusta Castilho Dias, e que muito cedo havia enviuvado de Joao Maria de Castilho, professor de musica, tambem natural dos Acores . [1]

Pesquisas recentes revelaram que residiu na Rua de Costa Cabral , do Porto , onde se casou na Igreja de Paranhos com o dito professor viuvo, que contava a data 61 anos, em 29 de maio de 1902 , sendo Ana Augusta, portanto, filha de Augusto Maria de Castilho, natural de Lisboa , e de Maria Clementina Pereira, natural de Braga , que partilhava do marido, como consta do assento de matrimonio, segundo grau de consanguinidade, sendo Joao Maria de Castilho para alem de seu marido tambem seu tio, irmao de seu pai. Foi tambem apurada a sua verdadeira data de nascimento, 16 de marco de 1860 , tendo sido baptizada a 8 de abril , na Se de Angra do Heroismo , tendo como padrinhos Tomas Jose da Silva Junior e Ana da Silva e Carvalho. Eram seus avos paternos Jose Maria de Castilho e Maria do Carmo e avos maternos Jose Antonio Pereira Valente e Maria Tomasia.

Activismo Republicano e Feminismo [ editar | editar codigo-fonte ]

Emblema da Comissao Feminina "Pela Patria" (1914)

Apos a Implantacao da Republica em 1910 , mudou-se para Lisboa , residindo na Calcada do Poco dos Mouros , na freguesia de Penha de Franca , onde comecou a exercer como professora e integrou o Grupo das Treze , [ 2 ] um grupo criado com a finalidade de combater a ignorancia e o dogmatismo religioso que afectavam a mulher portuguesa e a impediam de obter a emancipacao . Este facto viria a proporcionar-lhe a oportunidade para relacionar-se com algumas das mais importantes figuras do activismo republicano e feminista da sociedade portuguesa de entao. [ 3 ] Entre essas personalidades destacavam-se as militantes sufragistas Adelaide Cabete , Carolina Beatriz Angelo , Ana de Castro Osorio e Maria Veleda , que a enveredaram na Liga Republicana das Mulheres Portuguesas (LRMP) e na luta pelo direito ao voto feminino . [ 4 ]

Dentro das varias iniciativas da LRMP, Ana Augusta de Castilho participou activamente em campanhas de propaganda , presidiu a reunioes, angariou donativos e novos membros, integrou a equipa de enfermeiras organizada pela liga feminina, colaborou no periodico " A Madrugada " com artigos de intervencao politica, foi oradora e representante da agremiacao em eventos publicos (sendo notorio o discurso que proferiu no comicio de Chaves , aquando da comemoracao da vitoria sobre as tropas monarquicas de Paiva Couceiro em 1912, e a sua intervencao no Congresso Internacional do Livre Pensamento de 1913), desempenhou cargos directivos como os de Vice-Presidente da Direccao em 1912 e o de Tesoureira de 1913 a 1914, e ainda colaborou na Obra Maternal, a instituicao destinada a proteccao das criancas abandonadas, orfas, pedintes, ou em risco de cairem no mundo do crime e da prostituicao, sendo sua presidente em 1914 e 1915. [ 5 ]

Elementos da Cruzada das Mulheres Portuguesas (1916)

Apesar da demissao da sua colega militante Ana de Castro Osorio , do cargo de presidente da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, em 1911, devido a divergencias dentro da associacao, as duas permaneceram amigas e colaboraram em outros projectos e movimentos, tais como a Associacao de Propaganda Feminista , onde foi eleita 2ª Secretaria da Assembleia Geral, Tesoureira da Empresa de Propaganda Feminista e Defesa dos Direitos da Mulher, e se tornou responsavel pela edicao do jornal " A Semeadora ". [ 6 ]

Em 1914 , com a chegada de noticias de uma guerra prestes a despoletar na Europa , juntamente com Ana de Castro Osorio , Antonia Bermudes e Maria Benedita Mouzinho de Albuquerque Pinho , tornou-se numa das fundadoras da Comissao Feminina "Pela Patria" , [ 7 ] uma associacao e movimento de beneficencia exclusivamente feminino com o objectivo de mobilizar as mulheres para o esforco de guerra , atraves das suas iniciativas que prestavam assistencia aos soldados mobilizados para a frente de combate, durante a Primeira Guerra Mundial . [ 8 ] Dois anos mais tarde, em resultado da participacao oficial de Portugal na guerra, tomando partido pelos Aliados , e a assimilacao da comissao na Cruzada das Mulheres Portuguesas , criada pela entao Primeira Dama Elzira Dantas Machado , Ana Augusta de Castilho continuou o seu trabalho, integrando e apoiando totalmente o novo movimento e ainda publicou, na Casa Editora Para as Criancas, o livro " A Mulatinha ". [ 9 ]

Maconaria [ editar | editar codigo-fonte ]

Em 1916 , foi iniciada na Maconaria , na Loja Carolina Angelo do Grande Oriente Lusitano Unido , com o nome simbolico da padeira de Aljubarrota , Brites de Almeida . [ 10 ]

Falecimento [ editar | editar codigo-fonte ]

Ana Augusta de Castilho faleceu com 56 anos, as 23 horas do dia 1 de dezembro de 1916, vitima de congestao pulmonar , em sua casa, na Calcada do Poco dos Mouros, letras J.C., 1º andar direito, pertencente ao tempo da freguesia de Sao Jorge de Arroios , Lisboa, nao deixando filhos. A sua morte foi noticiada em varios periodicos da epoca, como " A Capital " e " Diario de Noticias ", de Lisboa, " A Folha ", de Ponta Delgada , onde Alice Moderno era directora e Maria Evelina de Sousa secretaria, ambas grandes amigas de Ana Augusta, ou ate mesmo a revista espanhola " Redencion ", de Valencia , onde Ana Carbia Bernal lamentou o " desaparecimento de uma grande mulher ". [ 11 ]

Para alem de varias agremiacoes e lojas maconicas terem estado representadas no seu funeral, Ana de Castro Osorio , Antonia Bermudes e Manuel Borges Grainha discursaram junto a sua sepultura. [ 12 ] Encontra-se sepultada em jazigo de familia, no Cemiterio do Alto de Sao Joao .

Referencias [ editar | editar codigo-fonte ]

  1. Novoa, Antonio (2003). Dicionario de educadores portugueses . [S.l.]: Edicoes ASA  
  2. ≪Comemoracoes do Centenario da Republica: O Grupo das Treze≫ . www.umarfeminismos.org . UMAR - Uniao de Mulheres Alternativa e Resposta. 2011  
  3. Esteves, Joao (1998). As origens do sufragismo portugues: a primeira organizacao sufragista portuguesa, a Associacao de Propaganda Feminista (1911-1918) . [S.l.]: Editorial Bizancio  
  4. Esteves, Joao Gomes (1991). A Liga Republicana das Mulheres Portugueses: uma organizacao politica e feminista (1909-1919) . [S.l.]: Comissao para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres  
  5. Esteves, Joao (2015). ≪Ana Augusta de Castilho≫ . Silencios e Memorias  
  6. ≪Ana Augusta de Castilho, uma acoriana esquecida na sua terra≫ . Pois aleva... Diario de um Professor. 2016  
  7. ≪A Solidariedade: O Papel das Associacoes de Solidariedade e As Associacoes Femininas≫ . Momentos de Historia . 2013  
  8. Esteves, Joao (2016). ≪Comissao Feminina Pela Patria≫ . Silencios e Memorias  
  9. ≪No centenario da Cruzada das Mulheres Portuguesas≫ . E-Cultura | Centro Nacional de Cultura. 2016  
  10. ≪As Mulheres e a Maconaria≫ . APH | Associacao de Professores de Historia  
  11. Esteves, Joao (2010). ≪Funeral de Ana Augusta de Castilho≫ . Silencios e Memorias  
  12. ≪Jornal A Capital : diario republicano da noite≫ . Hemeroteca Digital . 1916