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Alceo Magnanini

Origem: Wikipedia, a enciclopedia livre.
Alceo Magnanini
Nascimento 26 de outubro de 1925
Sao Paulo
Morte 11 de julho de 2022  (96 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Ocupacao agronomo , ambientalista , professor , ativista , escritor e professor
Religiao agnostico [ 1 ]

Alceo Magnanini ( Sao Paulo , 26 de outubro de 1925 - Rio de Janeiro , 11 de junho de 2022 ) foi um agronomo , ambientalista , professor , ativista , escritor e professor brasileiro . Magnanini e reconhecido como um dos pioneiros da conservacao ambiental no Brasil , [ 2 ] de grande legado nas politicas publicas ambientais do pais. [ 3 ]

Biografia [ editar | editar codigo-fonte ]

Em 1935 , ainda crianca, deixou a cidade de Sao Paulo e mudou-se com apenas 8 anos junto com os seus pais para o Rio de Janeiro (entao capital federal ). Fixaria residencia no bairro da Tijuca , alem de fazer sua carreira profissional neste estado. [ 2 ] [ 4 ] [ 5 ]

Formado em agronomia , Alceo cursou durante tres anos no Rio de Janeiro a Escola Nacional de Agronomia , na Praia Vermelha e, em seguida, um ano na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro , onde concluiu o curso, em 1948 . [ 3 ] Posteriormente especializou-se em ecologia e conservacao da natureza ; realizou diversos cursos no Brasil e nos Estados Unidos sobre Zoologia , Ecologia , Biogeografia , Edafologia e o renomado Forestry Leadership e Administration on National Parks and Equivalent Areas . [ 6 ]

Em 1947 entra para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), onde como geografo integra o quadro permanente do Conselho Nacional de Geografia (CNG) , conselho este que havia sido criado tres anos antes. Ainda no IBGE participaria do grupo incumbido de desenvolver estudos sobre biogeografia neste instituto. Participou, ainda, da equipe de delimitacao da parte sul da Amazonia . [ 6 ] Trabalhou por cinco anos no instituto. [ 4 ]

Ja em 1952 e aprovado em concurso publico para integrar o Instituto de Pesquisas Jardim Botanico do Rio de Janeiro , tornando-se funcionario publico de carreira . Em 1956 e remanejado para o Servico Florestal do Ministerio da Agricultura , [ 6 ] onde torna-se chefe do setor de Pesquisas Florestais . [ 4 ]

Nos anos 1960 , elaborou a primeira lista de animais ameacados de extincao. [ 2 ] Durante o governo do presidente Juscelino Kubitschek foi nomeado secretario-executivo da campanha de educacao florestal , com apoio de Assis Chateaubriand e ministros de diversas pastas. [ 5 ]

Quando a sede do Servico Florestal foi transferida do Rio de Janeiro para Brasilia, Magnanini recebeu ordem de mandar a metade da biblioteca do Jardim Botanico do Rio de Janeiro para a nova sede. Apesar de discordar da ordem recebida, pois para ele um acervo como aquele nao se separava, Magnanini cumpriu a ordem e decidiu que a parte do acervo que fossem sobre flora ou botanica ficariam no Rio e os que fossem sobre parques nacionais, reservas biologicas ou sobre assuntos florestais iriam para Brasilia. Tempos depois a biblioteca da sede de Brasilia sofreu um incendio e consumiu todo o acervo enviado para o Servico Florestal . [ 5 ]

Junto com Maria Tereza Jorge Padua foi responsavel pela criacao de varias Unidades de Conservacao (UC) no pais. [ 4 ] Em 1961 seria o primeiro chefe do Parque Nacional da Tijuca , na cidade do Rio de Janeiro, [ 3 ] segundo publicacao do perfil oficial do parque no Instagram , no Parque Nacional da Tijuca, Magnanini se empenhou para que a Floresta da Tijuca e outras florestas da regiao de entorno estivessem reunidas e protegidas sob um Parque Nacional; foi ele quem incorporou, ao projeto inicial do Parque os trechos da Pedra da Gavea , a Pedra Bonita e a Serra da Carioca . [ 7 ] [ 4 ] Magnanini foi uma das principais forcas por tras da realizacao do sonho de Castro Maya de transformar a Floresta da Tijuca em Parque Nacional. [ 4 ]

Foi um dos organizadores dos trabalhos que dariam origem ao Codigo Nacional Florestal , de 1965 (lei 4.771/1965, alterada em 2012 ). [ 6 ] [ 2 ] Uma legislacao que trazia, a epoca, a vanguarda da protecao ambiental no mundo. [ 4 ] Magnanini criticou decisoes governamentais precipitadas, como a decisao do Ministerio da Saude de combater a malaria na Amazonia derramando 200 toneladas de DDT sobre os igarapes da floresta; ou tentar extinguir o mosquito transmissor da doenca em Minas Gerais derrubando toda mata que ficasse a menos de 3 km das cidades do estado, mesmo as ciliares, nas margens dos rios, tudo porque ouviu-se dizer que o raio de acao do mosquito era de 2,5 quilometros. [ 5 ]

Como ambientalista e tecnico criticou os tracados escolhidos para a construcao das rodovias BR-101 e da Rodovia Belem-Brasilia , sobre esta ultima afirmava que o tracado foi determinado sem estudo nenhum, que o mais racional seria ter feito uma analise dos solos das diversas regioes e depois interligar os melhores solos agricolas com a rodovia, estabelecendo as chamadas "agrovias" . [ 5 ]

Em 1972 foi escolhido como representante do Ministerio da Agricultura na Conferencia de Estocolmo sobre o Meio Ambiente, todavia, por divergencias ambientais com o Governo, posteriormente seria excluido da comissao oficial. Mesmo assim iria a Estocolmo , nao como representante do Governo, mas na condicao de cidadao, pois paralelamente a Conferencia, a World Wide Fund for Nature (WWF) realizou uma reuniao so de estudantes, a Bioeco-72 , independente de governos; nela Magnanini criticou o desmatamento na Amazonia. [ 1 ] Na epoca Magnanini era diretor no Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal e cuidava do departamento dos impactos nacionais e da conservacao da natureza. [ 5 ]

Alceo Magnanini, com o primatologo Adelmar Coimbra Filho , participou dos esforcos para salvar uma especie simbolo da mata atlantica , o mico-leao-dourado , quando o animal estava no limiar de desaparecer na natureza. Em 1974 o trabalho deles levou a criacao da Reserva Biologica Poco das Antas , no municipio de Silva Jardim , no estado do Rio de Janeiro , considerada a primeira unidade de conservacao desse tipo no Brasil. [ 2 ]

Em 1975 , para o Governo do Estado do Rio de Janeiro , o ambientalista auxiliou na criacao da Fundacao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA) e atuou durante 10 anos no Instituto Estadual de Florestas (IEF-RJ). [ 3 ]

Sua luta pela preservacao dos ecossistemas das restingas levou ao processo de criacao da Reserva da Barra da Tijuca , a Zona Oeste do municipio do Rio de Janeiro. [ 4 ] Em 1990 era vice-presidente da Fundacao Brasileira para Conservacao da Natureza (FBCN). [ 8 ]

Em 2011 , apesar de sua avancada idade (86 anos), Alceo Magnanini ainda atuava profissionalmente como consultor e assessor tecnico da Diretoria de Biodiversidade e Areas Protegidas do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), orgao do Governo do Estado do Rio de Janeiro, vinculado a Secretaria Estadual do Meio Ambiente . [ 6 ] Foi servidor publico por mais de 70 anos. [ 4 ]

Alceo Magnanini, ao longo de sua vida, escreveu mais de 170 livros e artigos, principalmente em orgaos publicos nos quais esteve vinculado, como o IBGE e o Jardim Botanico do Rio de Janeiro. [ 3 ] [ 2 ] Escreveu os primeiros trabalhos quantitativos de perda de ecossistemas no Brasil. [ 4 ] Destacado ambientalista brasileiro, no campo das politicas publicas recebeu homenagens variadas. [ 6 ] Magnanini foi professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro . [ 2 ]

Em 2019 , em uma de suas ultimas entrevistas, Alceo Magnanini, entao com 93 anos, lamentou-se sobre a atual situacao ambiental do pais. “Quem nao se preocupa com o meio ambiente, com a natureza, passou a dominar as acoes hoje em dia. Em prol de lucro, vale tudo”. [ 4 ] [ 1 ]

Alceo Magnanini estava com o esquema vacinal completo, mas contraiu Covid-19 e teve uma parada cardiopulmonar . [ 2 ] O sepultamento aconteceu no dia 12 de junho de 2021, no distrito da Posse , no Cemiterio Jurity da localidade do Brejal, area rural da cidade de Petropolis , cercada por uma rica biodiversidade, em homenagem ao seu papel incansavel na protecao dos patrimonios naturais fluminenses e brasileiros. [ 2 ] [ 3 ]

Alceo Magnanini teve quatro filhos: Flavio, Eduardo, Cristina e Ricardo (este ultimo ja falecido). Tambem deixou as netas Ligia, Samantha e Luisa, as bisnetas Clara e Julia. [ 2 ] [ 3 ]

Homenagens [ editar | editar codigo-fonte ]

Ainda em vida recebeu o Premio Ford Morors Company de Conservacao Internacional , realizado em parceria da Ford do Brasil com a Conservacao Internacional (CI-Brasil), premio este lancado em 1996 com o objetivo de destacar anualmente os projetos mais importantes para a conservacao da biodiversidade e promocao do desenvolvimento sustentavel. [ 9 ]

Tambem recebeu a Medalha Pedro Ernesto , considerada a comenda maxima do municipio do Rio de Janeiro, e a mais alta honraria concedida pela Camara Municipal do Rio de Janeiro . [ 3 ] [ 10 ] A justificativa para receber a medalha foi o seu trabalho na protecao do meio ambiente. [ 4 ] [ 10 ]

O auditorio da sede do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, na capital fluminense, tambem leva seu nome. [ 3 ]

Em sua homenagem, ja ha alguns anos, a biblioteca do Parque Nacional da Tijuca tem o nome de Alceo, como um reconhecimento de sua importancia para esta Unidade de Conservacao. [ 7 ]

Uma exposicao esta prevista para ser inaugurada no ano de 2023 no Museu Historico da Cidade do Rio de Janeiro em homenagem ao legado da dupla Adelmar Coimbra-Filho (1924 ? 2016) e Alceo Magnanini, considerados um dos pioneiros do ambientalismo no Rio de Janeiro e no Brasil, e que trabalharam juntos inumeras vezes ao longo de suas vidas. [ 4 ]

Referencias

  1. a b c Emanuel Alencar (28 de maio de 2019). " Quem nao se preocupa com o meio ambiente passou a dominar as acoes", diz Alceo Magnanini, aos 93 anos≫ . site do ((o))eco - Jornalismo Ambiental . Consultado em 22 de junho de 2022  
  2. a b c d e f g h i j Cristina Serra (15 de julho de 2022). ≪Mortes: Alceo Magnanini, 96, o protetor de florestas. Engenheiro agronomo, e reconhecido como um dos pais da conservacao ambiental no Brasil≫ . jornal Folha de S.Paulo . Consultado em 22 de julho de 2022  
  3. a b c d e f g h i Nicolas Satriano (13 de junho de 2021). ≪Morre no Rio de Janeiro o ambientalista Alceo Magnanini. Ultimo organizador do Codigo Florestal Brasileiro vivo, ativista de 96 anos faleceu na segunda-feira≫ . site do Portal G1 . Consultado em 22 de junho de 2022  
  4. a b c d e f g h i j k l m Duda Menegassi (13 de julho de 2022). ≪Defensor irredutivel das florestas, Alceo Magnanini morre aos 96 anos. Com uma vida dedicada ao meio ambiente, o engenheiro agronomo faleceu nesta segunda (11). Magnanini foi um dos autores do Codigo Florestal de 1965 e um dos pioneiros da conservacao no Brasil≫ . site do ((o))eco - Jornalismo Ambiental . Consultado em 22 de junho de 2022  
  5. a b c d e f Carolina Elia; Marcos Sa Correa; Manoel Francisco Brito; Lorenzo Alde (4 de fevereiro de 2005). ≪Avis Rara ? com Alceo Magnanini≫ . site do ((o))eco - Jornalismo Ambiental . Consultado em 22 de junho de 2022  
  6. a b c d e f ≪Alceo Magnanini: Entrevista, video-depoimento≫ . site do IBGE . Consultado em 22 de junho de 2022  
  7. a b Parque Nacional da Tijuca (Perfil Oficial) (13 de julho de 2022). ≪Nota de pesar: Alceo Magnanini≫ . Instagram . Consultado em 22 de julho de 2022  
  8. ≪Politica ecologica divide ambientalistas brasileiros≫ 21 ed. Rio de Janeiro : Jornal do Brasil , disponivel na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional . 13 de maio de 1990. p. 21 . Consultado em 25 de julho de 2022  
  9. ≪Premio para quem preserva o Planeta≫ 92A ed. Rio de Janeiro : JB Ecologico, encarte do Jornal do Brasil , disponivel na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional . Julho de 2006. p. 23 . Consultado em 25 de julho de 2022  
  10. a b ≪Projeto de Decreto Legislativo 206/2011≫ . Camara Municipal do Rio de Janeiro . 2 de agosto de 2011 . Consultado em 22 de julho de 2022