Refracao
(
AO 1945
: refraccao)
e a mudanca na
velocidade
de uma
onda
ao atravessar a fronteira entre dois meios com diferentes indices de refracao. A refracao modifica a velocidade de propagacao e o
comprimento de onda
, mantendo uma
proporcao direta
. A
constante de proporcionalidade
e a
frequencia
, que nao se altera.
[
1
]
O
indice de refracao
e a
razao
entre a velocidade da luz no
vacuo
(c) e a
velocidade da luz
em um determinado meio. Em meios com indices de refracao mais baixos (proximos a 1) a luz tem velocidade maior (ou seja, proximo a velocidade da luz no vacuo). A relacao pode ser descrita pela formula:
|
Em que:
c
e a velocidade da luz no vacuo (c = 3 x
m/s);
v
e a velocidade da luz no meio;
[
2
]
A velocidade da luz nos meios materiais e menor que
c
; e assim n > 1. Por extensao, definimos o indice de refraccao do vacuo, que por consequencia da definicao do modelo e igual a 1. Portanto, sendo
n
o indice de refraccao de um meio qualquer, temos:
|
A velocidade de propagacao da luz no
ar
depende da frequencia da luz, ja que o ar e um meio material. Porem, essa velocidade e quase igual a c = 3 x
m/s para todas as
cores
. Ex.: indice de refraccao da luz violeta no ar = 1,0002957 e indice de refraccao da luz vermelha no ar = 1,0002914. Portanto, nas aplicacoes, desde que nao queiramos uma precisao muito grande, adotaremos o indice de refraccao do ar como aproximadamente igual a 1:
|
[
3
]
Como vimos, as cores, por ordem crescente de frequencias, sao:
vermelho
,
laranja
,
amarelo
,
verde
,
azul
,
anil
e
violeta
.
A experiencia mostra que, em cada meio material, a velocidade diminui com a frequencia, isto e, quanto "maior" a frequencia, "menor" a velocidade.
|
Portanto como
, concluimos que o indice de refraccao aumenta com a frequencia. Quanto "maior" a frequencia, "maior" o indice de refraccao.
Em geral, quando a
densidade
de um meio aumenta, o seu indice de refracao tambem aumenta. Como variacoes de
temperatura
e
pressao
alteram a densidade, concluimos que essas alteracoes tambem alteram o indice de refraccao. No caso dos
solidos
, essa alteracao e pequena, mas para os
liquidos
, as variacoes de temperatura sao importantes e, no caso dos
gases
, tanto as variacoes de temperatura como as de pressao devem ser consideradas.
A maioria dos indices de refraccao e menor que 2; uma excecao e o
diamante
, cujo indice e aproximadamente 2,4. Para a luz amarela emitida pelo
sodio
, sua frequencia e
e cujo comprimento de onda no vacuo e
. Essa e a luz padrao para apresentar os indices de refraccao.
Consideremos dois meios "A" e "B", de indices de refraccao
e
; se
, dizemos que "A" e mais refringente que "B".
Consideremos dois meios transparentes
A
e
B
e um feixe de luz dirigindo-se de
A
para
B
. Para que haja feixe refratado e necessario que
.
Quando
, nao ha luz reflectida e tambem nao ha mudanca na direcao da luz ao mudar de meio; dizemos que ha
continuidade optica
.
Quando temos um bastao de
vidro
dentro de um recipiente contendo um liquido com o mesmo indice de refracao do vidro, a parte do bastao que esta submersa, nao refletindo a luz, fica "invisivel".
Se o indice de refraccao de um meio
A
e
e o indice de um meio
B
e
, definimos:
= indice de refracao do meio
A
em relacao ao meio
B
=
|
= indice de refracao do meio
B
em relacao ao meio
A
=
|
Sendo
v
A
e
v
B
as velocidades da luz nos meios
A
e
B
, temos:
|
|
Consideremos dois meios transparentes
A
e
B
e um feixe estreito de
luz monocromatica
, que se propaga inicialmente no meio
A
, dirigindo-se para o meio
B
. Suponhamos, ainda, que uma parte da luz consiga penetrar no meio
B
e que a luz tenha velocidades diferentes nos dois meios. Nesse caso, diremos que houve
Refracao
. O raio que apresenta o feixe incidente e o
raio incidente
(
), e o raio que apresenta o feixe refratado e o
raio refratado
(
).
O raio incidente, o raio refratado e a normal, no ponto de incidencia, estao contidos num mesmo plano.
|
A normal e uma reta perpendicular a superficie no ponto de incidencia,
θ
A
e denominado
angulo de incidencia
entre o raio e a normal e
θ
B
, angulo de refracao entre o raio e a normal.
Os senos dos angulos de incidencia e refraccao sao diretamente proporcionais as velocidades da onda nos respectivos meios.
|
Ou seja:
I
|
Dessa igualdade tiramos:
II
|
A Segunda Lei da Refracao foi descoberta experimentalmente pelo holandes
Willebrord van Royen Snell
(1591-1626) e mais tarde deduzida por
Rene Descartes
, a partir de sua teoria corpuscular da luz. Nos Estados Unidos, ela e chamada de
Lei de Snell
e na Franca, de
Lei de Descartes
; em Portugal e no Brasil e costume chama-la de
Lei de Snell-Descartes
.
Inicialmente a Segunda Lei foi apresentada na forma da equacao
II
; no entanto, ela e mais facil de ser aplicada na forma da equacao
I
.
Observando a equacao
I
, concluimos que, onde o angulo for
menor
, o indice de refracao sera
maior
. Explicando melhor: se
, o mesmo ocorre com seus senos,
; logo, para manter a igualdade da equacao
I
,
. Ou seja, o menor angulo θ
B
ocorre no meio mais refringente,
.
Pelo principio da reversibilidade, se a luz faz determinado percurso, ela pode fazer o percurso inverso. Assim, se ela faz o percurso XPY, ela pode fazer o percurso YPX. Mas, tanto num caso como no outro, teremos:
|
Quando a incidencia for normal, nao havera desvio e teremos
, e, portanto,
, de modo que a Segunda Lei tambem e valida nesse caso, na forma da equacao
I
:
|
Na tabela seguinte, apresentamos alguns angulos "pequenos" expressos em graus e radianos, com o respectivo valor do seno e da tangente:
Angulo em graus
|
Angulo em radianos
|
Seno
|
Tangente
|
0
|
0
|
0
|
0
|
2
|
0,035
|
0,035
|
0,035
|
4
|
0,070
|
0,070
|
0,070
|
6
|
0,105
|
0,104
|
0,105
|
8
|
0,140
|
0,139
|
0,140
|
10
|
0,174
|
0,174
|
0,176
|
Observando esta tabela, percebemos que, para um angulo θ, ate aproximadamente 10° temos:
|
quando θ esta expresso em radianos. Assim, para angulos pequenos, a Segunda Lei da Refracao pode ser escrita:
|
para angulos em radianos e em graus (devido ao fator de conversao entre radianos e graus ser o mesmo para todos os angulos - 180/pi).
Indices de refracao de alguns meios, em relacao ao vacuo
[
editar
|
editar codigo-fonte
]
- Vacuo: 1,0000
- Ar: 1,0003 (aprox. 20 °C)
- Agua: 1,3321 (pura, aprox. 20 °C)
- Gelo: 1,3100
- Alcool: 1,3600
- Glicerina: 1,47
- Vidro: 1,4000 a 1,9000
- Sal de cozinha: 1,54
- Quartzo: 1,54
- Bissulfeto de carbono: 1,63
- Zirconio
: 1,92
- Diamante: 2,4200
- Rutilo: 2,80
- Acrilico: 1,49
Referencias